ConnorEu estava deitado, abraçando Astoria enquanto ela dormia em meu peito, e a sensação de ter finalmente ela comigo era indescritível. Eu ainda não conseguia acreditar que, depois de tanta espera, tanta tensão, ela era minha. Logo, estaríamos unidos pela marca, abençoados pela Deusa, e eu sabia que não havia nada no mundo que pudesse nos separar agora. Meu lobo estava exultante, uivando de satisfação, querendo reivindicá-la novamente, marcar sua pele como um lembrete de que ela me pertencia tanto quanto eu pertencia a ela.Mas quando olhei para os pequenos rastros de sangue em suas pernas e no lençol, meu coração se acalmou. Um lembrete suave de sua entrega, do cuidado que ela precisaria. Embora meu lobo quisesse mais, eu sabia que agora não era o momento. Ela precisava de descanso, e eu queria que cada vez que estivéssemos juntos fosse perfeito pa
AstoriaEntrar na casa do meu irmão, Benjamin, sempre trazia uma mistura de sentimentos. A familiaridade das paredes, o cheiro das madeiras antigas e dos móveis que tantas vezes vi sendo rearranjados… era como voltar para um refúgio. Mas hoje, a tensão estava presente em cada passo que eu dava. Connor segurava minha mão firmemente, como se quisesse garantir que eu soubesse que ele estava ao meu lado, independente de qualquer coisa.Eu sabia que precisava pedir desculpas. Colocar todos em risco, desaparecer daquele jeito... foi imprudente e, olhando agora, percebo como fui imatura. Minha família merecia mais de mim. Mais honestidade, mais cuidado. E hoje era o momento de enfrentar isso.Assim que entramos na sala, todos já estavam lá. Ben estava de pé, encostado na lareira, a expressão séria. Cameron e Mallory estavam no sofá, com aquela postura mista de preocupação e de quem já está preparando uma brincadeira. Meus pais, Jordan e Celine, sentados perto, com olhares que eram sempre um
ConnorA noite estava confortável e familiar, cheia de vozes alegres e o som das risadas que ecoavam pela casa. Havia uma paz no ar, uma sensação de que as coisas finalmente estavam no lugar, e eu não conseguia parar de olhar para Astoria. Ela estava radiante, envolvida nas conversas com suas irmãs, e o sorriso dela iluminava tudo ao redor. Meu coração parecia mais leve do que há muito tempo, como se, finalmente, estivéssemos caminhando para um futuro que parecia real e estável.Ravenna, sempre a anfitriã cuidadosa, surgiu da cozinha com um sorriso caloroso no rosto. "Pessoal, o jantar está pronto!" anunciou, batendo as mãos como se estivesse chamando uma turma de crianças. "Preparei tudo com carinho, então quero que se acomodem e aproveitem. Vamos celebrar que tudo está bem agora."A fala dela foi seguida por um coro de concordância. Todos estavam visivelmente aliviados, como se a tensão que tinha pairado sobre nós nas últimas semanas estivesse começando a se dissipar. Eu ajudei a pu
ConnorO rugido das chamas era quase ensurdecedor. A noite estava iluminada por uma luz laranja e vermelha que pintava o céu como uma tempestade infernal. Quando Ben e eu chegamos à fronteira, o caos já estava completamente instalado. Lobos da nossa alcateia lutavam ferozmente contra os rebeldes. O fogo que eles tinham causado se espalhava rapidamente pela mata, tornando tudo ainda mais perigoso.Minha respiração estava acelerada, mas não era só pelo calor ou pela correria. O que senti ao ver a destruição à nossa frente era pura raiva. Isso precisava acabar. Esses ataques constantes, essas provocações... tudo vinha se acumulando e me empurrava para o limite. A alcateia estava em guerra, e nós estávamos sendo testados, mais uma vez, por aqueles que se recusavam a aceitar que o Sul tinha um novo líder.Cael apareceu em meio à fumaça e à confusão, correndo até nós. O suor escorria pelo rosto dele, mas a determinação em seus olhos era inabalável."É uma represália," ele gritou, sua voz qu
AstoriaEu não conseguia controlar o nervosismo que tomava conta de mim. A noite toda foi uma batalha interna entre o medo e a esperança, entre minhas orações e os pensamentos mais sombrios. Mesmo sabendo que Connor e Ben estavam acostumados com situações de perigo, o medo de que algo desse errado me consumia. Meu corpo não descansou, a ansiedade me mantinha acordada, ouvindo cada som da noite, à espera de qualquer sinal. Já havia causado preocupações demais nos últimos dias com minhas atitudes impensadas. Não podia deixar Connor continuar se estressando com minhas reações. Ele precisava de paz, e eu queria ser isso para ele.Assim que o céu começou a clarear, não consegui mais ficar dentro de casa. Fui para a frente da casa de Ben, e fiquei parada, encarando a estrada, esperando... rezando.Cada segundo parecia uma eternidade. Minha oração era um sussurro contínuo, uma súplica à Deusa da Lua para trazê-los de volta em segurança. Quando finalmente vi o carro aparecer no horizonte, o a
AstoriaOs dias seguintes foram tranquilos, cobertos por uma calma que eu não sabia que precisava. As tensões se dissiparam, e a alegria de estar com a minha família, preparando minha união com Connor, me preenchia de uma forma indescritível. Minhas irmãs e eu nos jogamos de cabeça na organização de tudo, enquanto Connor estava cada vez mais ocupado com suas novas responsabilidades como Beta do Sul. Durante o dia, raramente nos víamos, mas as noites... Ah, as noites eram só nossas. Ele me envolvia com tanta paixão, que era impossível não me perder em seus braços, esquecendo o mundo lá fora.Naquela manhã, Mallory insistiu que fôssemos à cidade, visitar uma loja de vestidos de noiva que ela havia descoberto. "Você precisa escolher o seu vestido," ela disse, animada como sempre. Minha mãe, Cameron, e Ravenna ficaram em casa, cuidando dos preparativos para a cerimônia, enquanto nós duas saíamos para o que parecia ser uma missão importante.Assim que entramos na loja, a vendedora veio pro
AstoriaEu estava chateada. Mallory sempre foi feroz e destemida, e ver como ela lidou com aquelas lobas na loja de vestidos me fez sentir… pequena. Se fosse Cameron, ela teria lidado com isso de uma forma ainda mais direta, incisiva. Mas eu? Fiquei ali, congelada, sem saber o que fazer ou como me defender. A vergonha pesava no meu peito enquanto voltávamos para casa. Cada passo era como um lembrete da minha inabilidade de me posicionar, de ser forte como minhas irmãs.Quando chegamos em casa, Connor já estava lá. Ele apareceu na minha frente antes que eu pudesse entrar completamente pela porta, me pegando de surpresa com um beijo rápido, mas cheio de ternura. O calor dos lábios dele me trouxe de volta ao presente, mas foi rápido o suficiente para que ele percebesse que algo estava errado."Oi, meu amor," ele murmurou, os olhos brilhando de preocupação. "Aconteceu alguma coisa?""Não, não aconteceu nada, Connor." eu tentei disfarçar, forçando um sorriso.Ele arqueou uma sobrancelha, c
ConnorA madrugada foi longa. Não consegui pregar o olho, minha mente não parava de girar em torno de Astoria, de tudo o que ela estava sentindo, do que ainda passava por sua cabeça. Apesar de tudo que vivemos, havia algo mais, algo profundo que parecia deixá-la inquieta. Eu queria que ela estivesse bem, mas meu coração me dizia que as cicatrizes, tanto internas quanto externas, ainda estavam lá.O primeiro sinal de luz do sol apareceu pela janela, um brilho suave que tocou seu corpo adormecido, meio coberto pelo lençol. Ela estava deitada de lado, com parte do corpo exposto, e por um momento, fiquei paralisado. Era uma visão hipnotizante, como se cada linha de seu corpo, cada contorno, tivesse sido desenhado para mim. A luz dourada iluminava sua pele, e eu senti meu peito apertar com um misto de amor e desejo.Mas sabia que precisava fazer algo, precisava aliviar essa preocupação antes que ela acordasse e percebesse o quanto eu estava agitado. Saí do quarto em silêncio, com cuidado p