Capítulo 01

Narração de Camila...

Eu corri, corri com todas as forças que ainda me restavam. Era uma madrugada chuvosa e eu corria no meio da rua, estava ofegante e assustada. Meu corpo estava em choque, eu nem conseguia sentir a dor...

Mas o gosto do sangue em minha boca deixava claro que ele tinha me machucado mais uma vez e dessa vez foi bem pior.

Sim... Meu marido me espancou, ele queria me matar*, meu olho esquerdo estava completamente embaçado. Eu olhava para trás e podia sentir ele se aproximando mesmo eu não o enxergando. Com certeza ele estava se divertindo com o meu desespero, ele gostava de brincar de caçar, e eu era a caça. Ele se escondia no matagal...

Vi um carro na pista, corri ainda mais e entrei na frente daquele carro obrigando o motorista a parar.

Era um Pálio vermelho e dentro tinha uma mulher de cabelos cacheados que me olhou assustada apertando o volante.

- O que aconteceu com você? - Ignorei a pergunta daquela desconhecida e entrei no carro mesmo sem ser convidada.

- Acelera! Por favor acelera! - Falei em desespero olhando para trás e chorei em pânico. Ela fez o que eu pedi e acelerou o carro, depois daquilo eu não me lembro de mais nada! Desmaiei...

Acordei na manhã seguinte confusa olhando para o teto e me perguntando onde eu poderia estar. coloquei minha mão na cabeça sentindo uma enxaqueca surreal e um dos meus ouvidos estava surdo ainda. E eu sabia o motivo! Senti uma pressão em minha mão e percebi que eu estava no soro e que eu puxava o acesso. Minha ficha foi caindo e percebi que parei no hospital, eu precisava fugir daquele lugar! Ele poderia aparecer a qualquer momento! O pânico tomou conta de mim. Eu iria puxar o acesso da minha veia mas um médico HOMEM entrou no quarto dando bom dia. Recuei na mesma hora em pânico! Eu não conseguia respirar.

- Vai embora! Vai embora! -Eu respirava ofegante sentindo meu corpo adormecer pelo medo e pânico. Aquele médico me olhou confuso e ele era grande e foi mais um motivo para eu querer gritar.

- SAI DE PERTO DE MIM!!! - Gritei a plenos pulmões e ele saiu do quarto assustado.

Uma enfermeira entrou assustada com meu grito e me olhou segurando um remédio.

- Calma! Senhorita! Mantenha a calma! Qual é o seu nome ?! - A enfermeira tentava me acalmar .

- Só não deixe ele entrar! E nenhum homem! Por favor nenhum homem! - Chorei em desespero. Ela parecia entender minhas súplicas e me abraçou tentando me acalmar.

- Quer fazer uma denúncia? - A enfermeira perguntou.

- Não. Ligue para um número por favor! - Imediatamente ela pegou um papel e uma caneta e foi anotando o número que eu falava.

- É uma tia! Peça para ela me buscar! Eu me chamo Camila. - Meu corpo todo estava trêmulo. A enfermeira assentiu e saiu do quarto.

Os minutos se passavam e eu tentava me manter calma.

E depois horas se passaram e finalmente minha tia que me criou entrou no quarto. Quando ela me viu começou a chorar em desespero.

- O que ele fez com você?! O que ele fez?! - Ela gritava em meio ao choro. Eu chorei junto. Foram dois anos de tortura e prisão dentro de casa, para ele era prazeroso me ver sentir dor. Seu olhar era sombrio como a noite ao sentir prazer no momento em que ele me enforcava em nossa cama, só parava quando eu estava quase desmaiando. Ele não queria me ver morrer, ele queria continuar a me torturar todos os dias! Mas na noite anterior ele iria me matar. Ele atirou em direção a minha cabeça, desviei a tempo e a bala pegou em minha orelha. Consegui fugir enquanto ele colocava mais munição na arma. Antes mesmo dele tentar me matar ele já havia me machucado muito. Mas agora eu estava alí com minha tia! A última vez que eu a vi foi no dia do meu casamento. Ela estava feliz e orgulhosa, eu havia me resguardado para o homem que pensei ser o amor da minha vida. Me casei virgem e encantada com o amor, mas o encanto desapareceu durante a Lua de mel. Ele não era aquela pessoa com qu eu me casei, as sessões de torturas eram prazerosas para ele. Muitos poderiam me julgar... Mas quando se mora em um lugar onde não se tem vizinhos e não se tem mais contato com amigos e nem telefone, e sempre presa dentro de casa... É difícil se colocar em meu lugar. Minha tia sabia que eu sofria a partir do momento em que ele não permitiu passar endereço e nem o meu contato.

- Você vai morar comigo! Está tudo bem agora Camila! Esse monstro não vai mais tocar em você!

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