— Sem empregadas. — Ian torceu os lábios. — Sem frigobar...
— Me sinto claustrofóbica nesse cubículo.
— Lisandra! — Cassandra repreendeu. — Até você? — A Sheroman riu.
— Mas é verdade, amiga! Eu não conseguiria viver uma hora aqui, não sei como vocês conseguem.
— Bom, nem todos são podres de ricos como vocês. Nem todos podem morar em mansões, ter carros super potentes ou essas coisas. — disse Alana, voltando da cozinha com gelo enrolado num pano de prato.
— Verdade. — os três membros da Trindade disseram juntos, orgulhosos; fazendo Lisandra rir enquanto as outras duas reviravam os olhos.
Com exceção de David e Vincent, todos trocaram sorrisos levemente diver
Talvez fosse um pesadelo. Era o que ela desejava pelo menos. Um pesadelo; pois por pior que fosse, ela acordaria no final. Mas não era. E ainda que não quisesse crer, ela sabia disso.“Papai foi embora.” – as palavras da irmã caçula se repetiram em seu sua cabeça.“Como pode, pai?” – foi a resposta que a mente de Alana produziu, mas que não lhe escapou pelos lábios.Nenhuma palavra. Nenhuma lágrima. Ela não conseguia fazer nada que não fosse abraçar a irmã que chorava em seus braços, e sentir o calor de Ian em suas costas; ele a mantinha a pé, estava servindo de apoio a ela, assim como ela estava servindo de apoio a irmã.— O que vamos fazer? — a menina perguntou ainda com os olhos banhados por lágrimas gros
— Au. — Ian reclamou ao sentir o gelo pressionado em suas costelas com força. — Qual o problema de vocês? Não sabem ser delicadas não?Lisandra rolou os olhos para ele.— Cala a boca. — resmungou a Sheroman, os olhos fixos no corredor em que Alana havia desaparecido de seu campo de visão já a bons minutos com a irmã caçula. — O que será que estão conversando?— Quem se importa? — David deu de ombros. Lisandra, Cassandra e Ian o encararam. As garotas com olhos ferozes, e Ian apenas com os olhos estreitos. — O que foi? Ela não significa nada para mim mesmo, não somos próximos. — se justificou o Deeper.— E desde quando isso é motivo pra ser um insensível de merda? — Cassandra perguntou com raiva, ainda andando de um l
Caminhava com passos lentos, quase cautelosos pelo corredor. Os livros segurados com força contra o peito, os olhos baixos, fixos nos próprios pés, e o pensamento longe. Não acreditava que já era segunda; o final de semana havia passado tão rápido. Suspirou. Tão rápido e tão cheio de dúvidas e preocupações; idênticas as que dominavam seus pensamentos naquele momento.Não conseguia parar de pensar em toda aquela situação e em Eva. Como estaria a irmã naquele momento? Estaria bem com a senhora Loren? Estaria chorando como havia feito em praticamente todo o final de semana?Alana mordeu o lábio inferior com força, chegando quase a tirar um filete de sangue dali. O coração palpitava rápido, forte a cada instante em seu peito. Eram tantas as preocupa&c
Seus olhos observam o céu sem grande atenção, na verdade a atenção era quase nula. Estava aérea, sua mente estava. Estava completamente longe dali, estava mergulhada no próprio mar de preocupações e tristeza.— Então, quando você vai me contar o que está acontecendo? — a voz lhe era familiar, muito mesmo, mas Alana não reconheceu de fato o dono até olhar-lo. Sorriu fracamente.— Olá, Simon. — cumprimentou-o sem muita animação, mas com um sorriso amigável.O moreno abriu-lhe um sorriso branco, cheio de dentes, como sempre muito animado. Ele puxou uma cadeira e sentou-se ao lado da Steawart que não fez menção de contestá-lo por mais que desejasse ficar só.— Como me encontrou aqui? — questionou ela
O refeitório como sempre estava cheio de estudantes, todos divididos em seus grupos, suas panelinhas de amigos, separados basicamente por suas classes sociais, do que por qualquer outra coisa, como gosto por exemplo.Naquele dia, porém, havia algo de diferente do costume. Lisandra. A garota sempre muito animada, sempre falante com todos e sobre tudo estava completamente quieta, sentada em uma cadeira com os braços cruzados sob a mesa e a cabeça pousando nos mesmos. Cassandra que ria das palhaçadas de Lion Trozen, observou a amiga sentada e suspirou. Deixou Lee entreter – ou seria irritar? – Nathan e foi ter com Lisandra, sentando-se ao seu lado.— Então, quando vai me contar o que aconteceu? — perguntou a rosada, olhando para a amiga com um sorriso. Lisandra suspirou, desviando os olhos da mesa da Trindade e focando-se em Cassandra.&mdas
Naquela manhã acordou não com o barulho de um despertador, como estava acostumada, mas sim com as batidas – ou seriam socos? – incessantes de sua colega Cassandra, com quem agora dividia o aluguel de um apartamento, sublocado pela dona do condomínio, Loren.— Alana... Levante!Cassandra Swan era uma garota engraçada. Dona de cabelos róseos até os ombros, olhos verdes e silhueta esbelta de quadril largo, era a rosada – como Alana a passou chamar em segredo – e de temperamento variável. Podia ser tão doce quanto mel em certos momentos, e em outros tinha um temperamento explosivo ainda que determinado.— Não se atrase ou eu te deixo aqui, hein! — Alana a ouviu gritar mais uma vez através da porta, antes que as batidas cessassem.Soltou um suspirou, que logo se transformou em um bocejo de al&ia
As primeiras aulas de Alana foram tranquilas, com ajuda de Cassandra ela achou sua sala rapidinho. Ela queria sentar-se no fundo para não chamar muita atenção, mas viu que se quisesse fazer isso teria de sentar na frente como outros bolsistas faziam, já que o fundo pertenciam aos riquinhos que torceram o nariz pra ele quando ela entrou. Claro que sim, afinal ela não usava nenhuma jóia famosa, sua bolsa e sua sapatilha não eram de marcas conhecidas e apreciadas pelos riquinhos! Alana não ligou, na verdade até sorriu com aquilo. Interesse nenhum tinha em ter amizade com gente que julgava e condenava as pessoas por suas roupas, carros e status sociais.— Cassandra tem razão, são um bando de idiotas. — murmurou Stewart para si, ao pegar seu lugar à frente. Ela quase riu ao lembrar-se da amiga, e em como de uma flor doce ela podia se transformar numa fera feroz quando esta
Parecia que estava no centro de um enorme palco sob a luz de um imenso holofote, tendo toda a atenção do público que a assistia com seus olhos críticos e de puro desprezo. Bom, pelo menos era assim que Alana se sentia naquele momento.Por quê? Porque ela caiu no impulso de desferir um chute nos faróis? Porque, de repente, se esqueceu que não estava mais em Texas, mas sim em Amsterdã, na escola mais prestigiada dali? E porquê, porque em nome de Deus, logo o carro dele? Porque logo a Ferrari de Ian Norton, um dos membros da tão famosa Trindade daquela escola, fora o alvo de seu chute?Alana desejava, com todas as forças de seu ser, que um buraco se abrisse debaixo de seus pés e ela fosse sugada pela terra. Oh sim! Qualquer coisa seria melhor do que ficar sob o olhar de todos ao seu redor, e principalmente sob o olhar de