LEONARDO RIZZI NARRANDO.ITÁLIA.Saí da casa, deixando Rafaella para trás, e dirigi direto para o galpão. A raiva e a adrenalina se misturavam dentro de mim, criando uma tempestade de emoções que só podia ser acalmada com respostas. O homem que havíamos capturado era a chave para desvendar quem estava por trás dessa ameaça. Eu precisava saber.Cheguei ao galpão e os meus homens estavam em posição, vigilantes. Entrei e vi o homem que tínhamos capturado sentado em uma cadeira no centro do espaço vazio, as suas mãos presas. Os seus olhos me seguiam, desafiadores, enquanto eu me aproximava.— Quem te mandou? — Perguntei.Ele sorriu, um sorriso que fez a minha pele arrepiar de raiva. Havia algo de profundamente perturbador naquela expressão.— Você acha que pode me assustar, Don Leonardo? — Ele riu baixinho.— Eu não tenho nada a perder.— Isso é o que vamos ver. — Retruquei.Ele começou a respirar diferente, eu olhei para ele e era como se ele tivesse tendo um ataque.— O que é isso? — Eu
RAFAELLA NARRANDO. — Léo... fica aqui comigo...— Tem certeza que é isso o que você quer? — Ele disse.— Sim...Nós dois ali naquela cama, só a luz do abajur ligada. As nossas bocas não desgrudava, o meu corpo se ajustava ao dele como se fosse um só. A sua mão tocava a minha pele e expulsava de mim todos os desejos que estavam contidos todos esse tempo que o desejo surgiu em nós, a minha mão deslizava no seu peito nu depois que desabotoei a sua camisa e a tirei. Ele apertava a minha cintura e eu mordia o seu pescoço, passava a minha língua até a sua orelha. Ele apertava as minhas costas e a sua boca veio novamente até a minha e rebolei no seu colo sentindo ele duro, me desejando.Uma de suas mãos apertou o meu seio sob a camisola, a sua respiração era pesada como a minha. Nós dois não conseguimos nem pensar em mais nada, e tudo parecia ser traçado como um poema, com sintonia, harmonia, era um sentimento forte cheio de emoção, os nossos corações parecia pulsar em cada parte do nosso c
LEONARDO RIZZI NARRANDO.ITÁLIA.A noite com Rafaella foi um erro. Sabíamos disso desde o início. Nosso relacionamento era um contrato de casamento, uma aliança estratégica, nada mais. Mas naquele momento, tudo isso pareceu distante. Enquanto ela se aconchegava ao meu lado, uma sensação de paz e conforto invadiu o meu ser. Conversamos até tarde, em sussurros, dividindo segredos e risadas baixas, criando uma conexão que eu não podia permitir.Quando finalmente pegamos no sono, eu ainda podia sentir o calor do seu corpo contra o meu. Era uma sensação reconfortante, mas minha mente não estava pronta para descansar. Logo fui puxado para o mundo dos sonhos, onde tudo parecia mais realidade, mais intenso.No sonho, eu estava de volta à velha casa de campo da família. O lugar estava envolto em uma neblina que parecia pulsar com vida própria. Caminhei lentamente, cada passo ecoando como se estivesse em um espaço vazio. À minha frente, a figura do meu pai apareceu. Ele estava cansado, os seus
ROCCO NARRANDO.ITÁLIA.Eu saí daquela casa com o peito apertado de frustração e humilhação.— Quem você pensa que é? Moleque mimado. — Eu praguejei.Ver Leonardo me expulsar como se eu fosse um cão sarnento só alimentou o ódio que fervia dentro de mim. Aquele plano deveria ter funcionado, era para eles estarem mortos e só então Lorenzo iria herdar a Máfia e deixar o poder em minhas mãos..Tudo estava meticulosamente planejado para eliminar Rafaella e Leonardo de uma vez por todas, mas algo deu errado. Algo que não consegui prever.De volta à minha casa, eu me viro para a única coisa que sempre me trouxe algum conforto: a garrafa de uísque. O líquido âmbar queima A minha garganta enquanto eu praguejo para mim mesmo, amaldiçoando cada detalhe que falhou daquele plano. Como as coisas saíram tão fora de controle? Eu era o mestre dos meus próprios planos, mas agora estava no fundo do poço, com nada além do meu próprio fracasso me encarando no espelho.Mas eu não sou do tipo que fica de br
RAFAELLA MARTINI NARRANDO.ITÁLIA.Quando eu entrei na sala de jantar e vi o Rocco próximo do Leonardo, um frio percorreu minha espinha. A sensação de que eu estava mentindo para Leonardo sobre a minha memória começava a pesar sobre mim. Só que eu não podia falar a verdade, pelo menos não agora, até conseguir provar que o Rocco era o verdadeiro culpado de todo esse inferno. Apenas falar não iria fazer Leonardo acreditar em mim; eu precisava de provas. Como obtê-las, eu ainda não sabia.— O que ele queria? — Perguntei, tentando esconder o meu nervosismo.— Você se lembra dele? — Leonardo perguntou, olhando diretamente nos meus olhos.— Ouvi você dizer, "Rocco", não é?— Não me lembro de ter falado dele com você.— Você já está indo trabalhar? — Mudei de assunto rapidamente, antes que ele pudesse fazer mais perguntas.— Sim, mas hoje não demoro muito para voltar.— Então tá.Leonardo se levantou, pegou o celular no bolso e saiu da sala, já falando ao telefone, sem se despedir de mim. Fi
ROCCO NARRANDO.ITÁLIA.— A carga vem do norte da África e fará escala na Grécia antes de chegar à Itália. A rota é arriscada, mas extremamente lucrativa.— Mas sempre há riscos. Estou contando com você para manter isso em segredo, depois de tantas coisas ruins, finalmente algo bom irá acontecer.Foi uma comemoração ouvir isso, era tudo o que eu precisava para fazer o jogo virar contra a Rafaella. Eu sabia que um dia esses pontos de escutas iriam me servir para alguma coisa. Era a brecha que eu precisava, agora era só armar tudo o que eu precisava e colocar a culpa em Rafaella. Só que eu também sabia que se a memória da Rafaella voltasse, ela iria falar da tal foto e, como o Leonardo estava com o pé atrás comigo, eu iria inventar uma viagem e ficar esperando a bomba explodir.Agora, eu só precisava de algumas informações dos meus homens que trabalham no galpão e pronto. A oportunidade perfeita!Alguns dias depois...Hoje é o dia que a carga do Leonardo irá chegar. A ansiedade se mistu
LEONARDO RIZZI NARRANDO.ITÁLIA.Hoje é um dia importante, o dia no qual chegaria a minha preciosa carga. Já estava tudo certo, uma parte da minha carga estava vendida, outra parte foi trocada por drogas e uma parte ficaria comigo para futuras negociações. Nenhum dos meus homens sabia o local que chegaria, eu fiquei de avisar em cima da hora, para que não pudesse ter nenhum tipo de problema. Procurei fazer todas as minhas negociações em casa, para que aqui no galpão não pudesse correr a informação. Eu estava ansioso, nada podia dar errado. Eu estava sentado no meu escritório em casa, com um copo de whiskey na mão, só esperando o horário bater e todas as informações serem passadas. E quando o horário bateu, informei ao Ângelo e todos seguiram para a costa, iria ser jogo rápido, a carga iria chegar e depois era só jogar tudo dentro dos caminhões. Rápido e fácil. A carga estava marcada para chegar às 4:00.O relógio bateu 04:10, nenhuma ligação do Ângelo e isso me deixou irritado. O meu
RAFAELLA MARTINI NARRANDO.ITÁLIA.Fui arrancada do sono pelo puxão brusco do cobertor, me expondo ao frio da madrugada. O meu coração disparou de susto, e antes que eu pudesse entender o que estava acontecendo, vi Leonardo diante de mim, com os olhos cheios de fúria.— Foi você, Rafaella! Você entregou a minha rota!— Todos tinham razão, você é uma traidora!Os meus olhos se arregalaram em choque, a mente ainda confusa pelo sono interrompido. Tentei me levantar, mas Leonardo me segurou pelo pescoço, apertando com força. O medo me paralisou.— Confessa, Rafaella!— Diga que foi você!Tentei falar, mas o aperto em minha garganta tornava impossível. Os meus olhos suplicavam por misericórdia, mas ele estava cego de fúria. Por mais que eu tentasse falar, me justificar ou me defender. Leonardo não acreditava em mim.— Você... você precisa sair daqui, Rafaella.— Saia antes que eu faça uma besteira.— Leonardo, por favor, não me mande embora. Eu não fiz nada! — Tentei me aproximar, mas ele