Capítulo 12

Não dava para ver, mas ele falou alguma coisa, se afastou do carro e andou em minha direção. Meu coração pareceu parar, como sempre que ele estava por perto. Não era possível. O que ele estava fazendo? Um dos seguranças ficou ao lado do carro, enquanto três de seus seguranças o seguiu. Ele estava igualmente impecável como mais cedo. Ele chegou a uma distância considerável a quatro passos e eu pude sentir o rosto dos meus amigos queimando em cima de mim pela fofoca.

— O que faz aqui? — Ele balançou a cabeça como se não acreditasse e colocou as mãos no bolso. Eu queria me enfiar num buraco, ou embaixo de suas roupas.

— Esperando na fila como todo mundo para conhecer a nova casa noturna. — Cruzei os braços e levantei o queixo. Ele estava se achando demais.

— Eu lhe avisei mais cedo. — Ele desviou o olhar ignorando os olhares próximos sobre nós.

— Não houve resposta concreta. Então eu vim tirar minhas próprias conclusões. — Dei de ombros.

Ele bufou, passou as mãos pelos cabelos e me encarou arqueando uma das sobrancelhas. Eu senti seus olhos azuis queimarem sobre mim numa rápida olhada de cima a baixo. Suspirou.

Hartnäckig! — Ele resmungou.

Antes que eu falasse alguma coisa ele pegou em minha mão.

— O que está fazendo? — Falei estancando no lugar. Ele se voltou para mim novamente agora ficando bem próximo do meu rosto.

— Te colocando lá dentro. Olha o tamanho dessa fila. — Ele revirou os olhos e encarou os meus lábios por alguns segundos.

— Não vou a lugar nenhum sem meus amigos. — Falei tentando não queimar com a quentura da mão dele sobre a minha e seu corpo próximo ao meu.

— Quais deles são seus amigos? — Ele perguntou sem tirar os olhos de mim.

Virei-me e gesticulei para os três se aproximarem.

— Ok. — Ele assentiu, se virou e me guiou ainda segurando minha mão até a entrada da casa noturna. Virei-me para certificar de que meus amigos me seguiam.

Ele falou alguma coisa no ouvido de um dos seguranças ainda segurando minha mão. Não entendi uma só palavra. Encarei Mari logo atrás de mim que estava com um sorrisinho escondido, desviei o olhar sabendo que a fanfic já estava pronta na cabeça dela. Ele parou, me encarou e se aproximou deixando seus lábios próximos ao meu ouvido.

— Não beba nada além do que o segurança lhe permitir. Não aceite nada além do que ele lhe der. — Ele falou apontando para o segurança que outrora havia se comunicado.

Antes que eu pudesse perguntar o motivo ele soltou minha mão e se retirou, olhei para trás o procurando, mas logo dois seguranças se formaram atrás dele. Vi quando entrou no carro, o segurança que estava a nossa frente pegou meu braço gentilmente fazendo sinal para que eu o seguisse. Passamos pela porta de entrada e ao lado de dentro eu fiquei estupefata com o que vi. Era tudo do mais puro luxo, não era como nenhuma casa noturna que eu já tivesse visto em São Paulo. Todo o teto era revestido por luzes de varias cores, fumaças saiam de alguns lugares e as pessoas dançavam no centro do lugar e não dava para ver muita coisa. O segurança me guiou até um lounge que ficava num canto esquerdo. Pude ver que era o único lounge que tinha no lugar. O mesmo continha um sofá acolchoado de três lugares, uma mesinha de centro e no canto uma porta. E o nome Meyer estava estampado na parede.

— Suba. — O segurança falou ao meu ouvido. Apontando para os degraus que dava para o lounge.

Eu subi e meus amigos me seguiram. Dali dava para ver um pouco mais além das pessoas. Havia o palco com um DJ tocando e um bar, também tinha um corredor que deveria dar para os banheiros. Estava rolando musica eletrônica. Eu estava boquiaberta com tudo ao meu redor. O lugar era incrível! Meus amigos se aproximaram animados.

— O que eu perdi? — Mari falou ao meu ouvido.

Eu dei de ombros ignorando. O segurança se colocou na ponta do lounge como se estivesse fazendo nossa segurança. Quando um barman passou, ele o chamou e falou algo em seu ouvido, logo o barman voltou com algumas garrafas e taças e colocou sobre a mesa.

— Para vocês. — O Segurança veio e falou ao meu ouvido.

— Obrigada. — Falei tentando soar mais alto que o som.

Ele assentiu e voltou para o posto de escolta. Logo eu comecei a dançar com meus amigos e a me divertir, eu não entendi o porquê dele ter me colocado no lounge, mas o obedeci automaticamente e não desci dali. Uma hora depois meus olhos o encontraram passando pela porta, um segurança a sua frente e outro atrás. Ele olhou diretamente para o lounge e pude ver seu alivio quando me encontrou ali aonde ele tinha me colocado. Eu não entendia o porquê, qual a sua preocupação visto que aquilo parecia uma festa normal. Embora eu notasse a exaltação dos demais e algumas movimentações no bar na parte da frente. Ele veio em minha direção, suas mãos dentro dos bolsos, sua expressão fechada. Ele subiu foi até o segurança e falou algo, depois voltou passando por meus amigos e se apoiando no canto do lounge perto da porta. Gesticulou com a cabeça para que eu me aproximasse. Sem controle do meu corpo, eu já estava perto dele em questão de segundos.

— Está se divertindo? — Ele falou agora colocando a mão sobre minha cintura para que eu chegasse mais perto e ele pudesse falar em meu ouvido.

— Sim, obrigada. — Respondi me sentindo quente com aquele toque.

Ele me encarou e assentiu.

— E seus amigos? — Ele perguntou novamente em meu ouvido.

— Também. — Respondi com um sorriso ao encarar meus amigos dançando feitos loucos.

Ele assentiu com seu sorriso quase imperceptível de sempre, encarou o horário, suspirou e me encarou de volta.

— Não desça daqui. — Ele falou em meu ouvido. Sua voz rouca e autoritária me fez estremecer. Eu assenti.

Ele retirou a mão de minha cintura, encarou meus lábios por alguns segundos e então sumiu pela porta ao nosso lado. Eu voltei para onde meus amigos estavam com as pernas bambas por aquele toque. Não sabia se era a bebida ou a sensação de estar tão próxima dele ou de ser mandada por ele. Encarei o andar acima de mim sentindo que aquela porta dava para lá e estava certa. Acima de nossas cabeças ele conversava com outro homem, vi quando ele fez um gesto para o segurança da parte debaixo e o segurança se retirou. De repente como num blackout a musica parou e tudo escureceu, as luzes coloridas se apagaram. E num flash apenas a luz central branca voltou a se acender, segundos depois fumaça branca neblinou todo o ambiente fora do lounge, as pessoas começaram a urrar em comemoração. Tudo pareceu muito louco, mas era como se as pessoas se animassem cada vez mais. Garçons começaram a passar com copos de bebidas por todo o salão. As pessoas pareciam estar mergulhadas em uma vibe só delas. Uma batida de uma musica eletrônica começou a tocar novamente e todos começaram a pular enlouquecidos. Achei estranho de começo a forma como as pessoas agiam, de repente tinha pessoas se pegando pelos cantos, outras dançando loucamente, outras como se estivessem completamente chapadas. Logo deixei as neuras de lado e continuei dançando com meus amigos, de vez em quando eu podia vê-lo apoiado lá de cima encarando o movimento, mas seus olhos sempre buscavam por mim e isso me fazia se sentir segura de alguma forma. Era como se ele estivesse me protegendo.

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