Rodrigo Bennett
Desci do carro irado, a raiva me consumia por inteiro, bati na janela do maldito carro.
— QUAL É A SUA, VOCE É LOUCA ??? olha o meu carro, você acabou com minha BMW! — disse e elas ainda estavam dentro do carro.
Quando eu olho para a porta, desce uma mulher de pele clara, cabelos ruivos naturais e muito bonita por sinal. Acho que eu morri e fui para o paraíso.Até gaguejei,— mo, moça você é louca? Olha o que você fez, poderia ter sido pior, e agora quem vai pagar meu prejuízo??? Como você dirige um carro dessa forma? Você acha que é a dona das ruas de Blumenau? Você comprou sua carteira? Aposto que sim!
— Quantas perguntas sem respostas!
— OLHA SÓ, ME DESCULPE, E TENHA EDUCAÇÃO PARA FALAR COM AS PESSOAS NA RUA, SEU BABACA! — Disse a baixinha gritando!
Eu fiquei me perguntando de onde saiu tanta braveza num ser tão pequeno?
A amiga dela ainda tentou apaziguar.— Geente! Por favor, tenham calma. Olha só moço, nos perdoe por favor! Hoje é aniversário da minha amiga e ela só está um pouco nervosa. Só queremos ir até a praia, e não temos como pagar o conserto de um carro como esse, vamos parar na cadeia.— Disse a morena.
— Meu "Deus", eu estou atrasado! Vocês estão me atrapalhando. — Eu disse e a ruivinha estava me fuzilando com os olhos.
— Deixa esse estúpido chamar a polícia Heloá, não ligo para mais nada, meus dias não tem sido bons mesmo, não vai fazer diferença.— Disse a ruiva afrontosa.
— E você, baixinha ignorante! Eu deveria mesmo chamar a polícia e m****r lhe prender. Quem sabe assim, sua marra acabaria agorinha junto com sua ignorância. Nem tamanho tem para vir com essa braveza toda para cima de mim.
Falei apontando o dedo na cara dela, entrei no meu carro e segui em frente.
Ela ficou lá gritando feito louca, a amiga dela a segurando e pedindo pra ela parar de gritar e se acalmar.Eu preferi sair de lá, antes que eu perdesse o meu juízo.
Cristine
—Eu te avisei Heloá, falei que não queria sair, olha no que deu. Aquele cara idiota estragou meu dia!
Heloá não parava de rir.
—Cristine voce é louca, mas eu te amo mesmo assim !
— Agora você diz que eu sou a louca?— perguntei.
—Você estava toda errada, ainda xingou o cara e ele te chamou de baixinha —diz entre gargalhadas.
Eu já estou a ponto de bater na Heloá!
— Maaas... Mudando de assunto. De onde saiu aquele homem lindo? "Nossa senhora das calcinhas molhadas" que homem! E ainda por cima é rico.
De onde tiraríamos dinheiro para pagar a pintura de uma BMW? Nem se eu trabalhasse um ano inteiro, juntando todo o dinheiro, eu não compraria nem uma roda daquele carro.— Acho que ele gostou de você, quando você saiu do carro, ele mudou o tom de voz e ainda gaguejou.— Disse heloá.
—Lá vem heloá com suas paranóias! — revirei os olhos — Você e sua mania de querer arrumar namorado para mim, eu não vou namorar com ninguém, ainda mais um babaca como aquele!
—"humm" sei! — Diz Heloá, em tom de deboche, me olhando de lado.
Apesar de dos imprevistos estressantes, até que foi divertido nosso dia! Chegamos, Heloá foi para a casa dela e eu para a minha.
Ainda vai ter noite dos amigos.Fui para o chuveiro e fiquei me lembrando do dia desafiador.
E aquele homem, mesmo com raiva, me olhou de uma forma diferente, como ninguém nunca tinha me olhado! Ele é bonito, Heloá tem razão, mas para ser sincera, não quero!Vou tentar aproveitar essa noite ao máximo! Há tempos não me divirto!
Saí do chuveiro, coloquei um vestido curto, vermelho e bem soltinho na parte de baixo. Ele tem as costas nua, bem bonito.
Eu o comprei e guardei, nunca tive coragem de usar por causa dos decotes ousados.Escovei meus cabelos, make ok, cabelo ok, por fim coloquei um salto alto e liguei pra Heloá. Dois minutos depois... Lá vem a louca gritando.
— CRISTINE, amiga que arraso! Dá uma voltinha para eu ver esse look. Uaau! Que linda!
Ela me elogia levantando o celular para uma selfie, para o I*******m e o F******k.
— Agora vamos, Bianca e Matheus já estão lá esperando nos duas. Como hoje é a inauguração do clube, vai estar lotado e eu não quero pegar fila — Diz Heloá empolgada.
Chegando no estacionamento do clube, logo vejo Bianca e Matheus, eu e Heloá descemos do carro e os dois já vieram me abraçando e me dando os parabéns.
—Então galera, vamos curtir porque hoje a noite é nossa! — Falei para eles eles ficaram bem felizes.
Só quero beber e dançar, coisa que eu não faço a anos! Estávamos entrando e na portaria já tinham dois seguranças, todos bem vestidos de terno preto, na verdade estava tudo tão chique! Fiquei surpresa, Heloá tinha razão, o lugar é bem bonito mesmo! Tudo era encantador e enorme, os donos devem ter gastado uma fortuna no lugar. Eu me perderia facilmente aqui dentro.
— Eu te falei que seria massa! Não poderia deixar de lhe trazer num lugar desse.— Disse Heloá ao notar que eu estava empolgada com o lugar.Bianca — Nossa! E essas dançarinas? Que lindas!Matheus —Gostei daquela morena usando somente um tapa-sexo. Nooossa que gostosa!!!Bianca — esqueça essa ideia Matheus, ela não é para o seu bico.— Matheus, fica aí com a Cristine, eu vou até o bar com a Bianca pegar bebidas pra gente — disse Heloá ao sair piscando um olho para Matheus. Não faço ideia do que eles estão aprontando, mas conheço bem meus amigos e sei que aí tem!— E aí princesa mais linda da festa! Vamos dançar? Perguntou Matheus me puxando para a pista de dança.— Palhaço! Vamos sim, — respondi e saí com ele.De onde eu e Mateus estávamos dançando, dava pra ver as duas conversando no bar. Eu vi algumas pessoas falando com elas e olhando em minha direção. Algo eles estão aprontando, espero que não seja comigo! Depois de uns 40 mi
Capítulo 4O dançarino começou a rebolar fazendo caras e bocas para mim, eu só dava gargalhadas.Ele levantou e rasgou a camisa , fiquei de queixo caído, o cara é sarado mesmo! Que vergonha!!! Depois ele puxou a calça preta que estava usando, a rasga facilmente e fica só de cueca. Dei um grito e tapei meus olhos, eu estava eufórica!A galera lá embaixo estava indo à loucura!Ele pegou minha mão, levantei da cadeira e fiquei em pé. Conforme a música ia ficando lenta, ele passava por trás de mim, me abraçava esfregando seu corpo no meu. Eu tentei sair, mais ele me puxou de volta e me sentou novamente na cadeira. Acho que ele percebeu, eu não me senti a vontade com tamanha ousadia.Ele continuou dançado para mim, teve momentos bem agradáveis. Então ele pegou minha mão, deu um beijo e saiu se despedindo das pessoas lá em baixo. Todos o aplaudiram!Não perdi tempo, desci imediatamente! Cheguei lá embaixo e vi meus amigos rindo horrores da minha vergonha.
CristineAquela garçonete veio atender o Rodrigo com a alto estima nas alturas, o sorriso de ponta a ponta, parecia que ela estava vendo um anjo, mas também, Rodrigo é bonito, rico e tem charme de sobra, além de tudo é bem educado. Qualquer mulher por aí queria ser uma senhora Bennett, já no meu caso, até que não! Estou muito bem sozinha, não quero mais problemas para minha vida.— Então Cristine, você está tão calada, veio até aqui não deu uma palavra, o que estava fazendo de bom hoje? Estava trabalhando? Aconteceu alguma coisa no seu trabalho? Se não quiser conversar não tem problema —perguntou Rodrigo.— Sem problemas senhor Bennett — respondi segurando um pequeno guardanapo e olhando ao meu redor.— Não Cristine, me chame de Rodrigo por favor — disse me enterropendo, antes que eu desse continuidade na conversa.— Ok, então Rodrigo, esse é o problema é que eu não tenho emprego, saí a procura de um e o resultado? Sem sucesso! Faço uns
— Eu estava sentada na areia, quando o Rodrigo se aproximou e falou comigo. Do nada ele apareceu lá na praia, estava indo almoçar e me convidou para ir com junto, acabei aceitando. Eu já estava com fome mesmo. Rodrigo foi educado e generoso a todo momento comigo, no restaurante a gente colocou o papo em dia, digamos que nos conhecemos um pouquinho. — Hmm... e aí? O que mais? Não rolou nem um beijo? — perguntou, na torcida de ter rolado algo a mais. — Não! Sua apressadinha. Já disse, foi só isso. Vou avisando mais uma vez, não quero namorado agora — respondi deixando-a decepcionada. — Tudo bem amiga, estou brincando. Eu te entendo, tudo tem sua hora, mas que homem gostoso esse Rodrigo! Meu Deus, parece ter sido esculpido pelos deuses — Heloá faz seu comentário me fazendo rir. — Você está muito assanhada pro meu gosto, está precisando de um boy novo já que não deu certo com o tal, Allan. — Verdade amiga, estou a ponto de explodir! Quero muito um macho pra apagar meu fogo, mas mudan
— E não parou por aí, porém não vou entrar em detalhes, pois a história é longa e dolorida, também não quero ver você chorar — dou por encerrado. Salomão não me estuprou só uma vez, daquele dia em diante os abusos foram constantes. Até que um dia eu não consegui suportar e quando revelei tudo para minha tia, o que ela fez? Ela me bateu muito, disse que eu estava apaixonada pelo marido dela e que eu não valia nada, que eu era uma putinha igual minha mãe. Isso me doeu mais do que os t***s que ela me dava. Aquele desgraçado preparou tudo, ele já sabia que um dia eu ia estourar e ele fez a cabeça dela. Só depois eu entendi o porquê dela me tratar tão mal, Salomão falou para ela que eu dava em cima dele pelas suas costas, que eu ficava me insinuando, vestindo roupas curtas para chamar sua atenção. No fim das contas, ela mandou eu arrumar minhas coisas e ir embora. — Com dezenove anos eu fui tocar minha vida sozinha. Por este motivo eu não consegui me relacionar com homens. Você entende
— Quero ao menos passar em frente a casa onde fui tão feliz com minha mãe e meu pai. Essa foi a melhor parte da minha vida! — Vamos nessa Cristine, está na hora de seguir viagem. O que houve? Você ficou triste de uma hora para outra, quer mais uma cerveja? — perguntou preocupada. —Estou bem, só estou aflita em ter que voltar onde tudo começou, rever minha tia e aquele monstro — respondi triste. — Fica tranquila amiga, agora você não está sozinha, você tem a mim, Bianca e Matheus. Falando neles, a Bianca ficou louca para vir com nós quando falei com ela no W******p. — E por que não veio? — A avó dela está muito doente e internada, ela ficou no hospital cuidando da avó. — Caramba, não sabia. Tadinha! ela gosta demais da avó, espero que ela fique bem, vou mandar uma mensagem quando chegarmos ao hotel. Uma horas depois... Quando menos esperava entramos na cidade. Foi inevitável não me sentir aflita. O medo me acertou em cheio fazendo com que eu me retraísse, mas não permiti que a
— Não estou sabendo de nada. O que aconteceu? — Perguntei inquieta. — Eu é quem não estou entendendo. Então vou revelar tudo para vocês da forma mais clara possível. — Por favor. — Heloá diz. — Sua tia vendeu essa casa e uma casa de praia que sua mãe havia deixado para você. Como você ainda era menor quando seu pai foi embora, ele passou tudo para o nome da Zára. Quando você fizesse dezoito anos, era para ela passar tudo para o seu nome. — Ah meu Deus. — Sussurrei. — Eu conheço as pessoas que compraram a casa, eles disseram que Zára falou, que tinha aberto uma poupança e depositado todo o dinheiro da venda para você. Depois lhe envio o cartão para você comprar uma casa e para quitar sua faculdade de uma vez. — M*****a. — a maldiçoei. — A casa valia uma pequena fortuna, era enorme, dois pisos e com janelas e portas de vidros. Tinha um carro na garagem, que era o mascote da sua mãe, só ela usava, morria de ciúmes daquele carro vermelho! Depois que ela descobriu a doença, minha a
Juntei o útil ao agradável e parti com Heloá para um barzinho top na cidade. Um lugar bem frequentado pela a população daqui de Florianópolis, o bar é bem famoso por servir a caipirinha mais saborosa da região. Também tem a atração dos grupos de pagodes, que fazem a noite dos turistas bem divertida e interessante. — Cristine, estou amando tudo nesse bar. Nós precisávamos disso e essa caipirinha é maravilhosa. A gente tem que vir aqui mais vezes — ela diz correndo os olhos por todo estabelecimento, por fim ela pede seu terceiro copo de caipirinha. Ficamos lá até duas horas da manhã, atraímos alguns homens e para minha surpresa Heloá não ficou com nenhum, escolheu ficar só bebendo e dançando comigo. Não sou de beber muito, mas ultimamente eu não estou me importando com muita coisa, estou tentando aproveitar cada momento. Saímos do bar embriagadas, porém felizes, andando em zigue-zague, apoiando-se nos ombros uma da outra, rindo por tudo e falando palavras sem fundamentos. Chamamos um