Após o passeio em Davenport, Adrian convida Madeline para jantar em um pequeno restaurante de comida mexicana ali por perto. O local é simples, as cadeiras ficam do lado de fora, proporcionando uma vista deslumbrante do pôr do sol. Enquanto espera pelo pedido, Madeline sente a brisa suave do entardecer tocar sua pele. Fazia muito tempo desde que experimentava uma paz assim.Desde que começou a se envolver com Richard, não teve mais um dia de tranquilidade, sempre vivendo com o medo constante de ser descoberta e abandonada.— Em que está pensando? — Adrian pergunta, notando o silêncio prolongado dela.— Em como me diverti hoje — confessa, com um sorriso que ilumina seus olhos. Um sorriso que faz Adrian se apaixonar ainda mais.A confissão dela o pega de surpresa, e um sorriso sincero brota em seus lábios ao sentir que ela está se divertindo.— Fico feliz por poder testemunhar a sua felicidade. Espero que você se sinta assim daqui em diante.O sorriso de Madeline desaparece e seus olhos
O fato de Adrian ser tão carinhoso e atencioso com ela a deixa perturbada.— Por que você não pode ser assim comigo, Richard? — ela sussurra, enquanto sente o gosto salgado das lágrimas chegando em seus lábios.O som do seu choro ecoa pela enorme e vazia casa, e ela se pergunta se aquele sofrimento já é um castigo pelas mentiras que inventou.Sentindo uma culpa esmagadora no peito, ela caminha em direção à garagem e pega seu carro. Não quer ficar sozinha naquela casa, especialmente após um dia tão maravilhoso. Dirigindo em direção à mansão dos Carter, Madeline se prepara para encarar Richard e confrontá-lo.Ao bater na porta da mansão dos sogros, é recebida por Elis, que ao vê-la, lança-lhe um olhar de desprezo.— Como ousa aparecer aqui? — Elis pergunta, deixando transparecer o quanto está insatisfeita com sua presença.— Vim falar com seu irmão — responde Madeline, ignorando o desprezo nos olhos de Elis.— Não basta o inferno que você causou a ele nas últimas horas?— Preciso falar
Quando abre os olhos pela manhã, Madeline se dá conta de onde está. Ela olha para o lado, mas não vê Adrian. Lentamente, se levanta e encontra a roupa que usou na noite passada, dobrada e passada. Ela sorri, percebendo que Adrian acordou mais cedo para lavá-las. Vestindo a roupa, sai do quarto, encontrando Adrian na cozinha. Quando ele a vê, lança-lhe um sorriso e caminha em sua direção.— Bom dia, princesa — saúda Adrian, dando-lhe um beijo carinhoso.— Bom dia — responde timidamente.— Estava preparando o café da manhã para você, mas vejo que se adiantou.— Sabe me dizer que horas são? Meu celular está descarregado — comenta, sentindo-se um pouco perdida.— São onze e meia — responde.— Sério? — surpreende-se. — Preciso ir para casa antes que meus pais cheguem.— Toma café primeiro, depois te levo — diz Adrian, servindo um copo de suco.— Você não vai trabalhar hoje? — indaga Madeline.— Sim, mas meu turno esta semana é à noite — explica.— Entendo — responde, bebendo um gole do su
Quando entra em seu quarto, Madeline é acompanhada por sua mãe.Nina não consegue compreender como a filha chegou àquele estado. Todas as revelações a deixaram assustada e surpresa, sem entender o que realmente se passava na vida da filha. Mesmo que sempre tivessem tido um bom relacionamento, não a conhecia mais. Madeline deita na cama e começa a chorar, percebendo que foi impulsiva ao contar tudo de uma vez ao pai. Devia ter abordado com mais cautela, primeiro mencionando seu desinteresse no noivado e depois falando sobre Adrian. Agora, preocupava-se por ter possivelmente prejudicado o trabalho do rapaz. Ela deseja ligar para Adrian para relatar o que ocorreu, mas decide que a mãe deve deixar o quarto primeiro. — Madeline, como isso pôde acontecer, minha filha? — Nina se senta ao seu lado na cama e tenta consolá-la.— Simplesmente aconteceu, mãe. O amor deve ser correspondido, espontâneo e sentido por ambas as partes. Richard jamais me amaria, e eu sei que, depois do retorno de Alic
Richard percebe a aproximação de Madeline em direção à Alice e rapidamente se adianta, determinado a evitar qualquer tipo de cena desagradável na empresa.— Sim, ela está trabalhando aqui — responde ele, com um tom que não disfarça o desafio.— E por que não me avisou? — Madeline questiona, sem se importar com a presença dos demais na sala.— Desde quando preciso te avisar sobre o que faço na minha própria empresa?A resposta de Richard causa um silêncio tenso entre os presentes, que não conseguem disfarçar o espanto diante da frieza com que ele trata a noiva.— Você tem razão, não precisa me avisar sobre nada — Madeline concede e um leve sorriso sarcástico se forma em seus lábios. — Te espero na sua sala — diz, antes de sair da sala com uma calma que surpreende a todos, inclusive Richard, que esperava uma reação mais explosiva.— Você está bem? — ele pergunta, voltando-se para Alice, que parece visivelmente surpresa.— Sim, estou — responde Alice, tentando esconder seu desconforto di
Madeline começa a chorar de forma inconsolável. Ela sabe que precisa contar a verdade para se redimir com Richard, mas a vergonha pelo que fez para conseguir o que queria, a consome.— Fala logo! — insiste Richard, sacudindo a cadeira dela.— Richard, por favor, você está me assustando — admite ela, com o rosto marcado pelo pavor.— Para de me enrolar, diga logo o que aconteceu de verdade naquela noite — continua, impaciente.— Vou dizer, mas você precisa se acalmar — implora, levantando as mãos em sinal de apaziguamento. Richard percebe que as mãos dela estão trêmulas, e, embora não sinta nenhuma pena do medo que ela demonstra, decide se afastar.— Tudo bem — ele se afasta, mas seu olhar continua severo, quase intimidante.— Naquela noite, eu queria muito chamar a sua atenção de alguma forma, mas não sabia como fazer. Ouvi a Elis ao telefone com o Steve, comentando que você estava apaixonado por alguém da Inglaterra, e isso me encheu de ciúmes. Quando fomos jantar e você me jogou aqu
Após refletir bastante, Madeline entra no jato que a levará imediatamente para São Francisco com Richard. Durante o voo, ela reflete sobre o que dirá aos pais. Embora envergonhada, sabia que precisava contar a verdade. Ainda não tinha plena consciência das consequências de seus atos, mas sentia que, ao menos, sua consciência ficaria mais leve. Tudo o que queria era resolver essa situação e, finalmente, encontrar-se com Adrian.Desde que viajou para conversar com Richard, Adrian enviava mensagens tranquilizadoras, pedindo que ela fosse sincera em seus sentimentos. Ele garantiu que, independentemente do que acontecesse, estaria ao lado dela. Essas palavras a confortavam, mas também a deixavam apreensiva, pois sabia que seu pai não reagiria bem ao saber a verdade.— Acha que algum dia você vai me perdoar? — pergunta Madeline, olhando para Richard, que está sentado em uma poltrona à sua frente.— E o que você fez merece perdão? — Richard responde, sem demonstrar nenhuma emoção.— Acho que
Nina se aproxima do marido, implorando que ele retire suas palavras.— Não diga isso sobre a nossa única filha, Donald. Você não pode simplesmente mandá-la embora de casa.— E você realmente quer que alguém como ela continue aqui, depois do que fez? — responde ele, com a voz carregada de indignação.— Ela é jovem, está sujeita a cometer erros — tenta interceder, buscando uma saída pacífica.— Então que vá cometer seus erros bem longe daqui. Estou indo me arrumar para um compromisso importante, e quando voltar a esta sala, quero que ela já tenha ido embora — reverbera, com uma frieza cortante.— E não se preocupa com o escândalo que surgirá quando souberem que você expulsou a própria filha de casa? — questiona Nina, com o rosto refletindo preocupação.— O escândalo virá de qualquer maneira. Já temos que lidar com o fim do noivado; não quero mais saber de nada — declara, saindo da sala. — Não quero mais vê-la aqui, entendeu? — diz Donald, lançando um último olhar duro para a filha antes