Oiie! Espero que os últimos acontecimentos não tenham testado seus corações ou feito vocês xingarem a autora aqui 😅. Respirem fundo, porque agora vem um pouco de alívio antes do fim. Boa leitura! 💖
A voz de Ethan chega até mim, distante e, ao mesmo tempo, clara. Tento focar no rosto dele tão perto do meu, seus olhos brilham com lágrimas contidas. Quero responder, dizer que sim, voltei por ele, por nós, como minha mãe me instruiu. Mas meu corpo não coopera. Sinto apenas meus lábios formando um sorriso fraco antes que a escuridão me envolva novamente. Tento abrir os olhos outra vez, mas eles se recusam a responder. Entre a consciência e a inconsciência, ouço vozes familiares, o toque de mãos, o bip constante… Não sei quanto tempo se passa assim, nesse ciclo interminável. Minutos, horas, talvez dias. Até que, finalmente, consigo retomar o controle dos meus olhos, encontrando um teto branco sobre mim. Tentar respirar profundamente é um erro que percebo imediatamente. Uma dor aguda atravessa meu peito, me fazendo engasgar e forçando minha respiração a se tornar superficial. Movo meus dedos, testando cada parte do meu corpo. Tudo parece conectado e funcionando, embora cada
Não faço ideia de quanto tempo permaneci dormindo, mas, quando abro os olhos novamente, o sol já não brilha lá fora. A lua, no entanto, ilumina o quarto com a mesma imponência. Viro o rosto para o lado, esperando encontrar Ethan, mas, para minha surpresa, é meu pai quem está sentado na poltrona. Assim como Ethan, ele também parece péssimo. — Pai — chamo, num tom baixo. Ele se vira rapidamente para mim, e vejo a surpresa e o alívio em seus olhos. — Filha — ele diz, aproximando-se. — Como está se sentindo, querida? — Como se um trem tivesse passado sobre mim — respondo, tentando sorrir. Meu pai solta um riso curto, mas logo o sorriso desaparece, dando lugar à seriedade. — Você nos deu um susto, filha — murmura, segurando minha mão. — Me desculpe. Sei que não foi minha culpa, mas isso não muda o fato de que ele passou os últimos dias no inferno por minha causa. Ele suspira, passando a mão pelo rosto. — Eu deveria ter te protegido melhor — diz, num tom baixo, carregado de culp
A notícia não me surpreende tanto quanto deveria. No fundo, tinha certeza de que isso aconteceria. Finalmente, duas pessoas importantes na minha vida encontraram uma à outra. O jantar dos “morangos assassinos” serviu muito bem para isso. — Sinceramente? — faço uma pausa dramática, vendo a apreensão no rosto dela. — Acho que vocês combinam mais do que imaginam. O alívio em sua expressão é quase cômico. — Sei que é… complicado. Com tudo que aconteceu, e… bem, ele sendo seu pai e eu sendo irmã de Ethan. Cada vez mais, tudo isso parece uma novela mexicana — Lauren tenta brincar, mas a insegurança continua em seus olhos. — Vocês são perfeitos um para o outro, e é isso que importa — digo com sinceridade. — Você precisa de piadas sem graça e ele precisa ser lembrado de que a vida não é feita só de trabalho. Lauren me encara, surpresa. Então, finalmente solta um suspiro e abre um sorriso aliviado. — Estava nervosa para te contar — admite. — Sei que sua relação com seu pai ainda é rec
“Mia Bennett” Dez dias. Nove noites. Duzentas e dezesseis horas presa entre paredes brancas, o som constante dos monitores e o cheiro persistente de desinfetante que parece ter se impregnado na minha pele. Mas agora, sentada na beira da cama do hospital, com os pés tocando o chão frio e vestindo roupas de verdade pela primeira vez desde o sequestro, sei que finalmente está acabando. — Isso não deveria levar tanto tempo — reclamo, olhando para o relógio pela terceira vez em cinco minutos. — Quanto tempo demora para assinar alguns papéis? Ethan para de colocar meus pertences na mala e me encara com aquela expressão paciente que já conheço bem demais. — A burocracia hospitalar é quase tão ruim quanto a tributária, meu amor. — Alguém está ansiosa para ver o mundo exterior — Lauren brinca do outro lado do quarto, enquanto guarda os livros e revistas que me ajudaram a suportar o tédio dos últimos dias. — Nem imagina quanto. Passei dias contando os quadrados do teto — resmungo, ajusta
A volta para casa foi estranha. Após tantos dias confinada entre as paredes brancas do hospital, meu apartamento parece surpreendentemente desconhecido. As cores estão mais vivas, os sons são diferentes, os cheiros são intensos… Sem mencionar a versão reorganizada dele, adaptada para minha recuperação. A mesa de centro desapareceu, abrindo espaço para que eu possa andar com mais segurança. Há almofadas extras no sofá. Uma pequena campainha ao lado da minha cama. Minha nova realidade. — Espero que esteja com fome — Ethan diz assim que entra no quarto, trazendo meu café da manhã. Tento me ajeitar na cama, mas uma pontada de dor nas costas me faz parar. Respiro fundo, contando até três mentalmente antes de tentar novamente, com mais cuidado. — Deixa que eu te ajudo, meu amor. — Ele coloca a bandeja sobre a mesinha de cabeceira e se aproxima para ajeitar os travesseiros atrás de mim. — Acho que já podemos acrescentar “enfermeiro de primeira classe” no seu currículo — brinco, acei
Ethan deixa o notebook de lado para atender a porta, e logo a enfermeira chega. Clara, uma mulher de meia-idade, já esteve aqui ontem quando cheguei do hospital. — Bom dia, Srta. Bennett. Como está se sentindo hoje? — Sobrevivendo — respondo honestamente. — Um dia de cada vez. Clara sorri enquanto prepara seus equipamentos. Por alguns minutos, os cuidados seguem como de costume: ela verifica meus sinais vitais, me ajuda a tomar os remédios, avalia a cicatrização… — A recuperação está progredindo muito bem — comenta, aplicando um novo curativo. — A fisioterapeuta virá amanhã para começar exercícios respiratórios mais intensivos. — Mal posso esperar — digo, tentando soar animada. Clara fecha a maleta e me encara com um olhar decidido. — Vou ajudá-la a tomar banho hoje. — Consigo fazer isso sozinha — respondo rapidamente, odiando a ideia de precisar de ajuda até para isso, aqui na minha própria casa. — Srta. Bennett, seus pontos ainda não podem ser molhados em excesso, e movim
“Ethan Hayes” Cinco semanas. Mais de um mês se passou desde que o sequestro aconteceu, desde que eu quase perdi a mulher que amo. O sol começa a iluminar a cidade enquanto termino de preparar a bandeja com o café da manhã de Mia. Panquecas com frutas vermelhas, suco de laranja e café forte. O toque final? Um pequeno cupcake com uma vela solitária e uma rosa vermelha ao lado. Olho para o relógio: 6h45. Tenho quinze minutos antes que Mia desperte. Perfeito. Pego a bandeja e sigo pelo corredor até o quarto. Ela ainda dorme tranquilamente, deitada de lado, uma posição que teria sido impossível nas primeiras semanas. Certamente nem percebeu que saí da cama. Coloco o café da manhã na mesinha de cabeceira e me permito admirá-la. Seu rosto relaxado, a respiração tranquila, os cabelos espalhados pelo travesseiro… Sorrio, grato. Há algumas semanas, quase a perdi para sempre. Agora, Mia está aqui, respirando calmamente, melhorando a cada dia. Me sento na beira da cama, inclinando
“Mia Bennett” Há momentos na vida que têm um sabor único de vitória. Estar sentada no colo de Ethan, após semanas de toques cuidadosos e beijos contidos, definitivamente é um desses momentos. Os ombros dele estão tensos sob minhas mãos, os músculos rígidos como se ele estivesse travando uma batalha interna. Sei que ele quer. Posso sentir isso entre minhas pernas, mas Ethan ainda hesita, ainda com medo de me machucar. Tem sido assim desde a semana passada, quando o Dr. Ramirez liberou o sexo. Seguro o rosto dele entre minhas mãos, forçando-o a me encarar. — Estou bem, meu amor — murmuro contra seus lábios. — Quero isso. Quero você. Minhas palavras fazem seus olhos escurecerem, as pupilas se dilatarem de desejo, mas o receio ainda está lá. Então, decido acabar com qualquer dúvida que ainda persista. Rebolo mais uma vez, sentindo sua ereção pulsar sob mim, e solto um gemido baixo. Isso é o suficiente para quebrar o controle dele. Em um movimento, Ethan me segura pela