RAFAELLA MARTINI NARRANDO. VERONA, ITÁLIA.Eu abri os olhos lentamente quando eu ouvi um celular despertando, olhei para o lado e o Leonardo estava pelado na mesma cama que eu...O meu coração disparou ao notar o calor do corpo dele ao meu lado. Ele estava acordado, me observando com um olhar diferente..— Bom dia. — Ele disse suavemente com um sorriso tocando os seus lábiosAquele tom carinhoso me surpreendeu, trazendo um misto de alívio e confusão. Havia algo reconfortante na maneira como ele falava, apesar da situação desconcertante em que eu me encontrava.— Bom dia — Respondi com a minha voz saindo mais hesitante do que eu pretendia.Leonardo se esticou e tirou o lençol da cama, revelando manchas escuras de sangue.Ele parecia tranquilo, quase satisfeito com o que via.— Precisamos disso como prova — Ele explicou dobrando o lençol com precisão.— Para mostrar ao conselho que a consumação do casamento foi feita.Assenti lentamente, tentando processar tudo. Me levantei com cuidado,
RAFAELLA MARTINI NARRANDO. VERONA. ITÁLIA.A frustação do Rocco era nítida, ele trocou algumas palavras com Leonardo e depois disso foi embora. Lorenzo apareceu na sala de jantar, se sentou e começou a comer.— Lorenzo, recebemos o convite de aniversário do Martin.— E daí? Não estou nem um pouco interessado.Leonardo ignorou o comentário e continuou.— Vocês irão ao shopping hoje.— Nem pensar. — Lorenzo retrucou, cruzando os braços de forma desafiadora.— Não vou gastar meu tempo com isso.Leonardo olhou para o Lorenzo e respondeu:— Não é uma opção, Lorenzo. Você vai ao shopping, e Rafaella vai com você.O meu coração acelerou. A última coisa que eu queria era passar mais tempo sozinha com Lorenzo. Desde que Leonardo e eu começamos a nos aproximar, Lorenzo fez questão de me mostrar o quanto me desprezava. Mas sabia que contrariar Leonardo só complicaria mais as coisas.Suspirei e me da cadeira..— Tudo bem Lorenzo, vai ser tão rápido que você nem irá perceber a minha presença.No
RAFAELLA MARTINI NARRANDO. VERONA, ITÁLIA.O dia do aniversário de Martin chegou, mas o clima tenso entre Lorenzo e eu continuava muito estranho. Apesar disso, eu precisava acompanhar Leonardo nesse aniversário. Alguém bateu na porta e em seguida a abriu.— Posso entrar? — Leonardo perguntou.— Sim.Eu estava terminando de passar o batom. Leonardo se sentou na cama e ficou me olhando.— Eu preciso te contar uma coisa. — Ele parecia aflito.— O que aconteceu?— Rafaella, o Martin, ele tem uma aliança com o seu pai também.— Então, você está me dizendo...— Sim, Adam vai estar lá. — Ele me interrompeu.— Não acho uma boa ideia irmos, Leonardo.— Temos que ir. Martin é um ótimo fornecedor e se deixarmos de ir por causa de Adam, vão começar a inventar que estou com medo dele.— Tudo bem... — Eu disse, abaixando a cabeça.— Ei... — Leonardo levantou da cama e se aproximou de mim. — Não precisa se preocupar, não irá acontecer nada.— Fecha o meu vestido, por favor. — Eu pedi, e ele afirmou
LEONARDO RIZZI NARRANDO. ITÁLIA. Quando entramos para o jantar, escolhemos uma mesa afastada de Adam e Celina, na esperança de evitar conflitos ali na festa. Mas Rafaella continuava bebendo. Rafaella estava mais solta, mas também mais instável, e eu não sabia exatamente como lidar com aquilo.Rocco se aproximou de mim enquanto eu observava Rafaella, a sua expressão de preocupação não passando despercebida.— Leonardo, você está vendo isso? — Rocco perguntou com um tom sério.— Isso não é normal. Ela está bebendo demais e pode acabar causando problemas. Você precisa fazer algo.Eu olhei para Rafaella, que estava conversando animadamente com uma mulher, mas seus olhos estavam distantes, a risada forçada. Eu sabia que Rocco estava certo, mas não sabia como acalmar Rafaella.— Eu sei, Rocco. — A minha voz saiu tensa.— Já tentei falar com ela, mas parece que não adiantou. Ela está passando por muita coisa, e eu não sei como ajudar.Rocco me observou com uma expressão de desaprovação.—
RAFAELLA MARTINI NARRANDO. ITÁLIA. Eu me lembro perfeitamente do momento em que Leonardo decidiu conversar com Martin. Notei o olhar concentrado de Martin, seus olhos fixos em Leo, como se a conversa fosse de grande importância. Não era difícil adivinhar que o assunto era sério; havia uma tensão palpável no ar. Decidi que era melhor dar um tempo de toda aquela intensidade. O meu estômago estava embrulhado e a bebida começava a pesar. Saí da sala, deixando o burburinho da festa para trás, e caminhei até o jardim. O ar fresco da noite me envolveu, proporcionando um alívio imediato. A luz da lua iluminava suavemente o jardim, criando um cenário quase mágico. Mas mesmo o ar fresco não parecia suficiente para tirar aquela sensação da bebida. Me apoiei na borda de uma fonte, tentando recuperar o equilíbrio. Foi então que ouvi os cochichos. Vozes baixas, como se fosse uma conversa em segredo. A princípio, não consegui distinguir de onde vinham, mas minha curiosidade foi mais forte. Segu
RAFAELLA MARTINI NARRANDO. VERONA, ITÁLIAO escritório estava quieto, a tranquilidade só quebrada pelo som suave da lareira no canto da sala. Eu estava sentada à mesa, tentando juntar os meus pensamentos. A foto que encontrei entre os livros pesava em minhas mãos como uma bomba prestes a explodir. Fiquei ali parada, olhando para aquela foto. A imagem de Rocco e Celina juntos, íntimos demais, era uma evidência incontestável do que eu tinha visto naquela noite.A porta se abriu com um estrondo, e antes que eu pudesse reagir, Rocco estava dentro da sala. Ele avançou em minha direção, os olhos faiscando de raiva e determinação. Antes que eu pudesse sequer pensar em me defender, ele me prensou contra a parede.— Eu sei que você nos viu ontem à noite, Rafaella — disse ele, com a voz baixa e ameaçadora.— Rocco, eu... — Meu coração batia descompassado.— Não tente negar — ele interrompeu, apertando o meu pescoço. — Você viu e agora está tentando expor algo que não entende.As minhas mãos tr
LEONARDO RIZZI NARRANDO. VERONA, ITÁLIA.Ao abrir a porta da sala, Rafaella estava caída no chão da sala, inconsciente, com Rocco parado ao seu lado, como se fosse uma estátua. O meu coração quase parou de bater. Gritei pelo seu nome.— Rafaella!Me ajoelhei ao seu lado, desesperado. Aproximei meu rosto do dela, procurando sinais de vida. Seu peito subia e descia levemente, indicando que ela ainda respirava. Toquei seu rosto, meu desespero crescendo a cada segundo.— Rocco, o que você fez? Desgraçado. — Eu gritando, me virando para ele com uma raiva que nunca havia sentido antes.Rocco, que normalmente é tão seguro de si, parecia agora um menino assustado. Ele gaguejou, tentando se explicar.— Nós... nós discutimos. Ela foi subir a escada, e... e se desequilibrou. Não foi minha culpa!— Sua culpa ou não, você vai torcer para ela não morrer, ou eu acabo com você! — Gritei com minha voz saindo falhada pelo medo e a raiva.Eu sabia que não podia perder tempo ali. Peguei Rafaella nos bra
ROCCO NARRANDO.VERONA, ITÁLIA.Aquela maldita sobreviveu. Ela tinha que ter morrido. Eu preciso dar um jeito de calar a boca da Rafaella, porque se ela realmente falar para o Leonardo o que aconteceu, já era, estava tudo acabado para mim. Os meus contatos do hospital me disseram que ela acordou, mas sem memória. Isso me dá alguns dias para conseguir pensar em algo. Peguei o meu celular e liguei para a Celina.~ início de ligação ~— Já te falei para não me ligar assim durante o dia. — Ela atendeu sussurrando.— É urgente.— O que houve?— Rafaella nos viu na festa, contou para o Leonardo.— E agora?— Ele não acreditou nela, o problema foi que dentro do escritório do Riccardo ela achou um livro com uma foto nossa em uma festa.— Aquela maldita foto...— Isso, aquela maldita foto. Eu perdi a cabeça, coloquei ela contra a parede, queimei a foto, só que ela correu e caiu da escada.— Morreu? Me diz que sim.— Não, não morreu, ela apenas perdeu a memória.— Você precisa dar um jeito de m