ALANA
Dormir até tarde, coisa boa de mais, quem diria que algo assim seria tão gratificante.
Nunca fui de dormir até tarde, mas agora a minha rotina mudou muito, acordo durante a semana as cinco da manhã, para não me atrasar no emprego, vou até lá na minha linda bicicleta rosa/ferrugem.
Foi o que escolhi, não posso reclamar.
Deitada aqui no meu quarto, escutando apenas o barulho do ventilador velho, começo lembrar como cheguei até ali.
No dia que resolvi fugir da casa dos meus avôs peguei apenas, meus documentos, certificados de estudo, as joias que eram da minha tia, essas eles não tinham conhecimento, a minha poupança com o dinheiro que ganhei fazendo trabalhos na época da faculdade, isso eles também não sabiam.
As joias a minha tia havia ganho do seu ex-noivo, antes dele morrer uma semana antes do casamento, o que a levou para o convento onde vivia feliz, mas guardou todas as joias, valeram-me um bom dinheiro.
Vesti uma das minhas roupas da época que morava no convento, coloquei a mochila nas costas, sai pela área de serviço, ninguém notou.
Deixei o quarto trancado e o chuveiro ligado.
Peguei um táxi, até a rodoviária, onde comprei quatro passagens diferentes, chamei um carro de aplicativo e segui para a cidade vizinha, lá comprei uma passagem para um destino diferente dos que havia comprado antes.
Foram quatro dias de viagens, nas paradas, comprava uma roupa nova e ia mudando.
Cheguei numa cidade grande, sabia que teria mais chances de emprego ali.
Vendi metade das joias da minha tia, com o dinheiro pesquisei uma casa pequena, num bairro residencial.
Encontrei um bairro, onde a maioria dos moradores era idosos, uma vila, muito aconchegante.
A casa era de um casal que ia morar em outro estado com os filhos.
O quintal era de um tamanho bom, a casa tinha uma cozinha/sala, banheiro, um quarto, uma área de serviço com um tanque de concreto, na frente da casa tinha uma pequena garagem, onde fica a minha bicicleta, um pequeno jardim, uma horta.
O dinheiro das primeiras joias deu para que comprasse a casa a vista.
Vendi mais algumas joias, comprei o básico, uma cama de casal, para ter conforto na hora de dormir, uma geladeira, fogão, uma pia, mesa, um guarda-roupa, e minha bicicleta, precisava de uma meio de transporte.
Apenas a cama comprei nova, os outros moveis todos usados, mas em bom estado.
Fiz um pequeno enxoval, aproveitei um bazar da igreja e comprei algumas roupas para mim, achei quatro conjuntos sociais iguais, iria usar como uniforme quando começasse a trabalhar, mesmo sendo bem largos para mim.
A filha de uma vizinha indicou-me uma empresa na cidade que precisavam de pessoas para cuidar do almoxerifado, mas você e graduada em administração e contabilidade, e ainda tem o curso de secretariado.
Bem a minha experiência nessas áreas foram todas no convento, onde não tinha um registo em carteira, então fui atrás do que primeiro apareceu, fazia um mês que estava ali, sabia que o dinheiro não iria durar para sempre.
A pessoa que me contratou gostou dos meus certificados, disse que tudo iria depender de mim, subir de cargo.
Assim, fiquei no almoxerifado por três meses, era responsável por catalogar tudo que chegava e saia.
Depois de três meses, colocaram-me como responsável de estoque, melhor salário, e assim fui a cada dia me esforçando, ou melhor fazendo o meu serviço.
Faz quatro meses que estou entre as secretárias da diretoria, mas acredito que ontem fiz besteira.
Sou responsável por digitar e revisar alguns documentos, ontem de manhã chegou nas minhas mãos, documentos que nunca faria digitação da forma que estavam, foi quando revi tudo, os números não batiam, fiz os cálculos, revisei, digitei da forma correta, e levei ao senhor Levi, expliquei para o homem o que aconteceu, e o que fiz, ele ficou vermelho, pediu que eu saísse, durante o restante do dia, não me foi solicitado nem outro serviço.
A tarde o assistente do senhor Maximilian foi na sala do senhor Levi, ele gritou com o pobre homem, que na saída apenas passou na minha mesa, olhou para mim, sem dizer nada.
Achei estranho, na dúvida hoje depois que terminar a faxina da minha casa, já vou pesquisar algumas vagas de serviço.
Claro se me perguntarem, digo, não quero sair de lá.
Dizem que o senhor Maximilian e muito duro, bravo, não admite erros, a empresa e cheia de regras. Porém, são regras claras, que fazem a empresa desenvolver, os funcionários recebem os melhores salários e condições, temos plano de saúde, vale-refeição, vale-transporte.
Nesses dois anos trabalhando lá consegui terminar de mobiliar minha casa, claro que não tenho televisão, mas isso não me faz falta, tenho o meu computador portátil.
O que mais gosto na empresa e o respeito, não existem casos de assédio, abuso de poder, para uma mulher sozinha isso vale muito.
Claro que já recebi alguns convites para sair, mas recusei todos.
A minha rotina se resume, durante a semana acordar as cinco da manhã, montar a minha marmite, ir de bicicleta até o serviço, cuidar por cinco minutinhos do pequeno jardim do fundo da empresa, trabalhar o dia todo, chegar às dezoito horas, sair para correr e me exercitar nos aparelhos do parque.
A noite tenho compromisso com a igreja em dois dias, terça e quinta-feira, na sexta-feira sempre saiu com alguma das vizinhas, vamos ao bingo, ou outra atividade.
Sábado durmo até tarde, acordo cuido da minha casinha, a tarde cuido de um coral de crianças da igreja, no domingo vou à missa, na maioria das vezes almoço na casa de alguém da igreja, não recuso convite das famílias da igreja.
No domingo a tarde começo prepara o que irei comer durante a semana, assim fica prático e ainda consigo manter uma dieta saudável e saborosa.
Minha vizinha dona Candida, diz que preciso sair com pessoas da minha idade, para arrumar namorado.
Acredito que se existir alguém para chamar do meu namorado, vai aparecer.
Aqui ninguém sabe do meu passado, ou da minha classe social.
Chamar-me-iam de louca ao saber todo luxo que deixei para trás, ou não, quando contasse o por deixei.
Se me arrependo, nem em dia de chuva, ou quando a minha bicicleta quebra, nunca iria deixar-me usar por aquele homem.
Rompia os limites colocados por minha família, claro que deixei uma cartinha, dizendo adeus, não irei voltar, nem casar com esse ai.
Sobre o meu presente, vou viver cada dia, esperar para ver o que ira acontecer na segunda-feira em meu emprego.
MAXIMILIAN Quando me vi numa cadeira de rodas, esquecido por pessoas que diziam amar-me, diziam ser minhas amigas, vi-me sendo forte, os meus avôs apoiaram-me, aprendi muito rápido a virar-me sozinho. Dois anos depois do acidente, vivo para o trabalho, provo a cada dia que continuo o mesmo, empresário capaz e competente. O meu assistente e amigo Lincon sempre esteve ao meu lado, com ele sei que posso conversar, apenas ele sabe das minhas dores, que não são físicas, mas na alma. Descobri que estam tentando sabotar o meu trabalho, percebi que todas as secretárias que contrato, não demora muito começa a ficar mais no escritório do meu primo Bruno, do que no meu, achei que fosse apenas s*** que ele oferecia, coisa que não posso oferecer, mas o meu assistente, conseguiu fazer a última falar, ela disse que foi dinheiro que ela ganhou. Claro foi demitida, a sabotagem não foi maior, por conta de uma das secretárias gerais, que havia ficado encarregada de digitar os relatórios que a "minh
ALANA Na segunda-feira de manhã segui para o trabalho como faço todos os dias, sempre sou a primeira a chegar, mas hoje o meu encarregado senhor Levi, já estava lá, e chamou-me a sua sala. — Bom dia senhor Levi! — Bom dia menina Alana! — O que o senhor deseja? — Olha, desde que você chegou no nosso departamento, que percebi você é bem mais que uma secretária. A nossa, começou com elogiou, agora é a hora que diz que não sirvo para o cargo e dispensa-me. -Alana, seu currículo e espetacular, e o que você fez na sexta-feira, chamou a atenção do CEO, por isso a partir de hoje você é a nova secretária do presidente da empresa. — O senhor está falando sério, serei a secretaria do CEO senhor Maximilian, eu admiro muito o trabalho dele, prometo dedicar-me muito. — Sim, mas tem um probleminha. Estava bom demais para ser verdade. -Qual? — O senhor Lincon, assistente do CEO, precisou fazer uma viagem com urgência, você terá mais funções devido a isso. — Tudo bem, eu entendo. — Agora
MAXIMILIANAlana estava se saindo muito bem, o café trouxe-me boas recordações, claro que irei querer novamente.O que me deixou incomodado foi o tal Vicente, que viria apenas com um telefonema dela, como assim, com certeza é um namorado.Também o que mais eu ia querer, uma mulher linda, com certeza está comprometida.Tentei focar no trabalho, se o tal Vicente fizesse o trabalho, estaria satisfeito.Pontualmente as onze horas, Alana bate na porta, apresentando um casal de idosos, Vicente e Laura, muitos simpáticos, senti até um alívio em saber que Vicente já era velho e casado, mas descrente que ele iria resolver o meu problema.Ele orientou Alana como deveria tirar o dispositivo debaixo da minha mesa, foi instinto, no momento que ela arrebitou aquela bund@, o meu olhar foi puxado, até esqueci que não estava sozinho, foi quando recebi um tapa no meu ombro, com uma advertência.— Tira o olho, seu safado, ela é moça descente. -Laura repreendeu-me, como se eu fosse um moleque, quase ri.
ALANA Ver Max, ali, tão a vontade comendo ao meu lado, nossa, além de se um grande empresário, ainda era humilde. Já havia escutado Levi comentar que antes do acidente, ele participava de jogos de futebol com os funcionários, de todos os escalões da empresa, ia em tudo que era convidado, desde um batizado, um funeral, um churrasquinho simples, não gostava que tirassem fotos dele, isso todos já sabiam e nem pediam, ele queria poder andar na rua sem preocupação. Uma vez vi na empresa a sua ex-noiva, outra secretária contou que ele mudou muito depois que começou a namorar ela, pois ela não gostava de se misturar com pessoas que não fossem do seu nível social. A ex-noiva é linda, perfeita, sempre bem vestida, ou seja, o seu gosto para mulheres é muito refinado, nunca que um homem desses iria olhar para uma sem graça como eu. Para com esses pensamentos, Alana, você está aqui para trabalhar, faça o seu melhor como secretária. Vicente Laura resolveram os problemas e ainda foram contrat
MAXIMILLIAN Há muito tempo não tinha uma semana tão produtiva, resolver conversar com antigos conhecidos, voltei a visitar as fábricas, com Alana ao meu lado foi fácil, voltar a fazer coisas como essas. Ela tem um jeito diferente de todas as mulheres que conheço. A minha avó e ela tornaram-se amigas, trocando receita, e mimos, combinaram até sair juntas. Hoje sábado de manhã e eu aqui pensando em trabalho, melhor pensando na pequena do meu trabalho. Abro o email da empresa, vejo que recebemos mais uma mensagem dos italianos, vou precisar da minha pequena, melhor a minha secretária. Resolvo mandar uma mensagem, descubro que ela não tem w****, como assim, não vai ter jeito, vou precisar ligar, nossa, falar com ela por telefone, e uma tortura, fico com a ideia que ela está aqui pertinho falando no meu ouvido, chego sentir o cheiro dela, Max, para de pensar assim, ela não é para você. -Oi! Quem fala? — Que voz rouca, mais s***, imagina acordar com uma voz dessa no ouvido. — Bom di
ALANA Depois de uma semana muito produtiva, como faço todos os sábados, fiquei dormindo, fui acordada por meu celular velho. A minha voz de sono cumprimentou a pessoa que me acordou, quando escutei aquela voz, nossa, meu corpo todo se arrepiou, como isso, não é normal, a felicidade que me tomou foi grande. Claro fui com ele para sua casa, aproveitei para levar alguns presentes para a sua avó. Passamos o dia no contrato dos italianos, nem acreditei quando percebi que havia esquecido o ensaio das crianças, fiquei com vergonha, mas no final ele acabou me levando. Chegando lá percebi que ficou com vergonha de descer, mas aceitou o meu pedido. Quando Gaby o colocou na situação difícil, resolvi fazer outro pedido, não sei onde tirei tanta coragem, falar tão perto dele, sentindo o seu perfume. Foi um dos melhores ensaios que tivemos, ele tanto tocou o violão, como também ajudo no coro. Quando chegamos, dona Rita surpreendeu-me, comprou algumas roupas para mim, quis recusar, mas conve
MAXIMILIAN Esse fim de semana tem sido maravilhoso, ter ela aqui me deu a energia necessária para me aventurar outra vez. Ela aceitou, e foi comigo, todos os meus antigos relacionamentos, antes de Katheriny, terminaram, pois todas diziam não conseguir acompanhar as minhas aventuras, ela foi a primeira a aceitar e divertir-se, disse que se precisasse de companhia novamente iria, pois gostou. Cantar com ela na igreja também foi ótimo, a minha avó chorou ao ver-me ali, senti algo bom, sempre participei como voluntário, parei quando Katheriny entrou na minha vida. Olhando no passado, vejo que o meu avô está certo o aventureiro morreu quando comecei a namorar ela. Agora estou aqui, como um adolescente, esperando a menina para o primeiro encontro. Ela começa a descer as escadas, estou muito f***, o meu amigão já se levantou para acenar, por sorte estou com um casaco na mão, coloquei no meu colo, não queria deixar ela constrangida., ela parecia uma princesa, linda, e que corpo, a como
ALANA O fim de semana, foi maravilhoso, conheci um Max além do empresário. Durante essa semana trabalhamos muito, aprendo cada dia mais. Acabo de receber a informação que o grupo italiano chegará na empresa em trinta minutos. Como assim, tínhamos agendado nada, mas eles afirmaram que receberam um convite da empresa, então precisamos fazer o nosso melhor. Max nunca se atrasa, precisei ligar. Ele simplesmente disse que confiava em mim. Se ele confia, farei o meu melhor. Liguei para a copa providenciei um lanche. Fui à entrada da empresa recebi os italianos, o fato de não precisar de um intérprete facilitou a comunidade. Apresentei toda a empresa, ofereci o lanche, depois com uma van de luxo levei eles para conhecer duas das indústrias do grupo. Todos os passos ia informando a Max, levei mais duas secretárias, uma anotando tudo outra fotografando e registrando. Levei o grupo para almoçar num restaurante renomado da cidade, nesse momento Max juntou-se ao grupo. Eles elogiaram