Sinto meu coração acelerar quando os olhos de Lauren se fixam nos meus, sérios. A leveza de segundos atrás desapareceu completamente, dando lugar a um clima estranho e incômodo.Engulo em seco, tentando não parecer tão nervosa quanto estou. Será que sou tão óbvia assim?— Não sei do que você está falando — digo, num tom mais baixo do que eu pretendia, o que só faz sua sobrancelha se levantar ainda mais.— Ah, por favor. — Lauren cruza os braços e se inclina levemente para frente, como se quisesse me intimidar. — Conheço meu irmão o suficiente para perceber quando algo está… diferente.Olho para a entrada da cozinha, na esperança de que Ethan volte e interrompa isso, mas só o silêncio responde.— A gente trabalha juntos, só isso — digo, um pouco mais alto dessa vez. — Não está acontecendo mais nada além do profissional.— Você chegou exatamente onde eu queria. — Ela aponta o dedo na minha direção. — Perguntei porque sei que algumas mulheres, às vezes, veem mais do que uma oportunidade
Seu olhar novamente desce para meus lábios enquanto ele se aproxima ainda mais, eliminando totalmente o espaço entre nós. Ethan levanta a mão e desliza os dedos pela minha bochecha. Um toque calmo que contrasta com a intensidade em seus olhos.— Eu deveria te deixar descansar — ele murmura, sem desviar o olhar por um segundo sequer. — Foi para isso que te trouxe aqui. Não quero que você…— Você acha que sua ideia está funcionando? — interrompo, num tom baixo, mas com uma leve ironia.— Sinceramente? Não pensei que seria isso tão difícil, Mia. — Ele respira fundo, hesitando. — Quando te vi com a minha camisa, quando quase te beijei… percebi que trazer você aqui foi uma péssima ideia.— Então, por que decidiu me trazer?— Porque você não queria contar o que te deixou daquela maneira. Porque achei que precisava de um espaço seguro… e, porque, de algum jeito, achei que conseguiria agir como um idiota racional.— Não tem como nada ser mal interpretado se os dois querem o mesmo — afirmo, de
“Ethan Hayes”Promessas quebradas. Definitivamente, somos especialistas nisso. Mas como posso resistir a algo que me atrai tanto?Minhas mãos seguram firme sua cintura enquanto a fodo cada vez mais rápido. Meu olhar se mantém preso ao reflexo dela no espelho. Seus olhos fechados, a boca entreaberta… ela está entregue, completamente minha.— Abra os olhos — digo, quase como uma ordem, enquanto aumento o ritmo. — Olhe para mim enquanto fodo a sua boceta.Ela obedece, abrindo os olhos e me encarando pelo espelho. É insano. É errado. Mas a maneira como ela me recebe e cumpre meus comandos, faz qualquer tentativa de controle desaparecer completamente.Dou um tapa em sua bunda e desacelero o ritmo. Seguro sua cintura, girando-a para deixá-la de frente para mim. Por um momento, ela me olha, confusa, até que eu a levanto, colocando-a sentada na pia.— Quero você assim — falo, prendendo meus dedos em seus cabelos antes de beijá-la.— Ethan… — ela geme, cravando as unhas nos meus ombros enquant
“Mia Bennett”Enquanto me enxugo, meus olhos se fixam na pia e as lembranças do que aconteceu há pouco me arrancam um suspiro. Quando olho para o lado, vejo meu reflexo no espelho. Me aproximo, passando a toalha no vidro para conseguir enxergar melhor. Mais uma vez, Ethan deixou suas marcas pelo meu corpo. Meus seios, meu pescoço, meus ombros… Um sorriso satisfeito surge em meus lábios. — Está sorrindo para as marcas ou para a bagunça que fizemos? — A voz rouca de Ethan me faz virar. Encontro-o parado na porta do banheiro, com os braços cruzados e um sorriso malicioso no rosto.— Acho que os dois — respondo, sorrindo ainda mais.— Você gosta desse perigo, não é? A possibilidade de alguém ver essas marcas e querer saber como elas foram parar aí…— Não há perguntas se ninguém perceber. — Dou de ombros. — Consigo esconder tudo isso com os cabelos e a blusa, graças ao frio de Chicago.— Então deveria vestir isso antes que eu decida adicionar mais algumas. — Ele se aproxima, com aquele
É estranho como o caos, às vezes, pode trazer uma paz momentânea para a mente. Ontem, enquanto estava com Ethan, senti uma tranquilidade que não fazia sentido. A tensão entre nós, as sensações que ele provoca, os pensamentos que ocupa... tudo isso me distraiu o suficiente para que, por algumas horas, eu esquecesse o verdadeiro motivo que me levou até sua casa. Mas a realidade nunca demora a nos encontrar. Quando me vi sozinha no quarto, ela veio com força, aterrorizante. Mesmo após excluir a mensagem de David, suas palavras continuavam roubando o pouco de controle que eu acreditava ter recuperado. “Nos veremos em breve.” Quatro palavras simples, mas poderosas o suficiente para despertar um medo que pensei ter deixado para trás. Medo de alguém que, um dia, eu considerei meu porto seguro. Afinal, David preencheu o vazio deixado por aquele que nunca esteve presente. E mesmo não sendo meu verdadeiro pai, por muitos anos o considerei assim. — Você está bem? — A voz de James me
“Alguns minutos antes. Ethan Hayes”Observo Mia sair da minha sala, resistindo à vontade de esquecer a razão e relembrar o que fizemos ontem. É impossível ignorar as lembranças de seus cabelos presos entre meus dedos e, ao tocá-los novamente para soltá-los, foi difícil lembrar onde estamos.— Mas que porra! — resmungo ao ouvir o som da porta se fechando. — Só posso estar enlouquecendo.Esfrego o rosto com as mãos, tentando retomar o controle dos meus pensamentos. Afrouxo um pouco a gravata, mas ainda assim me sinto sufocado. Preciso me concentrar. Reuniões, relatórios, qualquer coisa que não envolva o perfume dela impregnado no ar.Levanto para guardar uma pasta na prateleira ao lado quando a porta se abre. Não preciso olhar para saber quem é.— Já estava sentindo falta dessas invasões — digo, voltando ao meu lugar e encarando-o.— Se não tivesse me abandonado ontem, não estaria com saudades — James retruca, num tom tão irônico quanto o meu, sentando-se à minha frente. — Como foi com
O tempo é realmente relativo. Em alguns momentos, segundos se passam rápido demais; em outros, parecem durar uma eternidade. Especialmente quando uma frase como “não é o que você está pensando” pode ser dita em dois segundos e mudar toda a sua vida.Não posso arriscar que essa frase seja dita agora.“Mantenha o controle”, ordeno mentalmente, dando um passo à frente.— James, vai continuar parado enquanto sua filha está no chão? — pergunto, usando o tom irônico que ele tanto odeia. — E depois eu que sou o insensível.James revira os olhos e finalmente se abaixa para ajudar Mia. Aproveito que ele fica de costas para atrair a atenção dela. “Calma, está tudo bem”, gesticulo com a boca, sem som. Ela pisca algumas vezes, ainda tensa, mas seu rosto um pouco quando entende a mensagem.— Você está bem? — James pergunta, colocando a mão nas costas dela. Mia assente, arrumando os cabelos com as mãos ainda trêmulas.— Sim — ela murmura, olhando para mim antes de começar a juntar os papéis. — Esta
“Mia Bennett” Quando as palavras saem da boca de Ethan, sinto como se todo o ar tivesse sido sugado da sala. Minha garganta aperta, meus olhos queimam, mas me recuso a deixar as lágrimas caírem. Abro a boca para responder, mas a frieza em seu olhar, a certeza em sua voz… tudo me faz desistir de retrucar. Se ele quer agir assim, tudo bem. Também posso ser fria. — Você tem razão — digo, no tom mais indiferente que consigo. — É melhor assim. Quando ele desvia o olhar para os papéis que trouxe, levanto devagar, agindo como se suas palavras não tivessem acabado de destruir algo dentro de mim. Como se eu realmente não me importasse. Como se fosse fácil fingir que nada aconteceu. Mas quando estou prestes a sair, algo em mim trava. Minhas pernas se recusam a continuar, e minhas mãos tremem levemente. Por que ele tem esse poder? Por que, mesmo agora, sinto que ele está tão perto e tão longe ao mesmo tempo? — Pode me responder uma coisa? — pergunto, me virando lentamente para encará-lo. Et