— Andrew, acorda.
— Ainda é cedo, Cecil.
— Já são nove horas.
— O quê?
— Eu disse que são nove horas.
— Eu sei, Cecil, eu escutei da primeira vez. — Digo me levantando e sentando na cama. — Era só uma pergunta retórica.
Droga, não era para ter dormido tanto.
— Ei, magnata, por que está bravo comigo? — Ela pergunta com uma sobrancelha erguida.
— Não estou bravo com você mia Bella e sim comigo, eu tinha planos de ir ao hospital ver a funcionária Valbia, antes de te levar pra ver sua mãe.
Isso era verdade, meia verdade. O problema é que se fosse mais cedo, ela poderia aceitar e ir comigo.
— Você vai demorar lá?
— O quê? — Pergunto não entendendo a pergunta.
— Só perguntei se você vai demorar lá, se não for demorar, podemos passar lá rapidinho. — Fiquei surpreso de ela aceitar tão rápido.
— Você faria isso por mim?
— Claro meu magnata gostoso. — Ela
Quando Andrew disse que eu podia visitar minha família, senti uma grande alegria. Nem consegui pregar o olho de tanta ansiedade. Agora me encontro quase chegando a Retirolândia. São seis horas de viagem até lá, agora faltam apenas uma hora, minhas mãos suavam antecipando o encontro com minha família. Estou com muitas saudades deles, até dos meus primos e tios chatos. E como são chatos. Saudades de minha mãe Maria Conceição e meu pai José Neto. Quantas saudades meu coração sente de minhas irmãs Luana, Isabella e meu irmão Pedro. Eles devem estar enormes. Na ocasião que viajei, Luana estava com cinco anos, Isabella com nove e Pedro com doze. Eu tinha dezesseis anos na época, hoje estou com vinte e dois. Ah, como fico feliz de eles não terem passado pelo o que passei. Não posso me esquecer de Elaine, meu grande amor, por mais que tenha se passado seis anos, meu coração ainda bate descompassado quando penso nela.
Acordei no meio da noite gritando. Tive outro pesadelo com Carlos e o casal que me violentaram. Ouço batidas frenéticas na porta e me levanto para abrir. Tinha me esquecido que estava em casa. Abro a porta, noto que são meus pais e meus irmãos. Achei que estando em casa esses pesadelos iriam passar. — Mattias, o que foi? Por que você estava gritando? Você está chorando filho? — Minha mãe perguntava sem parar. Juro que tentei não desmoronar. Sentei no chão do quarto e comecei a chorar, meus pais entraram e ficaram sem entender, meus irmãos estavam na porta olhando para mim assustados. Minha mãe sentou ao meu lado e me abraçou forte e meu pai sentou ao lado de minha mãe e nos abraçou. Não sei se chorei horas ou minutos, quando me acalmei, pedi desculpas a eles por ter agido daquela forma. — Por que você chorava daquele jeito? — Meu pai pergunta com o semblante preocupado. Eu não queria contar a eles assim, mas, eu prec
Daqui a duas semanas fará um ano que trabalho na empresa Società Andrew. Andrew, quer renovar meu contrato, mas ainda não me decidi. Eu e Andrew ainda estamos na mesma, o sexo maravilhoso, mas, nada sei sobre ele. Confesso que já estou perdendo a paciência. Não sei como deixei chegar tão longe assim. Na verdade eu sei. Meu coração anda muito triste, sei que o fim de Livi está próximo, eu só não desmoronei ainda, porque Andrew está sempre comigo, seja pessoalmente, ou me ligando e mandando mensagens. Meu coração dói toda vez que lembro minha conversa com Lívia, no dia seguinte ao descobrir sobre a doença. Eu não tinha dormido bem, na verdade eu não tinha dormido nada. Na mesma hora que adormeci, acabei despertando com o gemido de Livi. Ela parecia sentir dor, mas, eu temia acordá-la e piorar a situação. Passei minha mão direita em seu cabelo, tentando acalmá-la. Constatei que um pouco de seu cabelo veio em minha mão. M
Chegamos ao evento atrasados pelo horário que haviam marcado, mas ainda nem tinha começado por completo, muitos chegaram atrasados. Eu achando que os ricos fossem pontuais quando se tratava de eventos.Engano meu.Eu me sentia bonita com meu vestido bege e dourado, tomara que caia, ele tinha uma fenda que ia da minha coxa direita ao meu pé. Era todo soltinho, parecia ser feito de fios, em meus pés, usei uma sandália verniz salto alto em tiras, também dourada. Em meu cabelo fiz um coque alto, com uma maquiagem simples, coloquei um batom nude, para não chamar muito atenção para minha boca, meu corpo em si já estava chamando por conta do vestido. Para completar o look, usei um brinco de argola grande, banhado a ouro. Nada usei no pescoço, não precisou.— Acha mesmo que minha roupa está bonita?Nós tínhamos chegado há algu
— Que ódio, que ódio. — Aquela vagabunda está se achando demais, ela vai ter o que merece também, assim como Andrew. Penso enfurecida.— Calma Tigresa. — Jonas dizia. Esse corno imprestável.— Calma? Você está me pedindo calma? — Respire Daniele, respire. Minha mente ordenava ao meu corpo, mas a raiva impregnava meu sangue, que fervia ferozmente dentro de mim. — Você viu como fomos tratados? — Eu cuspia as palavras aos gritos, o ódio me cegando, mas, eu sabia que tinha que me acalmar.— Eu vi, mas o estresse de nada adianta. A quietude em sua voz me deixava com mais raiva ainda. — Já está tarde linda, vamos fazer amor um pouco, estou com saudades.Como se a gente não tivesse transado pela manhã. Penso revirando os olhos.— Jonas, nada de sexo para v
— Adeus Andrew. — Daniele diz com um sorriso maligno. Essa mulher às vezes me assusta. — Como você conseguiu esse controle Daniele? — Pergunto mais uma vez a ela. — Eu já disse a você que tenho meus contatos, Jonas. — Suas respostas não me satisfaziam, mas, por hora deixei para perguntar depois, mais uma vez. — Vamos Daniele, já acabou, breve esse lugar vai estar rodeado de polícia. O segurança de Andrew, estava um pouco afastado observando Daniele com a fisionomia assustada. Mas também, Daniele estava assustadora. — Ainda não acabou. — Ela diz e se vira, em uma de suas mãos se encontrava o controle remoto e na outra uma arma. Eu não conheço armas, então não sabia dizer qual o tipo e nem me importava isso no momento. — Para quê essa arma, Daniele? — Pergunto assustado. A cara que ela fazia era assustadora, muito assustadora. Será que ela vai atirar em mim? — Precis
— Andrew? Acorda, acorda Andrew? — Ouço uma voz conhecida me chamar, em seguida senti inúmeros tapas serem desferidos em minha face. Os tapas ardiam, mas, eu não conseguia reagir, todo meu corpo doía, parecia que eu tinha levado uma surra. Concentrava-me na voz, para saber de quem era a mão pesada que me batia na cara. — Vamos Andrew, não me assuste assim cara, acorde.Mattias?— Scemo, Stronzo, Faccia di culo... Comecei a pensar vários palavrões com raiva. (Retardado, Babaca, cara de cú).— Está me xingando assim porque Andrew. — Ele pergunta ainda batendo em meu rosto.Xingando? Ele está louco, nem falando estou.— Figlio di puttana, pare de bater em minha cara. — Penso com mais raiva ainda. Tentei me mexer para tirar as mão dele de minha cara, mas, soltei um gemido de dor.— Vaffanculo
— O que você quer agora, Daniele? — Ravier pergunta impaciente.A última coisa que quero agora é enfurecê-lo. — Preciso de mais uma ajuda sua. — Digo com cautela.— Mais? Não já basta o controle, a arma e ter feito meu melhor homem hackear o helicóptero daquele ricaço? Você ainda quer mais? Sorte sua que temos o mesmo pai. — Ele fala em um espanhol nativo, no qual eu luto para não perder nenhuma palavra. Eu aprendi a falar espanhol, mas às vezes me perco nas palavras.Ravier é um jovem de vinte cinco anos, com a estatura mediana. Ele é a cópia de nosso pai. Cabelos pretos longos até o ombro, uma barba sempre bem feita, o terno sempre impecável. A única diferença era a idade de sessenta e cinco anos de nosso pai e seus cabelos grisalhos.— Le ruego, Ravier. (Eu imploro