O Alfa Supremo sorriu amplamente ao ouvir essas palavras, a sua vitória era evidente. Ela, mesmo confusa, reivindicava-o como seu. Sorriu satisfeito e atreveu-se a perguntar:
— Então, serás minha namorada? —perguntou, com uma mistura de ilusão e triunfo. Isis, atordoada pela pergunta e pelo que as suas próprias palavras haviam provocado, permaneceu em silêncio. Não tinha planeado chegar a esse ponto. O seu relacionamento com o Alfa Supremo havia começado como um jogo, uma provocação inocente. Contudo, agora encontrava-se presa em algo maior do que imaginava. Ao olhar para aqueles enormes olhos cheios de expectativa, não sabia o que fazer nem o que dizer. Meti-me num grande problema, pensou enquanto a sua consciência a repreendia com dureza: Aclara isso rápido! — Não posso ser tua namorada! Gosto do humano Jacking, tu sabes disso&hellipIsis inclinou-se, fechando os olhos enquanto se deixava imergir no aroma que ele exalava. A sua mente começou a brincar com as sensações que a envolviam. Oh, isto é uma maravilha! Que delícia! pensava, emocionada com cada nova impressão que percebia na fragrância. — Cheiras a gengibre… —disse, abrindo ligeiramente os olhos como se buscasse confirmar o que sentia— …a couro, a madeira... Mas não a qualquer madeira. Espera… Sim, já sei, é sândalo. E, por último… —fez uma pausa, desfrutando do momento como se quisesse prolongar a experiência—. O aroma que mais gosto é o da flor Lyallii, aquela que vi outro dia na feira das flores. O Alfa sorriu, satisfeito com a sua resposta. Gostava que a sua Lua pudesse percebê-lo completamente, mesmo na sua forma humana. Mas antes que pudesse comentar algo mais, Isis vol
Não lhe agradava nada que sua pequena irmã tivesse de se casar assim com sua metade. No entanto, estava decidido a preparar um casamento em que participariam todas as alcateias do mundo. Ela era uma princesa, e o seu casamento deveria ser espetacular! — Jacking, viste como a nossa irmã Nert estava linda? —perguntou Mat, emocionado, referindo-se à loba de Merytnert. — Sim, Nert é realmente majestosa —respondeu Jacking com um sorriso. — Desde pequena já se podia ver que seria. — Costumava morder-me a cauda para que eu não fosse embora. Ha, ha, ha —acrescentou Mat, enquanto as recordações da sua irmã, em ambas as formas, voltavam à sua mente como se tivessem acontecido ontem—. Queria sempre dormir comigo. — Fico feliz por ela ter recuperado todas as suas memórias —comentou Jacking, satisfeito. &nb
Isis permaneceu em silêncio. Não podia negar que essa parte de si mesma tinha razão. Estava profundamente apaixonada pelo humano chamado Jacking. No entanto, o problema era que ele não estava ali, e esse vazio fazia-a sentir-se aborrecida, isolada. — Ei, não vai acontecer nada por causa de um beijo! —tentou justificar-se, como se a simples ideia pudesse tornar aquilo inofensivo. — Tens a certeza? —respondeu a voz na sua mente, carregada de ceticismo. De repente, um aroma familiar inundou tudo ao seu redor. Parou de repente, farejando com intensidade enquanto caminhava na direção de onde vinha aquele cheiro. Então lembrou-se: Era o cheiro do seu pai e também o do Alfa! Sem pensar muito, ordenou com ênfase: — Cala-te! Deixa-me ver o que eles querem. A alegria encheu o seu coração ao ouvir claramente a voz do seu que
A Isis pareceu-lhe uma ideia maravilhosa. Os seus olhos iluminaram-se de entusiasmo só de pensar nisso. Correndo no seu interior, dirigiu-se rapidamente para essa parte das suas memórias, um lugar ao qual já tinha ido em outras ocasiões. Enquanto se aproximava, a curiosidade levou-a a perguntar: — Estará o Alfa Supremo com o teu lobo também? Jacking sorriu ao imaginá-la a vasculhar as suas memórias. A sua voz, embora algo cansada, soou firme ao responder: — Sim, minha Lua —disse, deixando-se cair novamente sobre a cama—. Agora dorme tranquila. Amo-te, minha Lua. — Eu também te amo, meu Alfa —sussurrou Isis. A sua voz foi-se apagando enquanto a sua mente ficava envolta nas suaves lembranças que procurava para se consolar. Em poucos segundos, já não o ouvia mais; estava imersa no abraço das suas memórias.
Amet ficou em silêncio por um momento enquanto alcançava um copo de água para o seu Alfa, que continuava a devorar uma enorme quantidade de comida da mesa farta. Depois de tomar uma lufada de ar, decidiu finalmente falar: — Jacking, quero falar-te de outra coisa... —começou, enquanto o Alfa o observava com interesse. Perante aquele olhar interrogativo, Amet prosseguiu—. Preciso do teu conselho. Jacking deixou a comida de lado e prestou-lhe toda a sua atenção. O seu Beta raramente pedia conselhos. — Diz-me, irmão. Como te posso ajudar? —perguntou de imediato. — É sobre a minha metade —esclareceu logo Amet, ao notar que Jacking pensava que se tratava de algum problema da alcateia. — O que se passa com ela? —interessou-se Jacking, intrigado. Era pouco comum que o seu Beta lhe pedisse ajuda para algo pessoal.
A escuridão era absoluta, uma densa negritude que parecia devorar até mesmo o próprio passar do tempo. Isis ignorava que, nesta ilha, nesta época do ano, os dias eram curtos. Não tinha previsto que o autocarro do hotel a deixaria sem táxis à vista, e muito menos que aceitaria apanhar uma boleia com um estranho de regresso ao hotel, apenas porque o homem dizia que trabalhava ali. —O que estava a pensar?— murmurou para si mesma. Entretanto, Isis observava como o estranho conduzia a uma velocidade vertiginosa, mergulhando mais profundamente na floresta e num manto envolvente de escuridão. A estrada asfaltada deu lugar a um caminho de terra, e apenas os faróis do carro conseguiam atravessar a noite omnipresente. Quanto mais avançavam, mais se adentravam na inóspita natureza selvagem, deixando para trás qualquer vestígio de civilização. Ao seu lado, o estranho ao volante tinha-se mergulhado num silêncio sepulcral, com os olhos fixos no caminho à sua frente enquanto o veículo cortava
Comecei a gritar desesperadamente, acordando os meus pais e todos no acampamento. Um trabalhador veio em meu auxílio, atacando o lobo que me levava. O lobo começou a correr mais rápido. Senti um forte golpe na cabeça e vi surgir uma luz branca antes de perder os sentidos. Quando acordei, estava num voo para França com os meus pais. Tiveram de me fazer várias operações para reparar os tendões e músculos rasgados. Felizmente, tudo correu muito bem, para espanto dos médicos, e a minha recuperação foi notavelmente rápida. No final, ficou apenas uma pequena cicatriz na perna, que foi habilmente escondida por belíssimas tatuagens. No entanto, desde aquele incidente, assim que ouço o uivo de um lobo, mesmo que seja na televisão, o meu medo começa a sufocar a minha razão, e uma necessidade intensa de fugir apodera-se de mim, tornando-se muito difícil de controlar. O meu medo é tão grande que posso percorrer grandes distâncias a correr sem sequer me dar conta disso. Fim da retrospectiva.
A escuridão que envolvia Isis começou a dissipar-se lentamente. À medida que a sua consciência emergia do abismo do inconsciente, as memórias da noite anterior entrelaçavam-se com sonhos febris. Imagens de lobos surgindo da escuridão para a atacar e sussurros numa língua esquecida dançavam na sua mente, misturando-se com a realidade do quarto em que agora despertava. Isis não compreendia o que tinha acontecido. Após o impacto na cabeça, a escuridão apoderou-se de tudo. Percebeu que estava deitada numa cama de uma suavidade excepcional. Vozes indistintas flutuavam ao seu redor, irreconhecíveis e distantes. Tentou abrir os olhos; no entanto, um peso esmagador impediu-a, fazendo-a voltar a adormecer. Quando recuperou a consciência novamente, estava sozinha. Com cautela, tentou sentar-se, lentamente, para evitar a tontura. A sensação de vertigem persistia, mas conseguiu ficar erguida. Ao seu redor, o silêncio era tão profundo que podia ouvir o bater do próprio coração. Como era poss