Raniya precisava esfriar a cabeça, então irrompeu pela porta da frente, afastando-se o mais rápido possível da família. Ouviu passos atrás de si e virou-se para mandar qualquer assaltante ir pro inferno, sentia que estava enlouquecendo com todas aquelas informações.
Porém, para a sua surpresa, deparou-se com Joan que corria tentado alcançá-la parecendo ofegante, seus olhos se encontraram e após um longo suspiro, lhe pediu que andasse mais rápido. Não queria colocá-la em problemas, mas estava realmente irritada e não conseguia voltar para casa naquele momento. Sua mente fervilhava em pensamentos tumultuosos e angustiantes. No final, acabara por aceitar a companhia da outra enquanto caminhava pela calçada.
Caminhava lentamente pelas ruas mal iluminadas, sentindo uma estranha sensação de familiaridade naquele momento e logo lembrou do ataque
Far estava realmente irritado naquele dia, acabara de descobrir a confusa condição de Joan e sentia uma vontade incontrolável de descontar toda sua raiva em alguém.– Você sabia que o espécime HE03 também era imperfeito... – Far gritou socando o rosto de Andre com violência, precisava descontar sua raiva por descobrir que seu experimento saiu do controle e aquela lhe parecia uma ótima oportunidade.Sem pensar muito, pegou a coisa que estava mais próxima, um bisturi cirúrgico, e o usou para esfaquear o peito do jovem. Seus olhos se encontraram e por um segundo pode ver uma expressão de decepção em seu rosto que empalidecia, antes de vê-lo cair aos seus pés.Deu as costas, ignorando o rapaz que sangrava caído no chão frio e saiu, retornando ao laboratório onde ainda havia muito trabalho a
Pela terceira vez, Forst oscilava entre a consciência e a semiconsciência, não conseguia mensurar quanto tempo se passara e a cada minutos parecia que não conseguiria mais manter-se acordado, estava realmente entorpecido pela dor insuportável em cada fibra de seu corpo. Mas logo estava desperto novamente com os gritos de dor ao sentir sua última unha da mão esquerda sendo arrancada com um alicate. – Eu poderia somente te matar... – Far comentou retirando a pele queimada de seu peito, sorrindo como o lunático que era. – Mas no final, achei uma utilidade para você, sempre quis saber quanto tempo você dura sob tortura. Os olhos de Forst arregalaram-se ao ouvir os planos daquele lunático, mas logo sorriu cuspindo o sangue que retornava a sua boca no rosto do cientista. O olhou com nojo e pela primeira vez sentiu vontade de o contrariar. – Então, espero morrer rápido só para te atrapalhar. – O gêmeo respondeu com um sorriso de canto em deboche. – Espero que queime no inferno!
Forst via-se em um estado de torpor, estava quase recuperado e caminhava pelos longos corredores tentando se situar, aquele novo momento que estava vivendo parecia estranho e irrealista, era como se vivesse um sonho, porém, sua parte mais racional o lembrava do quanto tal ato seria impossível uma vez que jamais sua mente poderia criar algo que nunca havia visto, carinho.Não era uma surpresa perceber o carinho com que as gêmeas eram tratadas por seus pais adotivos, já esperava por algo parecido quando se encontrou com elas pela primeira vez, vendo-as evidentemente saldáveis. Porém, o que o impressionava, era sentir aquele afeto sendo direcionado a ele e o irmão, mesmo sendo praticamente estranhos. Quando chegou à sala, seus olhos esverdeados focaram-se sobre Raniya que lia algo sentada no topo da escada, observa
Há quilômetros daquele “final feliz”, um jovem de nome Iuri caminhava a passos lentos devido às correntes que limitavam seus movimentos, seus lábios rosados comprimiam-se de nervosismo e quase não conseguia evitar os tremores que o faziam chacoalhar as algemas pesadas. Ergueu seus grandes olhos azuis, fixando-os no corredor de paredes cinzentas que parecia interminável e antes que pudesse evitar, sua mente começou a divagar em pensamentos conturbados. “Será que as coisas seriam deferentes se você estivesse vivo, John?” Questionou-se tristemente enquanto ouvia apenas o tilintar das correntes e pesadas passadas no chão às suas costas, fazendo-o sentir como se estivesse caminhando para o corredor da morte. E talvez o fosse. John sempre havia sido sua inspiração, desejando tornar-se médico para que pudesse trabalhar ao lado dele no exército quando se graduação, porém, seus sonhos se despedaçaram quando receberam um e-mail informando sobre a morte de seu irmão mai
Reunidos em silencio no grande pavilhão a céu aberto, cada preso recebeu suas designações e funções atribuídas. Em sua grande maioria, trabalhos pesados como a construção de parte do muro secundário, ou cortar lenha em meio a neve gélida. Os homens que possuíam menor porte físico, ficavam responsáveis pela limpeza, mas ao ler a ficha de Yuri, notaram que as habilidades medicas do jovem poderiam ser aproveitadas na enfermaria do presidio. Enquanto limpava e organizava os armários daquele cômodo um tanto “abandonado”, o jovem acabou por encontrar um velho caderno deixado pelo último enfermeiro, era muito antigo e as folhas estavam amareladas, exalando um cheiro que fazia seu nariz coçar, mas percebeu que poderia usá-lo a seu favor. Era um objeto que basicamente havia se transformado em lixo, porém, viu-se na necessidade de pedir permissão a um dos guardas para ficar com ele, e quando recebeu uma resposta positiva, agradeceu e o guardou, planejando anotar – mesmo que ap
Iuri ainda sentia a respiração dificultada por causa do soco que havia levado no estômago, ergueu a camiseta branca e fitou o hematoma enorme que havia se formado no meio de sua caixa torácica, surpreso enquanto se questionava se, caso tivesse acertado um pouco mais para o lado, o soco poderia ter quebrado suas costelas.Estava deitado em sua cama estreita, sobre um colchão duro e mofado, tentava dormir, tremendo de frio, a neve caia em uma nevasca do lado de fora e o cobertor não conseguia aquecer seu corpo o suficiente, ocasionando-lhe fortes tremores.Encolheu-se, abraçando seu próprio corpo e apertou o maxilar tentando parar de bater os dentes, gesto que sabia estar incomodando o mais velho que dormia na cama de cima, suspirou querendo conversar com ele, mas continha-se sabendo que certamente levaria uma bronca, e no final, lhe restava apenas a solidão.Quase congelando, sua mente começou a
Sentado em sua cama novamente, Iuri olhava para o nada perdido em pensamentos, por mais culpado que se sentisse pela morte de Boris, o que mais o assustava era o fato de que havia algo estranho no que seu irmão havia contado. E se sentia errado por questionar-se a possibilidade de Ivan ter realmente prejudicado alguém, sendo por isso que estava sendo perseguido.“Aquela mulher morreu por um erro seu?” Questionou-se enquanto juntando as mãos em frente ao rosto, como se orasse e quis chorar, estava prestes a entrar em desespero.Enquanto isso, Logan andava de um lado para o outro sem saber como ajuda-lo e imaginando que o loiro tivesse entrado em um surto psicótico.— Iuri sai dessa! Você precisa acordar! O moreno sussurrou ficando paranoico com a quietude do loiro que mantinha seus grandes olhos abertos e fixos no nada como se estivesse desligado da r
Quando finalmente acompanharam o grupo, os quatro colocaram os sacos de nylon com a madeira no chão, e ergueram as mãos, demonstrando que não apresentavam perigo. Em seguida, rapidamente foram reagrupados aos outros prisioneiros, respondendo pelos números impressos em suas roupas.Reunidos como sempre em grupo, os carcereiros empunharam seu armamento mantendo-os na fila indiana, a qual já estavam acostumados e foram escoltados em silencio de volta para a prisão com suas mãos algemadas por grossas correntes.Os olhos escuros de Logan caíram sobre os revólveres apontados em sua direção, imaginando se haveria a possibilidade de conseguir ao menos um daqueles, o fato de não saber com o que estava lidando o incomodava muito, e para piorar, estava desarmado, porém, logo desistiu aqueles pensamentos, prevendo os tiros que levaria caso tentasse.“Mas, onde encontraría