Cassandra nada disse, apenas entortou os lábios num bico meio descrente para as palavras da amiga. Podia ser verdade, podia não ser. Talvez, Alana estivesse mais interessada naquele loiro problema do que se permitiria admitir.
O sinal soou.
— Melhor irmos ou perdemos a primeira aula. — disse Cassandra, Alana assentiu e ambas caminharam para fora do banheiro. — Minha primeira aula é de Artes. Deus, eu odeio artes...
— Cassandra. — chamou Alana, interrompendo novamente a amiga, mas dessa vez tinha um sorriso no rosto. — Obrigada por me ouvir. Nunca achei que encontraria uma amiga tão boa, meio louca e temperamental, mas boa como você.
Cassandra abriu um largo sorriso. A verdade é que, mesmo não se conhecendo a uma vida toda, era assim que ambas se sentiam em relação à o
Dentro da sala, Ian ainda encostado a porta com os olhos brilhando em plena fúria, encarava o reflexo de si mesmo, porém mais velho, sentado na cadeira atrás da mesma. O reflexo o encarava com a mesma seriedade e frieza com a qual estava habituado, não apenas a ser olhado por ele, como também a olhar para os outros. O homem sentado na cadeira usava um terno Armani, os olhos eram azuis como o do rapaz encostado a porta de semblante furioso, os cabelos tão dourados e brilhantes quanto. O homem sentado, olhando para o filho de maneira indiferente, parecia de fato um Ian dali a alguns anos; um Ian mais velho.— Você não fez isso. — disse o loiro mais novo muito sério, marchando até a mesa do pai, que o fitava como que não sabendo do que o filho falava.— Primeiro, olá para você também filho, cheguei bem da viagem, muito obrigado por perguntar. &md
E lá estava ela, limpando mesa por mesa e mexendo a cabeça ao som da melodia agitada que tocava na rádio. Era sempre assim, todos os dias, de segunda á sexta, depois da aula era ali que Cassandra passava o resto do dia até o anoitecer. Não que estivesse reclamando, afinal era dali que saia o dinheiro para pagar a metade do aluguel que dividia com Alana e um pouco menos da metade da mensalidade da BHS; mas também não era como um sonho realizado. Ficar servindo todo o tipo de gente, recebendo cantadas quase o tempo todo e no final do dia ir para casa cheirando a fritura não era exatamente o que se consideraria o emprego dos sonhos.— Cassandra, mesa quatro. — disse Caim, filho do dono da lanchonete, assistente de cozinha, colocando uma porção de batata fritas em cima do balcão.Cassandra sorriu, aproximando-se do balcão e pi
Assim que a limusine foi estacionada, respirou fundo. Como odiava aqueles eventos chatos! A única vantagem de fato eram as bebidas e mulheres. Sorrio de lado, descendo do carro quando o motorista abriu a porta e imediatamente sentiu os flashes das câmeras em seu rosto. Suspirou, era sempre assim. Afinal, diferente de seu pai que era a imagem da empresa, mal aparecia em revistas; preferia se manter mais reservado, isso lhe dava mais oportunidades para fazer tudo o que devia e não devia. Coisa que não aconteceria com tanta facilidade se deixasse a mídia invadir sempre sua vida. Mas ali estava o preço a se pagar. Sempre que aparecia em algum evento, do qual era obrigado sem chances para fuga a comparecer, era atacado pelos fotógrafos como se fosse um pedaço de carne e eles urubus. Urubus pairando sob a deliciosa e, nesse caso, milionária carniça.— Sorria. — instigou Frederick ao
— Aquilo foi um erro. — disse ela. — Um terrível erro que nunca, jamais, em nenhuma circunstância vai voltar a acontecer!— Aposto que até o final da noite você cede. — desafiou Ian.— Como é? — Alana não acreditava no que aquele loiro, arrogante, prepotente acabara de falar. Era absurdo.— Aposto que até o final da noite você cede. — Ian tornou a repetir de maneira muito simples, como se aquilo fosse coisa óbvia, natural. Novamente, Alana sentiu uma raiva descontrolada crescer dentro de si por aquele garoto, mas dessa vez a vontade de beijá-lo era mínima diante da que tinha de socá-lo.— Eu não vou não. — Alana foi firme, encarando-o com a mesma intensidade com a qual ele a encarava agora. Os olhares faiscavam um sob o outro, como se a qualq
Quanto de álcool ele já havia ingerido? Perguntava-se Alana, e o que de fato a intrigava era que por mais que ele bebesse parecia não ficar bêbado facilmente como ela. Intrigava-lhe também o fato de ninguém, nem mesmo o próprio pai parecer dar importância ao tanto que ele bebia. Ele só tinha dezoito, talvez dezenove anos, pelo amor de Deus!— Não concorda? — novamente o rapaz que flertava com Alana a perguntou, mas diferente da vez anterior ela sequer o olhou; apenas assentiu com os olhos ainda fincados na direção de Ian. Naquele momento a moça de vermelho tocou um dos ombros dele de maneira muito sugestiva, afastando-se para longe enquanto o loiro guardava o guardanapo que ela lhe entregou no bolso do paletó; um sorriso satisfeito dançava nos lábios dele.A Steawart viu quando ele terminou o whisk
Era errado. Ela sabia. E isso fazia com que o beijo fosse ainda mais delicioso. O dito popular de que todo fruto proibido era mais gostoso nunca pareceu tão verdadeiro a ela.Sentia o corpo em chamas enquanto suas bocas se moviam uma sob a outra, as línguas se encontrando numa dança erótica, lenta, suave e ainda sim cheia de desejo. Sentia todo o corpo em chama, ao mesmo tempo em que se sentia levitando. Perguntou-se se ele sentia o mesmo. Não importava! Não no momento.Era suave. Era quente. Era cheio de desejo. Era cheio de calmaria. Alana não sabia descrever o beijo, sua mente não estava a raciocinar com clareza quando a língua de Ian vasculhava cada canto de sua boca, se não com uma única palavra: perfeito. Ou melhor, duas palavras: perfeito e errado.Estava cedendo, como ele mesmo disse que faria. Isso a deixaria com raiva
Não se apaixone por mim. Foi isso o que ele disse num sussurro em seu ouvido, antes de afastar-se o suficiente para olhá-la nos olhos e sorrir de lado; o sorrisinho arrogante dele. E então, ele se afastou por completo, indo em direção ao palco onde o pai lhe esperava para compartilhar a glória que era ser um Norton.Alana acompanhou-o com os olhos apenas, a mente deu um giro de trezentos e cinqüenta graus. Seu coração batia forte no peito, sentiu-se arfar levemente, e pensava que a qualquer momento suas pernas fossem ceder e iria ao chão, já que seus joelhos pareciam gelatina.Não se apaixone por mim, foi o que ele disse. Era claramente um alerta, um conselho, quase uma regra. Mas, como ele podia dizer tal coisa de uma maneira sussurrante, com aquela voz rouca em seu ouvido, a seduzindo?! Era como se ele estivesse dando uma ordem que seria quebrada,
Era possível sentir o cheiro de luxuria, de sexo no ar. No quarto de luxo, antes silencioso, agora era preenchido por sons de gemidos. Gemidos que denunciavam o prazer. As cortinas vermelhas moviam-se com o vento gélido que entrava pela janela aberta, mas não incomodavam os corpos nus em movimento na cama. Ao contrário. Mais movimentos. Mais gemidos e então aquele mais longo, que denunciava o fim do ato com a chegada do ápice do prazer para ambos. O corpo forte do rapaz loiro tombou para o lado, suado e ofegante, assim como a mulher de belos seios e cabelos castanhos que a pouco estava embaixo de sí.— Isso... foi... incrível. — dizia a mulher ofegante, observando o rosto perfeito do homem ao seu lado, que apenas fitava o teto.Ian apenas sorriu de lado, continuando a fitar o teto. Em seguida voltou seus olhos para a mulher ao seu lado, e piscou: