Na manhã seguinte, Ryan rezou para que nada tivesse acontecido depois daquela briga, evitou qualquer contato muito próximo com sua namorada, além de evitar Alec a todo custo. Ainda estava completamente atordoado pelo que tinha descoberto na noite anterior e não conseguia olhar para a namorada sem sentir vontade de abraçá-la e chorar pedindo perdão por não poder protegê-la de tudo. Nicolle estava preocupada pelos hematomas no rosto de Ryan, Alec estava machucado também, o que significava que haviam brigado, mas o namorado não queria conversar com ela, ao menos ele não havia se afastado por completo, de certa forma ainda estava por perto, mesmo que não falasse nada e nem olhasse para ela.Aurora sabia de tudo e tremia toda vez que via Nicolle e Ryan perto um do outro, ela temia que algo acontecesse ao casal e não se perdoaria se eles terminassem. No fim da aula todos já estavam cansados e caminhavam preguiçosamente para os quartos, Aurora seguiu Ryan e os outros foram cada um para o seu
— Eu o quê, Amelia? — Ryan a encarou se aproximando. — Eu só disse a verdade. Se você não fosse tão insuportável e não tivesse obrigado o papai a escolher entre a profissão e você, nesse exato momento eu teria um pai mais presente! Nossa família só desmoronou por SUA CULPA! — Berrou as últimas palavras, deixando bem claro o ódio que sentia.— Seja como for, o que for. Tanto faz como. Eu quero esse namorinho acabado, Jack vai arrumar suas malas e estará te esperando. Amanhã seu voo para o Japão sai às sete da manhã, você tem tempo apenas de terminar com essa garota. — Amelia o olhou e deu um passo em sua direção. — Não pense que vai ser fácil entrar em contato com a menina Evans, você vai ser vigiado vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana. Daqui a quatro anos você pode pensar em voltar para Londres, mas voltará para assumir a empresa. Não pense que vai seguir os passos de Williams. NUNCA PERMITIREI ISSO.— Por quê? Tem medo de ser abandonada por mim também? — Amelia levanto
Algumas pessoas que se encontravam pelos corredores cochichavam se perguntando sobre o que teria acontecido com Ryan para ele estar daquela forma, era perceptível, a dor estava estampada em seus olhos, além das visíveis marcas de briga. Ryan exitou ao bater na porta de Nicolle, mas ao ver que sua mãe lhe observava de longe, ele bateu.— Quem é? — Nicolle abriu a porta sorrindo, mas logo seu sorriso se transformou em um olhar preocupado e assustado, seus olhos percorreram todo o corpo de Ryan, ficando cada vez mais assustada. — R-Ryan? O quê aconteceu? Céus, entra.Ryan entrou e assim que a porta foi fechada, Nicolle foi ao seu encontro para lhe tocar, mas o garoto se afastou, deixando a garota meio confusa. Ryan estava mancando, com os lábios sangrando, um corte na sobrancelha e mais outros hematomas feios pelo rosto.— Amor, quem fez isso com você? Foi o Alec? — Nicolle ignorou a atitude anterior do namorado e novamente tentou tocá-lo — Está doendo? Deve estar doendo muito, desculpe
Mais uma vez peguei o celular e o encarei por longos minutos me perguntando se deveria te ligar, era um risco enorme, sim, eu sabia, mas era um risco que eu queria correr naquele momento. Ainda lembro dos nossos poucos momentos juntos, os quais eu lutei tanto para proteger. Aquelas músicas que nós amávamos continuam em minha playlist, mas eu nunca as ouço por medo de chorar ao sentir a dor dilacerante que é a sua falta. Tudo faz parte da nossa história, desde os sorrisos até às lágrimas, e infelizmente não pude evitar nossas lágrimas.Alec me mandou mensagem uns meses após ter sido expulso do colégio, ele havia falsificado o exame de DNA. No fundo, eu sempre desconfiei que não éramos irmãos, eu confiava em meu pai e sabia que ele amava o monstro que era minha mãe, sabia que ele nunca a trairia, mas naquele dia, eu acreditei fielmente que éramos irmãos e disse coisas horríveis que devem te machucar até hoje.É como se o mundo tivesse parado e começado a fazer uma rotação totalmente dif
Parece que o tempo parou de correr tão rápido depois daquele dia. Meu coração já não acelerava tanto na esperança de tudo aquilo ser um sonho como antigamente. As noites tinham se tornado frias demais para mim. Estava presa a uma rotina constante, sem sonhos ou esperanças. Mas apesar daquilo tudo, cada lágrima ou pontada de dor me faziam seguir em frente para me tornar alguém melhor, tanto para mim, quanto para minha mãe, eu queria ser digna de orgulho e estava me esforçando para aquilo acontecer.O que eu posso fazer se já não tenho mais você para me apoiar em tudo? Por muito tempo me peguei pensando se você estaria sofrendo assim como eu, se seu peito estava triturado em dor e culpa por ter me feito acreditar naquele nosso amor. Eu achava que ninguém seria capaz de nos separar e que juntos nós cuidaríamos e protegeríamos muito bem das nossas boas memórias, achava que você me tinha em seu coração, mas agora que penso, seus sentimentos sempre foram vagos. Achava que eu poderia ir até
10 anos depois, tudo parecia monotonamente calma e leve, como se os fantasmas do passado tivessem apenas desistido de pregar peças naqueles que ainda estavam vivos. — Mulher, pelo amor de Deus, faz mais de duas horas que estou rodando esse hospital procurando por você. — Logan entrou na sala de Nicolle bufando. — Estou velho demais para caminhar tanto assim por esse labirinto, já não basta nossos consultórios ficarem longe, você ainda faz questão de perambular por aí. — Como sempre exagerando mais do que o necessário. — Nicolle riu soltando os papéis que segurava e se levantou para abraçar o amigo para o acalmar. — Faz meia hora que cheguei no hospital e você sabe disso, se realmente fosse tão urgente teria me ligado ou vindo direto pra minha sala, além de que nos vimos hoje na hora em que saiu de casa. Sente-se. — Obrigado. — Sentou-se à frente da amiga e esperou até que ela estivesse sentada para poder falar. — Você sabe que eu estava exagerando. Enfim, como vai a preparação para
Olhar aquela árvore lhe trazia um certo conforto e um doloroso sentimento de saudade para o novo CEO das empresas ACWJ. Mesmo que tivesse inúmeros guarda-costas ao seu redor para lhe proteger, ainda se sentia sozinho e vazio por dentro. Assumir aquela enorme responsabilidade de ser o único herdeiro White e agora um futuro marido, e provavelmente pai, lhe assustava mais do que qualquer coisa e o pressionava muito. Lógico que estava feliz pelo casamento e pela possibilidade de um filho que vinha, mas ainda estava bastante assustado. Noivado, casamento, um filho, assumir empresas, sua mãe falecer, sua avó também, o paradeiro ainda desconhecido do pai, fundir as empresas White com as empresas japonesas da esposa, tomar conta de tudo isso e não poder derramar uma lágrima sequer. Ainda precisava colocar Alec Clark na cadeia juntamente com a senhora Clark e pedir o perdão de Nicolle Evans. Ryan não estava aguentando mais toda aquela pressão. — Achei você. — Ayumi sorriu ao ver que Ryan hav
Nicolle tomava seu Caffè Macchiato preferido enquanto caminhava lenta e preguiçosamente novamente para o hospital a fim de terminar seu expediente e sair com Logan para comemorar seu aniversário. O sair seria mais especificamente uma festa em casa, onde mais tarde ambos acordariam podres devido à ressaca e teriam que limpar a bagunça sozinhos. Seus olhos reviravam só de pensar que teria uma noite agitada e um dia seguinte cheio de limpeza, sua intenção era ficar em seu quarto vendo seus filmes clichês e vegetar enquanto comia algumas porcarias pedidas por fast food com refrigerantes e umas latinhas de cerveja, mas sabia que o amigo não deixaria aquilo acontecer, aliás, já tinha chamado diversos amigos dos quais ela nem sabia quem eram ainda, não seria educado desmarcar, mesmo contra a vontade da aniversariante. Se Evans desse para trás naquele momento, provavelmente ouviria o amigo reclamar até a sua milésima geração, e sinceramente, Nicolle não precisava daquilo naquele momento.— D