Louis Vance
Após um dia intenso de reunião e trabalho, deitei-me para um descanso na madrugada, achamos que o mundo dos negócios é melhor na Europa, mas o Japão, este sim, é o lugar dos negócios, apenas tem hora para começar, fim? Eles não conhecem.
Suspirei fundo vendo quão cansado estou, o corpo dolorido, a mente cansada, ao deitar-me na espriguiçadeira, o corpo ao relaxar denunciou todo o cansaço de vez. — BIP BIP BIP. — Abri os meus olhos apenas para olhar quem ligava aquela hora, ao ver a tela sorri. — Diga Varssales como esta a vida, bancando a bab´...
— Vance... — A sua voz veio fraca do outro me fazendo sentar. — O que houve Varssales esta machucado ferido ou... — Ri ao me lembrar de como ele abaixar a voz para não acordar a sua neta. — ... isso é apenas para que a sua bebezinha mimad...
— Vance me deixe falar, eu não cof cof cof... — Levantei vendo que ele não estava brincando, não desta vez. — Diogénes o que você tem? Diogénes? — Perguntei alterado, a última vez que nos vemos ele me disse que estava bem. — Prometa que cof cof... — O meu peito se desesperar a medida que eu ouço a sua tosse. Varssales foi o homem que tornou possível muitas coisas para mim, estudos, conhecimento, sucesso.
— Varssales onde você esta? — Questioni alto ainda lhe ouvindo tossir, a preocupação apenas aumentava por lembrar que todos os filhos o abandonaram, e a garota que ele cria é apenas uma garota mimada, que ele cria numa bolha, contra tudo e todos. — Vance apenas me prometa, prometa que não deixará eles tirarem nada da minha Liv?
Suspirei fundo. — Não seria melhor você me prometer que cuidará da sua sa...
— Vance não negue um favor a um velho amigo, Liv não sabe nada sobre eles, eu não quero que ela sofra em suas mãos.
— Mais vantagem você mesmo fazer...
— Me prometa Vance, apenas me prometa, ela não é como eles. — Suspirei indo de um lado a outro. — Estou indo pra ir Varssales, conversaremos assim que eu chegar a você.
— Apenas prometa, Vance, quando chegar poderá ser tarde, fará o possível para que a minha garotinha não sofra? — Apertei entre os meus olhos, assenti. — Tudo bem, o que não faço por você? Me ensinou tudo, porque não cuidar de uma garota rica e mimada, apesar que ao chegar...
— Cof cof cof cof — A tosse intensificou ao telefone, peguei algumas peças de roupas, preparei uma mala pequena, embarquei na mesma noite, enquanto para o Japão marcava três e quartoze no relogio em meu pulso, na Finlândia ainda seria vinte e três horas, com onze horas de vôo.
Pousei na Finlândia exausto, apesar de ter dormindo em algumas horas, meu pensamento não parou um minuto se quer enquanto acordado, sobre Diogénes, peguei o celular liguei para o mesmo. — Vance! — A sua voz veio fraca, sem forças, baixa. — Cheguei, ao menos posso saber em que hospital esta?
Sorriu baixo. — Veio numa boa hora, a minha neta esta para chegar. — Passei a mão no rosto ao ouvi-lo. — Você não vai me deixar seu contrapeso para cuidar Varssales. — Suspirei ao dizer, mas ao invés de resposta me veio uma tosse aguda. Notei quão mal ele estava, cheguei ao hospital seguindo a localização, deparei-me com médicos. — Senhor Louis Vance, amigo do senhor Diógenes Varssales, posso vê-lo?
A mulher num jaleco branco avaliou-me apenas me cheirei notando que horas sem banho, num vôo repetino, passei perfume em alguns lugares, quando o médico apenas assentiu. — O estado do senhor Varssales não é bom. — Sorri fraco, médicos cometem erros diariamente. — Apenas vê-lo! — Argumentei até ser direcionado a sala.
Entrei no quarto, vendo alguns fios negros lisos ondulados nas pontas espalhado em seu peito, uma mulher debruçada sobre Varsalles, sucumbindo ao choro e soluço, enquanto o médico os olhavam. — Filho da puta até nesta hora pensa em mulher? — Pensei vendo que cair em mais um deixa. — O que podemos fazer? —Indaguei para ele que não se moveu, a mão estava segura a garota, que ao erguer o rosto virando-se para mim.
O rosto inchado, apesar de angelical, o tom de pele moreno como se fosse feita de sol, bronzeada por ele, engoli em seco ao ver como sofria, os olhos inchados mal dava para ver a sua tonalidade. — Não há nada a ser feito senhor Vance. Apenas se despeça do senhor Vassarles, tudo que... — Neguei, até escutar a voz da garota.
— Vovô não! Vô, meu avô, vovô não! — Aproximei-me diante ao seu desespero, os aparelhos começaram a apitar, enquanto ela chorando tentando segurar a sua mão. — Vô meu vozinho, olha eu estou aqui! Vô o senhor prometeu lembra. — As lágrimas caiam incessante dos seus olhos, fazendo cair também dos meus. Movi a cabeça ordenando que a retirasse.
Os médicos pareciam comovidos com a sua dor, aproximei-me de Varsalles, parado imóvel na cama, a mão e pele ressecavam ainda mais. — O que eu faço com você Varssales, eu perguntei como estava a sua saúde, apenas disse que tudo estava sob controle, isso é droga do seu controle? — Indaguei frustado, revoltado com ele.
Ainda parado imóvel na cama, não respondeu, suspirei fundo engolindo a minha dor, ele foi um tutor como nenhum outro na vida, ensinou-me os pilares dos negócios com ninguém fez, aproximei a mão do seu rosto, fechei os seus olhos. A enfermeira apenas curvou-se diante de mim. — Sinto muito pela sua perda senhor. — Ela sentia? Não, ninguém sentia, amigos como ele não se acha numa esquina qualquer.
Mas assenti, o médico voltou a sala. — Como ela esta? — Indaguei sem saber o que fazer, havia conversado com ele a uma hora atrás, parecia triste — Tivemos que dopa-la senhor, a senhorita Varsalles vem aqui todos os dias, passa horas com o avô, é a única que vem, eles são próximos. — O olhei relatando minuciosamente.
Sai da sala, a olhei deitada na cama, peguei o celular. —Anita, preciso de um funeral pra ontem, acabei de perder o meu amigo Varsalles...—
— Oh Vance, sinto muito! — Prendi meus lábios aos dentes, o problema não era sentir, era perder, quem me aconselhará, quem me dirá que é no erro que descobrimos o acerto? — Organize o melhor funeral para ele! — Ordenei olhando a mulher que de olhos fechados continuou. Os preparativos tornousse rápido, vi o corpo de Varssales ser lavado, preparado e vestido.
A noite virou diante dos meus olhos, nenhum dos seus filhos compareceu apesar da nota na impresa, a manchete na televisão, quando a garota acordou chegou ao salão com a mesma roupa do dia anterior, devastada em pedaços. Era possível sentir a sua dor de onde estava, apenas lamentei.
Até lhe ver desesperadamente olhar para os parafusos do caixão, o funcionários olhar para mim, tudo que conheço sobre esta garota é que uma garota protegida,mimada, que talvez nunca tenha preparado uma única vez sua própria refeição. Dei-lhe cinco minutos o que não era permitido, o mal cheiro tomava todo o seu corpo, Varssales morreu de cirosse, num estado lamentável.
Após o funeral, lhe vi de pé diante da cova aos prantos, os amigos já o deixava, mas ela, talvez lhe esperasse para dizer que ela deveria ir pra casa. Imaginei já que ele controlava todos os seus passos em qualquer reunião, em qualquer conferência, não dificil notar seus olhos atentos ao celular.
Três dias passou diante dos meus olhos, apesar da perda de Varssales o trabalho não parou, arrumei a minha bagagem para voltar ao Japão, quando o advogado ligou para mim. — Diga grande Lewis o que manda? — O atendi, em seguida veio um suspiro profundo. — Domingo no meu escritório, Vance, estou tentando reunir todos.
Olhei em volta, a minha bagagem pronta. — Escuta cara, infelizmente não irei poder, esse encontro se trata do quê? — Sorriu fraco ao fundo. — Seu nome é o segundo citado no testamento do Senhor Varssales, Vance infelizmente não pode negar a isto. — Suspirei fundo, assenti, perderei alguns contratos no Japão, tentarei adiar alguns dias. — Ok tudo bem, terei que remarcar algumas consultorias.
— Vance irei da sua ajuda para lidar com os filhos do mestre. — Passei a mão em meu rosto, sem compreender. — O que há com os filhos dele? — Senti-me curioso. — Já apareceram três deles apenas esta semana, soubera da leitura do testamento e eu não sei o que fazer, exceto revelar o dia e hora.
— Então qual o problema Lewis, não é de ordem o comparecimento dos filhos a leitura? — Indaguei tendo certeza que sim. — Sim, exceto quando alguns não constam na partilha de bens, não posso revelar mais Vance. — Prendi a minha lingua ao último dente, notando que até nesta hora Varssales fora seletivo.
Três dias depois....
Vesti-me com uma blusa branca, calça negra italiana social, olhando para o espelho observando Anita espalhada na cama branca do meu aparte, o edredom branco cobrindo parte de uma perna e costas, bonita, os cabelos loiros espalhados pelas costas, completamente nua. — Querido tem que ir tão cedo? — Sorri com a sua pergunta. — Cedo pra uns, pra outros o dia já começou faz tempo.
Virei-me pronto a sua frente, suspirei lhe vendo deslizar o braço de um lado a outro. — Vem cá, só mais... — Neguei, aproximei dando apenas um beijo em sua cabeça. — Não posso querida, não era nem mesmo pra estar aqui, mas como sempre Varssales aproveitando-se da nossa amizade, exigiu a minha presença na leitura do seu testamento. — Sorriu virando para o canto.
Peguei as chaves do carro, desci indo em direção ao estacionamento, cheguei ao escritório de Lewis ouvindo o barulho assim que deixei o elevador, entrei sem saudar a nenhum deles que discutiam, sobre terrenos e propiedades. — O que esta havendo aqui? — Olhei em volta vendo Lewis suspirar profundamente. — Filhos e filhas, noras e genros nunca os viram antes? — Neguei, apenas riu em tom de deboche. — Nem eu.
As horas passaram, ele falou com alguém que faltava a leitura. — Teremos que adiar a leitura, Li... quero dizer a senhorita Olivia Varssales não pode estar presente. — O olhei franzindo o cenho desta vez. —Onde ela esta? Porque não pode vim? — Lamentou ao me ouvir. — Ela esta em casa não sai desde o funeral.
Arqueei as sobrancelhas. —Então iremos pra lá, não tenho tempo pra outra viagem. — Sorriu ao me ouvir. — Não faz mal, mudança de local, iremos a casa do falecido. — Olhei de um a outro, nenhum demonstrava tristeza pela perda ou dor, mas todos estando de preto. Desci compartilhando o elevador com duas mulheres loiras, elas se odeiam, mas compartilham do mesmo interesse, o terreno.
Cheguei a casa de Diógenes, vendo uma frota de carros ser estacionada na porta. — Acho que desta vez você ficaria feliz em ver tanta gente, caro amigo. — Entrei no lugar, com a demora da garota subi as escadas, até lhe encontrar ainda chorosa com um par de meias nas mãos, balancei a cabeça ao ver como garotas ricas e mimadas sofrem por tudo, e por tanto.
Descemos a escada, com ela discutindo, não lhe devo explicações. O Barulho reinou entre os filhos, e por mais que fosse estranho os únicos em silêncio era apenas nós quarto, eu, ela, o advogado e o tabelião.
Olivia Verssalis— Querida, tudo isso vai passar. A dor ainda será destruidora por dias, mas vai amenizar. — Olhei para a mulher de cabelos loiros longos no meio das costas, com as suas mãos finas e macias em mim, a situação não era das melhores, mas eu não precisava mais de uma mãe, a única pessoa que eu preciso é do meu avô. Enxunguei as minhas lágrimas com o meu pulso envolto na camisa de mangas compridas branca, neguei a ela que tentava me consolar, a medida que suas mãos tocavam a minha pele, me davam repulsa e eu não saberia dizer o porquê. — Não se preocupe comigo. — Avisei ao me afastar. —Eu perdi o meu pai, o meu paizinho! — Olhei para a outra mulher que alarmava seu choro no canto da sala, não lhe disse nada, mas em anos nunca vi uma foto deles, uma visita, nem mesmo uma ligação, a medida que ela chorava os outros também lhe acompanhará na sala só restava a mim, o tabelião, o advogado e o tal Vance — Tenho mesmo que participar dessa leitura? — questionei, sentindo que f
Louis Vance— Porque eu tenho que ir com você? — Virei-me o rosto e direção da garota mais confusa diante de mim, mais uma vez perguntando. — Escutou o que o tabelião disse? — Assentiu séria, o que me inconformava mais foi ter prometido a Varsalles que cuidaria dela. Ele se aproveitou de uma situação para levar a outra pior. — Sim, ouvir você pode ir, e eu fico...— Tudo bem, não fui com a sua cara, ouvindo que na sua recusa a se casar comigo, seu tio tornar-se presidente da empresa, enquanto a sua tia... é sua tia aquela mulher? — Deu de ombros. — A esta hora ambos devem estar procurando um bom assassino para lhe matar. — Olhou-me sem preocupação, sorriu ao me ouvir, não era um sorriso comum, muito bonito, apenas desviei o rosto para olhar a turma no salão.—Louco, acha que onde estamos num filme de loucos? Onde uma mata o outro por dinheiro? — Arqueei a sombrancelha, minha vontade de aplaudir Varssales apenas cresce em mim. — Tudo bem, fique e veja o que acontece,... — Dei al
Olivia VarsallesSenta ao lado de um estranho num avião é super normal, mas casar com um, e olhar para ele repetida vezes, seu futuro marido ser tão desconhecido quanto os outros em suas cadeiras, não foi o que planejei em minha vida, alguns transeuntes indo aos seus assentos, eu não deveria reclamar, em circuntância alguma, jamais, ele aceitou de bom grado em ser meu tutor, apenas deveria agradecer a ele, por proteger algo que nem mesmo é seu, mas ainda sempre estamos em conflito. — Passe querido! — Avisei quando chegou a meu lado, após deixar a sua pequena mala.Suspirou fundo ao passar por mim, sentou na sua poltrona, sentei-me em seguida. — Talvez tenhamos começado mal, seu avô me ligou antes do... — Olhou-me, eu ainda com o livro nas mãos após sentar, apenas lhe olhei. — Ocorrido, não sabia que ele estava tão ruim a este ponto...Sorri fraco, poucas vezes ocorreu em dias. — Ele nunca revelou quão mal estava, descobrir quando foi internado, mesmo com o diagnostico continuou a bebe
Passar os dias num cubiculo com uma estranha até que não era tão ruim, algumas vezes ao chegar ela não estava, outras o cheiro de comida sempre vindo a porta, como ela conseguia se virar num país desconhecido? Me perguntei algumas vezes. –– Já comeu? –– Numa noite passou por mim numa camisola comprida preta, o cheiro de creme era delicioso, desatei a minha gravata me sentido exausto. – Não! –– Olhei para o seus cabelos despenteados, não estavam feios, os cachos bem desfeitos. –– Quer que eu te sirva? –– Ergui a sobrancelha, qual seria o serviço ela estava me oferecendo. –– Não pense besteiras Vance. –– Umedeci os lábios quando notei que percebeu, ela não é mais inguênua, mas como a garotinha de Varsalles conseguiu engana-lo? Observei a maneira como ela dispos o prato, em seguida colocou a minha frente. –– Chá? Suco? –– Sentei, pelo vislumbre das suas coxas mesmo por baixo do tecido era bem interessante, não que eu pense em desrespeitar a neta do meu amigo, mas se ele me ofereceu mat
Anoitecia ao lado de fora, quando um dos assistentes de Vance chegou, nem mesmo precisei abrir a porta, ele adentrou, olhou-me por fim recuou num cumprimento. — O que tem aí? — Indaguei assim que levantou o seu toráx, olhou-me com os olhos negros redondos traços japoneses. — Um vestido, sapatos, senhor Vance precisa convencer empresários importantes!— E ele me chamou pra fazer isso? — O sorriso soou frouxo nos lábios do seu assistente. — A esposa do senhor Vance, tem que estar bem bonita! — Ergui as sobrancelhas. — Então eu não sou Kaisuoh? — O vi perder a cor habitual do rosto, ficando sem graça, num tom avermelhado foi se tomando desde as bochechas, toquei o seu ombro vendo a situação. — Pode falar, estamos somente nós dois aqui.— Kaisuon não pode! Não pode! — Revirei os olhos, peguei o vestido das suas mãos, levei ao quarto, sentei-me novamente na cadeira voltando a minha escultura de argila, até que o notei ainda de pé na mesma posição de antes. — hum o que mais? Você vai ficar
Olívia VarsallesOlhei para o céu completamente azul, suspirei fundo olhando para os tons claros de fagulhas de nuvem que se destacam no céu azul sublime, as lágrimas desciam pausadamente a cada suspirar, no meu peito jaz uma fadiga, mais uma vez olhei para a cama passei a mão no rosto voltei a olha-lo, desta vez, estando de olhos abertos pra mim. Sorri ao máximo ao vê-lo me observar, os cabelos grisalhos penteados para o lado, bem ralinhos, as rugas se grupam em seu rosto com manchinhas escuras por todos os lados, os lábios ressecados. — Mandou me... — Virei-me indo até ele, que deitado na cama com olhos verdes me observava pacientemente. — Ainda chorando querida? — Nem mesmo deixou-me completar a frase, mas neguei, caminhando até a cama, sentei a seu lado, dando um beijo em sua testa. — Não vô, apenas contemplando o céu, esta azul, bonito lá for... — Senti a sua mão acariciar seu rosto, tão fria, frágil e enrugada que não suportei mais fingir perante a sua magreza excessiv