Dianne— O que você quer, Paco? Por que não acaba logo com esse joguinho? Me diga onde e quando que eu levo o seu dinheiro.Seria perfeito se concordasse com isso. Pegaríamos ele mais rápido e fácil do que imaginava.Paco gargalhou alto, era estridente.— Não tão rápido, Dia. Eu andei pensando e acho que você e o presidente podem pagar melhor. Eu quero o dobro! Agora quero um milhão.Apertei o telefone com muita força, conseguindo quebrá-lo ao meio. Estava furiosa.— Um milhão?— Uhum.Respirei fundo.— Onde e quando? — disse entredentes, tentando ao máximo não me descontrolar.Mas ele nada disse. A ligação foi encerrada.— O quê? — Olhei confusa para o telefone.Quanto mais tempo essa merda iria durar? Se ele queria dinheiro, por que não dizia logo onde poderia dar-lhe? Havia mais por trás das chantagens? Qual a sua real intenção?— Chegamos.Olhei pela janela e vi que já havia chegado na casa do tio Thommy. Desci e entrei indo até a sala.— Ah, meu Deus! — falei assustada e constrang
DianneNo sábado eu continuei a escrever. Eu digitava freneticamente, fazendo e refazendo. Queria poder pegar o celular e ligar para Theo e dizer: “finalmente estou conseguindo escrever!”, mas certamente ele não me atenderia. Sentia a sua falta.Adan tinha muito trabalho e eu não me importei de passarmos o dia longe. Quase não saía do quarto, era Karen quem vinha me ver e trazer algo para eu comer a cada três horas. Disse ter lido na internet que grávidas precisavam se alimentar com frequência e com alimentos que contivessem ferro para evitar uma anemia na gestação. Ela estava sendo ótima, cuidava muito bem de mim.No domingo, eu acordei às nove. Estava com muito sono, havia ido dormir às três da manhã. Escrever me fazia feliz, e eu estava gostando de me lembrar disso. Além de que me tomava bastante tempo e assim eu não ficava me torturando na internet com o hate. Se bem que era agradável ver cada vez mais mulheres surgindo na minha defesa. Isso me dava vontade de colocar a minha voz a
Dianne— Eu te amo, Theo. E quero você de volta na minha vida e na vida do meu filho. Quero que seja o tio que vai dar a ele doces escondidos de mim e ensinar alguma traquinagem idiota que muito provavelmente vai me irritar. — Sorri, emocionada. — Lembra quando o meu pai dava sorvete para a gente escondido das nossas mães, antes do jantar? Elas só descobriam quando não comíamos toda a comida no prato. — Ri com a lembrança.Uma grossa lágrima desceu por seu rosto. Rapidamente ele a secou.— Eu acho que devemos parar com tanto amargor e orgulho.— Não sei como parar — confessou.— Primeiramente, fica feliz por mim. Depois, me peça desculpas pelas coisas horríveis que disse nos seus julgamentos incoerentes.— Estou feliz por você. Estou mesmo! Mas dói.— Por que dói?— Porque um bebê é o laço que tornam as coisas ainda mais fortes entre você e o Adan. Eu te amo, Dianne. Eu nunca quis, mas amo você! — Encolheu os ombros, chorando. — Desculpe — murmurou, secando os olhos. — Eu tentei parar
DianneUm tempo depois do almoço, Thelma se despediu e foi para casa. Karen e o meu padrinho voltaram para o jardim de inverno com meia garrafa de vinho na mão.— Quer subir? — perguntei ao Adan.— Quero.Peguei a mão de Adan e nos levei para o quarto. Ao entrar, ele olhou tudo a sua volta, curioso. Ainda havia vestígios da minha adolescência ali.— Por quanto tempo morou aqui?— Alguns anos antes da faculdade e mais algum tempo depois.Puxei-o para a cama. Ele se sentou e olhou para o laptop ao seu lado. Passou a mão sobre ele e o puxou para mais perto.— Estive pensando e acho que não devia voltar para a Casa Branca. É notório a alegria e satisfação que sente em escrever. Por que não se dedica a isso?— Não me quer mais trabalhando perto de você? — Fingi uma expressão de ofensa.Eu havia entendido o seu pensamento. Ele só me queria bem e fazendo algo que me fizesse feliz, apesar de o jornalismo fazer isso também. Porém, sempre sentia algo diferente quando escrevia. Uma chama por dent
Dianne— Não acho que Paco queira só dinheiro. Ele quer vingança. Quer torturar você.— Desgraçado — murmurou Adan, entredentes.— Eu não passo de um jogo para ele. Uma obsessão.— Sim. E será preciso estar atenta, sempre. Não sabemos do que ele é capaz de fazer quando se cansar disso.Adan me olhou tenso. A sua mão veio na minha direção e se apoiou na barriga.— E depois, pessoal... eu não sei se ele está sozinho nisso. Desculpe a expressão, mas você se tornou a galinha dos ovos de ouro. Você é uma presa cobiçada. É a futura esposa de Adan Bremner.— Dianne, eu temo pela sua vida. Temo por uma tentativa de sequestro. Isso pode acontecer, é fácil de imaginar se considerar as pessoas com quem ele está envolvido.Engoli em seco. Ele tinha razão. Os dois tinham razão sobre tudo. Eu estava realmente correndo perigo. O problema é que eu não sabia como me defender disso.— E o que vamos fazer?— Posso prender ele por tráfico ou porte ilegal de arma a qualquer momento, mas se ele não estiver
DianneDe costas, dei um passo para trás, mas congelei no lugar quando escutei a porta do closet ranger atrás de mim, abrindo. Lentamente, virei o meu rosto para trás, olhando por cima do ombro. Como uma assombração, Paco estava parado bem ali, a dois passos de mim. Ele tinha um sorriso maléfico.Os meus olhos se encheram de lágrimas e mais medo se apossou de mim. Quando ele moveu o seu pé na minha direção, eu corri para fora, mas ele foi mais rápido e me agarrou pelos cabelos, puxando-me de volta para o quarto e jogando-me no chão. O meu quadril de chocou contra o piso, de lado. Senti bastante dor.Os passos pesados de Paco vieram até mim.— Nicholas! — berrei.Ele ajoelhou-se em volta das minhas pernas e tapou a minha boca, apertando o meu rosto com força. Por que ele estava parecendo ser maior do que realmente era?— Cale a boca! — falou entredentes.Estremeci de medo.— Vai ficar quieta e sair comigo pelas portas dos fundos, enquanto os seus cães de guardas estão na frente. Se não
AdanCaminhei de volta para a porta, mas, antes de entrar, olhei para eles novamente.— E me agradeçam por não acabar com o nome de vocês.Nicholas engoliu em seco.Entrei e Dianne não estava mais na sala.— Dianne.Fui para o quarto e encontrei a porta do banheiro encostada. Escutei o barulho do chuveiro. Tirei os sapatos e depois o blazer. Indo ao encontro dela, retirei a gravata e as meias. Empurrei a porta e entrei. Joguei as peças no chão, ao canto.Ela estava de costas para mim. A água fumegava. Abri a porta do boxe e Dianne se virou para mim. Os meus olhos desceram lentamente por seu corpo. No quadril, havia um hematoma. Ele tinha coloração vermelha. Era grande. Toquei-o com as pontas dos dedos, cuidadosamente.— Eu juro que essa foi a última vez que esse homem tocou em você!— Ele pode tentar de novo.Neguei com a cabeça.— Não. Porque antes que ele tente fazer qualquer coisa com você e o meu filho, já terei o matado.O ódio que sentia era enorme. O meu coração batia forte e os
AdanNa cozinha, tomava uma caneca de café enquanto me preparava para sair. Em frente da ilha, conferia as notícias do mundo. Tudo aquilo que aconteceu enquanto eu dormia.Delicados braços envolveram a minha cintura, abraçando-me. Um beijo foi deixado nas minhas costas, sobre a camisa branca. Macias mãos se espalmaram na minha barriga. Apanhei-as e levei de encontro aos meus lábios. No dorso, deixei um beijo.— Você tem mesmo que ir tão cedo?— Tenho, sim, amor.Virei-me para ela.— Desculpe.Cabelo desgrenhado, olhos marcados pelo sono e sorriso doce. Era essa a feição da mulher que eu amava. Linda. Sempre linda. Acariciei o seu rosto e selei os seus lábios. Dianne se afastou rapidamente, eu sorri daquilo. Ela não gostava de me beijar sem antes escovar os dentes, mesmo quando transávamos ao acordar. Mas eu sempre lhe roubava ao menos um.— Não escovei os dentes.— Eu não me importo.Dei-lhe outro beijo. Desta vez, ela não se afastou.— Não esqueça a carta.— Já está dentro do meu pale