Eu já estava descendo as escadas quando Jousie me viu e veio correndo em minha direção.
- Kathy! Você veio...
- Oi meu amor...
Eu a levantei no colo a abraçando com carinho, Lian olhou severo para a criança.
- Jousie! Você não devia estar dormindo?
- Você ficou de me por na cama e me contar uma história, fiquei esperando...
Lian suspirou esfregando os olhos.
- Você vai cuidar de mim amanhã?
Olhei para Lian sem saber se podia falar que sim ou não, ele pegou Jousie do meu colo.
- Sim, Kathy vai ficar com você, mas saiba que nada vai mudar, a rotina será mantida mocinha.
Ela concordou com a cabeça, seus olhinhos brilhavam.
- Por quê ela já não fica hoje?
- Por que ela tem compromissos.
Ele disse respondendo por mim, fechei o rosto, santo Deus! Eu voaria no pescoço dele.
- Mas amanhã recuperamos o tempo perdido, pode apostar...
- Eba!
Ela gritou comemorando, eu me despedi dela com um beijo afetuoso no rosto e saí, mais uma vez o olhar de Lian me perseguiu até que eu sumi dentro do carro, qual era o problema desse homem?
Assim que cheguei em casa dei de cara com Mag que estava andando de um lado a outro, ela vestia uma camisola engraçada e tinha os cabelos bagunçados.
- Meu Deus mulher! Por que desligou o celular? Eu vim quase louca aqui, achei que fosse surtar, só Deus sabe quantas vezes disquei o número da policia e desisti...
Eu apenas sorri, era bom saber que alguém se importava.
- Se você soubesse o que eu passei certamente teria ligado pra policia e no meu lugar teria saído atacando na base da voadeira.
Mag arregalou os olhos.
- O doido agarrou você?
- Não, mas eu tive que ir vendada até lá, meu telefone foi retirado e desligado, passei por duas guaritas de segurança, uma com scanner que coletou todas as informações possíveis sobre mim, inclusive ficha criminal... E outra pegou até minhas digitais.
- Que doidera é essa? E você ficou de boa com isso?
- De boa não é bem a palavra, o cara é surtado mesmo...
- Gente, tão bonito e louco assim? Se não dá uma dentro!
- E quem falou que eu estava interessada?
- Ah vamos Kathy, ele é bem atrativo... Olha essa fotos aqui na revista.
Só então percebi que ela tinha inúmeras revistas com Lian na capa, todas praticamente com ele sem roupas, tampei o rosto de vergonha.
- Mag que isso!
- Homem pelado, se não tem revista de homem pelado não? Se disser que não é por que você também não é normal.
Ok, eu certamente não era normal, não aos olhos de Mag pelo menos.
- Mas eu entendo o Lian coitado...
- Entende? – Duvidei, ela acabará de dizer que ele era louco.
- Sim, depois do que ele passou... Não deve ser nada fácil ter que encarar as coisas e cuidar da filha.
- Como assim?
- Oras Kathy, você não sabe sobre a esposa dele?
- Além de que ela é falecida, não... Nada.
- Quando Jousie era muito pequena ela foi sequestrada, eles queriam a criança, mas Liah se ofereceu para ir no lugar da bebê, o resgate demorou demais e ela acabou sendo morta pelos bandidos, Lian ficou muito mal na época, pensou em largar tudo... Acho que só não largou por causa de Jousie.
- Meu Deus, coitado.
Por alguns segundos fiquei compadecida por ele, devia ter sido uma perda muito difícil e um momento muito difícil na vida dele o que explicava todo o medo e pânico e até os terapeutas e psicólogos, porém será que ele nunca se curaria disso? A pequena Jousie levava uma vida praticamente em cárcere privado e isso era muito triste.
Decidi que estava na hora de ir dormir, depois de uma noite como aquela tudo que eu mais queria era descansar para estar bem disposta e poder brincar com Jousie no dia seguinte.
Mag veio atrás de mim.
- Afinal, você não falou o que ele queria com você...
- Ele quer que eu cuide de Jousie enquanto ele viaja para Portland, parece que ele tem um teste para um filme novo e não tem com quem deixar a menina.
- E a babá?
- Ele demitiu depois do ocorrido, Jousie acabou revelando que não era a primeira vez que ela a beliscava, e ele não conseguiu nenhuma outra babá disponível, ao que parece aquela era a quinta que ele dispensava em um mês, acho que trabalhar para o senhor Lancaster não é bem um mar de rosas.
Mag torceu a cara.
- Por um homem daqueles? Até caminhão incendiando Kathy! – Ela disse rindo alto. – Eu se fosse você se jogava.
- Como assim?
- Kathy ele confiou a filha dele a você sem te conhecer direito, acredite ele está interessado em te manter perto!
- Deixe de loucura Mag, entre mim e Lian foi ódio à primeira vista, acredite não há absolutamente nada de romântico na nossa história.
Deitei na cama e me cobri, ela se obrigou a sair, só essa que me faltava, Lian Lancaster o doido resolver grudar em mim, ah, por favor, eu estava querendo paz e não um hospício.
Quando o dia amanheceu eu me sentia exausta, era como se não tivesse dormido nada, ainda assim saltei da cama e troquei de roupas, lavei o rosto com uma água bem gelada para poder acordar e peguei minha bolsa, Mag se arrastou até a sala.
- Onde que se vai tão cedo?
- Ao mercado, quero comprar algumas guloseimas antes do motorista de Lian chegar...
- E ele vem tão cedo assim?
- Lian me quer lá cedo por que quer me falar de Jousie e dos horários dela, a garota tem sete anos e tem agenda você acredita nisso?
- Doentio.
- Muito...
Eu saí, decidi ir em um mercadinho ali perto para comprar tudo mais rápido, na rua fui reconhecida por algumas pessoas que pediram autógrafo, eu adorava isso, definitivamente eu não conseguiria viver como Lian com medo de tudo e evitando fãs ou aglomerações, eu gostava de gente e precisava ver gente, se não gostasse não teria virado escritora.
O motorista de Lian chegou pontualmente as 07h20min da manhã, eu olhei para Mag uma última vez.
- Se alguém ligar aqui pra casa invente que eu sai e fui ver alguma amiga, não fale que estou com Lian ou com a filha dele, ele não quer alarde e nem eu quero ser vista com ele.
Mag concordou e eu sai pegando o elevador, achei que por ser a segunda vez seria mais tranquilo, mas não... Lá estava os seguranças e a venda e também meu celular sendo retirado de mim, suspirei... Sacanagem demais.
No caminho eu pude sentir as ondulações diferentes da rua, era engraçado não ter um dos sentidos, meus ouvidos ficavam muito mais aguçados com meus olhos tendo sido vendados, e por mais que eu tivesse vindo apenas uma vez ali na casa de Lian eu sabia exatamente quando tínhamos chegado por causa do barulho que as pequenas pedrinhas em frente ao portão da casa faziam em contato com os pneus, suspirei, e lá veio Max, o segurança abrir a porta para mim, retirar minha venda, meus olhos foram cegados pela claridade e lá fui eu novamente para a revista, as digitais e todo o besteirol da noite passada, mas dessa vez eles revistaram minha bolsa, Lian devia ter dado um duro neles por causa do spray de pimenta que tinha passado sem que eles percebessem.
Ao chegar na casa, fui recebida por Fabiana, ela estava radiante com seus bobs no cabelo, me lembrei que Lian tinha dito que ela tinha o casamento do filho para ir, ela sorriu para mim e suspirou aliviada.
- Você não faz ideia de como fico feliz em vê-la...
Sim, eu fazia, ela devia estar que nem louca pensado em o que fazer se eu não viesse, quem cuidaria de Jousie? Ela teria coragem de larga à menina ali sozinha ou de dizer não para Lian depois de tantos anos de trabalho e convivência? Certamente não, manipulador, dramático e persuasivo como Lian Lancaster era, ninguém diria não a ele... Quer dizer... Eu diria, e diria muitas vezes se fosse preciso, lágrimas não me convenciam tão facilmente.
- Ah sim eu imagino, não deve ser fácil ter que dizer não a alguém como Lian...
- Estou há três anos sem tirar férias, e eu juro que não me importo com isso, amo meu emprego... Mas sinto tanta falta de ter uma vida fora dele.
- Diga isso a ele então...
- Não posso senhorita Rise... – Seus olhos se umedeceram. – Eu vi aquele homem ir do céu ao inferno... Não posso deixa-lo seguir sem mim, por mais que ele me estresse às vezes, eu não consigo deixar ele na mão... Sou basicamente tudo que ele tem.
Eu não aceitava isso, mas eu compreendia muito bem o que ela queria dizer, apenas sorri e concordei, nisso vi Lian vir descendo as escadas ao nosso encontro, me surpreendi, achei que ele já estaria no avião naquela hora, mas não ele realmente tinha ficado para me passar todas as coordenadas, será que ele sabia que Jousie tinha 7 anos e não 7 meses?
- Bom dia senhorita Rise...
Fui traída pelo meu olhar e obrigada a olhar ele de cima a baixo e imaginá-lo como na revista de Mag, ele deve ter percebido meu olhar por que sorriu de um jeito provocativo.
- Bom dia, senhor Lancaster!
- Pode me chamar de Lian...
- Ok, então me chame de Kathy...
Novamente aquele sorrido de tirar o fôlego, Deus como ele fazia aquilo? Há dois segundos eu o queria esganado e agora já o tinha imaginado sem as roupas, que vergonha de mim mesma, eu era terrível!
- Vamos subir, Kathy a muito o que falarmos antes que eu viaje...
E lá vinham todas as papeladas chatas, todas as coordenadas cronometradas, tudo...
Eu o segui até o escritório me despedindo de Fabiana com um sorriso.
Lian abriu a porta para mim e deixou que eu passasse em sua frente, olhei por cima do ombro e tive certeza de que ele fez isso unicamente para olhar meu bumbum, desgraçado, eu o esmagaria feito uma barata...
- Bom Kathy, a muito que saber sobre Jousie, mas vou começar com o básico... – Ele fez uma pausa e me observou para ver se eu estava prestando atenção, senti vontade de bocejar, mas me contive. – Primeiro Jousie é alérgica a mel, então nada de doces com esse ingrediente... Ela também não pode comer salmão e camarões então evite esse tipo de alimento, ela tem medo de altura e tem um problema no tornozelo então não a faça correr muito às vezes ele tente a sair do lugar, um problema que ela tem desde muito pequena, há mais uma coisa, caso você precise os remédios dela estão na primeira gaveta da cômoda branca do meu quarto, deixarei a porta destrancada, mas caso você não encontre pode pedir ajuda a alguma das garotas da cozinha, Fabiana não estará, mas as meninas sabem onde está à bolsa, outra coisa, Jousie tem asma, faz muito tempo que ela não tem crises graves, mas se a caso...
- Se a caso precisar a bombinha de oxigênio estará na bolsa, na cômoda do seu quarto... – Eu o interrompi. – Já entendi Lian, não se preocupe ela sobreviverá a mim...
Ele ficou sério e se aproximou rápido demais, me esquivei mais rápido ainda.
- Ela é tudo que eu tenho, é importante que saiba disso... Estou confiando não apenas a vida dela a você, estou confiando a minha... Não sei o que eu faria se a perdesse, também.
A última palavra me acertou em cheio, ele certamente falava da ex-mulher.
Eu o segurei pelos ombros.
- Ela ficará bem Lian, acredite...
Mais uma vez ele avançou em minha direção, dessa vez eu trombei contra o braço do sofá e acabei caindo de costas sobre o mesmo, ele tentou me segurar e caiu sobre mim.
- Des... Desc... Desculpe... – Gaguejou sem jeito, ao perceber o que tinha acontecido, porém não se moveu um centímetro de cima de mim, seus olhos me encaravam e analisavam meu rosto, ele estava muito próximo de mim agora, tanto que eu podia sentir a respiração dele em meu rosto.
- Lian, precisa me soltar agora...
Eu o afastei com as mãos ao perceber que ele tinha congelado ali, só então notei a decepção em seu olhar, o que ele esperava com aquele joguinho, fingir uma “queda” para poder tirar uma lasquinha? Mas era muita sacanagem mesmo... Vendo que ele não ia se mover o empurrei com força e nessa hora a porta se abriu, rápido demais, Lian se ergueu desajeitado e caiu no chão.
- Papai?
Olhei para Jousie parada na porta olhando o pai que acabará de cair no chão e eu ainda deitada no sofá.
- Oi filha...
- O que você faz ai no chão? E por que não foi ainda? Kathy já chegou... Então...
- Está me mandando embora da minha própria casa garotinha?
- Não, só estou preocupada que perca o avião... Sou uma filha bem preocupada, você sabe... – Ela fez uma carinha esperta e eu comecei a rir, Lian se apoiou nos cotovelos e sorriu, depois acabou se erguendo do chão e a agarrou com força a levantando no colo.
- Vou sentir sua falta esses dias...
- Você só vai sair por dois dias pai... Eu já fiquei bem mais tempo sem você, vou sobreviver...
Ele a colocou no chão.
- Quando foi que você cresceu assim?
Ela cruzou os braços e o encarou séria.
- Você vai ir ou não?
Ele bufou.
- Ok, ok... Já vi que estão me botando para correr, já estou indo então... – Ele olhou para mim. – Kathy, cuide bem dela...
- Pode deixar.
Ele me encarou por mais alguns segundos e depois saiu do escritório fechando a porta atrás de nós, Jousie veio correndo para o meu colo e me abraçou.
- Enfim sós!
Eu comecei a rir e a abracei de volta, aquela menina não tinha jeito.
Saímos do escritório e ela me levou para conhecer seu quarto.
O quarto de Jousie era grande, bem organizado, tinha paredes em tom rosa claro e escuro e muitas bonecas, porém fui obrigada a reparar em uma coisa, no excesso de segurança que havia ali, as tomadas ainda tinham protetores, a mesa de estudos tinha os cantos arredondados para que ela não se batesse, tudo parecia ter sido feito e pensado para que ela não pudesse se machucar aquilo era um cuidado exagerado, suspirei Jousie nunca teria uma vida normal, não com um pai como Lian.
Jousie era a criança mais calma que eu já tinha conhecido tudo que eu tinha visto até agora me fazia acreditar que o problema de fato era o pai, eu não conseguia imaginar por que uma criança doce como ela teria tantos problemas com uma babá, a menina praticamente não aprontava nada, não tinha ideias absurdas, na verdade para a idade que tinha ela era muito mais adulta e organizada que eu as vezes.- Jousie...Chamei em dado momento enquanto alisava os cabelos das bonecas dela.- Sim Kathy?- Você nunca brinca de esconde- esconde, ou pega- pega com suas babás?- Acho que não sei que brincadeiras são essas, na verdade eu basicamente não brinco com minhas babás...- E o que vocês costumam fazer então?- Eu fico lendo, está vendo aqueles livros ali? Eu já li todos eles umas 10 vezes...Eu olhei para os livros
Eu troquei de roupas e escovei os dentes e os cabelos, arrumei minhas coisas dentro da bolsa, segundos depois de eu ter terminado Jousie entrou no quarto me chamando para tomar café com ela e o pai.- Sabe eu to realmente muito feliz pelo papai ter voltado para passar o dia comigo, mas acho isso tão estranho... Ele nunca pensa em passar o dia comigo...- Talvez ele tenha sentido saudades... – Defendi, mesmo sem querer e sorri para ela, ela parou e estreitou os pequenos olhos verdes.- Por que sinto que você não está feliz com a chegada dele?- Que isso Jousie! Estou muito feliz... Pode apostar, só estou meio sonolenta ainda, sou rabugenta pela manhã...Ela sorriu e pareceu compreender, segurou minha mão e foi me puxando para fora do quarto, eu definitivamente teria que me cuidar com o que dizia a ela, Jousie era muito sensitiva, ela conseguia ver o que as palavras por trás da minha
Cheguei em casa me sentindo destruída, me atirei no sofá e fechei os olhos, o rostinho triste de Jousie tinha ficado gravado em minha mente, eu deveria ligar para ela, suspirei, não, não e não... Eu tinha que me afastar para o meu bem e principalmente para o dela, eu não podia me tornar a babá dela e ficar perto de Lian estava fora de cogitação, se eu fizesse isso certamente acabaria atrás das grades por tentativa de homicídio, e definitivamente ser presa não estava nos meus planos futuros, Mag entrou na sala com um prato de comida nas mãos.- Por que não me disse que viria para o almoço? Teria feito comida para nós duas!- Por que eu não sabia que viria para o almoço, na verdade eu não tinha certeza de muita coisa, o Lian quase que me expulsou de lá depois que o Carlos me ligou...- Como é que é? E o que aquel
Lian entrou correndo na clinica de André, André cuidava de Jousie desde que ela era bebe e sabia de tudo que eles tinham passado juntos, encontrou Fabiana andando de um lado a outro no corredor.- Fabiana!Ela viu Lian se aproximar e juntou as mãos como se comemorasse.- Eu sinto muito senhor, eu sei que a viagem era importante... Eu não teria ligado, mas...- Esqueça isso. – Disse ele interrompendo ela. – Como está Jousie? O que houve de fato?- Eu não sei, eu... Eu cheguei no quarto dela a porta estava trancada, eu chamei e como ela não respondeu ou destrancou a porta eu desci e peguei minha chave cópia, quando entrei ela estava caída ao lado da cama, aí senhor, foi horrível... Estava tão pálida...Lian esfregou as mãos no rosto nervoso, aquilo era tudo culpa sua, eles tinham tido uma briga feia, Jousie não podia se e
- Vá logo ao assunto Lian!- Jousie está no hospital... Eu não sabia mais o que fazer ou a quem recorrer e por isso vim até aqui, você é minha única esperança.Sua mão segurou a minha e eu senti um choque elétrico percorrer meu corpo, puxei a mão de volta, “que, porcaria era aquela que tava acontecendo comigo”? - Como assim? O que houve?- Lembra que te falei da asma, bom... Ela teve uma crise ontem.- Por causa do que aconteceu quando eu fui embora?- Também, mas eu acho que... Eu fui o maior culpado.Cruzei os braços sentindo a raiva subir pelo meu corpo.- O que foi que você fez agora?Ele se afastou caminhando até a vidraça e olhando a imagem da cidade do lado de fora como se tivesse vergonha de me encarar.- Eu disse a ela que talvez eu tivesse que ir embora.- Você
Carlos não se conformava com a atitude de Kathy, pegou suas coisas e se retirou bufando do apartamento, Mag correu até a janela para vê-lo saindo do prédio, ela o conhecia há anos, na verdade o conhecia desde que tinha começado a trabalhar para Kathy e nunca o tinha visto tão furioso, em partes ela imaginava que era por causa do que ele sentia pela amiga dela, por mais que ele negasse ou tentasse esconder estava na cara que ele era louco por Kathy e que toda essa simpatia e ajuda que ele dava nos livros, era apenas para tentar ganhar a escritora, Kathy podia até ser ingênua, mas ela, ela conhecia muito bem o universo masculino e esse ataque dele só podia significar uma coisa, ciúmes.Não demorou muito para Beto entrar em contato com Lian, parece que os problemas estavam só aumentando.- Lian? Lian onde você está?Lian bufou essa era a pergunta de um milhã
Jousie começou a abrir os olhos calmamente enquanto eu lia, senti que ela segurou minha mão com força.- Kathy, você veio!Eu abri e fechei a boca emocionada por vê-la acordada.- Minha pequenina, minha nossa não sabe como estou feliz em vê-la acordada!Eu a abracei com carinho, ela tentou corresponder, mas sua mão doeu ao sentir a agulha.- Aí, o que é isso em meu braço?- Uma agulha, ela está alimentando seu corpo com coisas boas capazes de curar todos os seus machucados internos.- Impossível, tem uma dor aqui que vai ser difícil de ser curada.- Está falando do seu pai? Não diga isso Jousie, tenho certeza que irão se acertar...- Não, não vamos ele está indo embora para Portland, nem ao menos se importa comigo.- Não Jousie, seu pai vai ficar, ele ficou tão preo
Caminhei até o café e pedi um expresso, só algo bem amargo para me fazer esquecer a ânsia de ver ele aos beijos com aquela oxigenada, e olha eu ali já colocando mais alguns apelidos na pobre mulher, definitivamente ela tinha vida meu instrumento de repulsa do dia.Liguei para Mag para dizer que estava tudo bem com Jousie e que ela já tinha acordado.- Se não sabe a pior, o Carlos saiu daqui furioso, menina, acho que deveria ligar para ele, ele tava muito irritado! Muito mesmo!- Caramba, não acredito ainda que discuti com ele por causa do Lian, porém o Carlos foi tão infantil!- Ele estava com ciúmes, né Kathy! Não acredito que ainda não tenha percebido que ele move um caminhão incendiando por você!- Para Mag, menos, não fica vendo amor onde não tem, você vê amor até em um tomate!- E que mal h&aacut