MEYERDesde o primeiro momento em que coloquei os pés nesta ilha, ao vê-la naquela piscina algo mudou dentro de mim. Foi como se todo o peso da responsabilidade que carrego comigo houvesse simplesmente sumido. Ela tinha este poder. E de repente eu nem sequer estava tentando continuar sendo o Meyer, porque ao lado dela eu queria ser o Ary. Vê-la chamando meu nome derretia toda a barreira que eu havia tido anos para criar. Tudo desde o primeiro momento ali havia sido incrível. O beijo, poder tocar seu corpo livremente sabendo que ela me quer tanto quanto a quero, o sorriso, a diversão ao seu lado. Tudo estava fora de controle, meus sentimentos estavam fora de controle e eu não estava me importando com isso. Eu só queria morar naquele final de semana. Mesmo sabendo que em dois dias eu voltaria para a minha realidade. Quando ela me chamou pelo meu nome na frente da minha mãe foi como um golpe em meu coração, por um momento eu quis ficar desapontado porque eu sabia o que aquilo significava
JASMIMEra impossível acreditar que não fosse um sonho, havíamos acabado de voltar do passeio de iate e pela primeira vez em muito tempo eu não tive medo de estar em um. Olhar para aquele iate e estar perto de entrar nele me despertou gatilhos que eu queria ser capaz de esconder de tudo e todos. Lembranças se desenrolaram em minha mente, mas logo se apaziguaram quando o Ary me fez encarar o azul dos seus olhos, aquele havia sido meu ponto de equilíbrio. Quando nos colocamos no meio do oceano eu ainda conseguia ver nitidamente o motivo do meu trauma, o numero da missão, a ordem para deixar recuar... Eu conseguia ouvir nitidamente o barulho do barco explodindo e naufragando. Mas o aperto da mão do Ary na minha me fez se sentir segura, me trouxe de volta para o presente, não havia chance disso acontecer agora, não aconteceria novamente. Eu estava em casa. Ele havia rompido as barreiras do meu medo, e tentado me distrair falando sobre um animal que eu conhecia muito bem, eu conhecia muito
MEYEREu não conseguia me concentrar na visão abaixo do jatinho, tudo que eu conseguia era fechar os olhos e me ver transando loucamente com a mulher mais sexy que eu já conheci em toda a minha vida. Foi o sexo mais quente, ousado e intenso que eu já tive! Não por falta de experiência, quando você está vazio, empoçado por sujeira e obscuridão, tudo que você se enfia é sexo, bebida e drogas... Eu tive essa fase. Todo Meyer passa por isso, e eu passei até estar no controle de mim mesmo e de minhas ações! Mas nada se compara em toda a minha vasta experiência com mulheres das mais novas as mais velhas, ao que eu tinha sentido ao ir para cama com Jasmim. Tudo que reinava em mim era vontade, vontade e mais vontade. Ela era o meu ecstasy, a droga que me fazia desejar desesperadamente por mais. E então eu fui arrancado da minha noite de prazer, me forçando a se lembrar de quem eu realmente era e de minhas obrigações. Desci do jatinho furioso, eu queria fazer quem me arrancou daquele momento p
Quando vi já estava envolvida demais, apaixonada demais e viciada em seu toque. Eu não sabia, ou sabia no fundo, mas ele seria a minha perdição. Avisei a sua mãe que ele havia precisado sair mais cedo, embora não tivesse contado que havíamos dormido juntos. Quando voltamos para casa eu estava disposta a vê-lo de novo, a ter mais do seu toque, mais do seu beijo. A semana passou rápido e quase não nos vimos, trabalho e faculdade. Ele parecia estar muito ocupado, não o via na janela ou em lugar nenhum. E quando me vi já estava se arrumando num dia de sábado a noite as nove e meia para ir á uma certa casa noturna. Convidei a Mari para ir comigo.Quando cheguei na Meyer Haus havia fila, estranhei não ver a Mari nela e me contentei em guardar nossos lugares. Já fazia dez minutos na fila, que hoje não estava tão cheia, quando meu celular apitou. Era mensagem da minha amiga no WhatsApp:Amiga, não vai dar pra eu ir.Depois te conto.Babado.Eu quase surtei porque já estava na fila. Estava pen
Eu e minha vó éramos muito amigas, as melhores viagens que fiz foi para sua casa. Lá sempre foi meu segundo porto seguro. No fundo eu sempre soube que minha mãe sentia pela distância, mas acreditava que ela estava em boas mãos e acabava sempre focando no restaurante. Agora seria duro porque minha mãe sentiria o impacto de ter se afastado por muito tempo. De não ter dado prioridade a sua maior e melhor amiga. Eu sei disso, porque se minha mãe estivesse com câncer eu sofreria demais. E saber que minha vó passaria pelo tratamento agressivo partia meu coração. Nunca é sobre o resultado e sim pelo processo. Ela poderia ficar boa, mas não sem sofrer. Minha vó tinha quase sessenta anos. Teve minha mãe muito cedo, engravidou na adolescência com um moleque que não sabia nem seu próprio nome. Viveu todas as experiências que uma guerreira vive. Se eu pudesse desejar qualquer coisa agora, desejaria que se fosse para morrer tão nova, que fosse de uma forma calma. Sem sofrimento. Não. Eu não queria
Na semana seguinte eu vi o fundo do meu precipício logo abaixo dos meus pés. Eu já estava com quase tudo organizado e pronta para viajar. Numa sexta eu havia marcado para jantar com a dona Giovanna, ela tinha sido muito minha amiga ao longo dos dias e lhe devia isso. Tomei um banho bastante gelado, coloquei um conjunto de moletom e capote e com um coque no cabelo fechei a casa atravessando a rua. Bati na porta e logo fui atendida com um sorriso no rosto, abrimos um vinho, jogamos conversa fora. E em algum momento da conversa eu percebi o sorriso da dona Giovanna se tornar traços tristes.— Você é uma garota especial, Jasmim... — Ela falou pensativa.— Obrigada, Dona Giovanna. — Sorri com seu gesto de carinho.— Não, estou falando de verdade. Eu me vejo em você quando mais jovem. Vejo-me em você até mais do que quero. — Ela suspirou. — Você é independente, não tem medo de sonhar, e sempre vê o lado bom até mesmo das piores coisas.Eu assenti e ela continuou:— O único problema de ver o
Eu me vi num precipício, eu vi o nada a minha frente... E eu podia recuar, porque eu sabia que mais a frente eu estaria em queda livre sem ao menos saber o que tinha lá embaixo. Sabe quando você dá mais um passo mesmo sabendo que pode dar merda? Foi o passo que eu não dei. Eu estanquei. E esse é o problema de uma guerra, as decisões não tomadas fazem toda diferença! Eu sabia muito bem disso! Eu tinha duas opções: Recuar ou seguir adiante e ver no que daria a minha queda. Eu estanquei na ponta do precipício. E como o mundo não é o precioso conto de fadas literário, a vida decidiu por mim. E de repente, não havia mais chão...Depois da conversa que tive com dona Giovanna eu não vi o Ary durante todo o final de semana. Ele havia viajado na tarde daquele mesmo dia. Eu preferi esquecer o assunto e focar nos últimos preparativos para minha viagem. Durante os dias em que falei com minha mãe, ela a todo o momento tentava me tranqüilizar, mas eu podia ver o seu mundo ruindo, mesmo com uma vó c
Eu me vi num precipício, eu vi o nada a minha frente... E eu podia recuar, porque eu sabia que mais a frente eu estaria em queda livre sem ao menos saber o que tinha lá embaixo. Sabe quando você dá mais um passo mesmo sabendo que pode dar merda? Foi o passo que eu não dei. Eu estanquei. E esse é o problema de uma guerra, as decisões não tomadas fazem toda diferença! Eu sabia muito bem disso! Eu tinha duas opções: Recuar ou seguir adiante e ver no que daria a minha queda. Eu estanquei na ponta do precipício. E como o mundo não é o precioso conto de fadas literário, a vida decidiu por mim. E de repente, não havia mais chão...Depois da conversa que tive com dona Giovanna eu não vi o Ary durante todo o final de semana. Ele havia viajado na tarde daquele mesmo dia. Eu preferi esquecer o assunto e focar nos últimos preparativos para minha viagem. Durante os dias em que falei com minha mãe, ela a todo o momento tentava me tranqüilizar, mas eu podia ver o seu mundo ruindo, mesmo com uma vó c