Capítulo 56

LEONARDO RIZZI NARRANDO.

ITÁLIA.

A noite no galpão foi um borrão de bebidas e pensamentos confusos. Não voltei para casa. O whisky era a única coisa que conseguia anestesiar a dor da traição. A imagem de Rafaella, seus olhos suplicantes, não saía da minha cabeça. Ela era culpada, não era? Tudo apontava para isso. Mas por que então sentia esse peso no peito, essa sensação de que algo estava fora do lugar?

Os meus homens estavam ocupados tentando encontrar qualquer pista sobre o roubo, mas eu sabia que era uma busca inútil. A essa altura, a carga já devia estar bem longe, fora do nosso alcance. E o responsável, quem quer que fosse, havia planejado tudo perfeitamente.

Afundei mais uma dose de whisky, sentindo o líquido queimar a garganta. Precisava encontrar o erro, a falha no plano. Algo não se encaixava. Passei a noite revirando os eventos na minha cabeça, procurando uma lógica que justificasse o que tinha acontecido. Cada vez que pensava em Rafaella, a raiva voltava com força total. C
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