E lá estava ela, limpando mesa por mesa e mexendo a cabeça ao som da melodia agitada que tocava na rádio. Era sempre assim, todos os dias, de segunda á sexta, depois da aula era ali que Cassandra passava o resto do dia até o anoitecer. Não que estivesse reclamando, afinal era dali que saia o dinheiro para pagar a metade do aluguel que dividia com Alana e um pouco menos da metade da mensalidade da BHS; mas também não era como um sonho realizado. Ficar servindo todo o tipo de gente, recebendo cantadas quase o tempo todo e no final do dia ir para casa cheirando a fritura não era exatamente o que se consideraria o emprego dos sonhos.
— Cassandra, mesa quatro. — disse Caim, filho do dono da lanchonete, assistente de cozinha, colocando uma porção de batata fritas em cima do balcão.
Cassandra sorriu, aproximando-se do balcão e pi
Assim que a limusine foi estacionada, respirou fundo. Como odiava aqueles eventos chatos! A única vantagem de fato eram as bebidas e mulheres. Sorrio de lado, descendo do carro quando o motorista abriu a porta e imediatamente sentiu os flashes das câmeras em seu rosto. Suspirou, era sempre assim. Afinal, diferente de seu pai que era a imagem da empresa, mal aparecia em revistas; preferia se manter mais reservado, isso lhe dava mais oportunidades para fazer tudo o que devia e não devia. Coisa que não aconteceria com tanta facilidade se deixasse a mídia invadir sempre sua vida. Mas ali estava o preço a se pagar. Sempre que aparecia em algum evento, do qual era obrigado sem chances para fuga a comparecer, era atacado pelos fotógrafos como se fosse um pedaço de carne e eles urubus. Urubus pairando sob a deliciosa e, nesse caso, milionária carniça.— Sorria. — instigou Frederick ao
— Aquilo foi um erro. — disse ela. — Um terrível erro que nunca, jamais, em nenhuma circunstância vai voltar a acontecer!— Aposto que até o final da noite você cede. — desafiou Ian.— Como é? — Alana não acreditava no que aquele loiro, arrogante, prepotente acabara de falar. Era absurdo.— Aposto que até o final da noite você cede. — Ian tornou a repetir de maneira muito simples, como se aquilo fosse coisa óbvia, natural. Novamente, Alana sentiu uma raiva descontrolada crescer dentro de si por aquele garoto, mas dessa vez a vontade de beijá-lo era mínima diante da que tinha de socá-lo.— Eu não vou não. — Alana foi firme, encarando-o com a mesma intensidade com a qual ele a encarava agora. Os olhares faiscavam um sob o outro, como se a qualq
Quanto de álcool ele já havia ingerido? Perguntava-se Alana, e o que de fato a intrigava era que por mais que ele bebesse parecia não ficar bêbado facilmente como ela. Intrigava-lhe também o fato de ninguém, nem mesmo o próprio pai parecer dar importância ao tanto que ele bebia. Ele só tinha dezoito, talvez dezenove anos, pelo amor de Deus!— Não concorda? — novamente o rapaz que flertava com Alana a perguntou, mas diferente da vez anterior ela sequer o olhou; apenas assentiu com os olhos ainda fincados na direção de Ian. Naquele momento a moça de vermelho tocou um dos ombros dele de maneira muito sugestiva, afastando-se para longe enquanto o loiro guardava o guardanapo que ela lhe entregou no bolso do paletó; um sorriso satisfeito dançava nos lábios dele.A Steawart viu quando ele terminou o whisk
Era errado. Ela sabia. E isso fazia com que o beijo fosse ainda mais delicioso. O dito popular de que todo fruto proibido era mais gostoso nunca pareceu tão verdadeiro a ela.Sentia o corpo em chamas enquanto suas bocas se moviam uma sob a outra, as línguas se encontrando numa dança erótica, lenta, suave e ainda sim cheia de desejo. Sentia todo o corpo em chama, ao mesmo tempo em que se sentia levitando. Perguntou-se se ele sentia o mesmo. Não importava! Não no momento.Era suave. Era quente. Era cheio de desejo. Era cheio de calmaria. Alana não sabia descrever o beijo, sua mente não estava a raciocinar com clareza quando a língua de Ian vasculhava cada canto de sua boca, se não com uma única palavra: perfeito. Ou melhor, duas palavras: perfeito e errado.Estava cedendo, como ele mesmo disse que faria. Isso a deixaria com raiva
Não se apaixone por mim. Foi isso o que ele disse num sussurro em seu ouvido, antes de afastar-se o suficiente para olhá-la nos olhos e sorrir de lado; o sorrisinho arrogante dele. E então, ele se afastou por completo, indo em direção ao palco onde o pai lhe esperava para compartilhar a glória que era ser um Norton.Alana acompanhou-o com os olhos apenas, a mente deu um giro de trezentos e cinqüenta graus. Seu coração batia forte no peito, sentiu-se arfar levemente, e pensava que a qualquer momento suas pernas fossem ceder e iria ao chão, já que seus joelhos pareciam gelatina.Não se apaixone por mim, foi o que ele disse. Era claramente um alerta, um conselho, quase uma regra. Mas, como ele podia dizer tal coisa de uma maneira sussurrante, com aquela voz rouca em seu ouvido, a seduzindo?! Era como se ele estivesse dando uma ordem que seria quebrada,
Era possível sentir o cheiro de luxuria, de sexo no ar. No quarto de luxo, antes silencioso, agora era preenchido por sons de gemidos. Gemidos que denunciavam o prazer. As cortinas vermelhas moviam-se com o vento gélido que entrava pela janela aberta, mas não incomodavam os corpos nus em movimento na cama. Ao contrário. Mais movimentos. Mais gemidos e então aquele mais longo, que denunciava o fim do ato com a chegada do ápice do prazer para ambos. O corpo forte do rapaz loiro tombou para o lado, suado e ofegante, assim como a mulher de belos seios e cabelos castanhos que a pouco estava embaixo de sí.— Isso... foi... incrível. — dizia a mulher ofegante, observando o rosto perfeito do homem ao seu lado, que apenas fitava o teto.Ian apenas sorriu de lado, continuando a fitar o teto. Em seguida voltou seus olhos para a mulher ao seu lado, e piscou:
O final de semana estava a passar que ela nem reparava; havia estado ocupada no dia anterior, sábado. Ou melhor, Cassandra a havia ocupado a obrigando no auxílio de uma faxina reforçada no apartamento enquanto era obrigada a contar todos os detalhes da noite passada para a rosada. Ato que acabava de terminar de fazer com Lisandra, enquanto estava dirigindo para sua casa. Sim, faltava exatamente uma hora para a festa de aniversário da loira e ela pediu gentilmente a sua maneira, isto é, através de ameaças de morte e drama, para as amigas arrumarem-se em sua casa.— Ele beija bem não é? — a Sheroman disse com um sorriso sacana, olhando uma Alana emburrada por ser obrigada a contar sobre a noite passada novamente pelo retrovisor. A Steawart não respondeu, preferiu manter-se em silêncio no banco de trás, enquanto Cassandra ria no da frente, ao lado de Lisandra.<
Mal desejou os parabéns e Ian quase caiu para trás com o abraço que Lisandra lhe deu. Ela praticamente voou nele, e mesmo à distância sendo curta, foi bom ele ter braços fortes e pernas firmes para aguentar aquela loira agitada. Sorriu, rolando os olhos, enquanto a abraçava apertado.O abraço durou pouco; Ian foi jogado de lado quando as portas do Lamborghini abriram e dela saíram David e Vincent. Por estar mais perto, a loira correu de encontro ao Deeper, pulando nos braços do mesmo, que felizmente, assim como Ian conseguiu manter o equilíbrio.— Feliz aniversário, Lisandra. — disse-lhe o Deeper, e a Sheroman sorriu, não se importando com a frieza de sua voz. Sabia que aquilo era algo que nunca mudaria, e sabia também que o desejo dele fora verdadeiro.E então, desgrudou-se do Deeper para