MAXIMILIAN
Um bip constante, não consigo entender onde estou, uma escuridão, mas continuo a escutar o Bip.
Agora passos, vozes, alguém vai ajudar-me.
— Você não vê que o meu neto está sofrendo Maximus?
— Ele também é meu neto, eu digo, não vamos delegar nem um aparelho.
— O doutor Estevão disse que Maximilian está a sofrer, não tem volta o seu quadro, ele não tem mais consciência, o médico já disse que será uma questão de misericórdia desligar os aparelhos.
— Não iria desligar os aparelhos do meu neto, apenas na opinião do médico da família de vocês, quero que outros especialistas falem.
— Senhores vocês não podem falar alto aqui, por favor acompanhem-me.
As vozes somem, o bip continua, reconheci as vozes, eram vovôs Maximus e Valter.
Para variar estavam brigando, sempre foi assim, desde a morte dos meus pais num acidente de carros, tinha apenas doze anos, ambas as famílias queriam a minha guarda, por sorte mamãe havia deixado um testamento deixando minha guarda para vovô Maximus e vovó Rita.
Lembro do vovô Valter quebrando tudo que via pela frente, a filha deles não confio o filho para eles, aquilo era realmente difícil de aceitar, mas o nervosismo dele não era esse, mas sim o fato das ações que eram da minha mãe ficarem congeladas até que eu tivesse maior idade.
Fui criado com muito amor e carinho, o meu pai era filho único, com isso ficamos apenas os meus avôs e eu. Foram firmes na minha educação, mas sempre me faziam participar de eventos, atividades extras, o meu avô me motivou nos exportes radicais, a minha avó na culinária, os dois na dança e diversões noturnas.
Sempre tirei boas notas, entrei um ano mais cedo na faculdade, apesar da vida agitada que levava com os meus avôs, viagens e baladas, tudo com muita diversão e responsabilidade.
Assim consegui assumir o posto de CEO da empresa da família, com vinte anos.
A única que senti que os meus avôs paternos não gostaram muito da minha escolha, porém respeitaram, foi meu namoro com Katheriny, por outro lado, foi a primeira vez que os avôs maternos elogiaram uma das minhas escolhas.
Katheriny, filha de um grande empresário, delicada, sensível, não gosta muito de ser contrariada, por ela parei as minhas aventuras, nada de corridas, saltos, escaladas, trilhas, rallys, lutas, nada, e vem sendo assim os nossos dois anos de namoro, festas da alta sociedade, nada de baladas em boates, desfiles, reuniões no clube. A única coisa que Katheriny sempre reclama e o fato de ainda morar com os meus avôs.
Ouvindo o bip constante, a última coisa que me lembro e de sair do escritório, ia passar na casa de Katheriny, seria nosso jantar de noivado, comprei um anel muito extravagante, queria entregar o anel que foi da minha avó e mãe, mas um dia Katheriny viu o anel numa foto da minha mãe, ela foi sincera em dizer que achava o anel feio, ridículo.
Eu pedi ela em casamento, porque não consigo abrir os meus olhos, escuto novamente a discussão.
— Você não tem autorização de mandar desligar nada.
— A noiva também concorda com isso.
— Noiva? Até onde eu sei ele não entregou o anel, para aquela interesseira, ainda.
— Desligar e o melhor que faremos por ele.
— O nome disso é assassinato, o meu neto vai sair desse quadro.
— Você acabou de ouvir, ele terá sequelas para sempre, nem sabemos se ira acordar.
— Ele vai acordar, sim, Max é forte, merece essa chance.
— Chance, já se foram mais de seis meses.
Como assim, seis meses, que estou aqui, preciso reagir, para saberem que estou aqui, vivo. O bip ficou mais alto, ainda não consigo abrir os olhos, mas minha mão puxa algo.
— Ele está a reagir, chamem os médicos.
Pessoas entrando, sinto que mexem comigo, tudo some, não, quero continuar aqui, não me levem, não quero.
— Rita vá para casa, ele está bem, se acordar chamo-te.
— Não irei, ele logo vai acordar quero que saiba que estamos do seu lado.
Os meus olhos começavam a acostumar com a luz, com isso vi o vulto das pessoas que mais amo.
-E-la nun-ca te o-be-de-ce. Falo arrastado, eles vêm até mim me abraçando, oferecem-me água.
Vovô chama um médico que não conheço, ele faz perguntas e exames, logo sai, me deixando com os meus avôs.
— O que aconteceu, comigo?
— Você sofreu um acidente, um caminhão cruzou o sinal vermelho e bateu no seu carro.
— Eu não sei se sonhava ou realmente ouvi, seis meses.
— Sim filho, seis meses, porém há uma semana atrás, você debateu-se tirando os aparelhos, e começou a respirar sozinho, mas sem acordar.
— Estamos felizes que você voltou. Vovó me abraça emocionada.
Nisso a porta e aberta, vovô Valter passa por ela.
— Como ele está?
— Vivo e acordado, ao contrário do que o seu médico disse que estaria. Vovô Maxinus disse com acidez.
— Pare com isso vocês dois. Vovó sempre colocando ordem.
— Estou bem vovô. Disse com um sorriso, para Valter que não sorriu de volta e olhou para meus avôs.
— Vocês já contaram para ele?
— O médico disse que ele precisa passar por exames, depois vai dar o diagnóstico final.
— Vocês são uma piada, não tem coragem de contar a verdade, sabem que ele vai preferir ter morrido.
— Qual verdade vocês estão falando?
— Você não vai mais andar, está alej@do da cintura para baixo, nem homem de verdade você é mais, virou um vegetal, um imprestável, inútil, essa vai ser sua vida de agora em diante, acabou o Maximilian aventureiro.
— Cale a sua boca Valter, o meu neto pode não voltar a andar, mas continua muito homem, sobre o aventureiro acabou quando ele começou a namorar aquela interesseira.
A minha cabeça rodava, como não andar, inútil, como isso é possível.
— Eu quero fazer os exames, saber o que realmente aconteceu.
— Isso o meu neto, assim que se fala.
— Vovô Valter, falaram alguma coisa sobre a minha cabeça ter sequelas, ter ficado inútil?
Ele parecia não entender a minha pergunta.
— Não Max, a sua cabeça parece que não sofreu nem uma sequela.
— Ótimo, que bom que na última reforma fiz questão de colocar portas mais largas, e rampas, pois parece que teremos um CEO cadeirante.
Eu estava muito abalado com a situação, não sabia como iria viver a partir dali, mas não deixaria ninguém saber o que estava sofrendo.
Pedi para que o meu assistente viesse no hospital, e assim já comecei a ver como a empresa estava esses seis meses sem a minha presença.
Fiquei no hospital ainda três dias, onde já fui aprendendo a viver na cadeira de rodas, estranhei a minha namorada não apareceu, acreditei que estivesse querendo fazer surpresa quando saísse daqui.
Na tarde do terceiro dia, Katheriny apareceu linda como sempre, um dos médicos, havia-me dito que mesmo com as pernas paralisadas, ainda havia a possibilidade do meu órgão se#u@l ainda estar ativo, bastava uma boa estimulação para descobrir.
Achei que ver Katheriny seria esse estímulo, mas não, ela estava com rosto sério, olhava-me de uma forma diferente, como se estivesse com nojo.
-Oi meu amor. - disse para ela.
— Oi Max, precisamos conversar. — Quando uma mulher começa uma conversa assim, só pode ser notícia má.
— Pode falar, sem rodeios.
— Quero terminar, não vou ficar ligada a um alej@do, que não vai servir-me de nada, um homem que não vai dar-me prazer, você vai precisar de cuidados, que eu não terei como oferecer, não vou virar cuidadora de um inútil, você entende, sou jovem quero a minha vida.
— Você sabe que poderia dizer apenas quero terminar, mas fez questão de humilhar. Tudo bem, terminamos, pode ir.
Ela saiu, sem entender. Na verdade, aquilo doeu, mas ninguém saberia, pois estou vivo, sempre fui aventureiro, essa cadeira será só mais uma aventura.
ALANA Dormir até tarde, coisa boa de mais, quem diria que algo assim seria tão gratificante. Nunca fui de dormir até tarde, mas agora a minha rotina mudou muito, acordo durante a semana as cinco da manhã, para não me atrasar no emprego, vou até lá na minha linda bicicleta rosa/ferrugem. Foi o que escolhi, não posso reclamar. Deitada aqui no meu quarto, escutando apenas o barulho do ventilador velho, começo lembrar como cheguei até ali. No dia que resolvi fugir da casa dos meus avôs peguei apenas, meus documentos, certificados de estudo, as joias que eram da minha tia, essas eles não tinham conhecimento, a minha poupança com o dinheiro que ganhei fazendo trabalhos na época da faculdade, isso eles também não sabiam. As joias a minha tia havia ganho do seu ex-noivo, antes dele morrer uma semana antes do casamento, o que a levou para o convento onde vivia feliz, mas guardou todas as joias, valeram-me um bom dinheiro. Vesti uma das minhas roupas da época que morava no convento, colo
MAXIMILIAN Quando me vi numa cadeira de rodas, esquecido por pessoas que diziam amar-me, diziam ser minhas amigas, vi-me sendo forte, os meus avôs apoiaram-me, aprendi muito rápido a virar-me sozinho. Dois anos depois do acidente, vivo para o trabalho, provo a cada dia que continuo o mesmo, empresário capaz e competente. O meu assistente e amigo Lincon sempre esteve ao meu lado, com ele sei que posso conversar, apenas ele sabe das minhas dores, que não são físicas, mas na alma. Descobri que estam tentando sabotar o meu trabalho, percebi que todas as secretárias que contrato, não demora muito começa a ficar mais no escritório do meu primo Bruno, do que no meu, achei que fosse apenas s*** que ele oferecia, coisa que não posso oferecer, mas o meu assistente, conseguiu fazer a última falar, ela disse que foi dinheiro que ela ganhou. Claro foi demitida, a sabotagem não foi maior, por conta de uma das secretárias gerais, que havia ficado encarregada de digitar os relatórios que a "minh
ALANA Na segunda-feira de manhã segui para o trabalho como faço todos os dias, sempre sou a primeira a chegar, mas hoje o meu encarregado senhor Levi, já estava lá, e chamou-me a sua sala. — Bom dia senhor Levi! — Bom dia menina Alana! — O que o senhor deseja? — Olha, desde que você chegou no nosso departamento, que percebi você é bem mais que uma secretária. A nossa, começou com elogiou, agora é a hora que diz que não sirvo para o cargo e dispensa-me. -Alana, seu currículo e espetacular, e o que você fez na sexta-feira, chamou a atenção do CEO, por isso a partir de hoje você é a nova secretária do presidente da empresa. — O senhor está falando sério, serei a secretaria do CEO senhor Maximilian, eu admiro muito o trabalho dele, prometo dedicar-me muito. — Sim, mas tem um probleminha. Estava bom demais para ser verdade. -Qual? — O senhor Lincon, assistente do CEO, precisou fazer uma viagem com urgência, você terá mais funções devido a isso. — Tudo bem, eu entendo. — Agora
MAXIMILIANAlana estava se saindo muito bem, o café trouxe-me boas recordações, claro que irei querer novamente.O que me deixou incomodado foi o tal Vicente, que viria apenas com um telefonema dela, como assim, com certeza é um namorado.Também o que mais eu ia querer, uma mulher linda, com certeza está comprometida.Tentei focar no trabalho, se o tal Vicente fizesse o trabalho, estaria satisfeito.Pontualmente as onze horas, Alana bate na porta, apresentando um casal de idosos, Vicente e Laura, muitos simpáticos, senti até um alívio em saber que Vicente já era velho e casado, mas descrente que ele iria resolver o meu problema.Ele orientou Alana como deveria tirar o dispositivo debaixo da minha mesa, foi instinto, no momento que ela arrebitou aquela bund@, o meu olhar foi puxado, até esqueci que não estava sozinho, foi quando recebi um tapa no meu ombro, com uma advertência.— Tira o olho, seu safado, ela é moça descente. -Laura repreendeu-me, como se eu fosse um moleque, quase ri.
ALANA Ver Max, ali, tão a vontade comendo ao meu lado, nossa, além de se um grande empresário, ainda era humilde. Já havia escutado Levi comentar que antes do acidente, ele participava de jogos de futebol com os funcionários, de todos os escalões da empresa, ia em tudo que era convidado, desde um batizado, um funeral, um churrasquinho simples, não gostava que tirassem fotos dele, isso todos já sabiam e nem pediam, ele queria poder andar na rua sem preocupação. Uma vez vi na empresa a sua ex-noiva, outra secretária contou que ele mudou muito depois que começou a namorar ela, pois ela não gostava de se misturar com pessoas que não fossem do seu nível social. A ex-noiva é linda, perfeita, sempre bem vestida, ou seja, o seu gosto para mulheres é muito refinado, nunca que um homem desses iria olhar para uma sem graça como eu. Para com esses pensamentos, Alana, você está aqui para trabalhar, faça o seu melhor como secretária. Vicente Laura resolveram os problemas e ainda foram contrat
MAXIMILLIAN Há muito tempo não tinha uma semana tão produtiva, resolver conversar com antigos conhecidos, voltei a visitar as fábricas, com Alana ao meu lado foi fácil, voltar a fazer coisas como essas. Ela tem um jeito diferente de todas as mulheres que conheço. A minha avó e ela tornaram-se amigas, trocando receita, e mimos, combinaram até sair juntas. Hoje sábado de manhã e eu aqui pensando em trabalho, melhor pensando na pequena do meu trabalho. Abro o email da empresa, vejo que recebemos mais uma mensagem dos italianos, vou precisar da minha pequena, melhor a minha secretária. Resolvo mandar uma mensagem, descubro que ela não tem w****, como assim, não vai ter jeito, vou precisar ligar, nossa, falar com ela por telefone, e uma tortura, fico com a ideia que ela está aqui pertinho falando no meu ouvido, chego sentir o cheiro dela, Max, para de pensar assim, ela não é para você. -Oi! Quem fala? — Que voz rouca, mais s***, imagina acordar com uma voz dessa no ouvido. — Bom di
ALANA Depois de uma semana muito produtiva, como faço todos os sábados, fiquei dormindo, fui acordada por meu celular velho. A minha voz de sono cumprimentou a pessoa que me acordou, quando escutei aquela voz, nossa, meu corpo todo se arrepiou, como isso, não é normal, a felicidade que me tomou foi grande. Claro fui com ele para sua casa, aproveitei para levar alguns presentes para a sua avó. Passamos o dia no contrato dos italianos, nem acreditei quando percebi que havia esquecido o ensaio das crianças, fiquei com vergonha, mas no final ele acabou me levando. Chegando lá percebi que ficou com vergonha de descer, mas aceitou o meu pedido. Quando Gaby o colocou na situação difícil, resolvi fazer outro pedido, não sei onde tirei tanta coragem, falar tão perto dele, sentindo o seu perfume. Foi um dos melhores ensaios que tivemos, ele tanto tocou o violão, como também ajudo no coro. Quando chegamos, dona Rita surpreendeu-me, comprou algumas roupas para mim, quis recusar, mas conve
MAXIMILIAN Esse fim de semana tem sido maravilhoso, ter ela aqui me deu a energia necessária para me aventurar outra vez. Ela aceitou, e foi comigo, todos os meus antigos relacionamentos, antes de Katheriny, terminaram, pois todas diziam não conseguir acompanhar as minhas aventuras, ela foi a primeira a aceitar e divertir-se, disse que se precisasse de companhia novamente iria, pois gostou. Cantar com ela na igreja também foi ótimo, a minha avó chorou ao ver-me ali, senti algo bom, sempre participei como voluntário, parei quando Katheriny entrou na minha vida. Olhando no passado, vejo que o meu avô está certo o aventureiro morreu quando comecei a namorar ela. Agora estou aqui, como um adolescente, esperando a menina para o primeiro encontro. Ela começa a descer as escadas, estou muito f***, o meu amigão já se levantou para acenar, por sorte estou com um casaco na mão, coloquei no meu colo, não queria deixar ela constrangida., ela parecia uma princesa, linda, e que corpo, a como