Zayra! Vem aqui! – Ouço minha mãe me chamar, sentei-me na cama olhando para o nada, acabara de acordar e já estou vendo que minha mãe vai arrumar uma confusão comigo. Essa semana está sendo a mais estressante de todas, minha mãe está insistindo para que eu faça uma faculdade de medicina na qual eu não tenho o menor interesse, me levantei preparando meu psicológico para o que a mesma ia dizer.
- Senhora... – Cheguei na cozinha e já me sentei na mesa colocando um pouco de café na xícara que está na minha frente.
- Acho que você já sabe do que quero falar né? – Concordei, coloquei minhas mãos em minhas têmporas e ali massageei. E como previsto, a mesma começou a discutir o assunto da semana!
Bom, agora um pouco de contexto...
O mundo em que vivo é dividido por 2 partes, a parte humana e a parte mística, onde lá habitam seres mágicos, e que são considerados perigosos desde que me entendo por gente, ninguém pode entrar na floresta ``proibida´´ mas ela não é tão proibida hoje em dia pelo simples fato de que agora o governo não tá nem ai. – Minha cidade é conhecida pelas suas riquezas, mais especificamente pérolas, pérolas onde vivo, são consideras riqueza, poder e dinheiro, vamos dizer que minha classe social não é a mais alta, tudo bem, já foi mais baixa, porém com uma irmã medica e um irmão advogado é difícil não subir de classe. Classe social no meu país é levada bem a sério, e todos querem subir na vida, para obter vantagens com o poder. – Minha mãe vive falando da faculdade de medicina, porque eu já falei pra ela que gostaria de estudar os seres místicos, e parece que ela não levou muito bem essa notícia. Os seres místicos são uma paixão minha desde pequena, eu só vi um destes seres uma vez, quando eu tinha 8 anos, lembro-me perfeitamente deste dia pois, foi o dia em que meu pai desapareceu, pois é ele sumiu e nunca mais voltou, e quando eu soube dessa notícia meu mundo desabou, senti como se tudo estivesse arruinado, então acabei correndo para a floresta onde ninguém entra e sai de lá vivo, lembro de entrar na floresta e avistar um Dríade, que resumindo são seres com a aparência de humana, a diferença é que eles tem uma pele com textura de madeira, e longas raízes que saem pelos seus pés, e algumas folhas espalhadas pelo corpo eles são meio que conhecidos como os espíritos da floresta. – Claro não existem só eles, mas são os mais comuns de se encontrar em uma floresta ou campo. Eu não tive a oportunidade de ver de perto, pois foi muito rápido ele passou depressa e só pude ver pouca coisa. Eles não matam pessoas que não apresentam ameaça, ele normalmente matam nesta floresta, pois a maioria das pessoas que veem querem algo, seja destruir o habitat deles ou não sei, procurar a pérola.
O que é essa pérola? Você deve estar se perguntando, bom, ela é uma pérola muito procurada pelo governo, eu não sei o que ela faz, o governo oculta total a função da pérola.
Minha mãe terminou o sermão e seguiu para a cozinha, enquanto eu me sentava no sofá e ligava a televisão, a porta foi aberta e de lá a Ravenna entra sorridente. – Eu tenho 2 irmãos a Ravenna e o Zack, eles são gêmeos, e são 2 anos mais velhos que eu, por isso já trabalham, e eu estudo e recebo sermão da minha mãe, na verdade eu acabei de terminar meus estudos então, vou fazer uma faculdade que minha mãe insiste que não dá futuro.
- Cadê o Zack? Vocês não saem no mesmo horário? – Questionei a Ravenna, pois, apesar dos dois trabalharem em áreas diferentes, eles acabam por sair o mesmo horário.
- Ele me enviou uma mensagem dizendo que vai sair mais tarde, o que tem pro almoço? – Ela me perguntou entrando na cozinha sem me deixar falar. Me afundei mais no sofá, sim eu deveria fazer algo mais produtivo...
- Zayra! – Minha mãe me chama e eu me levanto do sofá, chegado lá ela me pede para eu me sentar. - Então, a Ravenna acabou de me contar que estão estagiando lá no hospital onde ela trabalha, bem que você poderia tentar, vai que você se interessa por medicina. – Minha mãe fala sorrido enquanto o meu sangue ferve! Essa é a gota d`água, como ela tem coragem de interferir nesse tipo de decisão que necessariamente eu tenho que tomar.
- Mãe, entenda de uma vez por todas! Eu não vou fazer medicina, não vou fazer direito, nem nada desse tipo, sabe porquê? Porque essa decisão sou eu que tenho que tomar e não a senhora, então, licença. – Falei quase gritando e me retirei da cozinha, porque eu não posso fazer o que eu gosto, porque ela tem tanto preconceito com a minha faculdade?
Peguei meu celular e enviei uma mensagem pro meu grupo de amigos, que é composto por, Heitor, Otto, eu e a Eloá. – Eles rapidamente pediram para se encontrarem na praça principal, que ficava em volta de vários comércios, normalmente é o ponto turístico mais visitado, então encontramos bastante jovens e adultos. – Nem me dei ao luxo de me arrumar, peguei a primeira roupa do guarda-roupa e nem fiz questão de arrumar os cabelos, chegando lá avisto a minha amiga de pele negra, cabelos cacheados e olhos em um tom acinzentado, ela vestia uma blusa branca, com girassóis espalhados, e um moletom cinza. – Dei um sorriso e a cumprimentei com um abraço e um beijo na bochecha.
- Cadê os meninos? – Perguntei pois não estava vendo nenhum junto a garota a minha frente.
- Eles falaram comigo a pouco, disseram que foram comprar comida. – Disse a garota com suas mão enfiadas em sua calça moletom cinza. – Mas esquecendo eles um tempinho, você não está com uma cara muito boa. – Ela continua, eu sabia que não daria para esconder dela, ela me conhece melhor do que eu mesma. – Brigou com sua mãe?
- Briguei, ela não quer aceitar o falto de eu querer fazer uma faculdade diferente da que ela quer, já discutimos várias vezes sobre isso, mas hoje ela falou sobre um estágio, e bom... Acabei gritando com ela. – Neste momento imaginei minha mãe uma fera comigo por ter gritado com ela, se eu chegar em casa e conseguir sair viva, já vai ser uma conquista. - No momento em que a Elo iria falar os dois garotos apareceram a nossa frente, o Otto como sempre contente já o Heitor... Não posso dizer a mesma coisa. – Os dois já eram amigos antes de virarmos um grupo, eles se conheceram quando ainda eram crianças. Otto tem cabelos pretos e meio ondulados, olhos castanhos e uma pele negra, mas não chega a ser muito escuro, já o Heitor é o tipo príncipe encantado dos filmes, loiro, olhos verdes e uma pele branca que chega a brilhar. – Nosso grupo é bem unido nos conhecemos quando entramos o ensino médio, desde então viramos esse grupo.
- Acreditam que o salgado que comprávamos de 2,50 agora está de 3,50 isso é um absurdo, esse país está cada vez mais capitalista. – Reclama Heitor, esse garoto adora reclamar, mas no fundo é um amor.
- Deixa de reclamar Heitor, semana passada você reclamou da sua conta de água, e olha que não é nem você que paga! – Eloá retruca fazendo uma careta de desaprovação. – O Heitor revira os olhos e tira da sacola que estava em mãos dois salgados e entrega um pra cada.
- Esses dias eu vi em um noticiário que o governo está quase proibindo a entrada de pessoas na floresta. – Comentei passando a mão pelos meus cabelos loiros. – Eles disseram que está muito perigoso.
- Também, a quantidade de gente que morre por conta dos Dríades não é de se surpreender. – Disse Otto olhando para o campo de futebol vazio a nossa frente.
- Eles devem querer a pérola... – Comentei atraindo a atenção dos demais.
- Você acredita nesse negócio de pérola Zayra? – Heitor perguntou.
- Acredito, porque vocês acham que o governo está praticamente travando uma guerra com eles?
- Eu não sei se acredito muito, tenho minhas dúvidas... – Disse Otto e Eloá concorda.
Aqui estava eu, em frente a tela do meu computador boquiaberta por ter passado na faculdade que eu queria. Fiquei durante 10 minutos encarando a tela aberta com um e-mail gigante que eu ignorei, e no final me parabenizando por ter sido aceita. – Minha ficha ainda não havia caído, me levantei da cadeira e fui tomar uma água, era muita informação pra mim, peguei um copo e coloquei o líquido transparente e beberiquei pensando naquele e-mail, minha mãe vai ficar uma fera! – Mas é a faculdade do meu sonho! Eu não vou desistir de fazer o que eu quero, porque a minha mãe fica de birra!
Neste momento ela está no trabalho, então tenho tempo de me preparar para ser a decepção da família, liguei para a Eloá para contar a novidade, e ela surtou junto comigo, ela sabe que desde sempre eu queria fazer essa faculdade. – Minha faculdade ela é para formar biólogos dos seres místicos, quando eu era mais nova, achava muito interessante o jeito como eles agiam, mas por algum motivo minha mãe detesta os seres místicos, não pode falar deles perto dela que ela já fica nervosa. – Não sei se isso se deve ao fato que nos humanos não devemos nos misturar com seres daquele tipo, por algum motivo, se você for pego andando com um ser místico, você pega pena de morte, tanto pro ser humano tanto pro ser místico, dizem que é como uma traição, dizem que você se misturando com eles você está sendo infiel a sua nação, o que sinceramente eu acho uma bobagem completa isso.
Me apoiei o balcão respirando fundo, quando minha mãe chegar vai ser horrível, e quando a Ravenna e o Zack chegarem? Nossa minha mãe vai adorar jogar na minha cara que eles são perfeitos e que são alguém na vida, ela faz isso toda vez que eu toco o nome da faculdade. – Suspirei e segui para a sala, olhei para o relógio e faltavam meia hora para a minha mãe voltar do trabalho, mas já que eu estou sozinha em casa, vou andar um pouco, pensar em como vai ser assim que eu começar a faculdade.
Andei pelos arredores da minha casa cumprimentando todos que via, como nunca me mudei de casa e sempre vivi aqui, acabo por conhecer a todos. Olhei para o parquinho onde eu sempre brincava com meu pai quando pequena, antes dele ir embora era tudo muito mais fácil, eu amava quando ele chegava em casa sorridente e ia brincar comigo e com os meus irmãos, tenho ótimas lembranças dele, nunca soube o real motivo dele ter ido embora, minha mãe disse que ele estava cansado dessa vida e se mudou de país, foi uma partida muito dolorosa, mas que no fim eu aceitei. – Dei mais algumas voltas e retornei à residência, quando abri a porta vi a minha mãe sentada na sala lendo um livro, ela sempre gostou muito de ler, mas como diz ela, ``Eu não leio fantasia, gosto de viver no mundo real, não podemos viver em uma realidade inexistente´´ é por isso que ela é considerada uma das pessoas mais teimosas que eu conheço, chega a me dar raiva.
- Por onde andou senhorita Zayra? – Me esqueci de mencionar, ela odeia quando saímos sem avisar, diz a mesma que podemos ser sequestrados.
- Eu estava dando uma volta... Eu preciso lhe contar algo. – Soltei a bomba é melhor falar agora do que ficar esperando muito e ela acabar descobrindo por outra pessoa e eu me dá mal. – Ela me olha desconfiada mas pede para eu prosseguir, mesmo com muito medo disse – Sabe aquela faculdade que eu queria fazer? – Ela revirou os olhos concordando. – Eu consegui uma bolsa para estudar lá! – Não pude conter o sorriso, para mim isso era uma notícia perfeita.
- Então é isso? Vai fazer uma coisa que eu não aprovo? – Concordei mesmo com muito medo de seus próximos passos. – Ela apenas se levantou, e antes de entrar em seu quarto falou. – Você me decepcionou muito agora Zayra, espero que se arrependa de tomar uma decisão tão estúpida, só não se arrependa tarde demais. – E assim ela entrou.
Bufei e corri para o meu quarto trancando a porta, apertei meus olhos tentando conter a vontade de chorar o que é impossível, como ela consegue falar que eu sou uma decepção, só porque eu quero seguir meus sonhos? Eu não tenho culpa de gostar de coisas diferentes da que ela gosta. Me sentei na cama abraçado o meu ursinho de pelúcia e afundando meu rosto na pelúcia, deixando com que minhas lágrimas molhassem aquele pelo amarronzado. – Funguei e respirei fundo, eu passei na faculdade dos meus sonhos, porque eu estou chorando?
Me levantei decidida, mandei uma mensagem o grupo, e pedi para que me encontrassem na lanchonete de sempre, preciso avisar para os meninos já que a Eloá já sabe. – Me olhei no espelho e vi que estava com os olhos vermelhos e o rímel borrado, ajeitei minha cara para que ficasse melhor, e penteei meus cabelos que estavam uma zona, peguei meu celular e sai de casa sem nem ao menos me preocupar em avisar a minha mãe, já que eu sou uma decepção, não faz mal se eu a desapontar mais uma vez. – A caminho da lanchonete o sentimento de raiva e culpa ia sumindo aos poucos, eu tenho que ficar feliz, é o meu sonho se realizando. – Cheguei na lanchonete vendo os três sentados há minha espera, sorri e me sentei com os demais.
- Então, a Elo disse que você tem algo pra contar. – Otto afirmou, a Elo não tem jeito, não consegue se segurar.
- Sim, eu passei na faculdade que eu queria! – Falei contente enquanto os meninos me abraçavam e me davam os parabéns.
- Sua mãe deve estar uma fera. – Otto diz se separando do abraço.
- Ela tem que superar, agora que a Zayra vai fazer essa faculdade ela não vai poder ficar de birra pra sempre né? – Elo fala e os meninos concordam.
Depois de algumas horas me divertido com os demais fui para a minha casa, preciso conversar com minha mãe. – Chegando lá Ravenna está sentada no sofá juntamente com Zack, assim que eu faço barulho com a porta, atraio o olhar de ambos. - Tudo bem? – Perguntei desconfiada, os dois não paravam de me olhar, eu até já sei onde essa conversa vai dar, e acredite no final, nos três vamos estar brigando um com o outro. - Tudo bem? Como você pergunta isso sabendo que nossa mãe está extremamente triste com o fato de que a filha mais nova dela não quer seguir um rumo com mais realidade, e prefere ficar em um mundo fantasioso. – Ravenna se pronuncia com ódio, quem ela pensa que é pra falar assim comigo? Eu sei que decepcionei a mãe, mas não é pra tanto. - Vocês estão fazendo uma coisa pequena parecer que foi a pior coisa do mundo, aprendam que só porque vocês dois fizeram o que a mãe queria que eu tenho que fazer também, entendam de uma vez por todas, eu não vou mudar de
Sai de casa a procura do que fazer, e acabei por parar perto de um campo de futebol onde umas crianças estavam jogando, quando de repente uma das crianças chutou a bola com tanta força que o brinquedo se perdeu na mata. – Os demais vaiaram para o menino de cabelos encaracolados e o mesmo olhou para a mata com um certo receio. Fiquei com pena daquele pequeno, tenho medo dele acabar se perdendo ou pior, encontrar alguma criatura violenta, nem pessoas adultas chegam perto dessa floresta, quem dirá uma criança, a área onde a classe média a baixa fica, é perto da floresta, motivo? O governo cismou que as pessoas de categoria mais alta, deveriam ter mais segurança, e os outros que se ferrem, então aqui é um local bem conhecido por assaltos, já que tem pouquíssima segurança aqui, posso contar nos dedos quantas vezes vi uma viatura de policial. – Me aproximei do campinho e falei atrás da grade. - Podem deixar, eu pego a bola de vocês. – Afirmei vendo o sorriso das crianças aumentar.
Ravi Após o acontecido na floresta, eu finalmente consegui chegar no vilarejo, cheguei na casa da minha tia e abri a porta sem nem ao menos bater, olhei cada canto da sala, nossa, mudou bastante desde a última vez, as paredes pintadas de rosa foram substituídas por uma cor bege, não existia mais o sofá no meio da sala, apenas duas poltronas e dois bancos almofadados, havia uma televisão pequena apoiada em cima de uma mesinha de centro, o cheiro da casa continuava o mesmo, minha tia cultivava hortelã isso fazia com que a casa cheirasse a hortelã. – Fui para a cozinha e encontrei a figura baixa com os cabelos em um coque, com um avental e mexendo algo na panela. - Bom dia tia Gislla. – Falei com animação e a mesma, se virou dando um pulo e colocando a mão no peito. - Quer me matar de susto garoto? A sua educação ficou onde? Cadê o tempero? Ela me manda várias perguntas de uma vez, dou uma risada pelo nar
Acordei com o barulho de uma coisa alta vindo da cozinha, dei um pulo saltando da cama, sai correndo pra cozinha, onde eu encontrei a minha mãe com a mão sangrando e um prato quebrado no chão. - Mãe! O que aconteceu? – Andei rapidamente tomando cuidado para não me machucar com o vidro no chão, peguei um pano que estava ao lado dela para estancar o sangue. - E-eu não sei, eu estava pegando um prato para colocar comida e ele de repente quebrou. Fui até o armário e peguei uma maleta onde tinha todos os medicamentos e faixas, procurei o remédio para passar em cima do corte, tirei o pano, lavei o sangue, coloquei o remédio e uma pomada, e enfaixei. - Cadê a Ravenna, ela não está de folga? – Perguntei indignada, a minha mãe não é muito boa na cozinha, por isso a Ravenna sempre se encarrega de fazer o café, o que claramente hoje ela não fez. - Eu acho que ela saiu. O Zack dorme que nem pedra, aposto que nem ouviu todo esse barulho, deve estar
- Ravi? – Ai meu deus, eu não quero me meter em encrenca, mas ele aparece assim do nada ai fica complicado. - Zayra? Ah, meu senhor, que bom! Então, eu sei que não nos conhecemos bem, e você não deve nem confiar em mim, mas eu preciso da sua ajuda! Eu iria pedir a outra pessoa, mas já que você está aqui, é mais fácil. – Ele falou muito rápido, como assim minha ajuda? O que? Eu estou extremamente confusa, e não eu não confio nele, eu nem posso ser vista perto dele! Se não... Bom vocês sabem. - Ajuda? A gente não pode nem ser vistos juntos, imagina se ajudar! - Eu sei! Mas eu preciso de ajuda humana, minha amiga é uma estúpida e bom... – O que ele tá falando? O interrompi. - Calma ai, o que sua amiga fez? - Então... Horas antes...
Ravi - Nunca mais envolva a gente nesse tipo de situação. – Falei enquanto me jogava no sofá. - Não prometo nada, mas agora falando sério, você acha que os Wendigos voltaram? – Ela me pergunta se sentando no chão. - Não faço a menor ideia, mas as características batem, eu espero que eles não tenham voltado, porque sinceramente, podemos ter problemas bem sérios com a volta deles. Fora que eles podem ter evoluído, da última vez que o nosso povo extinguiu eles, não foi tão difícil, mas se eles voltaram mesmo, pode ter certeza, eles evoluíram. - Acha que pode causar uma guerra? - Não só acho, como tenho certeza, desde a última guerra, onde eles acabaram sendo extintos, o comandante deles, deve ter tirado esse tempo para reunir forças. - Vamos na floresta das águas? Preciso falar com a Cora. – Mabel pergunta se levantando. – Os Wendigos eles normalmente afetam muito o clima da
Acordei com um barulho de panela a cozinha, com muita indisposição fui para o banheiro e tomei um banho demorado para me acordar, me vesti e fui para a casa da Elo, já que precisava falar com ela. – Assim que cheguei em sua casa, nem me dei ao luxo de tocar a campainha, estava tão desesperada que abri a porta, que estava aberta. Parei na entrada da sala, após ver a Elo sentada no chão chorando, rodeada de fotos, que pareciam ser todas da mãe dela. - Elo! Eu... – Quando tentei falar a mesma me interrompeu. - Como você tem coragem de aparecer aqui? Eu precisava de você comigo! Enquanto o Heitor e o Otto tentavam me acalmar, eu só queria o seu abraço. – Ela se levanta me olhando, e pude ver seus olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. - Elo, me desculpe, mas eu tive imprevistos, não pude prever que demoraria tanto. – Tentei justificar, mas a cada palavra que eu falava parecia que seu rosto enfurecia mais. - Mais importante que apoiar sua amiga em mom
Ontem fiquei o resto do dia enfurnada dentro do meu quarto, e minha mãe também não veio falar comigo, típico dela, ela simplesmente vai esquecer o que aconteceu, e vai fingir que não discutimos ou ela vai esperar que eu peça desculpas e me arrependa, até lá ela me ignora, agora estou olhando para o buraco enorme que eu consegui fazer na parede ontem. – Olhei para o meu celular que já marcava 5:23 da manhã, não dormi direito, e também queria sair de casa mais cedo que todo mundo, para evitar que a minha paz de espirito se transforme em um caos. Já havia tomado um banho e colocado uma roupa, só estava tomando coragem para sair de casa, afinal, estou quase caindo de sono. Depois de 10 minutos pensando se vale a pena sair do meu quarto, eu decido e saio dele, e como o previsto não há ninguém acordado, ainda bem. – Coloquei um casaco antes de sair de casa, o tempo amanheceu bem gélido, talvez eu esteja com medo de ser assaltada? Sim, mas eu prefiro sair, do que em casa com a minha mãe e