ROCCO NARRANDO.VERONA, ITÁLIA.Aquela maldita sobreviveu. Ela tinha que ter morrido. Eu preciso dar um jeito de calar a boca da Rafaella, porque se ela realmente falar para o Leonardo o que aconteceu, já era, estava tudo acabado para mim. Os meus contatos do hospital me disseram que ela acordou, mas sem memória. Isso me dá alguns dias para conseguir pensar em algo. Peguei o meu celular e liguei para a Celina.~ início de ligação ~— Já te falei para não me ligar assim durante o dia. — Ela atendeu sussurrando.— É urgente.— O que houve?— Rafaella nos viu na festa, contou para o Leonardo.— E agora?— Ele não acreditou nela, o problema foi que dentro do escritório do Riccardo ela achou um livro com uma foto nossa em uma festa.— Aquela maldita foto...— Isso, aquela maldita foto. Eu perdi a cabeça, coloquei ela contra a parede, queimei a foto, só que ela correu e caiu da escada.— Morreu? Me diz que sim.— Não, não morreu, ela apenas perdeu a memória.— Você precisa dar um jeito de m
RAFAELLA MARTINI NARRANDO.VERONA, ITÁLIA.Eu realmente não conseguia me lembrar de absolutamente nada, por mais que eu forçasse a minha mente, não conseguia me lembrar de nada. O meu corpo inteiro estava doendo, o entre sai de médicos e enfermeira já estava me incomodando. O tal do Leonardo voltou para o quarto, quando ele abriu a porta, eu olhei para ele.— Como você se sente? — Ele perguntou.— Confusa, queria entender o que aconteceu comigo.— Aos poucos você vai se lembrar, o que posso te dizer é que você caiu da escada, você e o meu padrinho, bom, vocês não se dão muito bem.— Foi ele que me empurrou?— Eu não sei, quando cheguei em casa te encontrei caída nos pés dele, eu não posso dizer que ele te empurrou, porque eu realmente não sei.— Entendi.— Eu trouxe algumas roupas para você, acredito que você queira levantar e tomar banho.— Sim, eu já estou agoniada de ficar nessa cama.— Imaginei, você é muito ativa. — Ele disse e o celular dele começou a tocar.Ele não atendeu, col
LEONARDO RIZZI NARRANDO.VERONA, ITÁLIA.O som do meu celular cortou o silêncio do hospital, fazendo o meu coração acelerar. Olhei para a tela e vi o nome de um número desconhecido, desliguei várias vezes, só que aquele número estava insistindo demais. Atendi com pressa, sentindo a ansiedade subir como uma onda.~ início de ligação. ~— Leonardo Rizzi? — A voz do outro lado era grave e urgente.— Sim, sou eu. Quem fala? — Perguntei, tentando manter a calma.— Sou o Anderson, do galpão leste. Temos um problema no galpão. Há uma situação crítica que requer a sua presença imediata.— O que aconteceu? — Perguntei, já me preparando para sair.— Explosão no galpão, alguns homens estão feridos. Precisamos de você aqui para controlar a situação e coordenar a operação. É sério, Leonardo. Precisamos de sua ajuda agora.Eu senti um frio na barriga. A minha mente voou imediatamente para Rafaela, sozinha no quarto do hospital. A angústia de deixar ela naquele estado me consumia, mas eu sabia que nã
RAFAELLA MARTINI NARRANDO.VERONA, ITÁLIA.Eu sentia uma mistura de exaustão e um medo profundo enquanto a enfermeira permanecia ao meu lado, sua mão segurando a minha com firmeza. O mundo ao redor parecia estar girando, e eu precisava de um momento para processar tudo o que havia acontecido.— Você está segura agora — Ela continuou, sua voz suave, tentando me acalmar.— Vamos chamar reforços e garantir que você fique protegida.Eu acenei levemente, ainda tentando recuperar o fôlego. A minha mente estava um turbilhão, repleta de imagens e sensações confusas. Tudo parecia se entrelaçar: a escada, Rocco, a foto escondida, e agora, aquele homem que tentou me matar. O medo e a dor eram quase insuportáveis.— Preciso saber de algo — Eu disse com a minha voz tremendo.— Onde está Leonardo? Eu quero ele aqui.— Eu não sei, ele saiu.— Eu preciso dele aqui, eu preciso dele agora. — Eu comecei a gritar.— Calma, eu vou pedir para ligarem para ele.Eu fechei os olhos por um momento, tentando ac
LEONARDO MARTINI NARRANDO. VERONA, ITÁLIA. Eu estava decidido. Não podia permitir que aquele homem permanecesse impune, eu iria fazer ele sofrer até ele desejar nunca ter nascido. Ao sair do quarto de Rafaella, com a promessa de proteger ela fresca na mente, eu fui direto até a administração do hospital para pedir as gravações das câmeras de segurança. O meu coração batia acelerado, mas eu tentava manter a calma e a firmeza.— Preciso das imagens das câmeras de segurança, agora — Eu disse à recepcionista, tentando manter a voz controlada.— É uma questão de segurança.Ela olhou para mim, surpresa e talvez um pouco assustada, mas depois de uma breve hesitação, chamou o responsável pela segurança. Minutos depois, eu estava sentado em uma sala, observando as gravações das últimas horas. O homem disfarçado de enfermeiro apareceu nas imagens, suas ações meticulosas e cuidadosas. Mas havia algo familiar nele. Eu sabia que já o tinha visto antes.— Esse homem não é um estranho para mim —
LEONARDO MARTINI NARRANDO.VERONA, ITÁLIA. Eu sabia que a paz momentânea não duraria. A imagem daquele homem disfarçado de enfermeiro ainda perturbava a minha mente. Aquele rosto familiar insistia em aparecer nos meus pensamentos, me lembrando que o perigo ainda rondava Rafaella e todos nós. Decidi que era hora de ir ao galpão e enfrentar a montanha de problemas que me aguardava lá.Ao entrar no meu escritório, senti o peso das responsabilidades se intensificar. As pilhas de documentos, os telefonemas incessantes, e os olhares dos meus homens, todos esperando por uma decisão, uma solução. A frustração começou a se acumular. O meu pai não havia me preparado para isso, mas nada poderia realmente me preparar para a pressão constante e os desafios diários. Os meus homens estavam inquietos, conversando em sussurros. Entrei direto na minha sala, sabendo que precisava me concentrar e lidar com as crises uma de cada vezMe sentei à minha mesa, tentando concentrar a minha mente dispersa. Foi
RAFAELLA RIZZI NARRANDO.VERONA, ITÁLIA.Receber alta do hospital foi um alívio imenso, mas também uma responsabilidade enorme. Eu sabia que sairia daquela cama hospitalar para enfrentar um mundo perigoso, onde cada passo precisava ser cuidadosamente calculado. Leonardo estava sempre ao meu lado, a presença dele me dava força, mas eu tinha que continuar fingindo que a minha memória não havia voltado completamente. Era a nossa única chance de descobrir quem estava por trás das tentativas de me matar.— Pronta para ir para casa? — Leonardo perguntou, me ajudando a levantar da cama.Assenti, tentando sorrir.— Sim, mal posso esperar para sair daqui.Ele segurou a minha mão enquanto caminhávamos até o carro. Durante todo o caminho Leonardo me explicou todo o movimento do nosso casamento, da nossa vingança e o motivo pelo qual o seu irmão Lorenzo não iria ser fácil comigo, eu apenas afirmava a cabeça como se eu não soubesse toda a história. Ao chegarmos em casa, senti um misto de alívio e
LEONARDO MARTINI NARRANDO.VERONA, ITÁLIA.alguns dias depois....Eu acordei com o toque suave de Rafaella, sentada na cama ao meu lado..— Bom dia. — Ela disse quando abri os olhos.— Bom dia, eu dormi por quanto tempo?— Não muito, ainda está cedo, eu que não aguentei ficar muito tempo deitada.— Hoje tenho muita coisa para fazer, devo chegar tarde em casa.— Tudo bem, te espero lá em baixo para o café?— Não, não vai dar tempo.— Tá, então tenha um bom dia. — Ela respondeu e saiu do quarto.Eu me levantei, tomei um banho e me vesti. Desci as escadas com passos leves e segui para o carro. Hoje seria um dia agitado, o que significava que a minha mente estaria em constante alerta. Não era fácil ser o Don Leonardo. Precisava manter a cabeça no lugar e os sentimentos sob controle. Dirigi até o galpão, onde o carregamento de armas e drogas estava para chegar. Os negócios nunca paravam, e cada transação era crucial. Rocco aparecia aqui as vezes e Angelo estava em alerta com ele.Chegando