Olivia Varsalles
Senta ao lado de um estranho num avião é super normal, mas casar com um, e olhar para ele repetida vezes, seu futuro marido ser tão desconhecido quanto os outros em suas cadeiras, não foi o que planejei em minha vida, alguns transeuntes indo aos seus assentos, eu não deveria reclamar, em circuntância alguma, jamais, ele aceitou de bom grado em ser meu tutor, apenas deveria agradecer a ele, por proteger algo que nem mesmo é seu, mas ainda sempre estamos em conflito. — Passe querido! — Avisei quando chegou a meu lado, após deixar a sua pequena mala.
Suspirou fundo ao passar por mim, sentou na sua poltrona, sentei-me em seguida. — Talvez tenhamos começado mal, seu avô me ligou antes do... — Olhou-me, eu ainda com o livro nas mãos após sentar, apenas lhe olhei. — Ocorrido, não sabia que ele estava tão ruim a este ponto...
Sorri fraco, poucas vezes ocorreu em dias. — Ele nunca revelou quão mal estava, descobrir quando foi internado, mesmo com o diagnostico continuou a beber. — Respondi, para o homem que lamentou a meu lado. — Ah Varsalles, ele poderia ter evitado muitas situações ruins em tudo isto. — Havia voltado a ler, mesmo sendo grata não queria conversar com um desconhecido e como eu, ele se distraiu pegou o computador.
Lamentar, não resolverá nada, eu perdi, admitir a minha derrota quando vi o seu corpo no caixão sem vida. Onze horas de võo, onze horas com a cara no livro, enquanto o homem a meu lado, comeu, escreveu, dormiu, acordou, frustou-se com algo, mantive-me sobretudo em meu livro. — Isso vai engraçado vovô.
Disse a mim mesma, o avião pousou, mal estando em terras firmes seu celular tocava alto, pessoas indo e vindo em todas as direções notei que ele é um homem bem requisitado, a maneira como fomos recebidos por dois criados, se curvaram na nossa direção de maneira bem respeitosa. — Esta é a minha noiva... — Virei-me em meio ao cumprimento de curvatura ao escuta-lo.
— O que? — Gritei alto em busca de um explicação dele, que suspirou profundamente. — Seja bem vindo senhorita, és muito bonita senhor. — Olhei em seus olhos azuis, em busca de uma correção. — Obrigado Jim, leve-a para o apartamento, me encontre no Tell center em quinze minutos, Harry conseguiu o que lhe pedi?
Saiu andando como se fosse algo normal,apenas diminui meus olhos na suas costas. — Isto vai ter volta! — O homem sendo gentil pegou a minha mala, apenas um rapaz jovem, magro, cabelos pretos, pálido na pele, blusa branca e calça cinza. — Pode deixar que... — Recusou-se a me deixar pegar a minha mala.
— Eu não sou noiva, noiva exatamente noiva dele, ele só estava brincando com você! — Tentei argumentar, para o homem que não sorriu. — O chefe é esperto, uma moça bonita conseguiria casamento aqui facilmente. — Revirei os olhos frustada, ao aproximar do carro, correu abrindo a porta pra mim, em seguida.
— Não precisa se atér a tanto cuidado. — Ainda assim ele abriu e eu entrei no carro azul bem brilhante. — O que o seu chefe faz? — Ele assumiu o volante, sem me olhar. — O senhor Vance é empresário, muito importante,muito importante. — Assenti olhando em volta, o japão não é como nós imaginamos, é um lugar onde as pessoas vão e vem com pressa, mas sem poluição excessiva aos olhos.
— Irá me levar pra a casa dele? — Olhou-me rapidamente. — Sim. — Passei o resto do caminho em silêncio, até adormecer, senti as mãos me tocando no ombro, virei-me lhe olhando lentamente, ainda exausta. — Desculpe senhorita, ha tempos lhe chamo e não... — Sorri fraco, joguei os cabelos pra o lado. Suspirei fundo, lhe vendo ainda de mãos no ar como se fosse um pecado me tocar.
— Tudo bem, não se preocupe Harry é Harry não é? — Abriu um pouco mais os olhos me olhando. — Jim, Senhorita. — Assenti. — Jim, você ficará comigo é isso? — Pegando a minha mala, caminhamos em direção ao prédio grande. — Não, tenho que voltar para ajudar o senhor Vance.
— Ah sim. — Não toquei na escada, apenas subi degrau a degrau como ele, com o meu livro na mão, cheguei a um apartamento pequeno, quadrado, e singular, olhei para os comodos pequenos, havendo apenas um quarto, ao deixar a mala no quarto se curvou para mim. — Aproveite senhorita. — Virei-me a olha-lo.
— Temos alguém que fica aqui? — Olhou fugaz em ambas direções. — Fala de um criado para o lar? — Arqueei as sobrancelhas, ele negou me olhando, bufei entre lábios. — Duas vezes na semana. — Assenti com a sua resposta, ao sentar na cama saiu correndo do quarto, como se eu fosse lhe agarrar a qualquer momento.
Levantei peguei a minha mala algum tempo depois, peguei itens de banho, entrei no banheiro, depois de longas horas de vôo, apenas um banho, me banhei rapidamente, ao sair atirei-me na cama, sem hora para acordar.
Estava noite quando olhei em volta, talvez começasse a anoitecer, levantei olhando em volta a casa estava vazia, com fome preparei uma refeição simples. — O que vai ser da minha vida agora? — Me perguntei vendo que da Finlândia estou no Japão, após um dia confuso, a imagem da mulher que mostrava ser a minha mãe veio a minha cabeça.
Continuei sentada comendo devagar. Até que a porta foi aberta, olhei para o homem com uma mala preta nas mãos, blusa azul, calça preta celular na orelha, enquanto tirava os sapatos. — Não, me dê apenas dois dias, em breve entreguarei a proposta. — Virou-se me notando. — Sim, sim, imagino que não seja fácil, procure algo para entretê-lo.
Aproxinou-se da mesa, ainda sentada no tapete permaneci. — Boa noite senhorita. — O encarei beliscando o meu frango. — Esta com fome? — Arqueeou a sobrancelha ao mastigar. — Pediu isso? — Neguei. — Tem comida na dispensa,cozinha não é algo ruim.
— Mas é imprudente! — Avisou após mastigar, desligou o celular me olhando. — Falou comigo ou com a pessoa do outro lado? — Pôs a lingua no lábio superior me olhando. — Ficaremos aqui por dois dias, tenho que ver a situação da empresa do seu avô, ele não pensou que eu tenho meus negócios?
— Você aceitou porque quis, ninguém te obrigou a isso. — Revirou os olhos abrindo as mangas da camisa. — Alguma dificuldade em se instalar? — Neguei, voltando a comer, e mais uma vez vi a sua mão beliscar o frango, soltei o garfo. — Esta com fome? — O vi colocar na boca diretamente.
Acredito que não precisava de mais respostas, peguei um prato, servi uma porção, lhe entreguei, sentou-se a bancada. — Obrigado, parece que me enganei com você, parece, pensava que era menos... — Parei ao lhe olhar. — Madura? — Assentiu mastigando.
Jantamos juntos em silêncio, ao terminar recolheu a louça. — Não tem uma pessoa pra cuidar de você? — Virou-se ao me ouvir. — Eu me cuido muito bem. — Ergui as sobrancelhas ao lhe escutar. — Não terá dificuldade em cuidar dos dois negócios ao mesmo tempo, sei que foi uma atitude inusitada aceitarmos essa união para não entregar os negócios aos meus tios,mas...
Suspirou mais uma vez, chegou a pia, lavando a louça. — Eu prometi a seu avô que cuidaria de você quando ele me ligou...
— Não preciso que alguém cuide de mim. — Respondi sem deixa-lo terminar, peguei o pano para enxungar a louça. — Não imaginava que cuidar de você viria junto com a tecelaria, e todos os bens.
— Arrumaremos uma pessoa que possa substituir o meu avô...
— Um desconhecido que possa desviar recursos financeiros, ir contra a ideologia da empresa, aceitando ser socio dos seus tios? Isso seria ótimo... — Abri os olhos ao lhe ouvir. — Isso não serve pra você também?
— É pode ser, considerando que eu sou amigo próximo de todos eles será maravilhoso. — Secou as mãos, tentou pegar o pano das minhas. — O que sabe sobre ela? — Suspirou fundo a minha frente, começou a secar a louça ele. — A sua mãe? — Afirmei curiosa. — Se tens duvidas perguntaria a ela diretamente.
Zombei dele.— Ah haram hahaha, que engraçando, o que ela me diria agora? — Olhou-me guardando os objetos. — Que a deixou por causa do seu avô, diria que ele lhe forçou a deixa-la, que agora vocês tem como ter uma relação mãe e filhas juntas, ela administrará a sua fortuna por você.
Parei ao escuta-lo. — Isso não me parece ruim, devo fazer isto ao procura-la assim que chegar a Finlândia. — Pendurou o pano no varal de aluminio. — Turquia, a Sarah acabou de embarcar pra Turquia, os planos de herança não foram bem sucedido, seu avô já lhe pagou o ordenado correspondente por sua parte, e pra lhe deixar em paz, quando voltarmos darei acesso ao cofre com todas as documentações nele.
— E você já teve acesso a tudo isso? — Olhou-me indo a sala. — Não ainda não, mas os advogados sim, você não vai ficar me enchendo de perguntas o tempo inteiro irá? — Assenti sem pensar duas vezes. — Não tenho o tempo todo pra isto garota.
— Porque me apresentou como a sua noiva? É verdade que não tem namorada? — Lhe segui perguntando até sentar pegando a sua pasta. — Porque é minha noiva por causa do seua avô, não, eu não tenho namorada, não que eu saiba. — Lamentei, ele é bonito, porque não tem namorada? Certamente deve ser um desses homens que só pensa em negócios.
— Entendi, mas eu tenho namorado. — Arqueeou ambas as sobrancelhas quando lhe disse isto. — Ok, perfeito, não preciso expli...
— Bem ele não é exatamente um namorado, namorado, mas em breve deve me pedir em namoro. — Sorriu fraco balançando a cabeça a minha frente. — Não me importo, melhor ainda pra mim, não me preocuparei com as suas futilidades, quem é o felizardo? — Perguntou-me diretamente.
— Um amigo da faculdade, saimos algumas vezes, estou esperando...
— Você disse que é um namorado, garota, primeiro consiga o pedido depois me diga o nome, darei a ele, atribuições.
Passar os dias num cubiculo com uma estranha até que não era tão ruim, algumas vezes ao chegar ela não estava, outras o cheiro de comida sempre vindo a porta, como ela conseguia se virar num país desconhecido? Me perguntei algumas vezes. –– Já comeu? –– Numa noite passou por mim numa camisola comprida preta, o cheiro de creme era delicioso, desatei a minha gravata me sentido exausto. – Não! –– Olhei para o seus cabelos despenteados, não estavam feios, os cachos bem desfeitos. –– Quer que eu te sirva? –– Ergui a sobrancelha, qual seria o serviço ela estava me oferecendo. –– Não pense besteiras Vance. –– Umedeci os lábios quando notei que percebeu, ela não é mais inguênua, mas como a garotinha de Varsalles conseguiu engana-lo? Observei a maneira como ela dispos o prato, em seguida colocou a minha frente. –– Chá? Suco? –– Sentei, pelo vislumbre das suas coxas mesmo por baixo do tecido era bem interessante, não que eu pense em desrespeitar a neta do meu amigo, mas se ele me ofereceu mat
Anoitecia ao lado de fora, quando um dos assistentes de Vance chegou, nem mesmo precisei abrir a porta, ele adentrou, olhou-me por fim recuou num cumprimento. — O que tem aí? — Indaguei assim que levantou o seu toráx, olhou-me com os olhos negros redondos traços japoneses. — Um vestido, sapatos, senhor Vance precisa convencer empresários importantes!— E ele me chamou pra fazer isso? — O sorriso soou frouxo nos lábios do seu assistente. — A esposa do senhor Vance, tem que estar bem bonita! — Ergui as sobrancelhas. — Então eu não sou Kaisuoh? — O vi perder a cor habitual do rosto, ficando sem graça, num tom avermelhado foi se tomando desde as bochechas, toquei o seu ombro vendo a situação. — Pode falar, estamos somente nós dois aqui.— Kaisuon não pode! Não pode! — Revirei os olhos, peguei o vestido das suas mãos, levei ao quarto, sentei-me novamente na cadeira voltando a minha escultura de argila, até que o notei ainda de pé na mesma posição de antes. — hum o que mais? Você vai ficar
Olívia VarsallesOlhei para o céu completamente azul, suspirei fundo olhando para os tons claros de fagulhas de nuvem que se destacam no céu azul sublime, as lágrimas desciam pausadamente a cada suspirar, no meu peito jaz uma fadiga, mais uma vez olhei para a cama passei a mão no rosto voltei a olha-lo, desta vez, estando de olhos abertos pra mim. Sorri ao máximo ao vê-lo me observar, os cabelos grisalhos penteados para o lado, bem ralinhos, as rugas se grupam em seu rosto com manchinhas escuras por todos os lados, os lábios ressecados. — Mandou me... — Virei-me indo até ele, que deitado na cama com olhos verdes me observava pacientemente. — Ainda chorando querida? — Nem mesmo deixou-me completar a frase, mas neguei, caminhando até a cama, sentei a seu lado, dando um beijo em sua testa. — Não vô, apenas contemplando o céu, esta azul, bonito lá for... — Senti a sua mão acariciar seu rosto, tão fria, frágil e enrugada que não suportei mais fingir perante a sua magreza excessiv
Louis VanceApós um dia intenso de reunião e trabalho, deitei-me para um descanso na madrugada, achamos que o mundo dos negócios é melhor na Europa, mas o Japão, este sim, é o lugar dos negócios, apenas tem hora para começar, fim? Eles não conhecem. Suspirei fundo vendo quão cansado estou, o corpo dolorido, a mente cansada, ao deitar-me na espriguiçadeira, o corpo ao relaxar denunciou todo o cansaço de vez. — BIP BIP BIP. — Abri os meus olhos apenas para olhar quem ligava aquela hora, ao ver a tela sorri. — Diga Varssales como esta a vida, bancando a bab´...— Vance... — A sua voz veio fraca do outro me fazendo sentar. — O que houve Varssales esta machucado ferido ou... — Ri ao me lembrar de como ele abaixar a voz para não acordar a sua neta. — ... isso é apenas para que a sua bebezinha mimad...— Vance me deixe falar, eu não cof cof cof... — Levantei vendo que ele não estava brincando, não desta vez. — Diogénes o que você tem? Diogénes? — Perguntei alterado, a última vez
Olivia Verssalis— Querida, tudo isso vai passar. A dor ainda será destruidora por dias, mas vai amenizar. — Olhei para a mulher de cabelos loiros longos no meio das costas, com as suas mãos finas e macias em mim, a situação não era das melhores, mas eu não precisava mais de uma mãe, a única pessoa que eu preciso é do meu avô. Enxunguei as minhas lágrimas com o meu pulso envolto na camisa de mangas compridas branca, neguei a ela que tentava me consolar, a medida que suas mãos tocavam a minha pele, me davam repulsa e eu não saberia dizer o porquê. — Não se preocupe comigo. — Avisei ao me afastar. —Eu perdi o meu pai, o meu paizinho! — Olhei para a outra mulher que alarmava seu choro no canto da sala, não lhe disse nada, mas em anos nunca vi uma foto deles, uma visita, nem mesmo uma ligação, a medida que ela chorava os outros também lhe acompanhará na sala só restava a mim, o tabelião, o advogado e o tal Vance — Tenho mesmo que participar dessa leitura? — questionei, sentindo que f
Louis Vance— Porque eu tenho que ir com você? — Virei-me o rosto e direção da garota mais confusa diante de mim, mais uma vez perguntando. — Escutou o que o tabelião disse? — Assentiu séria, o que me inconformava mais foi ter prometido a Varsalles que cuidaria dela. Ele se aproveitou de uma situação para levar a outra pior. — Sim, ouvir você pode ir, e eu fico...— Tudo bem, não fui com a sua cara, ouvindo que na sua recusa a se casar comigo, seu tio tornar-se presidente da empresa, enquanto a sua tia... é sua tia aquela mulher? — Deu de ombros. — A esta hora ambos devem estar procurando um bom assassino para lhe matar. — Olhou-me sem preocupação, sorriu ao me ouvir, não era um sorriso comum, muito bonito, apenas desviei o rosto para olhar a turma no salão.—Louco, acha que onde estamos num filme de loucos? Onde uma mata o outro por dinheiro? — Arqueei a sombrancelha, minha vontade de aplaudir Varssales apenas cresce em mim. — Tudo bem, fique e veja o que acontece,... — Dei al