Capítulo 29

Eu e minha vó éramos muito amigas, as melhores viagens que fiz foi para sua casa. Lá sempre foi meu segundo porto seguro. No fundo eu sempre soube que minha mãe sentia pela distância, mas acreditava que ela estava em boas mãos e acabava sempre focando no restaurante. Agora seria duro porque minha mãe sentiria o impacto de ter se afastado por muito tempo. De não ter dado prioridade a sua maior e melhor amiga. Eu sei disso, porque se minha mãe estivesse com câncer eu sofreria demais. E saber que minha vó passaria pelo tratamento agressivo partia meu coração. Nunca é sobre o resultado e sim pelo processo. Ela poderia ficar boa, mas não sem sofrer. Minha vó tinha quase sessenta anos. Teve minha mãe muito cedo, engravidou na adolescência com um moleque que não sabia nem seu próprio nome. Viveu todas as experiências que uma guerreira vive. Se eu pudesse desejar qualquer coisa agora, desejaria que se fosse para morrer tão nova, que fosse de uma forma calma. Sem sofrimento. Não. Eu não queria
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