Nicolle olhava de canto de olho as ações de Harper achando fofo aquilo tudo, ele estava o tempo todo limpando a mão na calça quando parecia suar demais. Nicolle se aproximou do mesmo e tirou os cabelos que estavam em seus olhos e sorriu. — Está tudo bem? Parece nervoso. — Harper se assustou com a aproximação repentina e paralisou. — Não precisa se sentir nervoso, está tudo bem. Vamos? — V-vamos. — Sorriu sem saber muito o que fazer e apenas deu a volta no carro. Nicolle o seguiu e o mesmo abriu a porta para ela, e assim que ela entrou ele a fechou, deu a volta em direção a sua porta, nesse pequeno trajeto de uma porta para outra que Harper fez, Nicolle pensou em dar uma oportunidade ao enfermeiro que sentava no banco do motorista. Mas lembrou de dez anos atrás, de como aquilo tinha acontecido e de como uma simples chance poderia magoar o enfermeiro pelo resto da vida e acabar com aquele sorriso dele e ela não queria de jeito algum fazer o mesmo que tinham feito com ela. — Para ond
Os dois saiam do restaurante de mãos dadas e sorrindo, Harper estava distraído tentando não parecer muito ansioso ou nervoso por estar segurando a mão da médica, mas era impossível, sua cabeça parecia focar em apenas três coisas, no quão macia era a mão de Nicolle, em como ela ficava fofa de nariz vermelho quando ela chorava e a última, e provavelmente a que mais estava o deixando nervoso era a frase de Victoria: “você é o primeiro garoto que ela traz aqui para um almoço a dois”. Fora amigos que Victoria havia chamado, Nicolle não havia levado mais nenhum cara lá. Harper foi tirado de seu devaneio quando foi abrir a porta do carro e sentiu Nicolle puxar o braço, ao virar para a olhar deu de cara com um homem de terno segurando seu pulso e a médica de olhos arregalados, ela parecia estar assustada e, ao mesmo tempo, parecia que uma ferida acabava de ser reaberta. — Nick. — Sua voz era baixa, seu peito doía ao vê-la agir daquela forma ao se reencontrarem, mas não a culpava, era sua cu
Ryan White estava em sua sala da presidência, seus pés balançavam inquietamente e suas mãos escondiam seu rosto machucado pelo arranhão do anel. De olhos fechados segurava a vontade de chorar devido ao ocorrido no dia anterior que insistia em rondar sua mente, aqueles socos não eram nada se comparados com a dor que sentiu durante dez anos em seu peito. Ryan levantou-se e caminhou de um lado para o outro, sentindo a dor novamente lhe consumir seu coração e a inquietação tomar conta de seu corpo. Não tinha a intenção de magoar Nicolle daquela forma, muito menos tê-la feito sofrer por tantos anos, a única coisa que Ryan não queria era o ódio da menor, mas sabia que nunca teria era o perdão da mesma. Respirou fundo e então olhou o relógio, as horas passavam lentamente e os minutos pareciam uma eternidade o deixando entediado e com medo de sua própria mente, mas optou por ler alguns relatórios até a hora de buscar sua noiva no hospital, por um momento voltou a se levantar e se perguntar s
Charlotte White era uma mulher extremamente bonita, no auge dos seus vinte e três anos, vinda de uma família rica, o que lhe proporcionou a oportunidade de fazer o que mais gostava. Fotografia. Um dos seus inúmeros passatempos desde muito nova. Seus cabelos escuros e longos, sedosos e macios como uma pluma, a pele e corpo muito bem cuidados e uma dieta rígida. Seus olhos eram igualmente escuros aos seus cabelos, sua boca levemente avermelhada e macia graças ao seu protetor labial. Seu perfume marcante e inebriante que fazia qualquer um suspirar ao senti-lo. Poderíamos facilmente dizer que Afrodite sentiria inveja da beleza de Charlotte, ela era como um pecado que muitos queriam cometer.Se alongava um pouco antes de entrar na cafeteria para comprar o seu tão amado Café Gelado, a única coisa que tomava depois do almoço, era uma lei para ela. Sem Café Gelado, sem um bom rendimento nos trabalhos do período da tarde, era como se aquilo a mantivesse acordada e animada.— Lotte? — A garota
Charlotte White acordou sentindo um leve peso na cintura e o inconfundível cheiro de amêndoas que o cabelo do mais velho emanava. Com certa dificuldade, se virou para poder observar o rosto do namorado e em um ato de puro costume retirou os cabelos que caiam sobre os olhos do garoto à sua frente. Um sorriso surgiu em seus lábios enquanto ela acariciava o rosto do loiro que ainda dormia tranquilamente. As memórias da noite anterior ainda rondavam sua mente, desde o "eu te amo" até os dois pegarem no sono depois da primeira vez deles.— Faz cócegas. — Murmurou Alec com preguiça, assustando a mais nova enquanto abria os olhos lentamente. — Bom dia, meu amor.— Bom dia, amor. — Sorriu se aproximando e se aninhando ainda mais no peito do namorado. — O que vai fazer hoje? Tem que ir para a empresa?— Huh? Não, mas — suspirou, voltando a fechar os olhos e abraçar mais forte a namorada. — Mas hoje vou atrás da Nicolle.Charlotte se levantou e o encarou levemente assustada, o fazendo abrir os
Nicolle estava sentada enquanto olhava para o lado de fora da cafeteria, Alec se encontrava à sua frente com a cabeça baixa enquanto esperavam pelos chás pedidos. Os dois se mantinham em silêncio e a médica estava agradecida por isso de certa forma, não sabia qual seria sua reação ou sentimento ao ouvir o que o outro tinha de tão urgente para falar. — Um chá de Ginseng e um chá de Dupla harmonia. — Luhan sorriu fraco ao olhar a médica amiga e se abaixou para sussurrar em seu ouvido. — Está tudo bem? Nicolle virou para o mesmo, seus narizes se encontraram e seus olhos se focaram nos olhos castanhos do chinês, durou cerca de cinco segundos antes de Luhan se afastar sentindo suas bochechas corarem. Evans sorriu com tamanha fofura e assentiu agradecida dizendo em silêncio que estava bem. LuHan saiu de forma apressada a fim de atender outro pedido, sendo acompanhado pelo olhar de Alec. — Desembucha, Clark. — Nicolle chamou sua atenção dando três batidinhas na mesa de madeira com os dedos
Nicolle permanecia em um silêncio doloroso, seu peito ainda doía, seus olhos estavam vermelhos e inchados, suas bochechas estavam úmidas por conta das lágrimas que ainda insistiam em escorrer de forma silenciosa, estava sofrendo em seu próprio mundo cinza. Seu celular se encontrava desligado, naquele momento a última coisa que queria era receber a ligação de alguém, sentia que não teria voz para falar com ninguém, muito menos com Logan, pois sabia que o mesmo iria surtar se soubesse que naquele momento ela estava com Ryan em rumo a qualquer lugar do mundo. Pouco se importava com o fato de estar com os pés sobre o banco do carro enquanto abraçava os joelhos. Pouco se importava se estava extremamente frágil na frente de outra pessoa, principalmente na frente dele. Não era a primeira vez e estava óbvio que não seria a última. — O que aconteceu durante aqueles poucos minutos de conversa com o Clark? — Sua voz era suave e seus olhos desviaram rapidamente da estrada para a menor, mas logo
— Primeiro, pare de empurrar namoros para os meus ombros como se não fosse nada de mais. — Deixou seu garfo na mesa e cruzou os braços. — Segundo, não acho que devo satisfações sobre quem eu namoro. E terceiro, como sabe que moro com ele? Aliás, como sabia que eu e o Alec nos encontramos para conversar e como sabia exatamente onde me encontrar? — Endireitou o corpo e levantou uma sobrancelha. — Agora que penso sobre isso... você me seguiu?! Desde quando se tornou um Alec? — Eu estava no hospital quando vi você correr em direção ao Alec. — Deu de ombros omitindo algumas informações. — E estava lá por quê? Você claramente não está machucado. — Eu — engoliu em seco, não podia dizer que tinha ido buscar Ayumi. — Eu fui buscar uns exames e acidentalmente vi vocês. — E como sabia exatamente onde eu estava? — Mandei uma mensagem para a Aurora. — Respirou fundo, sabendo que era difícil a enganar. — Pedi para ela te seguir. — Esquece. Vou tomar um banho. — Nicolle se levantou irritada