Cristine.
É manhã de domingo, ainda me sinto muito cansada de ontem, passei o dia entregando currículos em algumas empresas e trabalhei a noite toda.
Aos sábados faço extra em um clube como balconista, passo a noite inteira em pé atendendo pessoas de todos os tipos. Alguns educados e outros nem tanto, mas a maioria são muito grossos.Preciso ser muito paciente e simpática para ganhar algumas gorjetas.Não posso fazer nada enquanto não conseguir um emprego decente.
Estava tranquila, em um sono profundo na minha confortável cama macia, quando sou interrompida pelo despertador e o mesmo me avisa que é meu aniversário. Desligo e volto a dormir. De repente o meu celular toca, olhei com preguiça e vi que era a minha vizinha e amiga Heloá.
— Bom dia amiga, feliz aniversário! Você está ficando velhinha.
— Obrigada — respondo, mesmo querendo sossego e sei que isso ela não vai me dar.
— Levanta esse bundão dessa cama amiga. Vamos curtir esse verão na praia.
— Áhhh não, hoje eu só quero dormir.— murmurei.
— Não me venha com desculpas Cristine!
— Áhhh, não estou a fim de sair de casa hoje — Ela diz imitando minha voz de uma forma engraçada.
Ela é sempre assim, não tem tempo ruim, mandona e só fala gritando.
— Olha da janela, já estou subindo as escadas, abra a porta.
— Você é uma caixinha de surpresas — disse para Heloá assim que ela entrou me abraçando.
Ela ainda me trouxe presente.Em seguida, subi para um banho. Quem sou eu para recusar os convites da louca Heloá?
Embaixo do chuveiro, me pego a lembrar da minha mãe e fico triste, lembro de quando eu era uma criança muito feliz e não sabia. Nas manhãs
dos dias dos meus aniversários, minha mãe me acordava com um bolo e cantando parabéns, ela fazia do meu dia, o melhor de todos.Impossível não chorar me lembrando dela.Tomei meu banho o mais rápido possível, a louca da Heloá iria surtar, pois eu sempre demoro para sair de casa, ela estava na sala me aguardando.
Coloquei um vestido leve e florido, uma estampa com rosas vermelhas, usei também o biquíni novo que a Heloá me deu de presente.
Heloá ligou para Bianca e Matheus, combinou nossa noite na inauguração de um clube, enfim, estarão presentes, o dono do clube e os associados.
Heloá não perde uma, adora homens ricos, troca de namorados como troca de roupas, ela vive tentando arrumar um para mim.
Eu, particularmente não quero esse lance de namorar, nunca namorei ninguém, tô fora desses homens querendo por as mãos em mim.— Vamos Heloá?
— Até que enfim! — Disse Heloá resmungando e eu gargalhei. Admito que sou lerda.
Antes de entrar no carro, Heloá me pede para dirigir, não sou boa motorista, mas me viro.
Colocamos uma música bem agitada e seguimos nosso caminho, rindo, cantando e com a Heloá buzinando para os boys que passavam na rua.Deixa eu falar um pouco sobre essa louca que tanto amo!
Heloá foi a melhor coisa que me aconteceu, desde quando cheguei nessa cidade. Quando cheguei aqui, eu era muito deprimida, chorava quase todas as noites, pensando nas coisas ruins que já fizeram comigo.Eu tinha crises de ansiedade, ninguém fazia uma ligação para saber como eu estava, se eu estava viva.Fazem anos que não ouço a voz do meu pai, ele me manda dinheiro através da conta da minha tia, isso me ajuda com as despesas, porém, recebo menos de um salário e não é suficiente.
Voltando a falar da Heloá, ela é tudo que tenho, lógico que tenho outros amigos, mas ela é uma irmã que não tive.
A conheci assim que cheguei na cidade, ela quem conseguiu uma casa para eu morar, me apresentou o Matheus e a Bianca. Depois começamos a ir para a faculdade juntas, pronto, já ficamos grudadas uma na outra. Depois que parei de pagar a faculdade, tive que trancar, agora Heloá está indo sozinha.Estamos quase chegando na praia, não sou boa em baliza, mas tentei estacionar assim mesmo. Quando estava chegando no estacionamento, derrubei meu celular que estava encostado no parabrisa, abaixei para pegar o maldito e acabei pisando no freio sem querer. De repente ouço um barulho, uma forte pancada na traseira do carro, Heloá e eu gritamos. Aparece um homem alto e malhado batendo na janela do carro.Heloá, assim como eu, ficamos olhando aquele homem com uma cara de raiva, tipo, bem irritado mesmo! Então pensei. 'Fodeu´
Rodrigo Bennett.
Imaginem um homem, que vive para o trabalho e não tem tempo para nada. Prazer, esse sou eu.
Sou empresário, dono de vários hotéis nas cidades mais visitadas do Brasil, incluindo os maiores e mais famosos clubes com festas e bares, meus clubes são completos, neles encontra-se de tudo, stripper, sinucas, cassinos e etc. São muito bem frequentados por turistas ricos.Atualmente, estou aqui na cidade de Blumenau, estou fazendo novos investimentos com outros sócios. Acredito que dará certo, pois tudo que eu quero, eu consigo !
Tenho um ponto fraco que se chama, mulheres. Não que eu me apegue, o problema é que não consigo ficar com uma só, sou viciado em sexo, acho que sou ninfomaníaco, sei lá.
Nunca namorei mais que poucos meses com uma mulher. Algumas são interesseiras, outras são pegajosas. Não sou um homem de dar satisfação da minha vida para nenhuma mulher.Não consigo me apaixonar. Amor? Desconheço essa palavra.Estava muito apressado, para uma reunião com os outros empresários, sobre um novo investimento na cidade. De repente, um carro em minha frente freia do nada, bati meu carro que acabei de comprar.
— DROGA, QUE IDIOTA FARIA ISSO?
By: autora Michele
Oie maravilhosas, vocês estão gostando? Deixe seu sincero comentário 😉Rodrigo BennettDesci do carro irado, a raiva me consumia por inteiro, bati na janela do maldito carro.— QUAL É A SUA, VOCE É LOUCA ??? olha o meu carro, você acabou com minha BMW! — disse e elas ainda estavam dentro do carro.Quando eu olho para a porta, desce uma mulher de pele clara, cabelos ruivos naturais e muito bonita por sinal. Acho que eu morri e fui para o paraíso.Até gaguejei,— mo, moça você é louca? Olha o que você fez, poderia ter sido pior, e agora quem vai pagar meu prejuízo??? Como você dirige um carro dessa forma? Você acha que é a dona das ruas de Blumenau? Você comprou sua carteira? Aposto que sim!— Quantas perguntas sem respostas!— OLHA SÓ, ME DESCULPE, E TENHA EDUCAÇÃO PARA FALAR COM AS PESSOAS NA RUA, SEU BABACA! — Disse a baixinha gritando!Eu fiquei me perguntando de onde saiu tanta braveza num ser tão pequeno?A amiga dela ainda tentou apaziguar.— Geente! Por favor, tenham calma. Olha só moço,
— Eu te falei que seria massa! Não poderia deixar de lhe trazer num lugar desse.— Disse Heloá ao notar que eu estava empolgada com o lugar.Bianca — Nossa! E essas dançarinas? Que lindas!Matheus —Gostei daquela morena usando somente um tapa-sexo. Nooossa que gostosa!!!Bianca — esqueça essa ideia Matheus, ela não é para o seu bico.— Matheus, fica aí com a Cristine, eu vou até o bar com a Bianca pegar bebidas pra gente — disse Heloá ao sair piscando um olho para Matheus. Não faço ideia do que eles estão aprontando, mas conheço bem meus amigos e sei que aí tem!— E aí princesa mais linda da festa! Vamos dançar? Perguntou Matheus me puxando para a pista de dança.— Palhaço! Vamos sim, — respondi e saí com ele.De onde eu e Mateus estávamos dançando, dava pra ver as duas conversando no bar. Eu vi algumas pessoas falando com elas e olhando em minha direção. Algo eles estão aprontando, espero que não seja comigo! Depois de uns 40 mi
Capítulo 4O dançarino começou a rebolar fazendo caras e bocas para mim, eu só dava gargalhadas.Ele levantou e rasgou a camisa , fiquei de queixo caído, o cara é sarado mesmo! Que vergonha!!! Depois ele puxou a calça preta que estava usando, a rasga facilmente e fica só de cueca. Dei um grito e tapei meus olhos, eu estava eufórica!A galera lá embaixo estava indo à loucura!Ele pegou minha mão, levantei da cadeira e fiquei em pé. Conforme a música ia ficando lenta, ele passava por trás de mim, me abraçava esfregando seu corpo no meu. Eu tentei sair, mais ele me puxou de volta e me sentou novamente na cadeira. Acho que ele percebeu, eu não me senti a vontade com tamanha ousadia.Ele continuou dançado para mim, teve momentos bem agradáveis. Então ele pegou minha mão, deu um beijo e saiu se despedindo das pessoas lá em baixo. Todos o aplaudiram!Não perdi tempo, desci imediatamente! Cheguei lá embaixo e vi meus amigos rindo horrores da minha vergonha.
CristineAquela garçonete veio atender o Rodrigo com a alto estima nas alturas, o sorriso de ponta a ponta, parecia que ela estava vendo um anjo, mas também, Rodrigo é bonito, rico e tem charme de sobra, além de tudo é bem educado. Qualquer mulher por aí queria ser uma senhora Bennett, já no meu caso, até que não! Estou muito bem sozinha, não quero mais problemas para minha vida.— Então Cristine, você está tão calada, veio até aqui não deu uma palavra, o que estava fazendo de bom hoje? Estava trabalhando? Aconteceu alguma coisa no seu trabalho? Se não quiser conversar não tem problema —perguntou Rodrigo.— Sem problemas senhor Bennett — respondi segurando um pequeno guardanapo e olhando ao meu redor.— Não Cristine, me chame de Rodrigo por favor — disse me enterropendo, antes que eu desse continuidade na conversa.— Ok, então Rodrigo, esse é o problema é que eu não tenho emprego, saí a procura de um e o resultado? Sem sucesso! Faço uns
— Eu estava sentada na areia, quando o Rodrigo se aproximou e falou comigo. Do nada ele apareceu lá na praia, estava indo almoçar e me convidou para ir com junto, acabei aceitando. Eu já estava com fome mesmo. Rodrigo foi educado e generoso a todo momento comigo, no restaurante a gente colocou o papo em dia, digamos que nos conhecemos um pouquinho. — Hmm... e aí? O que mais? Não rolou nem um beijo? — perguntou, na torcida de ter rolado algo a mais. — Não! Sua apressadinha. Já disse, foi só isso. Vou avisando mais uma vez, não quero namorado agora — respondi deixando-a decepcionada. — Tudo bem amiga, estou brincando. Eu te entendo, tudo tem sua hora, mas que homem gostoso esse Rodrigo! Meu Deus, parece ter sido esculpido pelos deuses — Heloá faz seu comentário me fazendo rir. — Você está muito assanhada pro meu gosto, está precisando de um boy novo já que não deu certo com o tal, Allan. — Verdade amiga, estou a ponto de explodir! Quero muito um macho pra apagar meu fogo, mas mudan
— E não parou por aí, porém não vou entrar em detalhes, pois a história é longa e dolorida, também não quero ver você chorar — dou por encerrado. Salomão não me estuprou só uma vez, daquele dia em diante os abusos foram constantes. Até que um dia eu não consegui suportar e quando revelei tudo para minha tia, o que ela fez? Ela me bateu muito, disse que eu estava apaixonada pelo marido dela e que eu não valia nada, que eu era uma putinha igual minha mãe. Isso me doeu mais do que os t***s que ela me dava. Aquele desgraçado preparou tudo, ele já sabia que um dia eu ia estourar e ele fez a cabeça dela. Só depois eu entendi o porquê dela me tratar tão mal, Salomão falou para ela que eu dava em cima dele pelas suas costas, que eu ficava me insinuando, vestindo roupas curtas para chamar sua atenção. No fim das contas, ela mandou eu arrumar minhas coisas e ir embora. — Com dezenove anos eu fui tocar minha vida sozinha. Por este motivo eu não consegui me relacionar com homens. Você entende
— Quero ao menos passar em frente a casa onde fui tão feliz com minha mãe e meu pai. Essa foi a melhor parte da minha vida! — Vamos nessa Cristine, está na hora de seguir viagem. O que houve? Você ficou triste de uma hora para outra, quer mais uma cerveja? — perguntou preocupada. —Estou bem, só estou aflita em ter que voltar onde tudo começou, rever minha tia e aquele monstro — respondi triste. — Fica tranquila amiga, agora você não está sozinha, você tem a mim, Bianca e Matheus. Falando neles, a Bianca ficou louca para vir com nós quando falei com ela no W******p. — E por que não veio? — A avó dela está muito doente e internada, ela ficou no hospital cuidando da avó. — Caramba, não sabia. Tadinha! ela gosta demais da avó, espero que ela fique bem, vou mandar uma mensagem quando chegarmos ao hotel. Uma horas depois... Quando menos esperava entramos na cidade. Foi inevitável não me sentir aflita. O medo me acertou em cheio fazendo com que eu me retraísse, mas não permiti que a
— Não estou sabendo de nada. O que aconteceu? — Perguntei inquieta. — Eu é quem não estou entendendo. Então vou revelar tudo para vocês da forma mais clara possível. — Por favor. — Heloá diz. — Sua tia vendeu essa casa e uma casa de praia que sua mãe havia deixado para você. Como você ainda era menor quando seu pai foi embora, ele passou tudo para o nome da Zára. Quando você fizesse dezoito anos, era para ela passar tudo para o seu nome. — Ah meu Deus. — Sussurrei. — Eu conheço as pessoas que compraram a casa, eles disseram que Zára falou, que tinha aberto uma poupança e depositado todo o dinheiro da venda para você. Depois lhe envio o cartão para você comprar uma casa e para quitar sua faculdade de uma vez. — M*****a. — a maldiçoei. — A casa valia uma pequena fortuna, era enorme, dois pisos e com janelas e portas de vidros. Tinha um carro na garagem, que era o mascote da sua mãe, só ela usava, morria de ciúmes daquele carro vermelho! Depois que ela descobriu a doença, minha a