Matheus recusou, olhando-a em silêncio: - Eu estou muito calmo agora! Stella, eu não preciso da sua piedade, muito menos da sua caridade! Vá embora!Ela ficou parada, perguntando suavemente por quê.Matheus não respondeu imediatamente. Seus olhos azuis se fixaram nela por um longo tempo antes de ele, tremendo, tirar um cigarro amassado do bolso e acendê-lo com uma mão...Ele não fumou, apenas ficou olhando para a fumaça que subia.Depois de um longo tempo, sua voz soou distante.- Você sempre quis saber se eu sabia que você estava grávida na época? Eu sabia! No dia que você foi embora, Lucinda veio até mim com seu teste de gravidez, disse que você estava grávida, que você estava pegando um voo para a Cidade X, que eu deveria ir atrás de você... Stella, você entende como eu me senti naquele momento? Eu realmente queria ir atrás de você, mas eu estava preso numa cadeira de rodas, não conseguia fazer nada, nem mesmo me levantar quando caí no chão... Naquele dia, eu soube claramente que e
Stella não chorou, afinal, era mãe de dois filhos.No entanto, como Stella havia dito, se fosse embora, ela não voltaria mais! Ela continuaria cuidando de Matheus, mas manteria uma distância.Aquele Rolls-Royce prateado saiu lentamente da mansão.Matheus estava no escritório, observando silenciosamente até que o carro desaparecesse de vista.Stella se foi!Ele a havia mandado embora com suas palavras cruéis na noite anterior. Sabia o quanto havia sido duro.Matheus quis acender um cigarro, mas suas mãos tremiam tanto que não conseguiu. Frustrado, quebrou o cigarro ao meio...Depois, empurrando a cadeira de rodas, foi até o quarto de hóspedes.O quarto estava impecável, como se ninguém tivesse morado ali.Voltou ao quarto principal. Os lençóis haviam sido trocados, o aroma de roupas recém-passadas ainda pairava no ar, um cheiro que ele sempre adorou. Seu kit de medicamentos estava cuidadosamente organizado.Uma corrente fina prendia um documento.Era o presente que ele havia escolhido
Os olhos azuis de Matheus estavam levemente marejados.Ao lado, a secretária Lucinda, que já havia ouvido os empregados falarem sobre os acontecimentos daquela manhã, aproveitou para dizer: - Agora que o mal-entendido foi resolvido, Sr. Matheus, por que não traz a Stella de volta?Mas Matheus permaneceu em silêncio.Ele tirou do bolso a fina corrente com diamante, seus olhos cheios de emoção enquanto a acariciava suavemente...Lucinda não conseguia compreender o que havia acontecido na noite anterior. Como ele poderia ter coragem de pedir para Stella voltar agora?Na condição em que seu corpo se encontrava, mesmo que temporariamente se reconciliassem, novos conflitos surgiriam.Além do mais, Stella não voltaria. Ela havia dito ao partir que, se fosse embora, não voltaria mais...Mas ele a deixou partir mesmo assim.Enquanto Lucinda ficava cada vez mais preocupada, Matheus disse calmamente: - Marque um encontro com Carlos para mim. Tenho algumas coisas para agradecer pessoalmente.Luc
Heitor imediatamente virou o volante, dirigindo em direção à casa de Stella, dizendo: - A essa hora, eles devem estar jantando. Você pode aproveitar e comer também. A Sra. Paula cozinha exatamente do jeito que você gosta.- Cale a boca!Matheus fechou a janela do carro e se recostou no assento de couro, pensando no que diria quando se encontrassem...Embora tivessem se separado há menos de 10 horas, para ele, parecia que havia se passado uma eternidade.O carro preto brilhante entrou lentamente na propriedade.A porta do carro se abriu e o crepúsculo já havia caído. Como Heitor havia dito, era hora do jantar e o aroma delicioso da comida vinha da cozinha da casa.No gramado, Kyle brincava de bola com o irmão mais novo.O carro de Matheus entrou, fazendo Kyle gritar de alegria: - Papai!Kyle correu alguns passos, mas se lembrou do irmão e voltou para pegá-lo. Com Gabriel nos braços, correu até o pai.Os dois filhos rodearam Matheus, um abraçando seu braço e o outro suas pernas, cheios
Stella encorajou a filha com ternura. Ela estava em pé sob a luz do lustre de cristal, seu vestido longo acentuando suas curvas elegantes, com os cabelos loiros dourados delicadamente presos, revelando um pescoço branco e delicado. Na memória de Matheus, ela sempre foi gentil e bonita, e mesmo sendo bem-sucedida em sua carreira, nunca exibia um ar severo.Matheus ficou hipnotizado olhando para ela. Stella, sem querer, encontrou seu olhar. Seus olhos eram profundos, mas ela desviou o rosto com indiferença...Matheus saiu às dez da noite. Stella desceu do segundo andar para acompanhá-lo até a saída. Quando a cadeira de rodas chegou ao carro preto, Matheus não entrou imediatamente.Ele perguntou suavemente a Stella: - As crianças já dormiram?Stella respondeu com um leve aceno. A noite estava silenciosa, e estavam só os dois. Matheus olhou para ela por um longo tempo antes de falar suavemente: - Levei os documentos que você deixou ao laboratório, e também li a carta...Sob a luz suave
Stella sentiu o olhar dele e, sem demonstrar muita emoção, olhou na direção de Matheus, endireitando-se levemente. O homem ao lado dela também olhou para Matheus.Matheus estreitou os olhos negros e disse à secretária Lucinda: - Me leve até lá!A uma distância de um passo, Lucinda parou e, sempre perspicaz, saudou calorosamente: - Stella, quanto tempo!Stella pousou os olhos em Matheus e sorriu levemente: - Sim, faz tempo!O homem perguntou: - Sra. Stella, quem é este?Stella respondeu calmamente: - Este é o Presidente Matheus, CEO do Grupo Wellfresh e meu ex-marido... E esta é a secretária Lucinda, a assistente de confiança do Presidente Matheus.Stella foi muito formal em suas palavras.O homem, chamado Tomas, havia acabado de voltar do exterior e estava interessado em fazer um grande investimento. Stella estava tentando convencer Tomas a investir no restaurante THE ONE e não esperava encontrar Matheus ali.Sr. Tomas foi educado, inclinando-se levemente e estendendo a mão para
Stella naturalmente recusou.Matheus ficou olhando fixamente para as rosas em suas mãos e perguntou em tom leve: - Essas rosas foram presente do Tomas?Na verdade, as rosas foram compradas por Stella, mas ela não admitiria isso. Com um tom indiferente, ela respondeu: - Quem as deu não tem nada a ver com você, Sr. Matheus.Esse “Sr. Matheus” fez o olhar de Matheus se aprofundar ainda mais. Ele continuou olhando para Stella, mas suas palavras foram direcionadas ao motorista Heitor: - Por favor, peça à Sra. Stella para entrar no carro.Brigas de casal sempre acabavam sobrando para os outros! Eles se chamavam mutuamente de Sr. Matheus e Sra. Stella, com uma tensão palpável. Heitor, no meio deles, se sentia desconfortável, mas, mesmo assim, desceu do carro para pedir: - Sra. Stella, a neve está caindo forte! Por favor, entre no carro, ou então eu terei problemas.Heitor tinha um certo respeito por Stella, e ela, para evitar que ele fosse repreendido por Matheus, decidiu entrar no carro
Stella pegou o cachecol e, agradecendo em voz baixa, se afastou. Matheus ficou sentado no carro, observando as costas dela, vendo-a caminhar na neve com as rosas nos braços. Ele perguntou suavemente a Heitor: - Será que eu a incomodei?Heitor respondeu prontamente: - De jeito nenhum, senhor! O senhor nunca disse algo assim antes.Matheus sorriu levemente: - Antes, eu também não agia assim!Ele se ajeitou no assento, seu rosto marcante se destacando na penumbra do carro. - Vamos para casa!...Desta vez, a neve começou a cair na véspera de Natal e só parou no dia de Ano Novo. O Ano Novo deveria ser uma ocasião alegre, mas Matheus teve uma febre alta que não cedia. Os empregados ligaram para a secretária Lucinda.Quando Lucinda chegou e viu a situação, percebeu que era grave e chamou imediatamente o doutor Galvão.Quando Galvão chegou, Matheus estava delirante, quase em estado de semi-consciência. Ele aplicou uma injeção antitérmica e deu-lhe medicamentos. Enquanto esperava, chamou