A alvorada trouxe uma calma enganosa à propriedade Blackwood. O canto dos pássaros misturava-se ao som de botas apressadas no pátio, onde guardas se preparavam para a batalha iminente. Alexander e Eleanor estavam na biblioteca, que se tornara o centro estratégico da resistência.— As defesas estão prontas? — perguntou Eleanor, enquanto observava o mapa detalhado da propriedade.— Estamos o mais preparados que podemos estar com o tempo que tivemos — respondeu Alexander. — Posicionamos sentinelas nos pontos mais altos, e os homens de Lorde Hawthorne estão reforçando o portão principal.— E quanto aos civis? — indagou Eleanor, a preocupação evidente em sua voz. — Não podemos permitir que os criados e suas famílias sejam pegos no fogo cruzado.Alexander assentiu, sua expressão sombria.— Já os movemos para os corredores subterrâneos, sob a propriedade. É o lugar mais seguro para eles. Mary e alguns dos criados mais velhos estão ajudando a organizá-los.Eleanor respirou aliviada, mas sabia
O amanhecer chegou coberto por uma densa névoa, criando um véu quase etéreo ao redor de Blackwood. No entanto, a beleza natural da cena logo foi quebrada pelo som ensurdecedor de tambores rítmicos e o som de armaduras em marcha. Sir Edmund havia iniciado seu ataque.Do alto das torres, os sentinelas gritavam avisos, e Alexander liderava os preparativos finais. Ele estava vestido para a batalha, uma armadura de couro reforçado que permitia mobilidade sem sacrificar a proteção. Ao seu lado, Eleanor também estava pronta, com uma determinação inabalável gravada em suas feições.— Está tudo pronto? — perguntou ela, ajustando o arco e a aljava nas costas.— Está — respondeu Alexander. — E quanto a você? Tem certeza de que quer estar aqui?Eleanor ergueu o queixo.— Não vou me esconder enquanto luto pelo que é meu.Alexander sorriu, admirando a força dela.— Então, vamos mostrar a Sir Edmund que ele subestimou Blackwood.***O cerco começou com um estrondo. Sir Edmund ordenara que seus arque
O som do último grito ecoou na campina ao redor de Blackwood, e a batalha finalmente chegou ao fim. O exército de Sir Edmund estava em retirada, deixando para trás um campo repleto de feridos e lembranças dolorosas. O sol, que se erguera sobre o caos, agora iluminava um cenário que misturava destruição e esperança.Alexander limpou o suor e o sangue do rosto, observando o campo de batalha com olhos cansados. Homens feridos gemiam, enquanto os guardas de Blackwood começavam a recolher os caídos, oferecendo ajuda aos sobreviventes, independentemente de qual lado haviam lutado.— Alexander! — chamou uma voz familiar.Ele virou-se e viu Eleanor correndo em sua direção. Sua expressão era uma mistura de alívio e preocupação, e ela não hesitou em abraçá-lo assim que o alcançou.— Você está bem? — perguntou ela, segurando o rosto dele entre as mãos e examinando os cortes e hematomas que ele havia acumulado.— Estou — respondeu ele, segurando as mãos dela. — E você?Eleanor assentiu.— Um pouc
O salão principal de Blackwood estava silencioso, exceto pelo som dos passos apressados de Alexander e Eleanor. Ao lado deles, Charlotte mantinha o rosto sério enquanto os guiava até Lorde Hawthorne, que os aguardava na biblioteca.— Recebemos uma mensagem urgente — disse Charlotte, olhando para Eleanor. — Ele está preocupado com o que isso pode significar.Eleanor trocou um olhar com Alexander, cuja expressão era de alerta, mas controlada. Ao entrarem na biblioteca, encontraram Lorde Hawthorne de pé ao lado da lareira, segurando um pedaço de papel lacrado.— Finalmente — disse ele, ao vê-los. — Tenho algo aqui que pode mudar o rumo dessa guerra.Alexander se aproximou, pegando o papel das mãos de Hawthorne. Eleanor e Charlotte observavam atentamente enquanto ele lia a mensagem, a linha de sua mandíbula ficando cada vez mais tensa.— O que diz? — perguntou Eleanor, a ansiedade evidente em sua voz.Alexander ergueu os olhos para encará-la.— Sir Edmund está tentando recrutar aliados em
O alvorecer em Blackwood trouxe uma calmaria que parecia quase ilusória após os dias de tensão e batalha. O céu começava a se tingir de dourado, e as primeiras aves do dia cantavam suavemente nos jardins. Apesar disso, o castelo ainda estava imerso em um ar de vigilância.Eleanor estava na biblioteca, revisando os mapas da região e os relatórios trazidos pelos espiões de Alexander. Sua mente estava ocupada com os detalhes das negociações em Greystone e as possíveis próximas ações de Sir Edmund. A paz era frágil, e ela sabia que qualquer descuido poderia ser fatal.— Posso entrar? — perguntou Alexander, aparecendo à porta.Eleanor ergueu os olhos e assentiu.— Sempre.Ele entrou, carregando uma bandeja com duas canecas fumegantes de chá.— Achei que você precisasse de uma pausa — disse ele, colocando a bandeja na mesa e empurrando uma caneca em direção a ela.Eleanor sorriu levemente.— Obrigada. Acho que você sabe que eu nunca recuso chá.Alexander sentou-se na cadeira ao lado dela, o
O sol ainda não havia nascido quando os preparativos para a partida começaram no castelo de Blackwood. Guardas armavam suas espadas, arqueiros verificavam seus arcos, e os cavalos eram preparados para a jornada que se seguiria. A tensão no ar era palpável, uma mistura de antecipação e incerteza.Eleanor vestiu uma túnica prática e botas de couro, apropriadas para a missão que tinham pela frente. Enquanto ajustava seu cinto, ouviu uma batida na porta.— Entre — disse ela, sem desviar o olhar de sua tarefa.Alexander entrou, parecendo pronto para a batalha, com sua armadura de couro e um olhar determinado.— Está pronta? — perguntou ele.Eleanor ergueu os olhos para ele e assentiu.— Estou.Alexander a observou por um momento, como se quisesse dizer algo mais, mas acabou apenas assentindo.— Então vamos.***A caravana de suprimentos estava a cerca de meio dia de distância de Blackwood, em uma estrada que atravessava um vale estreito e cercado por colinas. Era o local perfeito para uma
O retorno a Blackwood foi marcado por um misto de exaustão e alívio. A pequena vitória contra os homens de Sir Edmund trouxe algum conforto, mas a batalha havia cobrado um preço elevado em termos físicos e emocionais. Enquanto os guardas conduziam os sobreviventes e os suprimentos para o castelo, Eleanor e Alexander permaneceram em silêncio, refletindo sobre os eventos do dia.Quando finalmente atravessaram os portões de Blackwood, foram recebidos por Mary, que correu para cumprimentá-los.— Graças a Deus vocês voltaram sãos e salvos! — exclamou ela, seus olhos brilhando com preocupação e alívio.Eleanor desmontou do cavalo, sentindo cada músculo do corpo protestar contra o movimento.— Tivemos sorte desta vez, mas Sir Edmund não vai desistir tão facilmente — disse ela.Alexander assentiu, descendo de seu cavalo com um movimento ágil, apesar do cansaço visível.— Precisamos reforçar nossas defesas e nos preparar para o que vier. Mas, por agora, todos merecem descanso.Ele olhou para E
Os dias que se seguiram à emboscada foram mais calmos, mas não menos tensos. Embora a vitória na batalha tivesse sido significativa, todos sabiam que era apenas uma questão de tempo até Sir Edmund fazer sua próxima jogada. O castelo de Blackwood parecia respirar alívio por fora, mas, por dentro, a atmosfera era de preparação constante.Eleanor passou grande parte de seus dias supervisionando os trabalhos de reparo nas muralhas, verificando os estoques de suprimentos e garantindo que os feridos recebessem os cuidados necessários. Ela era uma presença constante e inspiradora, mas, à noite, quando finalmente se recolhia, sentia o peso de tudo sobre seus ombros.Alexander, por sua vez, dedicava-se à estratégia militar. Ele passava horas estudando mapas, planejando rotas de defesa e treinando os soldados. No entanto, sempre que tinha um momento livre, procurava Eleanor, encontrando nela não apenas uma aliada, mas também um consolo silencioso.***Numa tarde, enquanto caminhava pelos jardin