“Mia Bennett”Levanto o rosto de seu peito para encará-lo. É estranho ver Ethan assim novamente, tão vulnerável, principalmente depois do que acabamos de fazer.Há poucos minutos, ele estava sendo apenas ele, no controle total, me fazendo implorar por mais enquanto me mostrava que gravatas não devem ser usadas apenas no pescoço. E agora… Agora ele está aqui, deixando aquelas palavras idiotas de um homem bêbado afetá-lo novamente.— Principalmente por causa dela — respondo, traçando seu maxilar com meus dedos. — Você me faz sentir segura, Ethan. Protegida. E sabe o que é mais engraçado? — O quê?— Depois de você, todos os outros perderam a graça.— É mesmo? — Ele levanta uma sobrancelha, esboçando um pequeno sorriso.— Principalmente os da minha idade — admito, lembrando do idiota bêbado na boate. — Eles parecem tão… imaturos. Como se algo estivesse faltando.— E o que está faltando? — Sua mão volta a deslizar por minhas costas.— Experiência — mordo o lábio, provocante. — Controle.
Observo a cidade através da janela do carro enquanto Ethan dirige pelas ruas de Chicago. Há algo diferente no ar. Talvez porque eu esteja diferente. Sempre que fecho os olhos, as palavras dele surgem na minha mente como um letreiro de neon.“Amo você, Mia.”Meu coração dispara toda vez que lembro.— Achei que a gente ia para a Nexus — comento ao perceber que estamos indo para o apartamento.— Preciso pegar alguns papéis lá em casa, nada demorado.— Mas se eu subir com você, podemos demorar um pouco — provoco, mordendo o lábio.Ethan balança a cabeça, me dando um olhar que incendeia meu corpo instantaneamente. Mas, quando ele estaciona na garagem do prédio, percebo que há algo mais. Lauren está encostada em seu carro, esperando por nós.Antes que possamos sair, ela vem em nossa direção, quase saltitando.— Finalmente! — exclama assim que abrimos as portas. — Achei que nunca mais voltariam. Como foi Seattle?— Produtiva — Ethan responde, indiferente, mas esboça um pequeno sorriso.— Vo
“Miranda Pierce” O café está frio há muito tempo, mas continuo mexendo a colher distraidamente. A cafeteria está quase vazia a essa hora, exatamente como planejei. Quanto menos testemunhas, melhor. Observo as pessoas passando pela janela, mas meu pensamento está longe daqui. Na verdade, eu nem estaria aqui se Ethan tivesse me ouvido e enxergado como essa história acabaria mal. Mas ele se mostrou mais difícil do que imaginei. Na verdade, ele sempre foi assim. E é uma das coisas que me atraiu nele desde o início. Infelizmente, quando James finalmente ver essas fotos, terei que lembrar ao meu amor que tentei avisá-lo. O sininho da porta toca, e Jack finalmente entra. Seu terno barato e postura desleixada diferem completamente do ambiente. — Sabe — começo assim que ele se senta —, sempre me pergunto como alguém pode ser tão elogiado sendo tão… incompetente. — Você sabe muito bem que eu teria conseguido essas fotos antes, se não fosse por aquela ninfeta — ele resmunga, jogando
“Mia Bennett”Meu coração dispara quando Miranda finalmente solta meu pulso e se afasta para trancar a porta do banheiro. Ao se virar e se aproximar novamente, um sorriso surge em seus lábios, frio e calculado, lembrando uma cobra prestes a dar o bote.— Na verdade, estou um pouco atrasada — digo, tentando manter a voz firme. — O Sr. Hayes pediu alguns documentos e…— Ethan pode esperar — ela me corta, abrindo a pasta em suas mãos. — Isso aqui é mais importante.Engulo em seco enquanto a observo tirar algumas fotos de dentro da pasta. Meu coração para quando vejo a primeira imagem: eu e Ethan de mãos dadas. Na segunda, estamos nos beijando em frente ao restaurante.— Você acha mesmo que pode me chantagear com isso? — pergunto, tentando soar mais tranquila do que realmente estou.— Não é chantagem, Mia. É um aviso — responde, analisando as fotos com um olhar de desprezo. — E se for esperta, vai me ouvir.— Ouvir o quê, Miranda?— Primeiro, devo comentar. Vocês formam um casal tão… pec
Sinto meu coração batendo descompassado e minha respiração se prende à garganta enquanto observo Miranda.Ela não responde de imediato. Em vez disso, seus olhos percorrem meu rosto, atentos a cada detalhe da minha expressão, saboreando meu desespero como se fosse um prêmio.Então, um sorriso pequeno, quase gentil, surge em seus lábios, como se estivesse prestes a dar uma lição a uma criança ingênua.— Porque, ao contrário de você — ela dá dois passos para trás, me analisando —, eu me importo com o Ethan. Me importo com tudo o que ele construiu, com tudo o que ele pode perder por um… capricho. Eu, sim, o amo de verdade. E o amor exige sacrifícios.As fotos continuam em suas mãos, um lembrete cruel do quanto fomos descuidados em Seattle. Do quanto estou sendo egoísta em deixá-lo arriscar tudo.— Pense bem, Mia — ela guarda as fotos na pasta com uma calma calculada. — Se você realmente o ama, como diz, vai fazer a coisa certa. Vai deixá-lo seguir em frente antes que seja tarde demais.—
“Ethan Hayes”O comportamento estranho de Mia durante a tarde inteira não sai da minha cabeça. O jeito como ela evitou meu olhar, como ignorou minhas mensagens…— Sr. Hayes? — Anna, a assistente dos acionistas, interrompe meus pensamentos. — Quer que eu prepare um resumo da reunião agora?— Não precisa — respondo, pegando o celular pela décima vez. Nenhuma resposta ainda. — Pode ir.Ela assente, já acostumada com minha indiferença, e começa a organizar os papéis em cima da mesa enquanto saio da sala de reuniões.Quando finalmente saio do elevador e me dirijo à mesa de Mia, me surpreendo ao vê-la vazia. Nem sinal dela.— Sr. Thompson — chamo, vendo-o organizar suas coisas para ir embora. — Viu a Srta. Bennett?— Ela saiu há algum tempo — ele responde, ajeitando os óculos enquanto se levanta. — Achei estranho, ela sempre espera suas reuniões acabarem. Precisa de alguma coisa?— O resumo da última reunião — disfarço. — Mas amanhã resolvemos isso. Pode ir.Volto para minha sala, afrouxand
“Mia Bennett”O milkshake de baunilha derrete intocado, formando gotas de condensação no copo, enquanto as palavras de Miranda continuam ecoando em minha mente, como se fossem uma rave feita especialmente para me torturar.— Não vai me contar o que aconteceu? — Theo pergunta pela segunda vez, desde que me trouxe aqui. Levanto os olhos para ele, tentando encontrar uma explicação que faça sentido. Desde que ele parou o carro no estacionamento, Theo não parece convencido com minha desculpa.Claro que ele não acreditou. Quem acreditaria na ideia idiota de que meus olhos estavam vermelhos e inchados por conta de uma alergia?— É complicado — finalmente respondo.— Percebi — ele dá um meio sorriso, provavelmente satisfeito por me ouvir falar. — Não é todo dia que te vejo chorando.— Obrigada — digo baixinho. — Por me trazer aqui, por não fazer milhares de perguntas…Theo me observa por um momento antes de cruzar os braços sobre a mesa e levantar uma sobrancelha.— Isso tem a ver com alguém
Após uma noite inteira sem dormir, revirando na cama enquanto a lembrança do olhar intenso de Ethan me perseguia, chegamos à garagem da Nexus.Saímos do carro e, enquanto ajeito a bolsa no ombro, vejo o carro de Theo estacionando. Assim que ele sai, me chama, e isso é suficiente para meu pai agir como o cupido que é, me deixando para trás.— Bom dia, Mia — Theo sorri ao me cumprimentar. — Como você está?— Bem — respondo, tentando soar convincente, mas é óbvio que ele não acredita. — Obrigada por ontem… de novo.— Pode contar comigo. Só não esqueça de avisar seu pai da próxima vez.Sorrio, pronta para responder, quando o som de um carro bem conhecido me faz congelar. Ethan. — Mia? — Theo me chama, e só então percebo que estou encarando fixamente o carro do CEO enquanto ele estaciona.— Eu…— Estava te chamando para irmos — ele explica.Assinto, mas meu olhar permanece preso a Ethan, que agora sai do carro e se aproxima. Theo continua falando enquanto andamos, mas suas palavras se tor