“Ethan Hayes”Acordo com a claridade que entra pela janela que esquecemos de fechar. Mia dorme tranquilamente ao meu lado, os cabelos castanhos espalhados pelo travesseiro. Não resisto à vontade de me virar para admirá-la.Diferente da primeira vez que amanhecemos assim, não há ninguém para abrir a porta e interromper o momento. E, diferente da segunda, não precisamos tomar café da manhã às pressas antes de voltarmos à realidade.Aqui, finalmente, posso admirar cada detalhe dela sem pressa. É incrível como ela parece ainda mais bonita assim, tão serena, tão… minha.Minha.Essa palavra, que em outros contextos poderia soar errada, é a única que faz sentido quando penso nela. Não por posse ou controle, mas porque, de alguma forma inexplicável, ela pertence a mim tanto quanto pertenço a ela.Deslizo os dedos suavemente por seu rosto, admirando cada detalhe. Seus cílios longos, o nariz levemente arrebitado, os lábios entreabertos… Como alguém pode ser tão linda até mesmo dormindo?— Você
Observo sua expressão tensa e é fácil entender o que Mia quer dizer. Provavelmente tem relação com o padrasto, com aquele encontro na cafeteria. E, embora eu esteja curioso, preocupado até, não posso deixar que isso estrague nosso momento.Coloco um dedo sobre seus lábios, impedindo que continue.— Agora não — murmuro. — Esses dias são nossos, só nossos. O que quer que seja, pode esperar até voltarmos.— Mas…— É sério — a interrompo com um beijo. — Chicago, nossos problemas, nossos impedimentos… tudo isso fica lá. Aqui é só sobre nós, ok?Ela me encara por alguns segundos antes de assentir, esboçando um pequeno sorriso.Volto a ensaboar seu corpo enquanto ela fecha os olhos. Lentamente, sinto seu corpo relaxar contra o meu, como se o peso do que ela queria dizer tivesse evaporado temporariamente.Termino de ensaboar suas costas, massageando seus ombros. Ela solta pequenos suspiros de satisfação, que me fazem sorrir.— Você é ótimo nisso — murmura, inclinando a cabeça para me dar aces
“Mia Bennett”Sinto meu coração disparar enquanto Ethan, sem pensar duas vezes, solta minha mão sem desviar o olhar do homem.— Fique aqui — ele diz, já se afastando.Engulo em seco enquanto observo a cena, e a inquietação me faz seguir os passos de Ethan. Mesmo estando a quilômetros de Chicago, a simples ideia de sermos flagrados faz meu estômago revirar.O homem, percebendo nossa aproximação, começa a andar em direção à rua enquanto mexe em sua câmera, mas Ethan o alcança rapidamente.— Com licença — diz, num tom sério. — Posso dar uma olhada nas fotos que estava tirando?Paro ao lado dele e observo o homem, que parece nervoso enquanto nos encara. Então, ele limpa a garganta e vira a câmera na nossa direção. Mas, ao contrário do que imaginamos, há apenas fotos do mar, das ondas quebrando contra as rochas, das gaivotas…— Sou fotógrafo profissional — o homem magro explica, mostrando mais algumas fotos. — Especialista em fotografia marinha.— Estou me sentindo uma idiota… — murmuro, s
Ethan me puxa para um beijo calmo, que rapidamente se torna mais intenso. Me viro em seu colo para ficar de frente para ele, com uma perna de cada lado de seu corpo, enquanto ele aperta minha cintura. Me agarro em seus cabelos quando ele desce os lábios para o meu ombro, afastando o tecido do meu roupão antes de beijar minha pele. Sua barba por fazer arranha meu pescoço, me fazendo soltar um gemido baixo. — Ethan… — suspiro seu nome quando seus dedos percorrem minhas costas, me fazendo arquear contra ele. Ele sorri, satisfeito, e continua sua trilha de beijos até meus seios. Quando sua língua toca meu mamilo e sua mão envolve o outro, um gemido escapa involuntariamente dos meus lábios. Instintivamente, rebolo em seu colo, sentindo a ereção dele pressionar minha intimidade. Suas mãos firmes seguram meu quadril, controlando meus movimentos. — Se continuar assim, vou esquecer de onde estamos — ele murmura, voltando a me beijar com mais urgência. — Então esqueça — provoco, reb
Acordo com Ethan beijando minha nuca. Por um instante, me pergunto como será voltar para Chicago depois de tudo o que vivemos aqui.Carmel, com seu céu infinito e o som constante das ondas, me deu uma liberdade que nem sabia que precisava. E Ethan… ele foi a personificação disso.— Bom dia, perdição — sua respiração toca minha orelha, me arrancando um sorriso antes mesmo de abrir os olhos.— Bom dia — murmuro, me aconchegando mais em seus braços antes de encará-lo.— Dormiu bem?— Muito — sorrio, lembrando de algumas horas atrás. — Embora você não tenha me deixado dormir muito.— E não me arrependo nem um pouco disso — diz, rindo, antes de se deitar sobre mim.Ethan acaricia meus cabelos, me encarando antes de me beijar lentamente. Quando se afasta, solta um longo suspiro.— A pior parte de voltar para Chicago será acordar sem você do meu lado — diz, num tom baixo, acariciando minha bochecha.Antes que eu possa responder, seus lábios descem para o meu pescoço, me fazendo suspirar. Sua
Acordo sentindo falta do peso do braço de Ethan ao redor da minha cintura, do calor do seu corpo contra o meu, dos seus olhos me admirando como se eu fosse a coisa mais preciosa do mundo.É estranho como, em apenas alguns dias, me acostumei tanto com sua presença que agora minha cama parece grande demais, vazia demais.— Droga… — resmungo, me sentando na cama. — Por que as coisas não podem ser mais fáceis?Olho para o celular e penso em enviar uma mensagem de bom dia, mas antes que consiga tocá-lo, duas batidas na porta me interrompem.— Bom dia, flor do dia — Vitória me cumprimenta, animada. — Dormiu bem?— Sozinha — respondo, soltando um suspiro teatral.— Mas não por muito tempo, né? É sábado, e com certeza você vai ver seu amor proibido — diz, abrindo um sorriso sugestivo.— Sim, e você vai me ajudar, certo?— O que não fazemos por nossas amigas… — se joga na minha cama, abraçando meu travesseiro. — Não acredito que vocês passaram dias juntos em Carmel e ainda querem mais.— Since
“Ethan Hayes”O nome faz meu sangue ferver instantaneamente. Desde que a vi com ele na cafeteria, venho me perguntando o que aquele desgraçado queria, mas deixei que ela tomasse a iniciativa.Agora, ver o medo em seus olhos enquanto se prepara para me contar faz com que eu me arrependa de ter impedido essa conversa em Carmel. Ele a procurou novamente?— O que você queria me contar? — pergunto, tentando controlar a raiva na minha voz.Mia respira fundo, seus dedos brincando nervosamente com a barra do vestido. O mesmo vestido que, há poucos minutos, me deixou louco por realçar sua beleza, agora parece deixá-la ainda mais frágil.— Tomei coragem para contar a James sobre a morte da minha mãe porque… David me procurou — ela diz, baixinho. — Naquele dia em que disse que estava com cólica, me encontrei com ele.Minha mandíbula se contrai. Respiro fundo, controlando a vontade de socar a primeira coisa que vejo apenas por vê-la assim, tão vulnerável. Em vez disso, seguro sua mão, tentando ac
Encosto o carro na entrada da casa de James e respiro fundo antes de desligar o motor. Essa não será uma conversa fácil para ele, mas é necessária. Por Mia.Toco a campainha e Carmen logo aparece, sorrindo como sempre faz ao me receber.— Entre, por favor, Sr. Hayes — ela diz, dando um passo para o lado. — O Sr. Bennett está no escritório.Aceno com a cabeça e sigo pelo caminho que já conheço bem. Ao abrir a porta, encontro James concentrado na tela do computador. Ele retira os óculos e me encara, franzindo as sobrancelhas.— Qual whisky devo abrir para essa tal conversa? — pergunta, esboçando um sorriso debochado. — Para falar de mulheres? Para esquecer problemas? Ou para ficar bêbado de vez?Passo a mão pelos cabelos antes de me sentar à sua frente. Assim que percebe minha expressão séria, o sorriso desaparece.— Que tal um para falar sobre a sua filha? — respondo, me inclinando para frente. — Aconteceu algo em Carmel, e achei melhor conversarmos pessoalmente. Quanto antes, melhor.