Protegida pelo patrão
Protegida pelo patrão
Por: Kari
Prólogo

PRÓLOGO

Do céu ao inferno

Aqui contarei a história de minha luta pela sobrevivência.

Tenho 20 anos, sou órfã de pai e mãe, não tenho mais ninguém além da minha tia.

Ela que me criou desde quando minha mãe faleceu tão jovem.

Ela sempre foi a melhor pessoa que poderia ser para mim. Me deu carinho e amor.

Ensinou-me tudo o que sei sobre a vida, que muitas vezes pode ser difícil e amarga para algumas pessoas.

Conversava comigo como uma melhor amiga.... sempre compartilhamos tudo. Foi através de minha tia que conheci vários lugares, fizemos várias viagens.

Apesar de toda dificuldade da vida sempre a vi sorrindo e vive os melhores anos de minha vida feliz.

Não tínhamos luxo, mas aproveitamos e apreciamos sempre a companhia uma da outra, e isso me bastava.

Cresci e comigo crescia também um sonho. O de ter uma família, marido, filhos, cachorro...a verdadeira família de comercial de margarina.

Por que tinha esse sonho? Bom. Por mais que fui criada com amor pela minha tia, tão nova que poderia ser comparada à uma irmã mais velha para mim. Ali, havia um vazio e desejo de viver o que nunca vivi. Uma família completa, sonhava enquanto admirava os filmes americanos. Contava os minutos para chegar a minha vez.

Sempre acreditei que encontraria alguém especial, que compartilhasse dos mesmos sonhos que eu.

Quando completei 18 anos, conheci um rapaz, que parecia ser bem legal.

Trocamos olhares algumas vezes até que ele se aproximou e puxou assunto.

Me tratava muito bem sendo sempre gentil e isso fez com que eu acabasse me apaixonando perdidamente.

Começamos a namorar e pouco tempo depois fui pedida em casamento e aceitando sem hesitar.

Realmente pensei que tinha encontrado, o meu príncipe encantado.

Mas eu me enganei...

A cerimônia e a festa foram bonitas apesar das poucas pessoas pois não tinha família, além da minha tia, para celebrar esse momento tão esperado comigo.

Mas paixão é diferente de amor. A paixão nos cega, e hoje entendo que eu fui bem atingida por esse sentimento.

Já durante a pequena festa notei que meu marido estava um pouco alterado, mas o que a bebida e a felicidade não fazem em conjunto ... Assim pensei que fosse e apenas ignorei.

Ansiava por desfrutar de todos aqueles sonhos.... sempre imaginei que a lua de mel seria incrível, mas doce ilusão a minha. A minha lua foi de fel e todos os meus pesadelo estava prestes a começar.

Ao invés de ser a noite mais feliz, afinal eu seria despojada pela minha primeira vez, foi a noite que marcou toda uma vida de desgraça que iniciou ao seu lado.

Onde estava o amor que todos esperam para o grande dia?

Eu não tive nenhuma oportunidade de desfrutar desse momento.

Não sei se impulsionado pelo excesso da bebida, mas meu marido se mostrou um monstro.

Não tive tempo nem de tomar um banho pois me lembro com tristeza do momento que o vi, seu semblante selvagem vindo em minha direção e me atacando como um animal feroz. Meu vestido foi rasgado violentamente e eu só chorava e gritava desesperadamente. Foi então que ele me tocou pela primeira vez, mas através de um tapa*, que me fez cair.

A noite que eu tanto desejei e que sonhei, na qual eu me entregaria para o amor da minha vida, foi marcada pelas torturas e violência.

Eu não fui amada, fui violentada.

Seus toques não eram de amor, eram de um animal querendo marcar o seu território.

Eu não sangrei por ter sido penetrad@ pela primeira vez com amor, sangrei porque a violência era tanta que me deixou cicatrizes profundas no corpo e na alma.

Minha mente me cobrava o quanto eu havia sido cega e não reconhecido o monstro que tinha ao meu lado.

Ainda assim, torci para que ao amanhecer aquilo não passasse de um pesadelo e que ele se arrependesse do que fez, talvez acometido pelo excesso da bebida.

Doce ilusão a minha....

Por que isso estava acontecendo comigo?

O que foi que eu fiz para merecer isso?

Em meio aos questionamentos que pairavam em minha mente, me levantei com cuidado da cama, não queria despertar a fera ao meu lado, e fui tomar um banho. Esperei que a água levasse toda a dor e aquela sujeira que sentia.

Esfreguei minha pele como se pudesse arrancar tudo o que ficou impregnado na minha alma.

Ao terminar e sair do banheiro percebi que meu marido já estava acordado e sentado na cama me esperando.

Orei em silêncio para que o efeito da bebida tivesse passado e ele retornasse a ser a pessoa que eu conhecia antes daquela fatídica noite.

Mas Deus, como eu pude ter me enganado tanto?

Nenhum resquício de culpa ou remorso existia. Apesar de sóbrio, eu só percebi o mesmo animal a minha frente.

Não ouve um toque de carinho, uma palavra de amor.

Ele ordenou que me vestisse pois iríamos para casa.

Busquei em seu olhar a esperança de que ainda existisse, mesmo que no mais profundo, aquele homem por quem me apaixonei, mas não encontrei. Seu olhar era feroz e deixava bem claro que ali começaria meu inferno.

Não consegui controlar a emoção e chorei.

Chorei pelos sonhos desfeitos, pela ilusão de uma vida feliz, pela pessoa horrível que ele era, e por ter me permitido chegar nessa situação sem ter percebido nada.

O medo tomava conta de mim e só obedecia a suas ordens.

Saímos daquele lugar que parecia ser uma cabana. Percebi que ao redor havia várias como essa, mas distantes uma da outra. Seguimos por um caminho que nem imaginava onde daria. Fizemos o trajeto todo em silêncio e eu totalmente perdida em meus pensamentos.

Avistei uma casa afastada de tudo e notei que íamos em sua direção. Era uma casa simples. Ao entrar constatei que tinha somente o básico ali, uma única cama, um fogão velho, uma mesa pequena com duas cadeiras e um único sofá. O banheiro era uma pequena casinha do lado externo.

Ali começariam novas páginas da minha vida.

Não a tão sonhada vida feliz pois meu marido fez questão de deixar claro que seria um verdadeiro inferno.

(...)

2 anos depois...

Ele me fez cortar contato com a única pessoa que eu tinha na vida. Não permitiu que minha tia visitasse onde nós morávamos e nem íamos até ela.

Ele sempre me acusava de algo e sempre me jogava na cara que eu não servia para nada, nem engravidar. Por mais que meu sonho fosse ter filhos eu agradecia aos céus por não ter engravidado, não suportaria ter um filho com ele e vê-lo maltratar tanto.

Uma noite, depois de mais uma surra, tirei forças de onde nem sabia que tinha e finalmente fugi daquele inferno.

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