LUCIANO NARRANDO. Há exatamente três anos atrás, por imprudência alheia eu perdi o grande amor da minha vida. A Débora era a mulher mais perfeita, ela era uma mulher maravilhosa, excelente em tudo o que fazia. Sem exceções. No trabalho ela era a funcionária mais dedicada, como esposa ela era a mais companheira e como a mãe da nossa Mel ela era espetácular, sempre disposta a tudo. Quando ela se foi, a Melissa tinha apenas 1 e ano meio, era uma quinta feira a noite chuvosa, eu já havia chegado em casa, a Mel estava com a sua babá Maria e em seguida a Débora me ligou avisando que já tinha saído do trabalho é que chegaria a tempo pro jantar. Mas demorou e não chegou.... Por conta de um motorista bêbado, inconsequente e imprudente que atravessou o sinal vermelho e pegou o carro dela, a batida fez ela morrer na hora, sem qualquer chance de se despedir. Eu me lembro que naquela noite, eu pensei que a Débora tinha pego trânsito, então eu coloquei a Melissa na cama e prometi
ENRICO NARRANDO ~ Eu não pensei duas vezes para pegar o meu celular e ver o que ela estava querendo falar comigo, apesar de sentir muita raiva por ela, eu acredito que o meu ódio maior não é só por ela, mas pelos dois, pelo que os dois fizeram por mim, só que fora isso eu também sou muito curioso, a Alice sabe sempre de muita coisa, as vezes fica sabendo sobre mim antes mesmo de eu ficar sabendo. Alice tinha tudo para ser a grande mulher da minha vida, porém foi só mais uma que trocou tudo o que tinha por apenas um instante, que por sinal acho que tem sido um instante que foi bastante prolongado, porém insuficiente de fazer com que ela me esqueça por completo. Nas mensagens dela que eu comecei a ler enquanto ia me ajeitando para sair da sala e voltar para finalizar o evento, ou melhor, liberar a pista de dança e os acessos aos quartos, e eu pudesse finalmente me divertir. Então, lá dizia: MENSAGENS ALICE ON ~ - ALICE: Oi, Enrico. Como você está? Já fiquei sabendo que o s
ENRICO NARRANDO ~ - ENRICO : Como assim teve alguém aqui, tá maluca Alice? Tu já chega com surto pra cima de mim? - Eu respondi pra ela de dentro do banheiro, tomando o meu banho tranquilo. Comecei a questionar a mim mesmo do porque ela estaria enchendo o saco logo de cara, até que caiu a ficha! Puts, a máscara. E antes de eu responder ela me disse: - ALICE: Ah, não vai me dizer que estava usando máscara cheia de glitter no seu evento. Quem era a vagabunda que estava aqui com você? Aliás você está até tomando banho, e se tá fazendo isso é porque já usou isso daí hoje. - Disse ela com a voz um pouco alterada. Eu não pensei duas vezes quando disse pra ela o seguinte: - ENRICO: Primeiro que quem me chamou para comemorar foi você, Alice. E segundo que eu não seria tão idiota em trazer alguém aqui e logo trazer você. E outra coisa, eu não te devo mais satisfações, só que vou te dizer, a máscara é de uma amiga, ela esqueceu no meu camarim e eu trouxe para poder entregar pra
ISADORA NARRANDO ~ — Luciano: Está pronta? — Ele me perguntou me ajudando a descer do carro. — Isadora: Eu acho que sim. - Eu respondi um pouco indecisa do que eu realmente queria . Mas sei que se era especial para ele, pra mim também seria. — Luciano: Ela é uma boa menina, você vai gostar dela. — Ele disse abrindo a porta da cozinha e me dando abertura pra entrar também. E além de tudo tinha também um brilho nos olhos que eu ainda não tinha visto. Assim que nós entramos, tinha uma menina de aproximadamente 5 anos sentada na cozinha, vestindo um pijama azul bebê com várias bolinhas brancas, e assim que ela viu o Luciano, ela correu para os braços dele. Foi muito lindo de ver, preciso confessar. — Melissa: Papaiiiiiiii. - Disse ela correndo e gritando indo ao encontro dele. — Luciano: O que você está fazendo acordada meu amor? - Ele perguntou com uma voz completamente diferente. — Melissa: To esperando a Ju fazer meu leite. - Ela disse com a voz toda ingênua. A co
ENRICO NARRANDO. Terminamos de tomar todo o café da manhã ainda na cama e tudo que eu menos queria era precisar sair dali , sorte que realmente não precisava . Era domingo e apesar de eu trabalhar em casa , eu sempre tinha muita coisa pra fazer , e pra falar a verdade trabalhar em casa é uma opção , porque tenho o escritório todo montado lá , mas eu vou quando estou com dificuldade de focar no que preciso fazer , porque querendo ou não em casa é mais complicado . Então minha rotina de todos os dias é treinar bem pesado , tomar um banho , almoçar e só depois do almoço que eu vou pro escritório . Isso quando estou afim, e essa última semana não rolou ir lá nem um dia por conta da correria do evento . Coloquei a banedeja de lado e fiquei apenas pensando no que estava acontecendo na minha vida , estava muito feliz por conta do sucesso do evento, das doações e também do leilão. Mas ainda tinha alguma coisa me incomodando dentro de mim. E eu precisaria descobrir, mas sei que leva um tem
ALICE NARRANDO ~ Minha vida sempre foi a mais fácil de ser vivida, eu tinha de tudo, menos o que mais importava, que era o apoio e carinho dos meus pais. Tinha tudo, tudo que o dinheiro podia comprar, mas carinho, afeto, amor, apoio e tudo que possa vir da figura paterna e materna eu não tinha. Fruto de uma gravidez completamente indesejada e que trouxe como consequência um casamento arranjado, que já envolvia pessoas de dinheiro, e que priorizavam qualquer coisa, menos a necessidade de ter filhos. Isso era algo incomum e completamente fora dos planos dos meus pais, Saulo Guimarães e Petrina Gonçalo. União de duas famílias com muito dinheiro, e que teve como consequência de uma dupla irresponsabilidade, eu, Alice Gonçalo Guimarães. E sim, eles me chamam até hoje de fruto de uma dupla irresponsabilidade. Quando ainda era criança eu pensei que fosse normal, que os pais realmente não sentavam para brincar com os filhos, pensei que fosse normal a babá levar, buscar e até mesmo ser a ú
ISADORA NARRANDO. — Isadora: Ai meu Deus olha a hora, é hoje que o Carlos me mata. — Eu gritei assustada quando acordei e vi que já tinha amanhecido. Eu realmente estava muito ferrada, não sei nem que desculpar inventar pra ele. — Luciano: Calma, eu te levo, vamos só tomar café. — Ele disse levantando da cama correndo. —Isadora: Você não esta entendendo, eu preciso ir embora agora. - Eu insistia em dizer porque realmente precisava ir. — Luciano: Por que essa agonia? - Ele me questionou como quem não estava entendendo absolutamente nada. — Isadora: Porque você não conhece o Carlos, não sabe do que ele é capaz. - Respondi para ele enquanto ia pegando as minhas coisas. — Luciano: Eu entro e converso com ele, relaxa tá. - Ele me respondeu como quem sabia ou pelo menos achava que poderia fazer alguma coisa. — Isadora: Não, você não pode nem parar na porta da minha casa. — Eu disse nervosa e ele ficou quieto. Ele se trocou rapidamente e eu coloquei o meu vestido porque e
ISADORA NARRANDO. Eu não consigo me lembrar bem o que aconteceu depois que eu fiz a ligação para a emergência. A minha mente consegue ter alguns fashs de lembrança, dos paramédicos me socorrendo em casa, me lembro de pedir para eles levarem a minha bolsa, me lembro de acordar na ambulância e depois disso tudo ficou escuro novamente. Quando eu acordei, o Enrico estava sentado do meu lado, não consegui entender o porque. Olhei ao redor, eu estava com a camisola do hospital. — Isadora: O que você está fazendo aqui? — Eu disse com dificuldade e ele que estava mexendo no celular, me olhou. — Enrico: O hospital me ligou. — Isadora: E você veio correndo para cá? — Enrico: Sim, fiquei preocupado, o que aconteceu? — Ele disse sentando na cama. — Isadora: O meu padastro me pegou saindo do carro do Luciano. — Enrico: Ontem a noite? — Isadora: Não, hoje de manhã. — Enrico:E o que você estava no carro dele hoje de manhã? — Isadora: Ontem ele me levou para a casa dele,