Capítulo 4

No dia seguinte, Ryan jogava em seu celular e ouvia música, completamente entediado. Novamente o nome de Nicolle apareceu nas notificações de mensagens perguntando se podia ligar para ele, fazendo o coração do moreno dar uma leve saltada. O mesmo pigarreou e esperou alguns segundos passarem antes de enfim criar coragem para atender, não queria parecer muito desesperado e nem parecer pouco interessado.

— White? — Nicolle chamou pelo seu sobrenome após não receber uma resposta imediata. — Eu atrapalhei você? Peço desculpas.

— Huh? Não, claro que não. Eu estava jogando. — Pigarreou dando um leve suspiro. — Aconteceu alguma coisa?

— Na verdade, não. Eu te liguei para poder te agradecer de forma sincera. — Em seu quarto de hotel, Nicolle respirou fundo. — Obrigado por fazer esse favor para mim, eu nunca teria pensado na ideia de aparecer do nada na frente dela. — Riu sem graça ao lembrar da forma como apareceu na lanchonete. — Acho que, na verdade, eu não teria essa coragem, foi você quem me deu esse empurrãozinho que me faltava. — Ryan sentiu as bochechas esquentarem ao ouvir aquilo e não conseguiu evitar o sorriso bobo de aparecer, mesmo não tendo ninguém o encarando ainda se sentia tímido ao ponto de desviar os grandes olhos de jabuticabas para encarar a parede. — Acho que estou perdoada, ou ao menos no caminho para ser perdoada e isso é graças a você, preciso agradecer novamente.

— Não se preocupe. — Ryan riu tímido e franziu o cenho ao perceber que nunca havia ficado daquela forma com outra garota, engoliu em seco tentando se acalmar e pigarreou fingindo que nada estava acontecendo. — O importante é que deu certo, acho que agora a Victoria será mais aberta com relação ao que aconteceu e irá te ouvir. Tentem conversar da melhor forma possível, vocês merecem.

— Vai ser um pouco difícil contar tudo o que preciso para ela… — Nicolle pensou por um momento em tudo que teria que contar e, na verdade, não se sentia 100% segura. — Ainda quero retribuir de alguma forma. Como posso fazer isso?

— Só não quero que a Victoria seja magoada novamente, não sei se ela aguentaria outro baque. — Ryan suspirou e se sentou na cama. — Sei que foi um mal-entendido e que vocês já devem ter se resolvido de certa forma e que ainda tem algumas conversas que precisam colocar em dia, mas mesmo assim. Ela é uma pessoa maravilhosa e não merece sofrer.

— Agradeço por cuidarem dela nesses últimos meses. — Nicolle sorriu olhando para o teto. — Eu estava ponderando comemorar nossa reconciliação indo a um parque ou algo assim. O que você acha? 

— Me parece uma boa oportunidade de interagirmos melhor. — Ryan novamente ficou vermelho pensando em um encontro a sós com a menina de cabelo roxo. — Quem iria para o parque?

— Nós quatro. Ainda não conheço você direito e não conheço o seu outro amigo. Acho que seria uma boa forma de nos conhecermos e deixar a Victoria menos desconfortável, acredito que se eu forçar a barra agora, ela iria se afastar mais ainda.

— Mas o Ethan está ocupado estudando e acho que a Victoria também deve estar. Ela não tirou uma nota tão alta na última prova e os pais dela encheram o saco durante uma semana sobre isso, foi um porre para ela.

— Sério? — Nicolle se sentiu um pouco triste, mas tentou não transparecer. — Poxa, vamos falar com eles para confirmar. Caso eles não consigam ir, nós podemos ir só nós dois. Claro, apenas se quiser.

— Claro, por que não? — Ryan pigarreou afastando os outros pensamentos. — Será domingo e eu não tenho nada para fazer de qualquer forma

— Vou conversar com a Victoria, mas não sou tão íntima do outro menino. Você poderia falar com ele?

— Claro, falo sim. Mais tarde eu aviso.

Nicolle sorria animadamente em seu quarto e mandava mensagem para sua melhor amiga. Seu coração estava pulando de excitação por poder voltar a falar com a mesma. Sentia que aquela era a chance perfeita para voltarem a se aproximar, mas para que tudo desse certo, Nicolle teria que matar um sentimento que havia alimentado durante anos.

Não era fácil simplesmente esquecer um sentimento, mas sabia que se contasse o que realmente sentia, provavelmente perderia o amigo e isso era a última coisa que ele queria.

Nicolle suspirou pesadamente enquanto encarava o teto, abraçada com um retrato de sua mãe, a menina sorria melancolicamente. Havia prometido a mãe que tentaria se manter sozinha, e estava lutando por isso. Estava desesperadamente tentando sobreviver.

Ela cumpriria cada uma das promessas feitas a sua mãe, nem que ela tivesse que se esgotar por completo, E uma das promessas estava quase completa.

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