Após o motorista sair, o carro ficou apenas com os dois, em um espaço apertado e sufocante, onde ambos podiam sentir claramente a respiração um do outro... Sem escapatória.O triste era que Stella estava ao lado dele, mas já não pertencia mais a ele.Matheus abriu parcialmente a janela do carro e olhou silenciosamente para fora. Sua voz era suave, quase gentil: - E as crianças? Por que você não as trouxe de volta? Gabriel já deve ter dois anos!Mesmo estando preparada psicologicamente, Stella ficou com os olhos vermelhos naquele momento. Ele já sabia que ela estava grávida, ele já sabia da existência do Gabriel, mas mesmo assim fez aquela escolha... E ela, tola, esperou tanto tempo por ele em Cidade X.No entanto, ela não podia perguntar tudo isso em voz alta, seria ainda mais constrangedor. Stella controlou suas emoções e perguntou de volta: - Então, o que você quer?Matheus não mostrou nenhuma expressão: - Lembro-me de termos assinado um acordo no início. Se você engravidasse, a c
Stella voltou ao apartamento. Ela ficou parada no hall de entrada, sombrio e vazio, ofegando suavemente com as costas encostadas na porta.Até então, suas pernas ainda estavam fracas. Mesmo sabendo que voltar para Cidade B e se encontrar com Matheus era inevitável, ela não esperava que fosse tão rápido.Na entrada de Vila Candando, tudo o que Matheus fez a deixou com medo. Seu instinto feminino dizia a Stella que o Matheus de agora era perigoso, e que ela não deveria voltar para Cidade B. No entanto, a rinite alérgica de Gabriel estava muito grave, e Cidade X não era adequada para a saúde dele.Stella ficou desorientada por um tempo e levantou a mão para acender a luz. A iluminação brilhante refletia em seu rosto delicado, branco e gracioso. Apesar de ter dado à luz dois filhos, o tempo parecia não ter deixado marcas nela. Sua aparência não havia mudado nem um pouco em comparação com o passado.Depois de um tempo, ela endireitou o corpo e foi até o armário de bebidas, abrindo-o para pe
O carro ligou. Matheus permaneceu em silêncio, sentado calmamente. Às vezes, ele olhava para sua mão direita e pensava: “Se esse braço estivesse bem, mesmo que suas pernas não pudessem se mover, ele teria muito mais coragem... para pedir a Stella que voltasse para seu lado.”Infelizmente, a vida não tem se....No dia seguinte, Stella marcou um encontro com Mylo. Inicialmente, Stella só queria tomar um café e trocar algumas palavras antes de ir embora, mas Mylo insistiu em almoçarem juntos. Foi isso que ele disse ao telefone: - Stella, faz tanto tempo que não nos vemos, não podemos ao menos ter uma refeição juntos?No final, eles jantaram em um restaurante particular de luxo. Mylo não estava com apetite, passou a maior parte do tempo focado em observar Stella.Stella não acreditava que Mylo sentia algo por ela. Mylo apenas recordava Kelly através de Stella.Stella colocou suavemente sua taça de vinho sobre a mesa e disse com calma: - Mylo, eu entendo o que você quer dizer, você só q
Mylo brincava com o celular e, ao ouvir isso, deu uma risada de desprezo: - Eu não trouxe nenhuma mulher de fora para casa!Renata estava prestes a argumentar quando Mylo subitamente tirou mais de dez fotos do bolso do casaco e as jogou uma a uma na cama, na frente de Renata. Ele a encarou com um sorriso frio: - Aprecie bem essas fotos sensuais! Cada uma delas é de um homem diferente! Se não fossem por essas fotos, eu não teria ideia de que a Sra. Pires tinha um corpo tão bom e era tão promíscua na cama.Renata pegou as fotos e as examinou uma por uma. Ela ficou chocada e, instintivamente, implorou: - Mylo, eu me sentia vazia! Por favor, não deixe meu pai ver essas fotos. Se ele descobrir, ele vai me matar.Renata estava com medo de que Mylo não concordasse, ela sabia que ele era o mais implacável. Nos últimos anos, ele a torturou tanto que ela mal se reconhecia, ele nunca mostrou piedade.Renata se arrastou até o final da cama e abraçou as pernas de Mylo, tentando seduzi-lo com seu
Mylo fechou os olhos suavemente, Kelly estava voltando....No restaurante, dentro do banheiro. Stella mencionou Flávio para Mylo, e mesmo depois de tanto tempo, Stella ainda se sentia triste por dentro. Não apenas por causa de Kelly, na verdade, Stella e Flávio também eram bons amigos. Flávio era generoso e gentil com seus amigos... quando Stella recebeu a notícia de seu acidente aéreo, ela relutou em acreditar por muito tempo.Stella estava triste, seu nariz estava vermelho e seus olhos estavam úmidos com lágrimas. Coincidentemente, Carlos ligou, dizendo que estava esperando por ela no estacionamento em frente à porta.Carlos casualmente perguntou sobre o encontro. Stella disse em voz baixa: - Apenas trocamos algumas palavras. Parece que ele ainda não superou a Kelly, mas eu deixei claro para ele... Vamos nos encontrar e conversar mais tarde.Eles trocaram mais algumas palavras e desligaram o telefone. Stella lavou o rosto e, ao enxugar com um lenço de papel, notou casualmente a pes
Luíza estava prestes a falar, quando de repente viu Matheus sentado numa cadeira de rodas no final do corredor, olhando fixamente em sua direção, seus olhos azuis profundos e insondáveis. Luíza não ousava se aproximar, nem queria dizer mais nada. Afinal, ela temia a retaliação de Matheus. E, ainda assim, ela ainda tinha sentimentos por ele, e não queria que ele se reconciliasse com Stella.Com o coração cheio de emoções complexas, Luíza apenas sorriu para Stella:- Eu ouvi Hana dizer que você amava muito o Sr. Matheus, e eu acreditei! Agora eu sei que você nunca realmente o entendeu... O seu suposto amor não é diferente do meu de anos atrás, é muito superficial! Recomeça a sua vida! Se apaixone por outros homens! Eu estarei esperando você se arrepender!...Depois de um momento, Stella respondeu sem emoção:- Srta. Luíza, você sabe quantos dos meus passados com Matheus você conhece?Stella então se partiu. No momento em que ela se virou, a cadeira de rodas e o Matheus no final do corre
Carlos e Stella não tinham nenhuma barreira entre si, depois de atravessar uma esquina, Carlos parou o carro na beira da rua. Ele se virou de lado e olhou silenciosamente para Stella, perguntando diretamente:- Estava pensando em Matheus.Stella não queria admitir. Ela respondeu rapidamente:- Não!De repente, houve um pequeno ruído, Carlos desfez o cinto de segurança e se inclinou em sua direção, como se fosse beijá-la, o instinto humano mais verdadeiro, mas quando estava prestes a tocar seus lábios, Stella usou a mão para bloqueá-lo, evitando.A própria Stella ficou atônita, afinal, beijar o namorado era algo muito normal, mas ela instintivamente evitou a intimidade com Carlos... Ela ficou um pouco perdida.Carlos ficou muito perto dela, próximo o suficiente para sentir a respiração um do outro, teoricamente deveria ser um momento apaixonado, mas não foi... Seu olhar era profundo:- Ainda diz que não estava pensando nele!Stella queria falar, mas ele delicadamente cobriu seus lábios,
- Srta. Stella, aquele contrato era apenas uma brincadeira! Eu não te amo!Aquelas memórias a sufocavam. Stella ergueu um pouco a cabeça para conter as lágrimas. O céu, começava a chover suavemente, molhando suas roupas, mas Stella não se importava. Eça precisava da chuva para apagar a inquietação em seu coração. Ela caminhava na chuva, repetindo incessantemente as palavras de Luíza em sua mente.- Você realmente acha que o Sr. Matheus se apaixonaria por outra pessoa? Você acha mesmo que ele abandonaria o filho para ficar com alguém?Stella parou. Havia uma luxuosa loja de vestidos de noiva na rua, e através da vitrine ela viu uma bela mulher experimentando um vestido, acompanhada por um homem. Eles pareciam ser noivos.Stella ficou paralisada. Ela fitava fixamente o casal, pois aquela mulher não era qualquer uma... era Daiane! Daiane ia se casar! Daiane não havia aparecido em Vila Candando anos atrás como a dona da casa, não estava com Matheus? Por que agora ela ia se casar com outro?