Tudo parecia um sonho, mas era hora de voltar à realidade. Alice e Richard retomam suas rotinas na empresa, agora sem a necessidade de esconderem seu relacionamento das pessoas.— Vou mandar preparar uma sala só para você — comenta Richard, enquanto saem do estacionamento da empresa e entram no elevador.— Nem pense nisso. Estou muito bem onde estou — ela o adverte, com um sorriso firme. — Não quero ser acusada de nepotismo, especialmente agora que todos sabem sobre o nosso casamento.— Mas não posso tratá-la como uma funcionária qualquer, você é minha esposa, a mãe dos meus filhos — declara Richard, puxando-a para um abraço e beijando-a com carinho.— Mas aqui na empresa, serei apenas mais uma das suas funcionárias — ela se afasta suavemente ao ver a porta do elevador se abrir. — Me trate com respeito, senhor Carter — comenta com ironia, saindo do elevador e deixando-o lá dentro. — Aqui é o meu andar. Nos vemos à noite, senhor — ela pisca para ele, de maneira provocativa.Richard não
Alice se levanta rapidamente de sua mesa, pegando sua bolsa com pressa.— Cole, preciso sair agora. Algo urgente aconteceu — avisa enquanto sai da sala, sem esperar resposta.Ela caminha apressada em direção ao elevador, pega o celular e liga para o marido. Richard atende no primeiro toque.— Sentiu minha falta e decidiu me procurar? — Richard brinca, com a voz suave.— Amor, aconteceu algo terrível — diz Alice, com a voz trêmula e prestes a chorar.— O que houve? — ele pergunta, já se levantando de sua cadeira e pegando o paletó.— Meu pai foi gravemente ferido e está no hospital — responde ela, com a voz vacilante. — Pode conseguir um voo para mim agora mesmo? Vou passar em casa apenas para arrumar algumas coisas minhas e da Lily — revela, enquanto aperta freneticamente o botão do elevador, que parece demorar uma eternidade para fechar.— Vou providenciar o avião agora mesmo. Espere-me no estacionamento, eu te levo para casa — declara Richard, com determinação.Alice encerra a ligaç
Ao perceber que a ligação foi encerrada, Alice olha para a mãe com uma expressão de puro horror.— O que aconteceu, minha filha? — pergunta Silvia, já antecipando o pior.— Preciso ir para o nosso apartamento. Ligue para a polícia agora mesmo, alguém está com o telefone do Richard e... — Alice pausa, incapaz de terminar a frase, o medo transparece em cada palavra.— Meu Deus, e a Lily?— Eu não sei, mãe! Pelo amor de Deus, chame a polícia agora! — implora Alice, já se preparando para sair do quarto.— Você não pode ir sozinha! E se fizerem algo contra você?— Eles não farão nada comigo, mamãe. Pelo que entendi, eles querem me atingir, por isso fizeram isso com o papai.Alice sai do quarto às pressas, enquanto Silvia, em desespero, liga para a polícia e para alguns amigos de George que trabalham na polícia.Alice chega ao apartamento ao mesmo tempo que duas viaturas policiais. Os policiais correm para o local. Embora eles insistam que ela espere do lado de fora, Alice não consegue se
As investigações sobre Dora chegam a uma conclusão surpreendente: ela vendeu todas as suas propriedades na cidade, inclusive a casa que herdou de seu filho falecido.— Parece que ela deixou a cidade, mas ainda não conseguimos rastrear seu novo endereço, já que não há mais nada registrado em seu nome — o investigador relata com uma voz grave, refletindo a seriedade da situação.— E as imagens das câmeras de segurança? — Alice pergunta, sua voz carrega ansiedade e desespero, enquanto o pensamento de sua filha desaparecida a consome.— Um suspeito foi captado nas imagens entrando no elevador, carregando o que parece um saco de beisebol, provavelmente dentro dele estava a arma usada para ferir Richard Carter.— Meu Deus… — Alice sussurra, seu coração se aperta com o terror de saber que seu marido continua desacordado no hospital.— O suspeito vestia uma jaqueta preta, um boné escuro, óculos, luvas, calças e botas pretas. Ele tomou todas as precauções para dificultar a identificação. O por
Quando Alice entra no quarto onde seu marido está sob observação, não consegue conter as lágrimas. Richard está acordado, mas seu semblante abatido e olhar distante revelam o efeito dos medicamentos. Ao vê-la, ele fica inquieto, levantando o braço com dificuldade e estendendo a mão, pedindo silenciosamente que ela se aproxime. No quarto, além de Richard, estão Elis, Abraham e Meredite, que chegaram às pressas assim que souberam do ocorrido. O ar é pesado; todos estão profundamente abalados e tristes.Alice se aproxima de Richard e segura sua mão com força.— Como você está? — pergunta, a voz trêmula, tenta conter o choro.— Eles bateram na porta e eu pensei ser você… por isso abri sem hesitar — começa Richard, com a voz carregada de arrependimento. — Mal abri a porta e já senti uma pancada na cabeça… — ele lamenta, as lágrimas escorrem pelo rosto. — Onde está nossa filha? — questiona, com preocupação evidente, enquanto aperta ainda mais a mão de Alice.— Ainda não a encontraram — resp
Na pequena casa isolada, distante da cidade, a manhã chega fria e silenciosa. Dora desperta cedo e, ao ouvir o silêncio no quarto, percebe que a criança ainda dorme. Após ter chorado a noite inteira sem receber nenhuma atenção, Lily finalmente se cansou e adormeceu, exausta.— É assim que os bebês devem se comportar, quietinhos no berço — murmura Dora, levantando-se para preparar o café da manhã.Antes de se dirigir à cozinha, ela liga o velho rádio que fica na sala. O som emitido por aquele rádio é a única coisa que consegue acalmar sua mente perturbada.Dora coloca a água do café para ferver no fogão a lenha, o único meio de aquecimento na pequena e antiga cozinha. Ela se senta na sua cadeira de balanço, pega o celular e começa a verificar as novidades do dia. Estranha ao ver várias chamadas perdidas de um número desconhecido, mas decide ignorá-las. Enquanto passa os olhos pelas atualizações nas redes sociais, percebe que Silvia, a mãe de Alice, ainda não postou nada sobre o estado
Abraham disse que quem age por conta própria tem mais êxito do que quem espera pelos outros, e foi exatamente o que aconteceu. Em apenas três horas de investigação, utilizando as mesmas informações que a polícia, os investigadores contratados por ele conseguiram localizar o criminoso que atentou contra a vida de George, feriu Richard e sequestrou a pequena Lily.Na delegacia, sob intensa pressão durante o interrogatório, o homem finalmente revela que Dora é a mandante de todos os crimes. O criminoso, identificado como Andreas, era um vizinho de longa data de Dora, um homem solitário, viciado em bebidas, jogos e drogas ilícitas. Desesperado por dinheiro fácil, Andreas já possuía passagens pela polícia por roubo e tentativa de homicídio. Ele conhecia bem a história entre Endrick e Alice, e sempre ouvia as queixas e o desejo de vingança de Dora. Percebendo que a mulher estava disposta a fazer qualquer coisa para se vingar, Andreas ofereceu seus “serviços” por uma quantia específica. Dora
Dora está tomando banho quando escuta um som estranho vindo de fora do banheiro. Sem hesitar, ela sai do chuveiro, sem sequer pegar uma toalha para se cobrir, e se apressa em direção ao quarto. Ao abrir a porta, encontra Lily, sentada no berço, imersa na escuridão do quarto. A pequena bebê a encara com um olhar assustado, e então começa a chorar. O som ecoa pelo ambiente sombrio.— De novo, menina? Meu Deus, que vontade de te arremessar contra essa parede para ver se para de chorar! — Dora resmunga, vasculhando o quarto à procura de uma roupa para vestir.Mais uma vez, ela escuta um barulho estranho e seu corpo se enrijece em alerta. Agradece mentalmente por não ligar o rádio naquele dia. Rapidamente, ela veste um vestido branco folgado, deixando seus cabelos grisalhos emaranhados e soltos, dando-lhe uma aparência ainda mais desleixada. Em seguida, pega Lily no colo e, com um movimento ágil, apanha uma faca que mantinha escondida atrás do travesseiro.— Acho que não estamos sozinhas,