Assim que Massimo e Guadalupe saíram do salão onde foi realizada a cerimônia, chegaram à mansão. Guadalupe estranhou o silêncio sepulcral durante a viagem, além do fato de que Massimo só abriu a boca para dizer que a lua de mel havia sido cancelada.Chegaram à mansão. Massimo desceu do carro e se adiantou para entrar na casa sem sequer olhar para Guadalupe, que ainda estava dentro do veículo. Ela abriu a porta, ainda com o buquê de noiva na mão. Viu-o subir os degraus da entrada, apertou os caules das flores e caminhou para dentro. Quando entrou, viu Massimo esperando apenas para dizer que não dormiria no quarto principal e continuaria dormindo no quarto de hóspedes.Ela ficou sentada na sala por um longo tempo, ainda usando o vestido de noiva. Massimo havia se trancado em seu escritório. Depois de um bom tempo, Guadalupe criou coragem e foi caminhando até o escritório para perguntar o que estava acontecendo com ele. Estava prestes a abrir a porta quando esta foi aberta e aquele home
Na manhã seguinte ao casamento, Guadalupe se levantou e, como pôde, tirou o vestido de noiva. Havia várias pérolas que precisavam ser desatadas, o que dificultava tirá-lo sozinha. Teve que usar tesouras para cortá-lo. Tomou um banho para remover a maquiagem que estava estragada, saiu e vestiu uma roupa casual. Não esperava que Massimo estivesse em casa.Saiu em busca de um vaso com água para colocar seu buquê de noiva. Levou um grande susto quando viu Massimo sair de seu quarto. Ele usava um elegante terno preto, olhou-a de cima a baixo e disse:— Suponho que o café da manhã já esteja pronto. — Massimo disse com sarcasmo, mas com um tom autoritário ao mesmo tempo.— Bem... Emma deve... deve ter preparado o café da manhã. — Respondeu a moça, um pouco desorientada pela pergunta.— Emma está de férias. Você deveria ter preparado meu café da manhã, ou o quê? Só será minha esposa pelo sobrenome e pelo dinheiro?— A isso você chama de casamento? Eu não sei o que fiz para você, mas desde
Guadalupe saiu do consultório e vagou pela cidade. Não queria voltar para a mansão; desta vez, Massimo havia ultrapassado os limites, ele lhe havia causado muito dano. Ela queria ligar para Pietro, queria voltar para Porto Vento. "Jamais deveria ter saído de lá", pensou.Cansada de vagar, sentou-se em um banco que estava em um parque. O clima não estava nem frio nem quente, podiam-se ver os primeiros indícios da chegada do verão. Já estava quase anoitecendo e ela não queria voltar para a mansão, mas havia esquecido sua carteira e não dispunha de dinheiro.A cidade era grande, mas ninguém conhecia sua existência, não havia a quem recorrer se tivesse algum problema. Essa situação fez com que a moça começasse a chorar desconsoladamente. Nunca imaginou que aquilo que havia desejado se transformaria em seu próprio inferno.Sua situação não permitiu que ela percebesse que, nesse mesmo banco, na beirada, havia se sentado um homem atraente de não mais que 30 anos. Ele estava fumando, perdid
Ao ouvir tudo o que Matteo lhe disse, este homem apertou o volante querendo estrangular sua mulher, mas desejando alcançá-la para que não se perdesse novamente.— Matteo, preciso que descubra em qual ônibus ela está, vou atrás dela.Matteo, sem dúvida nem hesitação, falou com a companhia de ônibus e conseguiu a tão preciosa informação. Quando Guadalupe desceu do ônibus, vários homens vestidos de terno preto e com cara de poucos amigos a cercaram.— O quê? O que está acontecendo? Quem são vocês?— Guadalupe, será melhor que não cause um escândalo. — Disse Massimo, pegando-a pelo braço.Ela e seu marido caminharam para fora do terminal de ônibus e ele a obrigou a subir rapidamente no Maserati que seu marido dirigia. O rosto de Massimo estava frio e claramente se via irritado. Durante o caminho não pronunciou palavra alguma, mas ao chegar à mansão, a tranquilidade do homem se esvaiu.— Diga-me, por que você gosta de estar com Pietro?— Por que você traz isso à tona? — Disse a moça
Emma, ao ver a negativa de Massimo, preferiu sair da mansão; perderia muito se não aceitasse ir embora. Vendo a situação, não podia deixar a senhora sozinha, tampouco podia dizer algo à avó, isso poderia gerar um problema ainda maior.— EMMA, POR FAVOR, ME AJUDE! — Ouviu Guadalupe gritar da sua sacada.Ao ouvir isso, Massimo correu da sala até o quarto de sua mulher; ela poderia estar pensando em se jogar do segundo andar. Abriu a porta e correu até a sacada, puxou-a tapando sua boca. Ela deu uma mordida em sua mão, conseguindo escapar enquanto ele se queixava da mordida. Ela correu descalça com todas as suas forças, mas ao chegar às escadas, tropeçou no tapete.Massimo ia atrás dela e só conseguiu ver como ela caía pelas escadas.— GUADALUPE! — Gritou Massimo ao ver que não chegaria a tempo.Quando Massimo chegou às escadas, Guadalupe jazia inconsciente no patamar. Ele correu e a levantou; escorria sangue de sua cabeça. Moveu-a tentando fazer com que ela acordasse, mas ao não ter
Fabrizio saiu irritado da mansão, não sem antes lembrar a Massimo que deveria levar Guadalupe ao hospital ou a avó Pellegrini ficaria sabendo de tudo.Uma vez que Fabrizio partiu, Massimo aproximou-se de sua esposa, que continuava tentando se lembrar, mas por mais que se esforçasse, suas lembranças estavam perdidas até um dia depois do casamento.— Guadalupe, como você está se sentindo?— Bem, só dói o corpo, mas acho que com o medicamento vai parar de doer.— Quer que eu te ajude a ir para seu quarto?— Acho que posso fazer isso sozinha, não quero incomodá-lo.— Vamos, segure-se no meu pescoço, vou carregá-la.A moça, um pouco atordoada, colocou um braço no pescoço dele. Novamente Massimo percebeu que a moça era muito leve, havia passado pouco tempo vivendo juntos e ela tinha piorado bastante sua aparência.— Senhor? A senhora está bem? — Disse Matteo ao ver seu chefe entrar com Guadalupe nos braços.— Sim, Matteo, é só que ela está um pouco indisposta, mas já a levo para o q
Emma e Guadalupe chegaram ao consultório de Fabrizio. Ele se surpreendeu ao ver Guadalupe com a governanta e não com Massimo.— Olá, Guadalupe! Como você está?— Olá, Fabrizio, estou bem. Na verdade, não sei o que aconteceu comigo, só me lembro que estava indo em direção às escadas e daí não me lembro de nada até algumas horas atrás.— Vou solicitar alguns exames para descartarmos qualquer complicação maior no futuro.Fabrizio saiu do consultório, segurando Emma pelo ombro.— Emma, pode me ajudar a procurar uma enfermeira?— Sim, senhor. — Disse a mulher enquanto ambos iam saindo.Ao sair, fechou a porta do consultório e atreveu-se a perguntar.— Emma, onde está Massimo?— Senhor, ontem ele apenas ligou e me disse para ir à casa, que Guadalupe estava dormindo e ele precisava viajar.— Ah! Entendo, acabou fugindo.— Não sei, senhor! Não posso lhe dar mais detalhes.— Não se preocupe, Emma, vou examinar Guadalupe para descartar alguma lesão mais grave.Depois de uma longa re
Naquela tarde, enquanto Guadalupe fazia trabalhos de jardinagem com música em alto volume, não percebeu que uma sombra escura estava parada atrás dela. Massimo havia retornado e, ao ouvir a música estrondosa, foi ao jardim, apenas para encontrar sua esposa cantando, com as roupas cheias de terra, mas com um semblante alegre. Por um momento hesitou, mas encontrou a caixa de som e a desligou. A moça, ao ouvir isso, disse:— Emma, já sei! Já sei! A música está muito alta, mas é que se não, as rosas que estão no fundo não conseguem ouvi-la.— Guadalupe!A moça, ao reconhecer a voz, deu um sobressalto e virou-se. Aqueles olhos avelã se cruzaram com os de Massimo; seu semblante estava cansado e sério.— Des... Desculpe, pensei, pensei que fosse Emma.— Vejo que na minha ausência você tem feito o que bem entende. — Disse de maneira séria.— Não, é só que... Só precisava encontrar algo para fazer e o jardim precisava de cuidados.Massimo olhou-a de cima a baixo, retirou-se, e ela entend