Capítulo 102

LEONARDO RIZZI NARRANDO.

ITÁLIA.

Quando entrei no carro, o silêncio de Rafaella era ensurdecedor. Ela estava sentada ao meu lado, com os olhos fixos à frente, mas a tensão em seu corpo era palpável. Enquanto eu dirigia pelas ruas escuras, a minha mente girava em torno do que havia acontecido no galpão. Eu já tinha visto Rafaella furiosa antes, mas aquela raiva, aquele ódio que transbordava de cada movimento o seu, era algo diferente. Nunca a vi tão nervosa, tão tomada por um sentimento que parecia engolir toda a sua razão.

Eu tentei buscar uma maneira de falar com ela, de acalmar a tempestade que estava claramente se formando dentro dela, mas as palavras não saíam. O silêncio entre nós só era quebrado pelo som do motor e pela respiração pesada dela. Eu sabia que algo profundo havia sido quebrado naquele momento, algo que talvez não pudesse ser reparado.

Quando finalmente chegamos em casa, Rafaella não esperou que eu desligasse o carro. Ela saiu apressada, e antes que eu pudesse alca
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