Merytnert soltou o seu irmão e aproximou-se lentamente de Héctor, que a observava com agonia. Tomando as suas mãos com firmeza, suplicou:
— Héctor, apenas diz que sim, por favor! Depois solucionamos isto! —com um olhar intenso, perguntou-lhe—. Amas-me, Héctor? — Sabes que sim! Esse não é o ponto —respondeu Héctor, com seriedade marcada na sua voz. — Ah, resposta errada —exclamou Horácio preocupado, enquanto por instinto se transformavam em suas divindades. — Diz que sim, Héctor, ou… Merytnert afastou-se dele, recuando dois passos, e nesse instante todo o seu cabelo começou a eletrificar-se, como se uma tempestade interna estivesse sobre ela. Os seus olhos adquiriram um brilho branco, carregado de energia elétrica, e a sua voz, cheia de raiva e dor, explodiu: — O ponto aqui éO Alfa Supremo observou-o por um momento, avaliando a sua resolução, e então perguntou o nome do seu lobo e de que cor era. — O meu lobo chama-se Anker, meu Alfa —disse Héctor, erguendo-se, descrevendo o seu companheiro com orgulho.— É de cor amarela, com um diamante negro na testa. — Nossa! És mesmo a metade da Nert! —exclamou Horácio, surpreendendo todos com o seu comentário. A atmosfera encheu-se de uma energia renovada, enquanto cada um deles se preparava para o que estava por vir. A conexão entre Héctor e Merytnert, fortalecida pelo amor e poder, parecia destinada a enfrentar qualquer desafio. Todos dirigiram-se à caverna de prata, um lugar sagrado que impediria os poderes da princesa de causarem estragos. Ao chegar, o Alfa assumiu o controlo da situação, emitindo ordens com firmeza.
Estava feliz de que tudo tivesse corrido muito bem. Agora só faltava treinar aqueles dois. Ele mesmo teria que fazer isso, porque o poder da sua irmã era muito forte, superando o dos outros; ela era uma Alfa Real. Quando brincavam quando crianças, ele era o único que conseguia controlá-la e, por vezes, o pai tinha que intervir. A Héctor teria que ensinar tudo do início. Bem, isso seria a partir de amanhã; agora ia ver a sua Lua. — Mat, achas que é uma boa ideia levar Isis a ver a sua loba Ast? —Perguntou ao seu lobo, duvidando se talvez isso resultasse em algo bom. — Não é má ideia —aceitou Mat. — Mas acho que deveríamos esperar alguns dias, para que sinta mais saudades de nós. — Estamos a ser um pouco egoístas, Mat? —perguntou Jacking preocupado. — Mas vou ouvir-te. Acho que devemos ir devagar, n
Depois de se separarem, olhou para Dakarai por um momento, e então começou a explicar o que esperar dos banhos termais para a recuperação da saúde da sua esposa. — Agora vou ver Isis —disse-lhe. — Já perdemos muito tempo. Mas primeiro vamos ver a sua loba Ast. Tens algum conselho sobre como lidar com a sua pequena filha loba? — A minha Ast, quando era pequena, gostava muito de brincar às escondidas —respondeu Dakarai, sorrindo como se estivesse a recordar esses momentos. — Digo isso para o caso de não a veres; espera até ela sair. Também é muito brincalhona, mas desconfiada. Não te aproximes; deixa que seja ela a vir até ti. É muito curiosa, e virá ao teu encontro. Muito obrigado, meu Alfa, por tudo o que estás a fazer; espero que consigas resolver o problema da minha pequena. — Obrigado, meu sog
Isis continuava imersa no turbilhão de perguntas e pensamentos que a enchiam de dúvidas, deixando-a presa num mar de interrogações sem resposta. Como noutras ocasiões, começou a ter um diálogo interno, acreditando que falava com a sua própria consciência, embora às vezes sentisse que esta tinha uma voz própria, uma personalidade distinta. — Porque sinto estas borboletas no estômago quando o vejo? —questionou-se com um suspiro leve, embora algo envergonhada. — Porque estás louca! —respondeu a sua consciência com um tom trocista, quase a rir dela. — Gostarei do Alfa Supremo? —insistiu, com uma mistura de curiosidade e nervosismo. — Não podes gostar dele, Isis! Ele é um lobo e tu és humana, que disparate! —replicou a sua consciência, taxativa e severa. —
Isis olhou para ele com desconcerto. O seu instinto advertia-lhe que o Alfa queria convencê-la de algo sério. Mas ela estava convencida de que era a parte humana e que Ast era a loba, não ela. — O que queres dizer? —perguntou, franzindo a testa com evidente confusão. — Minha Lua, deves aceitar que a tua loba, Ast, é parte de ti, e tu és parte dela. São uma só. Até que o faças sinceramente... —ele fez uma pausa, observando o impacto das suas palavras nela, antes de continuar— ...não poderão unir-se. Ast está sozinha e é apenas uma cria. Precisa que a ajudes a compreender que cresceu. Isis sentiu que a frustração a dominava. Outra vez com esta ideia de que sou uma loba, pensou furiosa. Será que não gosta de humanas? — Somos duas! Ela é a loba e eu sou a humana! —cont
O Alfa Supremo sorriu amplamente ao ouvir essas palavras, a sua vitória era evidente. Ela, mesmo confusa, reivindicava-o como seu. Sorriu satisfeito e atreveu-se a perguntar: — Então, serás minha namorada? —perguntou, com uma mistura de ilusão e triunfo. Isis, atordoada pela pergunta e pelo que as suas próprias palavras haviam provocado, permaneceu em silêncio. Não tinha planeado chegar a esse ponto. O seu relacionamento com o Alfa Supremo havia começado como um jogo, uma provocação inocente. Contudo, agora encontrava-se presa em algo maior do que imaginava. Ao olhar para aqueles enormes olhos cheios de expectativa, não sabia o que fazer nem o que dizer. Meti-me num grande problema, pensou enquanto a sua consciência a repreendia com dureza: Aclara isso rápido! — Não posso ser tua namorada! Gosto do humano Jacking, tu sabes disso&hellip
Isis inclinou-se, fechando os olhos enquanto se deixava imergir no aroma que ele exalava. A sua mente começou a brincar com as sensações que a envolviam. Oh, isto é uma maravilha! Que delícia! pensava, emocionada com cada nova impressão que percebia na fragrância. — Cheiras a gengibre… —disse, abrindo ligeiramente os olhos como se buscasse confirmar o que sentia— …a couro, a madeira... Mas não a qualquer madeira. Espera… Sim, já sei, é sândalo. E, por último… —fez uma pausa, desfrutando do momento como se quisesse prolongar a experiência—. O aroma que mais gosto é o da flor Lyallii, aquela que vi outro dia na feira das flores. O Alfa sorriu, satisfeito com a sua resposta. Gostava que a sua Lua pudesse percebê-lo completamente, mesmo na sua forma humana. Mas antes que pudesse comentar algo mais, Isis vol
Não lhe agradava nada que sua pequena irmã tivesse de se casar assim com sua metade. No entanto, estava decidido a preparar um casamento em que participariam todas as alcateias do mundo. Ela era uma princesa, e o seu casamento deveria ser espetacular! — Jacking, viste como a nossa irmã Nert estava linda? —perguntou Mat, emocionado, referindo-se à loba de Merytnert. — Sim, Nert é realmente majestosa —respondeu Jacking com um sorriso. — Desde pequena já se podia ver que seria. — Costumava morder-me a cauda para que eu não fosse embora. Ha, ha, ha —acrescentou Mat, enquanto as recordações da sua irmã, em ambas as formas, voltavam à sua mente como se tivessem acontecido ontem—. Queria sempre dormir comigo. — Fico feliz por ela ter recuperado todas as suas memórias —comentou Jacking, satisfeito. &nb