Capitulo 4

— É difícil eu explicar, mas sinto que deixei de fazer algo e ficou pelo caminho e que nessa vida preciso completar alguma missão pendente, só não sei o que é. Às vezes me sinto angustiada, sinto fortes dores no peito, e não sei se é física, ou psicológica.

É muito confuso para mim, descobrir essa situação que me incomoda muito, porque as coisas têm que ser tão difíceis, muitas vezes sinto-me deprimida e não consigo chorar me expressar meus sentimentos, e acabo guardando dentro de mim como se eu estivesse engolindo um veneno.

E isso me faz mal para minha alma, e minha autoestima, e aquele veneno guardado dependendo do dia acabo me explodindo e xingo todos em minha volta.

E não resisto à tentação de colocar tudo para fora, e quando grito com meus irmãos que não tem nada a ver com meus problemas e me sinto leve e bem, mas depois me sinto culpada como se eu não quisesse dizer aquilo tudo!

   — E desde quando você tem isso?

   — Desde os meus oito anos que tenho essa personalidade de querer ter tudo sobre meu controle, e que as coisas têm que sair do meu jeito!

    — Você se acha mimada?

    — Eu nunca me achei mimada, só apenas quero que as coisas sejam perfeitas, ou que seja do jeito que eu quero. Sei que estou errada, mas é da minha natureza ser assim, e não é por mal!

    — Sim, eu entendo, você já chorou alguma vez? — Laura ficou embaraçada sem saber se diz a verdade, e fica vermelha.

    — É difícil eu falar isso, mas respondendo a sua pergunta sim, choro, mas nem sempre. Tenho dificuldade em chorar tem que acontecer algo de muito grave para eu chegar a ponto de chorar, às vezes choro de raiva, às vezes tristeza, quem vê eu assim durona acredita que eu seja mesmo uma casca de ferida, mas não sou. Acho que sou um vulcão prestes a explodir a qualquer momento, mas é porque tenho bom coração!

    — Sim, percebi, penso que você vai mesmo precisar fazer uma experiência em regressar a vidas passadas, talvez essa dor no ombro ou essa outra inimiga aí presa dentro de você podem ser esclarecidas.

    — Como assim? Inimiga dentro de mim? Perguntara Laura curiosa e espantada ao mesmo tempo.

     — Pelo que entendi você faz as coisas sem querer fazer, se arrepende muito e o peso da culpa pesa muito sobre seus ombros, estou certo?

    — Sim, é verdade, fico tensa e pode parecer bobagem e as pessoas acreditar que eu seja uma chata, mas eu não sou. Tanto é que sofro com isso, me sinto tensa. É como se eu estivesse carregando um fardo pesado nas minhas costas, é muito confuso para mim isso tudo!

    — Sua inimiga que está dentro de você, ela é apenas reflete seu lado negro de agir, eu diria que ela tem domínio sobre você! Se levarmos em conta a espiritualidade talvez seja algum espírito obsessor que tenta te atrapalhar no seu desenvolvimento pessoal e profissional, alguém de outras vidas que se sentiu prejudicada por você, pode ser um espírito homem como espírito mulher. Alguém querendo se vingar de você!

   — É verdade, eu já senti isso, mas nunca tive coragem de falar com medo que ninguém acreditasse em mim, mas muitas vezes me sinto assim como se estivesse sendo vigiada por alguém, ou alguém me soprando em meus ouvidos!

    — É faz sentido, somos vigiados por algum espírito. Alguns bons querendo nos proteger e outros maus querendo nos prejudicar, eles não evoluíram em outras vidas e enquanto eles não foram reformulados numa clínica espiritual eles nunca vão sentir paz, e vão seguindo esses caminhos de geração em geração. — Doutor, por acaso o senhor é um espírita?     

    — Não, mas, porque a pergunta?

    — É que ouvir o senhor falando parece ser mais um médium!

   — Sou psiquiatra, e minha religião é católica, mas respeito muito à igreja espírita e sou fã de Chico Xavier. E, meu trabalho é fazer regressões a vidas passadas, porque pessoas já foram curadas de traumatismo ou pensavam que tinham problemas da coluna, mas, na verdade, era mais uma doença espiritual do que propriamente física.

    — O Doutor pensa que meu problema pode ser uma questão espiritual?

    — Sim, se eu levar em conta do meu ponto de vista clínico recomendaria fazer academia, mas se tratando do ponto de vista psiquiátrico. Eu diria que tem problemas de dupla personalidade.

Se fosse outro psiquiatra seria mais cético a essas coisas, e diria que tem problemas psicológicos, ou até mesmo esquizofrenia. Ainda bem que teve sorte de me procurar.

Sou especialista nessa área, na verdade, nem é aconselhável eu fazer esse trabalho na área da medicina psiquiátrica por uma questão ética não permitida a fazer esse tipo de tratamento. Muitos dos meus colegas psiquiatras são céticos na área de espiritismo e experiências de vidas passadas!

      — Sim, eu entendo, mas qual é a provável questão a meu respeito?

      — Se considerarmos do ponto de vista psiquiátrico seria de dupla personalidade. E se for uma questão espiritual eu diria que pode sim, deve haver algum espírito que se incorpora na senhorita. É uma coisa leva a outra, e só voltando a outras vidas que podemos descobrir quem está por trás disso, talvez possa ser de fato uma médium.

     — Como assim uma médium?    

     — É muito simples, pode sim, ser influenciada por algum espírito a fazer as coisas que ele queira, e não o que você quer fazer. Porque falo isso? Como você mesmo disse: que às vezes faz e depois se arrepende, e pior quando faz sente prazer no que faz, e isso não é normal à pessoa fazer as coisas com tanta determinação e depois se arrepender ou se sentir culpada. Responda-me do que você mais tem medo?

    — De muita coisa, doutor. De perder as pessoas que amo e de ser traída! ]

    — Como assim traída?

   — Não sei ainda, mas só de pensar em ser traída por uma pessoa que amo me assusta, nem sei do que seria capaz de fazer, não suportaria!

   — Você já foi traída em algum aspecto, seja na amizade ou namorando?

    — Eu não tenho certeza, eu penso que sim, mas só de pensar nessa possibilidade me dói muito ao imaginar que estou sendo traída!

    — Interessante, talvez você esteja traumatizada ainda de outras vidas e nessa vida possa estar carregando alguma marca da traição, mas descobriremos se isso de fato aconteceu.

   — Será Doutor que possa ser isso mesmo? Que eu tenha sofrido algum tipo de traição em outras vidas, e de que forma o senhor está se referindo?

   — Há vários tipos de traições que machucam a alma do ser humano. Se for no pessoal, o que dói mais é o ego, e a vaidade. Se for traição por parte de uma amizade ou uma traição na família machuca muito a alma do ser humano e leva tempo para ser cicatrizada, a dor pode ser tão insuportável que as cicatrizes podem seguir a vida dela até em outras vidas.

Aquela sensação de medo persegue por muitos anos, mas isso descobriremos na sua primeira sessão de regressão a vidas passadas, é claro, se você estiver mesma disposta a enfrentar.

Vou avisando que a experiência pode ser um pouco traumática, e dolorosa porque na medida em que você estiver viajando no tempo, ou melhor, dizendo voltando ao passado até na hora do seu nascimento você presenciará tudo isso. E todas as cenas da sua vida vem à tona e atravessará um túnel do tempo! Você está disposta a passar por essa experiência?

   — Estou sim, doutor, eu preciso passar por isso, sinto essa necessidade, é como se fosse um caso de vida e morte, preciso descobrir porque me sinto angustiada, sem paz, sem sossego, não consigo dominar meus medos, minhas fraquezas, meu estresse do dia a dia.

Minha impaciência. Isso me atrapalha e muito no meu desenvolvimento. Sou muito desconfiada de tudo, sei das coisas, mas não acredito no que sei preciso pagar para ver! O psiquiatra deu por encerrada a sessão e estava pensativo no andamento das coisas com sua paciente, de qualquer forma ela era um caso especial de se desvendar, ele sabia que coisas interessantes poderiam vir à tona na hora que ele faria sua primeira experiência de regressar a vidas passadas.

Sentia que ela carregava um fardo pesado nas costas e que ela precisava dividir aquele peso enorme. Parecia tão frágil, e outras forte de personalidade e decidida, faltava algo que a impulsionasse a vida dela para frente.

Algo a impedia, mas o quê? Isso era um trabalho dele, é um mistério a ser descoberto, seria ela vítima de um espírito maligno e vingativo querendo acertar as contas com ela? Ou vingar de algo que ela o fizera no passado, ou ele viera acertar as contas por uma questão pessoal. Eram tantas perguntas na cabeça dele que deixara para o dia seguinte a fazer sua primeira experiência.

   — Bom, o que acha de vir amanhã nesse mesmo horário para começar a fazer a nossa experiência?

   — E hoje não dá para ser doutor?

   — Hoje não, porque está acabando o horário em que combinamos, e não adianta começarmos e ter que interromper, melhor seria começar amanhã.

Assim você estará relaxada e mais calma, sei que está ansiosa e querendo resolver seus problemas de uma vez, mas sabe que as coisas têm que ser bem cuidadosas e sem pressa porque é um processo complicado. E você precisa estar bem descansada, tranquila, e calma!

— Está bem doutor, farei o que o senhor m****r, voltarei amanhã?

    — Laura saiu um pouco exausta da sessão, dessa vez ela sentia que as coisas poderiam mudar. E não estava nenhum pouco preocupada com o que pudesse acontecer na hora dela fazer sua primeira experiência. E estava ansiosa e curiosa em saber quem ela foi em outras vidas.

Ou quem sabe descobrir sua inimiga dentro dela que às vezes o sufocava impedia dela se relacionar, ou até conseguir emprego e entre outras coisas que atrapalhavam a sua vida e seu crescimento pessoal, da qual ela tinha muito talento a ser desenvolvido, mas que algo estava impedindo e precisava destruir sua inimiga oculta. E quem seria essa inimiga íntima?

   

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