THOMAS NARRANDO. — Quem é? — Lívia fala por trás do portão. — Thomas. — Respondo e jogo a bituca do cigarro no chão. — O que você quer? A Mariana não está aqui. — Eu não vim atrás da Mariana, quero apenas conversar com você. — Não tenho nada para conversar com você, por favor vá embora. — Se você não abrir, eu entro a força, você que sabe. Daqui do lado de fora eu conseguia sentir o cheiro do medo dela e ela tinha razão de sentir medo, não estou aqui para brincadeira. — Abre a porra desse portão Livia. — Vai embora, pelo amor de Deus. — Ela chorou. — Eu te dei a opção de abrir, já que você não quis, então eu vou arrombar. Quando levantei o pé para arrombar o portão, ouvi o barulho e então o portão se abriu. — Me deixa em paz, eu não tenho nada haver com isso. — Já era Livia, entra na porra do carro. A Mariana vai aprender que quem mexe com fogo, se queima. 40 DIAS DEPOIS... — Para, pelo amor de Deus Thomas. — Prest
HEITOR NARRANDO. É serio mesmo que a irmã da Mariana pensou que eu fosse acreditar nessa história? Dessa vez o Thomas foi burro. Eu poderia ter acabado com esse plano ridículo hoje mesmo, a primeira perguntaria que eu iria fazer era como ela tinha achado a nossa casa? Só que eu vou ficar de olho nela e ficar atento aos próximos passos do Dimitri e Thomas.— Mari, hoje foi um dia muito intenso, vá descansar um pouco. — Me aproximo dela.— Eu vou sim, a minha mente está uma loucura, você fica aqui hoje? — Ela pergunta e eu afirmo que sim.— Preciso apenas fazer algumas ligações e em seguida vou subir.— Tá, fico te esperando então.Fico observando ela subir as escadas e em seguida eu subo atrás, fico no corredor esperando a Dolores sair de um dos quartos e quando ela me vê, eu a chamo com o dedo.— Presta atenção, você vai ficar de olho nessa menina, o tempo inteiro.— Porque? — Dolores me questionou.— Eu não confio nessa menina, isso é um segredo entre nós dois, não posso permitir qu
MARIANA NARRANDO. Acordo sentindo o braço do Heitor pesar em cima do meu corpo, levanto o braço dele devagar e fico de frente com ele. Fico ali quieta, observando ele dormir e me assusto quando ele fala ainda de olhos fechados.— Vai ficar me olhando mesmo? — Em seguida ele sorriu.— Que susto, faz tempo que você está acordado?— Tempo suficiente para saber que você está me observando. — Ele abriu os olhos e me roubou um beijo.— Peguei no sono sem tomar banho.— E você continua cheirosa do mesmo jeito. — Ele disse e passou a mão pela minha bunda.— Não senhor, nada de sexo matinal.— Rapidinho, por favor, fiquei tanto tempo longe desse corpo..— Não, vai já pro banho, eu estou morrendo de fome e quero tomar café da manhã do seu lado. — Brinquei.— Sim senhora. — Ele respondeu e levantou da cama rapidinho.Me sento na cama e fico lembrando da nossa noite, de como ele consegue me enlouquecer de tanto prazer. A porta do banheiro estava meio aberta, ele estava nu em baixo do chuveiro e
HEITOR NARRANDO. — Bom dia para você também papai. — Respondo lendo o meu jornal.— Estou te ligando desde ontem a noite.— Eu sei, vi a sua ligação, apenas não quis estragar a minha noite. — Respondo e dobro o jornal colocando em cima da mesa.— O seu irmão foi sequestrado e você aqui brincando de casinha.— Como assim o Enrico foi sequestrado? — Me exaltei.— Isso mesmo, Dimitri pegou o seu irmão.— Que desgraçado do caralho. — Grito e bato as duas mãos na mesa.— Está na hora de você abrir a boca e nos dizer aonde vamos encontrar o meu filho. — O meu pai falou e apontou para a Mariana.— A Mariana não tem nada haver com isso pai.— Não mesmo, eu estou presa nessa casa a dias, o único lugar que eu consigo ir é ao hospital e mesmo assim o Heitor vai junto comigo.— Pai, você sabe muito bem que essa briga com o Dimitri é antiga, aonde que pegaram o Enrico?— No puteiro.— Porra, no puteiro? Ai é foda também. — Levanto nervoso da mesa.— Mariana, preciso sair, fique em casa hoje. — Me
HEITOR NARRANDO. Quando chego na frente do galpão, a movimentação era grande. Vários carros estacionados e muitos homens entrando, quando eu paro o carro lá dentro vejo todos empenhados carregando as vans, todos com roupas pretas e com sangue nos olhos contra o Dimitri.Olho para cima e vejo o meu pai olhando tudo, subo e paro ao lado dele.— Você sabe que não vai não é? — Falo e ele me olha.— É o meu filho, por vocês dois eu vou até o inferno. — Ele respondeu sem tirar os olhos da movimentação dos homens— Você não tem saúde e muito menos idade para isso, vai acabar atrapalhando. Por favor, vai para casa.— Ir para casa não é uma opção Heitor.— Eu sou a porra do chefe, você vai para casa ou então tudo está cancelado. — Respondo e viro as costas.— E você vai ter coragem de deixar o seu irmão nas mãos do Dimitri?— E você vai me fazer escolher entre enterrar você ou o Enrico? — Respondi ainda de costas para ele.Não fiquei para ouvir a resposta, eu não deixaria o Enrico lá, de jeit
THOMAS NARRANDO. — Gostosa. — Dou um tapa na bunda da p.uta que passou por mim.Já tinha um tempo que não eu comia uma mulher com vontade mas, era só eu fechar os olhos que o rosto da Mariana aparecia na minha mente. Jamais irei perdoar o que ela fez comigo!No outro dia pela manhã, acordei no chão da cozinha, todo vomitado. Seguro a cabeça com as mãos sentindo dor, levanto com dificuldade, subo as escadas e vou direto para o banheiro. Depois de recuperar toda a minha dignidade no banho, saio enrolado na toalha e pego o meu celular. Ligo para a Lívia e ela não atende, ligo novamente e ela não atende.— Vadia.Coloco uma roupa, mando uma mensagem para a mulher que limpa aqui e desço. Deixo algumas notas de dinheiro em cima da bancada e saio de casa. Antes de entrar no galpão, eu ligo mais uma vez para a Lívia, dessa vez ela atende.~ início de ligação. ~— Eu não consigo ficar falando com você Thomas. — Ela cochichou.— Quando eu ligar, você precisa se virar para atender, como está as
HEITOR NARRANDO. — PAI. — Gritei assim que entrei no galpão da La Rosa. Mas, o galpão estava vazio, eu não pensei em nada só corri lá para dentro. O desespero bateu em mim, o meu pai não ia conseguir resistir a tortura do Dimitri. — Ele não está aqui caralho, ele não está aqui. — Gritei para os meus homens assim que eles entraram no galpão. — Calma senhor Heitor. — Francisco tentou me acalmar. — Como eu vou me acalmar porra, eles estão com o meu pai, quase mataram o meu irmão. — Gritei. O meu celular começou a tocar, peguei no bolso e vi que era o meu pai. — É o numero do meu pai, será que é o Dimitri? — Falei. — Atende. — Francisco respondeu ~ início de ligação. ~ — Pai. — Atendi. — E então? Como foi? — A voz dele soou na ligação e eu consegui respirar aliviado. — Puta que pariu pai, aonde você está? — Na frente do hospital da sua filha, observando a entrada, onde está o seu irmão? — A voz dele estava embargada, como se tivesse cho
MARIANA NARRANDO. — Senhor, cuida do Heitor, eu entrego a vida dele nas tuas mãos, o proteja e traga ele com vida para casa. — Eu choro de joelhos no chão. — Por favor, traga ele com vida, não deixe que o Thomas faça nada com ele, o senhor sabe o quanto eu preciso dele aqui comigo. Não tinha nada do que eu fizesse naquele momento que iria impedir o Heitor de ir encontrar o irmão dele, afinal é família. Só que eu estava com medo, medo de perder ele e precisar enfrentar tudo com a Pérola sozinha. Eu o amo, quero passar o resto da minha vida com ele. — Promete que nunca vai me deixar, eu preciso de você Mariana, eu preciso de você na minha vida.... — Quem precisa prometer que nunca vai me deixar é você, eu estou aqui, sempre vou estar pela nossa família, quero casar com você e ter mais um monte de filhos, quero morrer ao teu lado Heitor. — Você quer mesmo se casar comigo? Casar mesmo de verdade? — Claro que eu quero, aquele contrato não vale mais. — Então