AshleyAndando de um lado para o outro, com os nervos à flor da pele, revivendo a cena que vi no apartamento de Kevin, na noite passada. Meu celular apita com um e-mail do detetive que contratei, abro o e-mail ansiosa por informações, e realmente há muitos documentos, cada página me fazendo arder ainda mais de ódio e inveja. Lá estavam, estampadas nas fotos, a santinha da Hanna e a garotinha que encontrei mais cedo.Será que Kevin é o pai desta menina? Não, isso não pode ser possível. Kevin é meu. Ele sempre foi.Imprimi o e-mail e comecei a folhear cada página do dossiê, ansiava descobrir algum podre da perfeitinha Hanna Roux, mas quanto mais leio sobre ela, mais sou forçado a admitir, mesmo que seja só para mim, que ela representa exatamente aquilo que muitas mulheres desejam ser. Ela é decidida, não se abala, é inteligente e linda de um jeito irritante e, como empreendedora, conseguiu construir algo mesmo sendo mãe solteira e não tendo auxílio nenhum, a não ser de sua irmã, tão po
HazelJason acabou de sair do quarto quando notei seu celular em cima da mesa. Corro para alcançá-lo antes que entre no elevador.— Amor, você esqueceu o celular! — chamo, acenando com o aparelho.Ele sorri e segurando as portas do elevador.— Nossa, obrigado, amor. Eu não teria tempo de voltar, já estou atrasado para a audiência. — Ele me dá um beijo rápido e libera o elevador. Envio um beijo de volta antes que a porta se feche completamente.Caminho tranquilamente de volta ao quarto de Hanna, meu coração um pouco mais leve. Não gosto de deixá-la sozinha, embora tenhamos um “armário de segurança” cuidando dela. O homem é tão grande que seus braços parecem duas das minhas coxas juntas. Rio desse pensamento quando, de repente, um grito atravessa o corredor.Reconheço a voz e sinto um aperto no peito. — Hanna!Corro em disparado para o quarto da minha irmã, mas antes de chegar ao quarto, trombou com um rapaz jovem usando uniforme de enfermeiro que, sem dizer nada, me empurra levemente
HannaSinto um peso no peito, uma pressão incômoda que me desperta lentamente. Tento abrir os olhos, a visão embaçada e confusa. Um ruído sutil quebra o silêncio do quarto e conforma minha visão se ajusta. Percebo uma figura ao meu lado, um garoto forte usando um uniforme azul de enfermeiro. Me assusto, meu coração dispara, o ar parece escapar dos meus pulmões. Tento me mover, mas o corpo não responde.A última lembrança que tenho é o pânico e o caos no buffet. O ataque. Uma dor. Como cheguei aqui?Olho uma seringa em suas mãos e grito por socorro.— SOCORRO. No instante seguinte, a porta se abre bruscamente, e vejo um homem vestido de preto com uma expressão alarmada, seguido por uma enfermeira baixinha que entra apressada, enquanto o garoto foge das mãos do homem que acredito ser o segurança, que tenta contê-lo.Meus olhos se prendem ao objeto que ele deixou cair ao sair: uma seringa. A palavra escrita em letras garrafais na etiqueta parece brilhar como um alerta mortal: “CIANETO.”
KevinQuando os policiais finalmente chegaram, senti o ar pesado do quarto se dissipar um pouco. Levantei-me e suspirei fundo, tentando arrumar a bagunça na minha mente. Isso tudo era muito mais do que eu poderia imaginar. Uma seringa cheia de cianeto abandonada no chão frio no quarto de hospital onde o amor da minha vida se recuperava... Não, era algo que eu pudesse engolir tão facilmente.Seguimos os policiais até uma sala de espera privada, separada especialmente para nós, onde já nos esperavam o diretor do hospital e o médico do caso da Hanna. Juntamos a eles, aguardando os policiais iniciarem.A sala estava mergulhada em um silêncio incômodo, enquanto os policiais faziam anotações, a tensão era quase palpável. Eu estava sentado em uma cadeira ao lado da porta, com os braços cruzados, tentando manter a calma e não virar as costas e ir ao quarto da minha Hanna. O segurança estava ao meu lado, a enfermeira, visivelmente nervosa ao lado do segurança, evitava contato visual, focando o
KevinOlhei para a cama e lá estava ela, o amor da minha vida, deitada, pequena e frágil naquele leito hospitalar. Cada detalhe seu, até nos momentos de maior vulnerabilidade, intensificava tudo o que eu sentia. Aproximei-me devagar, sentindo uma mistura de medo e amor profundo, como se o mundo inteiro estivesse concentrado ali. Sentei-me ao lado de sua cama e segurei sua mão com carinho. Meus olhos se encheram de lágrimas enquanto eu respirava fundo, absorvendo cada instante.— Ei, meu amor… — murmurei, a voz trêmula. — Você nem imagina o quanto já me mudou. Cada sorriso seu, cada olhar… você e Kat são tudo que tenho de mais precioso.Ela dormia profundamente, alheia ao caos que nos cercava, e eu sentia uma mistura de gratidão e desespero. Tudo o que eu queria era protegê-la de cada sombra e ameaça do mundo. Mas ali estava eu, enfrentando a fragilidade de estar diante de algo que escapava ao meu controle. Passei o dedo em sua mão, fazendo pequenos círculos, sentindo meu coração trans
Kevin.Acontece um imprevisto na empresa e sou obrigado a ir até lá, me despeço da minha linda namorada e sigo direto para a empresa.No caminho, observa um carro preto me seguindo de novo.— Merda! — Ligo para o Davis, que atende no primeiro toque.— Já sei, seus seguranças já me avisaram e tem um carro de polícia aguardando eles no próximo cruzamento.— Quero saber quem são e por que estão me seguindo.— Fica tranquilo, irmão, ele não saiu de lá até eu descobrir tudo que o desgraçado quer com você.— Valeu, irmão, estou indo até a empresa, depois vou passar a noite no hospital, minha garota acordou. — Falo todo feliz, com o coração mais leve.— Eu soube, assim como soube do caralho do incidente. Pegarei o desgraçado que tentou matar sua garota, já tenho algumas pistas.— E quero falar com ele pessoalmente.— Pode deixar, assim que localizar, eu te avisarei.— Estou passando pelo carro de polícia agora. — Falo olhando pelo retrovisor o carro preto dar fuga da polícia. — Porra! — Bato
Kevin.Ao ver Dylan encostado no meu carro, minha paciência se dissolve no mesmo instante. Reviro os olhos ao vê-lo com os braços cruzados e um sorriso presunçoso, esperando claramente que eu perca a compostura.— Então, Kevin... essa sua namorada misteriosa, ela existe mesmo? Ou só está tentando enrolar os acionistas e seu pai? — ele provoca, uma voz repleta de malícia. — Ou finalmente decidiu sossegar e parar de sair com modelo diferente a cada noite? Mal posso esperar para saber quem é a sortuda.Cerrei o punho, esforçando-me para manter a calma.— Não vejo como isso seja da sua conta, Dylan! — respondo, me aproximando devagar, mantendo o olhar fixo no dele.Ele arqueia as sobrancelhas, fingindo surpresa.— Ah, claro que é. Se você não se casar em um ano, o cargo de presidente é meu.Sinto minhas unhas pressionarem as palmas das mãos e sei que, se olhar para meus punhos, veria os nós dos dedos brancos de tensão. A raiva queima dentro de mim, mas tento controlá-la para não quebrar a
HannaA tarde estava calma, Kevin teve uma emergência na empresa e teve que sair às pressas. Hazel estava com Kat, então ela ligou para Luigi me fazer companhia. Amei a ideia, tinha muitas fofocas para contar para ele. Ficamos relembrando de nossa trajetória no curso de gastronomia.— Lembra daquele dia em que faltou luz bem na hora do exame final? — Luigi disse, entre risadas. Eu ri só de pensar na confusão.— Como poderia esquecer? Era nosso prato final, e você insistiu em fazer aquela torta folhada no forno elétrico! — Falei, rindo, ao lembrar do desespero dele. Ele estava tão confiante de que nada daria errado, de repente sua confiança foi por água abaixo, aquela simples falha poderia ser seu fim. Ele balançou a cabeça, com os olhos brilhando de diversão. — Você lembra da cara do chef ao ver a massa crua? — Eu ria tanto que mal conseguia respirar. — Você tentou disfarçar, dizendo ser uma nova versão da torta, mas ele só balançou a cabeça, frustrado. Luigi riu alto, o som ecoand