Heitor imediatamente virou o volante, dirigindo em direção à casa de Stella, dizendo: - A essa hora, eles devem estar jantando. Você pode aproveitar e comer também. A Sra. Paula cozinha exatamente do jeito que você gosta.- Cale a boca!Matheus fechou a janela do carro e se recostou no assento de couro, pensando no que diria quando se encontrassem...Embora tivessem se separado há menos de 10 horas, para ele, parecia que havia se passado uma eternidade.O carro preto brilhante entrou lentamente na propriedade.A porta do carro se abriu e o crepúsculo já havia caído. Como Heitor havia dito, era hora do jantar e o aroma delicioso da comida vinha da cozinha da casa.No gramado, Kyle brincava de bola com o irmão mais novo.O carro de Matheus entrou, fazendo Kyle gritar de alegria: - Papai!Kyle correu alguns passos, mas se lembrou do irmão e voltou para pegá-lo. Com Gabriel nos braços, correu até o pai.Os dois filhos rodearam Matheus, um abraçando seu braço e o outro suas pernas, cheios
Stella encorajou a filha com ternura. Ela estava em pé sob a luz do lustre de cristal, seu vestido longo acentuando suas curvas elegantes, com os cabelos loiros dourados delicadamente presos, revelando um pescoço branco e delicado. Na memória de Matheus, ela sempre foi gentil e bonita, e mesmo sendo bem-sucedida em sua carreira, nunca exibia um ar severo.Matheus ficou hipnotizado olhando para ela. Stella, sem querer, encontrou seu olhar. Seus olhos eram profundos, mas ela desviou o rosto com indiferença...Matheus saiu às dez da noite. Stella desceu do segundo andar para acompanhá-lo até a saída. Quando a cadeira de rodas chegou ao carro preto, Matheus não entrou imediatamente.Ele perguntou suavemente a Stella: - As crianças já dormiram?Stella respondeu com um leve aceno. A noite estava silenciosa, e estavam só os dois. Matheus olhou para ela por um longo tempo antes de falar suavemente: - Levei os documentos que você deixou ao laboratório, e também li a carta...Sob a luz suave
Stella sentiu o olhar dele e, sem demonstrar muita emoção, olhou na direção de Matheus, endireitando-se levemente. O homem ao lado dela também olhou para Matheus.Matheus estreitou os olhos negros e disse à secretária Lucinda: - Me leve até lá!A uma distância de um passo, Lucinda parou e, sempre perspicaz, saudou calorosamente: - Stella, quanto tempo!Stella pousou os olhos em Matheus e sorriu levemente: - Sim, faz tempo!O homem perguntou: - Sra. Stella, quem é este?Stella respondeu calmamente: - Este é o Presidente Matheus, CEO do Grupo Wellfresh e meu ex-marido... E esta é a secretária Lucinda, a assistente de confiança do Presidente Matheus.Stella foi muito formal em suas palavras.O homem, chamado Tomas, havia acabado de voltar do exterior e estava interessado em fazer um grande investimento. Stella estava tentando convencer Tomas a investir no restaurante THE ONE e não esperava encontrar Matheus ali.Sr. Tomas foi educado, inclinando-se levemente e estendendo a mão para
Stella naturalmente recusou.Matheus ficou olhando fixamente para as rosas em suas mãos e perguntou em tom leve: - Essas rosas foram presente do Tomas?Na verdade, as rosas foram compradas por Stella, mas ela não admitiria isso. Com um tom indiferente, ela respondeu: - Quem as deu não tem nada a ver com você, Sr. Matheus.Esse “Sr. Matheus” fez o olhar de Matheus se aprofundar ainda mais. Ele continuou olhando para Stella, mas suas palavras foram direcionadas ao motorista Heitor: - Por favor, peça à Sra. Stella para entrar no carro.Brigas de casal sempre acabavam sobrando para os outros! Eles se chamavam mutuamente de Sr. Matheus e Sra. Stella, com uma tensão palpável. Heitor, no meio deles, se sentia desconfortável, mas, mesmo assim, desceu do carro para pedir: - Sra. Stella, a neve está caindo forte! Por favor, entre no carro, ou então eu terei problemas.Heitor tinha um certo respeito por Stella, e ela, para evitar que ele fosse repreendido por Matheus, decidiu entrar no carro
Stella pegou o cachecol e, agradecendo em voz baixa, se afastou. Matheus ficou sentado no carro, observando as costas dela, vendo-a caminhar na neve com as rosas nos braços. Ele perguntou suavemente a Heitor: - Será que eu a incomodei?Heitor respondeu prontamente: - De jeito nenhum, senhor! O senhor nunca disse algo assim antes.Matheus sorriu levemente: - Antes, eu também não agia assim!Ele se ajeitou no assento, seu rosto marcante se destacando na penumbra do carro. - Vamos para casa!...Desta vez, a neve começou a cair na véspera de Natal e só parou no dia de Ano Novo. O Ano Novo deveria ser uma ocasião alegre, mas Matheus teve uma febre alta que não cedia. Os empregados ligaram para a secretária Lucinda.Quando Lucinda chegou e viu a situação, percebeu que era grave e chamou imediatamente o doutor Galvão.Quando Galvão chegou, Matheus estava delirante, quase em estado de semi-consciência. Ele aplicou uma injeção antitérmica e deu-lhe medicamentos. Enquanto esperava, chamou
Nestes dois anos, Matheus arranjou para que Nick trabalhasse na sala de correspondência do Grupo Wellfresh, dando-lhe um propósito. Durante todo esse tempo, ninguém descobriu que o homem elegante e de meia-idade na sala de correspondência era o ex-presidente Nick. Nick nunca mencionou isso, levando uma vida simples. Todo mês, ele ia visitar Matheus, mas a relação entre pai e filho continuava distante, sem qualquer progresso significativo. Quando Nick chegou desta vez, Galvão acenou com a cabeça para ele e chamou a secretária Lucinda, deixando-os a sós.Ao ver Nick, Dona Gisele imediatamente se animou. Ela apontou para Matheus e segurou a roupa de Nick, sussurrando raivosamente: - Vê isso? Esse é o seu filho. Se você não tivesse sido egoísta e deixado a família anos atrás, nosso filho não estaria assim. Nick... Por que voltou? Que direito você tem de voltar?Nick, um homem gentil e de poucas palavras, finalmente a rebateu pela primeira vez em anos. Ele falou com dor: - Gisele, amb
Na mansão, ouviu-se o som de um carro se aproximando.Dona Gisele estava sentada no banco traseiro, vestindo um casaco. Seu rosto ainda mostrava vestígios de lágrimas, mas sua postura era impecável, como sempre. Ela valorizava muito sua aparência.Ela estava indo pedir a Stella que fosse ver Matheus.Vinte minutos depois, o carro preto parou diante do portão ornamentado. O motorista estava prestes a buzinar, mas Dona Gisele o impediu.Ela disse suavemente: - Eu vou a pé.O motorista ficou surpreso, mas Dona Gisele já havia aberto a porta do carro e saído, enfrentando o vento da noite.Após ser anunciada pelo segurança, ela foi autorizada a entrar.À luz da lua, Dona Gisele caminhou com seus sapatos de salto alto sobre a neve de vinte centímetros. Em pouco tempo, a neve derretida encharcou seus sapatos e meias, o frio era insuportável...Ela tremia de frio, mas seu rosto mostrava uma determinação inabalável.Ela estava decidida a trazer Stella de volta.Quando chegou à frente da mansão
Stella, ao vê-la, recordava-se das dolorosas memórias de um passado sombrio.Ela ajustou o casaco, mantendo uma atitude fria: - Estou indo porque ele é o pai dos meus filhos, não por sua causa.Ao ouvir isso, Dona Gisele, percebendo que Stella estava disposta a voltar, não conseguiu segurar as lágrimas: - Eu entendo! Eu entendo.Apesar de toda a humildade de Gisele, Stella permaneceu impassível.Mais tarde, quando já estavam no carro, Stella se manteve em silêncio. Dona Gisele tentou falar várias vezes, mas acabou apenas suspirando: - Stella, sei que você me odeia.Stella desviou o olhar para a janela, observando a neve do lado de fora, e respondeu baixinho:- Aqueles dias são inesquecíveis para mim, por isso nunca vou perdoá-la.Dona Gisele cobriu o rosto com as mãos.Talvez pela idade avançada ou pelos traumas sofridos, ela começou a se lembrar de quando Stella era jovem e sempre a chamava carinhosamente de “Sra. Gisele”. Ela realmente gostava de Stella naquela época, mas, após o