DianneO dia estava se arrastando. Era terrível saber que eu ficaria seis dias sem ver o Adan. Questionava-me quando essa situação toda iria mudar. Estava muito apaixonada e isso era ruim, em partes.Ele havia pedido a minha ajuda para conseguir encerrar a sua história com Estela. Eu o entendia. Era difícil. Eles estiveram um ao lado do outro por anos. Na cabeça de Adan, ele tinha uma dívida eterna com ela, disse sentir que lhe devia tudo por estar ali com o seu apoio. Talvez achasse injusto colocá-la para fora da sua vida, logo agora que vivia o ápice da sua carreira política.Adan havia saído da pobreza extrema. Ele e os seus outros três irmãos foram criados somente por sua mãe. O pai nunca foi presente. A sua história era admirável. Ele trabalhava desde os treze anos. Cursou a faculdade graças a uma bolsa de estudos. Formou-se com honras. Desde a sua formatura entrou para a política e começou a fazer a sua história, deixar a sua marca no mundo.Ficou conhecido como o bom candidato,
DianneO despertador tocou as seis da manhã. Espreguicei-me e virei para o lado. Era sábado, mas eu precisava ir trabalhar. Sentia falta de estar na sede nesses momentos. Eu não trabalhava aos sábados, domingos ou feriados.Ao meu lado, na cama, havia um porta-retratos com o qual dormi abraçada. Nele, continha uma foto dos meus pais. Aquela foto era tão linda. Havia sido tirada em uma viagem de férias na Rússia, meses antes de falecerem em um acidente de carro.Levantei-me com a foto na mão e caminhei até a mesinha onde ele ficava, ao lado da janela. Antes de colocá-lo lá, beijei a imagem.Após tomar um suco verde, caminhei para a lavanderia e calcei os meus tênis de corrida. Precisava sair para me exercitar. Ao pisar na calçada, fui recebida pela luz do sol e a brisa de verão. Eu amava muito essa época do ano, mesmo que, à noite, as temperaturas caíssem um pouco.Coloquei os fones nos ouvidos, selecionei a playlist que eu mesma havia criado para corridas matinais, deixei no volume máx
Dianne— Belas flores — disse o jornalista da NY Notícias.Sorri um tanto envergonhada, notando estar sendo observada pelos poucos colegas que havia ali naquele dia.— É meu aniversário — justifiquei para todos, como se houvesse a necessidade de fazer aquilo.Alguns desejaram felicidades parados onde estavam, sem sequer ter o trabalho de se aproximar. Já outros, só voltaram aos seus afazeres ignorando a informação.Respirando fundo, guardei os cartões na minha bolsa que ficava trancada na última gaveta da mesa. Segui para a Sala do Gabinete e, ao me aproximar da porta, os seus seguranças estavam ali. Ao chegar mais perto, o mais novo abriu a porta para que eu entrasse, fechando-a logo atrás de mim.Quando olhei para o lado, lá estava Adan. Ele sorriu lindamente e se aproximou. Mais uma vez, os meus olhos se encheram de pura emoção. O meu coração bateu mais forte e as minhas pernas estremeceram sobre o salto alto.— Feliz aniversário. — Tocou o meu rosto com a sua mão quente, fazendo aq
DianneÀs sete e meia, a campainha da minha casa tocou. Abri a porta e lá estava Theo. Ele segurava uma caixa grande. Tão grande, que quase cobria o seu rosto. Ri com a cena.— O que é isso? — Apanhei-a.— O seu presente de aniversário.Dei passagem e ele entrou em casa.— Devo abrir agora?— Não. Deixe para abrir quando voltar para casa mais tarde, ou amanhã. — Balançou as sobrancelhas rapidinho, para cima e para baixo.— Tudo bem. — Coloquei a caixa sobre o sofá.— Feliz aniversário, Dianne. — Abriu os braços para mim.Sorri e abracei-o, recebendo o seu carinho.— Obrigada.— Eu te amo. Vou estar aqui, sempre.— Eu sei. Também estarei aqui para você, sempre!Ele beijou as minhas bochechas e depois a minha testa.— Vou calçar as sandálias e colocar comida para os gatos. Você chama o táxi?— Okay.Ele se jogou no sofá e eu subi as escadas. Sentada na cama, calçava as minhas sandálias quando o celular tocou sobre a mesinha de cabeceira. Era Adan. Levantei-me, fechei a porta antes de ate
DianneA noite havia sido incrível. Passava da uma da manhã quando Theo e eu entramos em um táxi indo para a minha casa. Com a cabeça deitada no seu ombro, observava as luzes da cidade lá fora. Theo segurava a minha mão e fazia carinho no meu braço, com a sua cabeça apoiada na minha. O táxi desacelerou e parou em frente à minha casa.— Chegamos — disse ele.Descemos e Theo pediu para que o motorista esperasse.— Obrigada por hoje. — Apoiei as minhas mãos nos seus ombros. — Foi ótimo, me diverti bastante. Você estava certo, eu precisava dessa festa. — Sorri.Ele retribuiu o sorriso e os seus olhos encheram-se com um brilho diferente, que soube logo reconhecer. Aquilo era paixão. Odiava-me por fazer isso com ele.— Eu também curti a noite. Tem certeza de que vai ficar bem? — Colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.— Tenho sim. Não precisa ficar, pode ir descansar. — Abracei-o. Ao soltá-lo, beijei o seu rosto. — Boa noite, Theo.De repente, o inesperado aconteceu. Ele se aproximo
AdanCom o seu dedo indicador, me chamou para se juntar a ela. Dei um passo para fora da boxer e segui lentamente até a sua cama. Quando ia me inclinar sobre dela, Dianne me impediu segurando firme os meus ombros.— Segunda gaveta da mesa de cabeceira.Franzi o cenho.— Abra! — ordenou com a sua voz mansa.Abri a gaveta e lá estava uma fita com oito preservativos, jogados sobre algumas coisas, como: grampeador de papel, canetas e post-it's. Peguei a fita inteira e fechei a gaveta. Olhei para Dianne e agora ela sorria de um jeito angelical e totalmente tentador. Mudou a sua pose e sentou-se no meio da cama de pernas abertas, escorando-se para trás apoiada nos antebraços.— E agora? O que vai fazer comigo, Adan?A sua voz baixa teve um efeito perturbador no meu corpo. A minha pele inteira se arrepiou. A minha respiração ofegou e o meu coração batia tão rápido que chegava a zumbir os meus ouvidos. Estava ansioso. Agarrei o meu membro e me aproximei jogando os preservativos sobre a cama.
DianneAcordei com a claridade do dia, percebendo ter perdido a hora naquela manhã. Aos domingos, eu sempre saía para correr no parque. Espreguiçando-me, senti uma leve dor de cabeça. Isso era recordação da bebedeira. Há muito tempo não bebia como na noite anterior. Um total de nove cervejas, seis shots de tequila e um Sex on the beach que dividi com a Karen.Olhei para o lado e o encontrei vazio. Sentei-me e tentei ouvir se algum ruído vinha do banheiro, mas nada chegou aos meus ouvidos. Olhei no chão e as roupas de Adan não estavam lá. Recusava-me a acreditar que ele havia ido sem se despedir.Levantei-me, peguei o robe sobre o divã e vesti-o. Abri a porta do quarto e corri para a escada. Ao me aproximar dos últimos degraus, senti um cheiro delicioso vir da cozinha. Sorri. Ele não havia ido embora. Caminhei até lá e Adan estava em frente ao fogão, de costas para mim. Andei até ele silenciosamente e o abracei por trás.— Bom dia, querida.— Bom dia, presidente. — Beijei as suas costa
DianneO caminho não foi tão longo. Ao nos aproximar do Capitólio, havia um grupo que fechava a rua fazendo protesto contra as mudanças no seguro social. Era óbvio que isso aconteceria. Adan, assim como milhares de americanos, sabia o quanto de golpes havia no sistema criado para favorecer as pessoas mais necessitadas. Várias denúncias surgiram durante o governo anterior sobre pessoas estarem recebendo o dinheiro em nome de outra, que nem sequer sabia que o benefício estava ativo no seu nome. Ou de pessoas que fraudavam as suas inscrições para se enquadrarem no direito de receber o dinheiro mensal.A mudança que Adan e a câmara dos governadores aprovaram, consistia em haver investigação nos casos sob suspeita e um critério maior e mais refinado para futuras aprovações. E sem dúvidas isso estava criando revolta em algumas pessoas. Na sua maioria: cidadãos de classe média e políticos corruptos.Quando enfim conseguimos parar, desci e segui para a área dos jornalistas utilizando do artif