O final de semana estava a passar que ela nem reparava; havia estado ocupada no dia anterior, sábado. Ou melhor, Cassandra a havia ocupado a obrigando no auxílio de uma faxina reforçada no apartamento enquanto era obrigada a contar todos os detalhes da noite passada para a rosada. Ato que acabava de terminar de fazer com Lisandra, enquanto estava dirigindo para sua casa. Sim, faltava exatamente uma hora para a festa de aniversário da loira e ela pediu gentilmente a sua maneira, isto é, através de ameaças de morte e drama, para as amigas arrumarem-se em sua casa.
— Ele beija bem não é? — a Sheroman disse com um sorriso sacana, olhando uma Alana emburrada por ser obrigada a contar sobre a noite passada novamente pelo retrovisor. A Steawart não respondeu, preferiu manter-se em silêncio no banco de trás, enquanto Cassandra ria no da frente, ao lado de Lisandra.
<Mal desejou os parabéns e Ian quase caiu para trás com o abraço que Lisandra lhe deu. Ela praticamente voou nele, e mesmo à distância sendo curta, foi bom ele ter braços fortes e pernas firmes para aguentar aquela loira agitada. Sorriu, rolando os olhos, enquanto a abraçava apertado.O abraço durou pouco; Ian foi jogado de lado quando as portas do Lamborghini abriram e dela saíram David e Vincent. Por estar mais perto, a loira correu de encontro ao Deeper, pulando nos braços do mesmo, que felizmente, assim como Ian conseguiu manter o equilíbrio.— Feliz aniversário, Lisandra. — disse-lhe o Deeper, e a Sheroman sorriu, não se importando com a frieza de sua voz. Sabia que aquilo era algo que nunca mudaria, e sabia também que o desejo dele fora verdadeiro.E então, desgrudou-se do Deeper para
— Tsc... Não seja irritante. — resmungou o Deeper, encarando a loira rapidamente, antes de pousar seus olhos ônix sobre a Swan, que, diante daquele olhar, desviou o seu. Vincent esboçou um pequeno sorriso de desdém pelo canto dos lábios.— Tome. — Ian entregou a Lisandra uma caixa de jóias preta em veludo. Os olhos da loira brilharam, enquanto ela pegava o presente, dando pulinhos no mesmo lugar.— Nossa! — exclamou a Sheroman ao abrir a caixa. — Gente, são lindos. Obrigada! — ela sorriu largamente, empurrando discretamente Sheron para o lado, para então dar um abraço grupal nos rapazes, que, embora não tenham ficado felizes com aquilo, não tiveram outra opção a não ser abraçá-la de volta.Lindos; não era bem essa a palavra que Alana usaria; talvez des
Desviava dos corpos por quem passava; nunca pensou que seria tão difícil sair daquela casa. A cada dois passos esbarrava em alguém, seja alguém que estava dançando, alguém que estava em uma rodinha, ou mesmo alguém que estava beijando outro alguém. Quantas pessoas havia naquela festa, afinal?Suspirou aliviada quando finalmente conseguiu sair para rua onde havia poucas pessoas conversando, assim como ela parecendo buscar um lugar silencioso, longe de todo barulho e agitação. Parou na calçada frente a casa; o vento gélido tocando seus cabelos, os empurrando levemente para trás e a fazendo suspirar de alívio quando tocava a sua face, como se fosse um carinho. Com os olhos ainda presos nas luzes que saíam de dentro da casa, do som abafado da música que vinha lá de dentro ela discou o já tão memorizado número de casa
— O que... O que estamos fazendo aqui? — ela perguntou, piscando aturdida e assustada.A sua frente havia uma clínica, um hospital. Era claramente um prédio particular, e não publico; pois um hospital público nunca que era tão tranqüilo como aquele.— Desce. — foi o que Ian respondeu após ele mesmo descer do veículo. Confusa, assustada, perdida e com as pernas tremulas Alana fez o que ele mandou, desceu da moto engolindo em seco.Sua pequena mão foi logo tomada pela mão grande e quente do loiro, que a saiu arrastando para dentro do hospital; as portas se abriram automaticamente e após entrarem o loiro sequer dispersou um olhar para a mulher na recepção e saiu puxando Alana, sem dirigir um único olhar a esta, pelo corredor até o elevador. Só quando eles estavam dentro daquela ca
A chuva caía forte naquela manhã, o vento uivava tornando difícil os guarda-chuvas abertos manterem-se firmes nas mãos dos alunos, ou dos motoristas desses alunos que os escoltavam até a entrada da escola. De momento em momento um raio ou trovão cortava o céu escuro, tomado por densas nuvens, iluminando o mesmo e assustando algumas garotas pelo seu som estrondoso.Cassandra era uma dessas garotas. Ela vinha caminhando apressada, o guarda-chuva aberto protegendo não apenas ela da chuva como também a amiga a seu lado. Alana estava estranha; mais do que normalmente costumava ser, Cassandra notou isso. Ela estava muito pensativa, além de mostrar grandes sinais de preocupação e melancolia. A Swan se preocuparia mais com a Steawart, se não tivesse seus próprios embates mentais naquela manhã por causa de certo Bennie imbecil para pensar. Isso sem mencionar no sono q
Cassandra piscou. E piscou. E de novo, piscou. Ouvira direito? Ele a chamou para sair?... Certo que o tom de voz dele não mudou em nada, saíra sério e sem emoção como sempre, mas ainda sim era um convite. E parecia amistoso, muito embora não tivesse como ter certeza disso, pois para alguém que não mostra emoções nas palavras, ficou realmente difícil para Cassandra saber.— O-Oquê?... Você... O-Oquê? — aturdida demais, aquelas poucas palavras gagas foram tudo que Cassandra conseguiu dizer.Vincent rolou os olhos, a mão ainda segurando a dela.— É surda? — disse ele, já se mostrando impaciente. — Perguntei se quer sair comigo!... E então?Cassandra estreitou os olhos, olhando para os lados, em busca de alguma câmera que não fosse a da bibl
Eram tantas coisas. Tantos pensamentos. Tantas preocupações, medos e receios. E como sempre complicando as coisas ainda mais, havia orgulho. Ter orgulho próprio é bom, porém, diante de situações como aquela podia ser um grande problema, Alana sabia. Ela sabia que seu orgulho e vergonha pelo pai colocar as filhas num problema daqueles a impedia de partilhar aquela história com alguém, de buscar ajuda. Talvez se dissesse algo, Lisandra a ajudaria; mas era orgulhosa demais para isso. Não aceitaria dinheiro de ninguém. Também não falaria para ninguém. Nem mesmo para Ian teria contado qualquer coisa sobre o problema da divida de seu pai se não fosse necessário. Contou a ele como um meio de desculpar-se – ou justificar-se? – pelas palavras cheias de farpas que disse a ele.— ... E então, perguntas? — perguntou a professora K&ec
— Certo; isso eu entendi. Mas essa não é mais a questão. — Ian respirou fundo, só então se lembrando do cigarro em sua mão livre. Deu uma tragada no rolinho de nicotina que já estava no fim, e ao expelir a fumaça pelas narinas jogou a bituca fora. — A questão é que sua família precisa de dinheiro e eu estou oferecendo a solução...— Não, obrigada. Eu posso arrumar o dinheiro sozinha...— É? Como?... Vai assaltar um banco ou caixinhas de igrejas? A segunda opção pode demorar um pouco. — Ian riu, balançando a cabeça negativamente enquanto Alana baixava os olhos.Ele estava certo, ela sabia. Não conseguiria arrumar aquele dinheiro em um mês, e empréstimo em banco era fora de cogitação não apenas por não poder d