O Alfa e o Beta não conseguem parar de sorrir, felizes com a princesa que se comporta tal como quando eram crianças. Ela lhes anuncia que acaba de recordar tudo. Ao ouvi-la, eles se viram para Merytnert, que confirma.
— Sim, Hori, tudo! —Depois, para surpresa de todos, diz—: E lembro-me muito bem de que quebraste a minha pequena boneca de porcelana! Ainda não me compraste outra como prometeste! — Ha, ha, ha… —ri Horácio com alegria e incredulidade.— Meryt, isso foi quando éramos crianças! Agora somos adultos! Quem ainda se lembra disso? — Eu lembro-me! Tens de me comprar uma! —exige firmemente, como fazia quando era criança. — Horácio, será fácil conseguires uma para ela —intervém Bennu, também feliz por ver que a pequena princesa voltou. — Beni! —vira-se MerytnerO Alfa avançava pensativo; agora entendia o seu pai quando lhe disse para colocar a irmã nas cavernas de prata. O seu poder esteve restringido durante tantos anos que estava prestes a explodir ao sair. Devia ter-lhe dedicado mais tempo! Repreendeu-se enquanto pensava na melhor maneira de ajudá-la. O problema com sua Lua tinha-o mantido muito ocupado. Estará bem? Pergunta a si mesmo e decide comunicar-se com ela: — Minha Lua, minha Lua! Onde estás, minha Lua? Ainda dormes? — Meu Alfa? —ouve a voz incrédula de Isis na sua mente—. És tu? Posso falar contigo! Era verdade! Pensei que me tinhas enganado! Passaram muitas horas desde que foste embora! — Minha Lua, sei que não tens noção do tempo, mas era noite quando te deixei e agora acabei de despertar —explica suavemente, feliz por o vínculo entre os dois estar a funcionar. — Est&aacut
Uma onda de alegria calorosa inundou Jacking completamente ao saber que sua Lua sentia falta deles. Abrigava a esperança de que a situação com sua irmã se resolvesse prontamente; a perspectiva de reencontrar Isis e proporcionar-lhe sua companhia enchia-o de um desejo impaciente. Prometeu a si mesmo dedicar mais tempo a ela naquele dia, mergulhando na sua presença. Uma faísca de inspiração iluminou-o: levaria-a consigo para a mente de Ast. A ideia, nova e fresca, pareceu-lhe perfeita. Seria uma oportunidade para que sua Lua, em sua solidão, encontrasse em Ast um novo laço, uma conexão inesperada. Com o olhar, inspecionou a figura da sua irmã, percebendo uma mudança sutil, uma calma que se assentava como um bálsamo sobre o seu espírito previamente agitado. Com um gesto discreto, quase imperceptível, indicou-lhe que saíssem. A ideia de que seus própr
Merytnert soltou o seu irmão e aproximou-se lentamente de Héctor, que a observava com agonia. Tomando as suas mãos com firmeza, suplicou: — Héctor, apenas diz que sim, por favor! Depois solucionamos isto! —com um olhar intenso, perguntou-lhe—. Amas-me, Héctor? — Sabes que sim! Esse não é o ponto —respondeu Héctor, com seriedade marcada na sua voz. — Ah, resposta errada —exclamou Horácio preocupado, enquanto por instinto se transformavam em suas divindades. — Diz que sim, Héctor, ou… Merytnert afastou-se dele, recuando dois passos, e nesse instante todo o seu cabelo começou a eletrificar-se, como se uma tempestade interna estivesse sobre ela. Os seus olhos adquiriram um brilho branco, carregado de energia elétrica, e a sua voz, cheia de raiva e dor, explodiu: — O ponto aqui é
O Alfa Supremo observou-o por um momento, avaliando a sua resolução, e então perguntou o nome do seu lobo e de que cor era. — O meu lobo chama-se Anker, meu Alfa —disse Héctor, erguendo-se, descrevendo o seu companheiro com orgulho.— É de cor amarela, com um diamante negro na testa. — Nossa! És mesmo a metade da Nert! —exclamou Horácio, surpreendendo todos com o seu comentário. A atmosfera encheu-se de uma energia renovada, enquanto cada um deles se preparava para o que estava por vir. A conexão entre Héctor e Merytnert, fortalecida pelo amor e poder, parecia destinada a enfrentar qualquer desafio. Todos dirigiram-se à caverna de prata, um lugar sagrado que impediria os poderes da princesa de causarem estragos. Ao chegar, o Alfa assumiu o controlo da situação, emitindo ordens com firmeza.
Estava feliz de que tudo tivesse corrido muito bem. Agora só faltava treinar aqueles dois. Ele mesmo teria que fazer isso, porque o poder da sua irmã era muito forte, superando o dos outros; ela era uma Alfa Real. Quando brincavam quando crianças, ele era o único que conseguia controlá-la e, por vezes, o pai tinha que intervir. A Héctor teria que ensinar tudo do início. Bem, isso seria a partir de amanhã; agora ia ver a sua Lua. — Mat, achas que é uma boa ideia levar Isis a ver a sua loba Ast? —Perguntou ao seu lobo, duvidando se talvez isso resultasse em algo bom. — Não é má ideia —aceitou Mat. — Mas acho que deveríamos esperar alguns dias, para que sinta mais saudades de nós. — Estamos a ser um pouco egoístas, Mat? —perguntou Jacking preocupado. — Mas vou ouvir-te. Acho que devemos ir devagar, n
Depois de se separarem, olhou para Dakarai por um momento, e então começou a explicar o que esperar dos banhos termais para a recuperação da saúde da sua esposa. — Agora vou ver Isis —disse-lhe. — Já perdemos muito tempo. Mas primeiro vamos ver a sua loba Ast. Tens algum conselho sobre como lidar com a sua pequena filha loba? — A minha Ast, quando era pequena, gostava muito de brincar às escondidas —respondeu Dakarai, sorrindo como se estivesse a recordar esses momentos. — Digo isso para o caso de não a veres; espera até ela sair. Também é muito brincalhona, mas desconfiada. Não te aproximes; deixa que seja ela a vir até ti. É muito curiosa, e virá ao teu encontro. Muito obrigado, meu Alfa, por tudo o que estás a fazer; espero que consigas resolver o problema da minha pequena. — Obrigado, meu sog
Isis continuava imersa no turbilhão de perguntas e pensamentos que a enchiam de dúvidas, deixando-a presa num mar de interrogações sem resposta. Como noutras ocasiões, começou a ter um diálogo interno, acreditando que falava com a sua própria consciência, embora às vezes sentisse que esta tinha uma voz própria, uma personalidade distinta. — Porque sinto estas borboletas no estômago quando o vejo? —questionou-se com um suspiro leve, embora algo envergonhada. — Porque estás louca! —respondeu a sua consciência com um tom trocista, quase a rir dela. — Gostarei do Alfa Supremo? —insistiu, com uma mistura de curiosidade e nervosismo. — Não podes gostar dele, Isis! Ele é um lobo e tu és humana, que disparate! —replicou a sua consciência, taxativa e severa. —
Isis olhou para ele com desconcerto. O seu instinto advertia-lhe que o Alfa queria convencê-la de algo sério. Mas ela estava convencida de que era a parte humana e que Ast era a loba, não ela. — O que queres dizer? —perguntou, franzindo a testa com evidente confusão. — Minha Lua, deves aceitar que a tua loba, Ast, é parte de ti, e tu és parte dela. São uma só. Até que o faças sinceramente... —ele fez uma pausa, observando o impacto das suas palavras nela, antes de continuar— ...não poderão unir-se. Ast está sozinha e é apenas uma cria. Precisa que a ajudes a compreender que cresceu. Isis sentiu que a frustração a dominava. Outra vez com esta ideia de que sou uma loba, pensou furiosa. Será que não gosta de humanas? — Somos duas! Ela é a loba e eu sou a humana! —cont