DianneDois dias se passaram sem eu ver o Adan. Ainda me sentia envergonhada por ele ter assistido aquele vídeo. Falávamos apenas por mensagem e ligações breves. Sabia que isso o magoava. Também doía em mim, mas minha vergonha era maior e eu precisava de espaço.Estava com saudade dele. Sentia falta da sua voz, seu cheiro, o abraço, de suar debaixo dele enquanto me contorcia de prazer...Não lhe havia contado sobre a primeira consulta. Não sabia se me sentiria confortável com a sua companhia. Egoísta, eu sei. Mas, talvez, eu ainda falasse.Depois de um demorado banho, vesti-me e desci para o jantar. Era quase seis da tarde e eu já estava com muita fome. Ao descer a escada, escutei a gargalhada do meu padrinho vir da varanda. Andei até lá.— Ah, aí está ela — disse ele, sentado na poltrona perto da porta.Franzi o cenho com estranheza. Ao chegar mais perto, olhei para o outro lado e tomei um susto ao ver Adan sentado no sofá. Ele segurava um copo com uísque em uma mão e com a outra acar
DianneNa sala de espera no consultório, Karen me fazia companhia.— É impressão minha ou ontem o Adan ficou um pouco chateado em saber que quer comprar uma casa? — perguntou baixinho, enquanto folheava uma revista antiga de moda que achou por ali.— Sim, ele ficou.— Por quê? — Olhou-me.— Quando aconteceu a depredação, antes de eu saber que estava grávida, ele queria que fosse morar com ele na Casa Branca. Eu não me sentia pronta para isso e disse-lhe, embora o fato de acordar todos os dias ao seu lado seja incrível. No entanto, depois de o bebê, acho que pensou que fosse exatamente isso que iria acontecer, que eu mudaria de ideia. Porém, acontece que não mudei. Ainda não quero morar com ele.— Antes de toda a bagunça, vocês já não dormiam juntos com frequência?— Sim, quase todos os dias.— E isso já não é viver juntos? E que diferença faz ele ou você acabar de levar as roupas para a casa do outro?— Toda a diferença! Quero o meu espaço, minha casa. Quero ter onde poder ficar sozinh
DianneEstava excitada. Senti o meu corpo aquecer quando Adan pegou-me nos braços e caminhou até o maior sofá ali, deitando-me nele. Primeiro, retirou o seu cinto. Depois, os sapatos. Em seguida, arrancou a sua calça e a camisa.Ajoelhando-se aos meus pés, sobre o estofado, ele agarrou as minhas coxas e subiu lentamente as mãos até as laterais da calcinha. O tecido fino e leve deslizou pernas abaixo e logo foi jogada no chão. Erguendo um pouco do vestido, ele se curvou para a frente e beijou a minha boceta. Aquilo pareceu uma saudação. Suspirei excitada.Antes da noite anterior, cheguei a pensar que, quando ficasse nua à sua frente outra vez, me sentiria mal e ainda envergonhada, mas não. Aquele era Adan, o homem que me tocou da forma mais terna e respeitosa em toda a minha vida. Simplesmente não havia como me sentir mal diante dele. Era ao contrário. Sentia-me livre, empoderada, desejada e sexy. Pelo contrário, sentia-me pronta para receber e dar prazer.A sua língua deslizou entre os
Dianne— O que você quer, Paco? Por que não acaba logo com esse joguinho? Me diga onde e quando que eu levo o seu dinheiro.Seria perfeito se concordasse com isso. Pegaríamos ele mais rápido e fácil do que imaginava.Paco gargalhou alto, era estridente.— Não tão rápido, Dia. Eu andei pensando e acho que você e o presidente podem pagar melhor. Eu quero o dobro! Agora quero um milhão.Apertei o telefone com muita força, conseguindo quebrá-lo ao meio. Estava furiosa.— Um milhão?— Uhum.Respirei fundo.— Onde e quando? — disse entredentes, tentando ao máximo não me descontrolar.Mas ele nada disse. A ligação foi encerrada.— O quê? — Olhei confusa para o telefone.Quanto mais tempo essa merda iria durar? Se ele queria dinheiro, por que não dizia logo onde poderia dar-lhe? Havia mais por trás das chantagens? Qual a sua real intenção?— Chegamos.Olhei pela janela e vi que já havia chegado na casa do tio Thommy. Desci e entrei indo até a sala.— Ah, meu Deus! — falei assustada e constrang
DianneNo sábado eu continuei a escrever. Eu digitava freneticamente, fazendo e refazendo. Queria poder pegar o celular e ligar para Theo e dizer: “finalmente estou conseguindo escrever!”, mas certamente ele não me atenderia. Sentia a sua falta.Adan tinha muito trabalho e eu não me importei de passarmos o dia longe. Quase não saía do quarto, era Karen quem vinha me ver e trazer algo para eu comer a cada três horas. Disse ter lido na internet que grávidas precisavam se alimentar com frequência e com alimentos que contivessem ferro para evitar uma anemia na gestação. Ela estava sendo ótima, cuidava muito bem de mim.No domingo, eu acordei às nove. Estava com muito sono, havia ido dormir às três da manhã. Escrever me fazia feliz, e eu estava gostando de me lembrar disso. Além de que me tomava bastante tempo e assim eu não ficava me torturando na internet com o hate. Se bem que era agradável ver cada vez mais mulheres surgindo na minha defesa. Isso me dava vontade de colocar a minha voz a
Dianne— Eu te amo, Theo. E quero você de volta na minha vida e na vida do meu filho. Quero que seja o tio que vai dar a ele doces escondidos de mim e ensinar alguma traquinagem idiota que muito provavelmente vai me irritar. — Sorri, emocionada. — Lembra quando o meu pai dava sorvete para a gente escondido das nossas mães, antes do jantar? Elas só descobriam quando não comíamos toda a comida no prato. — Ri com a lembrança.Uma grossa lágrima desceu por seu rosto. Rapidamente ele a secou.— Eu acho que devemos parar com tanto amargor e orgulho.— Não sei como parar — confessou.— Primeiramente, fica feliz por mim. Depois, me peça desculpas pelas coisas horríveis que disse nos seus julgamentos incoerentes.— Estou feliz por você. Estou mesmo! Mas dói.— Por que dói?— Porque um bebê é o laço que tornam as coisas ainda mais fortes entre você e o Adan. Eu te amo, Dianne. Eu nunca quis, mas amo você! — Encolheu os ombros, chorando. — Desculpe — murmurou, secando os olhos. — Eu tentei parar
DianneUm tempo depois do almoço, Thelma se despediu e foi para casa. Karen e o meu padrinho voltaram para o jardim de inverno com meia garrafa de vinho na mão.— Quer subir? — perguntei ao Adan.— Quero.Peguei a mão de Adan e nos levei para o quarto. Ao entrar, ele olhou tudo a sua volta, curioso. Ainda havia vestígios da minha adolescência ali.— Por quanto tempo morou aqui?— Alguns anos antes da faculdade e mais algum tempo depois.Puxei-o para a cama. Ele se sentou e olhou para o laptop ao seu lado. Passou a mão sobre ele e o puxou para mais perto.— Estive pensando e acho que não devia voltar para a Casa Branca. É notório a alegria e satisfação que sente em escrever. Por que não se dedica a isso?— Não me quer mais trabalhando perto de você? — Fingi uma expressão de ofensa.Eu havia entendido o seu pensamento. Ele só me queria bem e fazendo algo que me fizesse feliz, apesar de o jornalismo fazer isso também. Porém, sempre sentia algo diferente quando escrevia. Uma chama por dent
Dianne— Não acho que Paco queira só dinheiro. Ele quer vingança. Quer torturar você.— Desgraçado — murmurou Adan, entredentes.— Eu não passo de um jogo para ele. Uma obsessão.— Sim. E será preciso estar atenta, sempre. Não sabemos do que ele é capaz de fazer quando se cansar disso.Adan me olhou tenso. A sua mão veio na minha direção e se apoiou na barriga.— E depois, pessoal... eu não sei se ele está sozinho nisso. Desculpe a expressão, mas você se tornou a galinha dos ovos de ouro. Você é uma presa cobiçada. É a futura esposa de Adan Bremner.— Dianne, eu temo pela sua vida. Temo por uma tentativa de sequestro. Isso pode acontecer, é fácil de imaginar se considerar as pessoas com quem ele está envolvido.Engoli em seco. Ele tinha razão. Os dois tinham razão sobre tudo. Eu estava realmente correndo perigo. O problema é que eu não sabia como me defender disso.— E o que vamos fazer?— Posso prender ele por tráfico ou porte ilegal de arma a qualquer momento, mas se ele não estiver