Ravenna
Abro os olhos lentamente, ainda meio sonolenta, e me vejo envolta pela penumbra do quarto. O toque insistente do celular quebra o silêncio, trazendo-me de volta à realidade. Meu coração dispara quando vejo o nome de Celine piscando na tela. Antes mesmo de atender, um pressentimento ruim se instala em meu peito, como se algo terrível estivesse prestes a acontecer.
Dou uma olhada pelo quarto, percebendo que Benjamin não está em lugar algum.
Atendo a ligação com mãos trêmulas, e antes que eu possa dizer qualquer coisa, sou recebida pelo choro desesperado de Celine do outro lado da linha. Seu lamento ecoa em meus ouvidos, agarrando-se à minha mente como garras afiadas.
"Ravenna, rápido, você precisa se trocar. Estamos indo para a sua casa agora", sua voz soa trêmula e embargada pelas lágrimas.
Confusão e terror se misturam em meu p
BenjaminAos poucos, sinto a consciência retornando, como se emergisse de um longo e profundo sono. Minha mente está turva, mas aos poucos os sons ao redor começam a se tornar nítidos e fazer sentido. Sinto a maciez de um lençol sob mim e o toque suave de uma mão segurando a minha.Abro os olhos lentamente e me deparo com Ravenna, que está sentada em uma poltrona ao lado da cama, com os braços apoiados sobre o colchão e segurando minha mão com firmeza. Seu rosto está pálido e abatido, e consigo ver leves marcas de lágrimas secas em suas bochechas. Um aperto doloroso toma conta do meu peito ao vê-la assim, e uma sensação de culpa me assombra.Observo-a por um momento, tentando imaginar tudo o que ela deve ter passado enquanto eu estava inconsciente. O medo, a angústia, a incerteza. Tudo isso deve ter se misturado dentro dela, deixando-a ainda mais culpada do que já se sentia. Sinto o peso das minhas próprias ações, consciente de que minhas decisões afetaram profundamente o seu emociona
BenjaminA presença de meu pai no quarto deixa tudo mais tenso, um sinal de que tudo o que eu tinha feito, deixaram consequências ainda maiores. Ele me olha com um misto de preocupação e raiva, seus olhos fixos como se estivessem tentando ler minha alma. Sua postura rígida com braços cruzados e a mordida no canto do lábio, me deixa ainda mais apreensivo."Benjamin, você foi completamente irrespons
RavennaAo entrar no quarto, sou parada pela visão a minha frente. Mallory, Cameron, Astoria e Liby estão presentes, todas olhando para Benjamin com uma mistura de preocupação e amor em seus olhares. Celine, a mãe de Benjamin, está lá também, seus olhos marejados de lágrimas enquanto ela segura a mão do filho com ternura. Meus passos hesitantes ecoam no silêncio do quarto, e eu me aproximo lentamente, sentindo-me como uma intrusa em um momento tão íntimo.
BenjaminDepois de três longos dias no hospital, finalmente recebo alta. A sensação de deixar aquele lugar estéril é um alívio, mas ao mesmo tempo, uma onda de apreensão me envolve. Meu lobo continua silencioso, como se estivesse se escondendo em algum canto escuro da minha mente, e isso me deixa aflito.O médico conversa comigo e com Ravenna, explicando os cuidados que devo ter em casa e refor&c
BenjaminDepois de um dia ao lado de Ravenna, sentindo seu amor e apoio curarem minhas feridas emocionais, me sinto renovado e determinado. Passamos horas conversando, nos amando e compartilhando nossos medos e esperanças, e cada momento ao lado dela me fortaleceu, me fazendo perceber que não estou sozinho e que ela e nossa filha dependem de mim, assim como eu também dependo delas.À noite, meu pai veio até nossa ca
RavennaO dia começou com uma visita inesperada de Mallory e Astoria, minhas adoráveis cunhadas. Elas trouxeram consigo um raio de sol que pareceu iluminar até mesmo os cantos mais sombrios da minha casa. Seus sorrisos calorosos e olhares cheios de preocupação me confortaram instantaneamente."Como você está, Ravenna?" Mallory pergunta, seus olhos azuis brilhando com genuína preocupaç&atil
BenjaminAssim que eu e Cameron, chegamos perto de nosso pai, ele me avaliou de forma intimidadora, exigindo alguma coisa que eu ainda não sabia o que era."Benjamin", seu olhar penetrante avaliando-me cuidadosamente. "Você já sente seu lobo?"Eu assinto, minha voz firme ao responder. "Sim, eu o sinto. Todos os ferimentos estão curados." Levanto minha camiseta e mostro o local onde minha orelha foi decepada."Isso é ótimo, transforme-se, vamos correr primeiro. Quero ver o quanto essa lesão no ouvido vai atrapalhar sua direção." Eu hesito por um momento, tentando ignorar a sensação de frustração que se acumula dentro de mim. "Ainda não consigo, pai", confesso finalmente. "Meu lobo está aqui, mas ele se recusa a se manifestar completamente."Meu pai não parece surpreso, apenas acena com a cabeça, compreendendo. "O quanto tentou?""Eu e Ravenna tentamos usar o laço para trazê-lo para fora, mas ele se recusa. Ela me disse para marcá-la e só assim ele voltou, mas logo depois, ele perdeu a
RavennaO beijo de Benjamin me pegou de surpresa, mas aceitei de bom grado, sentindo o calor de seus lábios contra os meus. Quando nos separamos, ele me olhou com ternura, e eu me levantei da cama, pegando algumas das roupinhas que havíamos comprado para nossa pequena Rubi."Olha só, amor", murmurei, segurando um vestidinho de algodão rosa delicado. "Este é tão fofo, não acha?"Ele se aproximou, seus olhos brilhando ao ver as peças. "É tão pequeno", ele sorriu, passando os dedos sobre o tecido macio. "Imagino como ela ficará adorável usando isso.""Eu disse a suas irmãs que era demais, mas sabe como elas são." ele me puxou para um abraçou, beijando minha cabeça."Sei, mas... você gostou?" ele me virou para ele, observando meu semblante."Eu amei..." falei com a voz embargada. "Nunca pensei que Rubi teria tudo isso e... e que ela teria um pai que a amaria." seus braços me envolveram e confortaram. Minha luta para fazer com que minha filha chegasse a esse mundo de forma tranquila e seg